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Síndrome de Asperger: o que é, diagnóstico e como a família pode ajudar

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Estima-se que uma em cada 250 crianças tenham Síndrome de Asperger. Os números não são muito precisos, pois o reconhecimento desta doença como um Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) ocorreu apenas em 2013. Por isso, é natural que muitas pessoas desconheçam exatamente as suas características.

Além disso, o fato de os sintomas variarem de paciente para paciente é outro fator que dificulta o diagnóstico preciso. Some a isso o fato de que eles podem variar também em intensidade e gravidade e o resultado é que muitas pessoas nem sequer chegam a ser diagnosticadas com essa condição. Vamos compreender melhor como ela funciona.

O que é Síndrome de Asperger?

Desde maio de 2013 o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) a Síndrome de Asperger passou a fazer parte de um termo chamado Transtorno do Espectro do Autismo. Assim, diferentemente do que se pensava até então, a síndrome não é uma condição distinta do autismo, mas sim uma forma mais branda da doença.

Entre as principais características dessa condição estão déficits persistentes na comunicação e na interação social, nos mais variados contextos. Por se tratar de uma definição bastante ampla, muitos amigos e familiares não têm condições de identificar essa condição – e o mesmo ocorre com os pacientes. Como já mencionamos os sintomas variam de pessoa para pessoa, o que dificulta a observação.

As causas do desenvolvimento da síndrome são desconhecidas. Muitos cientistas acreditam que anormalidades no cérebro das crianças seja uma das causas prováveis. Em contrapartida, sabe-se que essa não é uma condição causada por privações emocionais ou pela maneira como as crianças são educadas.

Quais são os principais sintomas da Síndrome de Asperger?

Na maior parte dos casos, os diagnósticos de Síndrome de Asperger são feitos por psiquiatras em conjunto com pediatras, tendo como base as orientações do DSM-V. Basicamente, a presença de dois sintomas pode caracterizar essa condição:

  • Déficits de comunicação ou de interação social;
  • Presença de um padrão repetitivo e restritivo de atividades, interesses ou comportamentos.

Contudo, mesmo a presença desses dois sintomas não significa, necessariamente, que se trata da Síndrome de Asperger. A lista de sintomas apresentados por pacientes que foram diagnosticados com essa condição é ainda mais extensa. Abaixo, detalhamos algumas delas.

Falta de habilidades sociais

As crianças portadoras da síndrome têm muita dificuldade para interagir com outras pessoas. É importante observar se elas não se comportam de modo estranho em situações sociais de rotina. Contudo, é importante não confundir essa dificuldade de interação com timidez.

Comportamentos repetitivos

Outro sintoma observado em portadores da Síndrome de Asperger incluem movimentos repetitivos, como torcer as mãos ou os dedos. Esse tipo de sintoma é considerado uma anormalidade não estando presente mesmo entre a maioria dos diagnosticados com essa condição.

Habilidades acima da média

Algumas crianças desenvolvem um interesse quase obsessivo por determinados assuntos e terem total desinteresse por outros. Além disso, muitos portadores dessa condição são considerados excepcionalmente inteligentes e talentosos, com um alto nível de especialização.

Ausência de contato visual

Além da falta de habilidades sociais, ao conversar com outras pessoas os autistas, em sua maioria, não fazem contