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Transtorno depressivo maior: o que é, sintomas e tratamentos

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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O transtorno depressivo maior é uma das formas mais comuns de depressão e é caracterizado por uma tristeza profunda e persistente que vai além das variações normais de humor.

Essa condição pode ser debilitante, interferindo no desempenho das atividades diárias, nos relacionamentos e na qualidade de vida dos indivíduos afetados.

As pessoas que enfrentam o transtorno depressivo maior, muitas vezes, se sentem esgotadas, desmotivadas e incapazes de encontrar prazer nas atividades que antes eram consideradas gratificantes.

Além disso, podem experimentar sentimentos intensos de desesperança, desvalorização e culpa, que impactam negativamente a sua autoestima e autoconfiança.

A falta de tratamento adequado para o transtorno depressivo maior pode levar a consequências graves, como isolamento social, comprometimento do desempenho acadêmico e profissional, problemas de relacionamento e até mesmo pensamentos suicidas.

Por isso, é fundamental buscar ajuda profissional assim que os sintomas depressivos forem identificados, garantindo assim uma abordagem adequada para lidar com a condição.

Neste artigo, saiba mais sobre o transtorno depressivo maior: o que é, sintomas e tratamentos. Acompanhe!

O que é transtorno depressivo maior?

O transtorno depressivo maior é uma doença mental caracterizada por uma tristeza profunda e persistente, que interfere nas atividades diárias e nos relacionamentos interpessoais.

Pessoas com esse tipo de transtorno depressivo podem experimentar uma sensação de desesperança e perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas.

Essa condição pode ser debilitante e dificultar o funcionamento da vida cotidiana.

Sintomas do transtorno depressivo maior

Os sintomas do transtorno depressivo maior podem variar de pessoa para pessoa e devem persistir por pelo menos duas semanas para que o diagnóstico seja feito. Confira parte deles a seguir.

1. Tristeza profunda e perda de interesse

A sensação de tristeza profunda e constante, assim como a perda de interesse em atividades antes consideradas prazerosas, são aspectos fundamentais do transtorno depressivo maior.

Esses sintomas podem ser tão avassaladores que interferem significativamente nas atividades diárias, tornando tarefas simples um verdadeiro desafio.

2. Alterações no apetite e peso

As alterações no apetite e no peso também podem ser sinais de alerta importantes, podendo se manifestar como perda ou ganho significativo de peso em um curto período de tempo.

Isso ocorre devido às alterações nos padrões alimentares, que podem ser influenciados pelos sintomas depressivos.

3. Problemas com sono

Outro sintoma comum é a dificuldade em dormir ou, em alguns casos, o aumento excessivo do sono.

A insônia é frequentemente relatada por pessoas que enfrentam a depressão, tornando ainda mais difícil lidar com os desafios do dia a dia.

4. Fadiga e falta de energia

A fadiga e a falta de energia também são sintomas frequentes do transtorno depressivo maior.

Os pacientes podem sentir uma exaustão constante, mesmo após um bom período de descanso.

5. Baixa autoestima

Sentimentos de inutilidade e culpa excessiva podem levar a uma baixa autoestima, fazendo com que o indivíduo se sinta inadequado e incapaz de lidar com suas responsabilidades.

6. Dificuldade em se concentrar e na tomada de decisão

A dificuldade de concentração e tomada de decisões também pode ser um sintoma incapacitante da depressão.

As tarefas simples do cotidiano podem se tornar desafiadoras, afetando o desempenho acadêmico, profissional e pessoal.

7. Pensamento recorrente de morte ou suicídio

Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio (ideação suicida) são sintomas extremamente preocupantes e requerem atenção imediata.

Esses sintomas são apenas algumas das manifestações do transtorno depressivo maior, e cada pessoa pode vivenciar a doença de forma única.

Causas do transtorno depressivo maior

As causas exatas do transtorno depressivo maior não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que seja uma combinação complexa de fatores biológicos, genéticos, psicológicos e ambientais.

Conheça alguns deles a seguir.

Desregulação de neurotransmissores

No cérebro de pessoas com transtorno depressivo maior, pode haver uma desregulação dos neurotransmissores, substâncias químicas responsáveis pela comunicação entre os neurônios.

A serotonina, dopamina e noradrenalina são alguns dos neurotransmissores que desempenham um papel crucial na regulação do humor.

A baixa disponibilidade dessas substâncias pode estar associada à manifestação dos sintomas depressivos.

Predisposição genética

O histórico familiar de depressão pode indicar uma predisposição genética para o desenvolvimento do transtorno depressivo maior.

Estudos mostram que indivíduos com parentes de primeiro grau que tiveram depressão têm um risco aumentado de desenvolver a doença.

Eventos estressantes da vida

Eventos estressantes, como a perda de entes queridos, problemas financeiros, conflitos interpessoais ou mudanças significativas, podem desempenhar um papel importante no desencadeamento do transtorno depressivo maior.

Esses eventos podem sobrecarregar os mecanismos de enfrentamento emocional, levando à manifestação dos sintomas depressivos.

Condições médicas

Algumas condições médicas, como doenças crônicas, distúrbios hormonais ou deficiências nutricionais, podem estar associadas ao desenvolvimento da depressão.

Por exemplo, doenças que afetam o funcionamento do sistema nervoso central ou que causam dor crônica podem estar relacionadas ao surgimento da depressão em algumas pessoas.

É importante destacar que esses fatores podem interagir entre si, e nem todas as pessoas com transtorno depressivo maior apresentarão as mesmas causas.

Cada indivíduo é único, e a interação desses fatores é complexa e específica para cada caso.

Além disso, é essencial lembrar que a depressão não é resultado de fraqueza pessoal ou falta de força de vontade.

É uma condição médica que pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sua idade, gênero ou origem.

Diagnóstico e tratamento do transtorno depressivo maior

O diagnóstico do transtorno depressivo maior é feito por um médico, comumente um psiquiatra, por meio de uma avaliação clínica detalhada e de entrevistas com o paciente.

É essencial que o profissional identifique a presença dos sintomas característicos do transtorno e avalie o seu impacto na vida do indivíduo.

Durante a avaliação, que pode ser feita por um médico ou psicólogo, o profissional pode utilizar instrumentos padronizados, como questionários e escalas de avaliação, para auxiliar no diagnóstico e monitoramento da evolução dos sintomas ao longo do tratamento.

É importante ressaltar que a depressão pode ser confundida com outras condições médicas e psiquiátricas, como a ansiedade e o transtorno bipolar, por isso a avaliação cuidadosa é fundamental para o diagnóstico correto.

O tratamento do transtorno depressivo maior geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, visando o bem-estar global do paciente.

Algumas das principais formas de tratamento são:

1) Terapia Cognitivo-Comportamental

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das abordagens mais comuns utilizadas no tratamento da depressão.

Nessa forma de terapia, o paciente trabalha com o profissional de saúde mental para identificar e modificar padrões de pensamentos e comportamentos negativos que contribuem para a manifestação dos sintomas depressivos.

O objetivo é ajudar o paciente a reconhecer padrões de pensamentos distorcidos, substituindo-os por pensamentos mais realistas e saudáveis.

A TCC também ensina habilidades para lidar com situações estressantes e desafiadoras, ajudando o paciente a desenvolver estratégias eficazes para enfrentar os desafios do dia a dia.

2) Medicamentos antidepressivos

Os antidepressivos são prescritos para restaurar o equilíbrio químico no cérebro e reduzir os sintomas da depressão.

Existem diferentes classes de antidepressivos, e a escolha do medicamento dependerá das características individuais do paciente.

Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) e os inibidores seletivos de recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN) são algumas das classes comumente prescritas.

É importante que a prescrição e o acompanhamento médico sejam realizados por um profissional de saúde, pois a resposta aos antidepressivos pode variar de acordo com a pessoa e alguns efeitos colaterais podem ocorrer durante o tratamento.

3) Mudanças no estilo de vida

Além do tratamento medicamentoso e terapêutico, é fundamental que o paciente adote mudanças no estilo de vida para auxiliar no tratamento da depressão.

Melhorar a qualidade do sono é essencial, buscando manter horários regulares para dormir e acordar.

Adotar uma alimentação saudável, rica em nutrientes, também pode contribuir para o bem-estar emocional.

A prática regular de atividades físicas, mesmo que sejam atividades simples como caminhar, pode ajudar a liberar endorfinas e melhorar o humor.

Além disso, evitar o consumo excessivo de álcool e outras substâncias é importante, pois o uso excessivo de álcool e drogas pode agravar os sintomas da depressão.

4) Suporte da família e grupos de apoio

O suporte emocional da família e a participação em grupos de apoio são recursos valiosos para auxiliar no processo de recuperação.

A família e os amigos podem oferecer um ambiente de compreensão e acolhimento, reduzindo o isolamento e a sensação de solidão que frequentemente acompanham a depressão.

Participar de grupos de apoio, onde indivíduos compartilham experiências similares, pode proporcionar uma rede de suporte que estimula a resiliência e a superação dos desafios impostos pela doença.

É importante destacar que o tratamento da depressão é individualizado e pode levar tempo até que o paciente perceba melhorias significativas.

A persistência no tratamento e o acompanhamento profissional são fundamentais para alcançar os melhores resultados.

Conclusão

Como visto no post “Transtorno depressivo maior: o que é, sintomas e tratamentos”, esse problema psicológico é uma condição séria, mas tratável, que afeta a saúde mental e emocional dos pacientes.

Reconhecer os seus sintomas e buscar ajuda profissional são passos importantes para lidar com a depressão e melhorar a qualidade de vida. Com o apoio, tratamento adequado e suporte emocional, é possível superar a depressão e viver uma vida plena e significativa.

Conteúdo revisado clinicamente em 25/01/2024 pelo psicólogo da Medprev, André Luis Jorge - CRP: PR 36472/08.

22/02/2024   •   há 2 meses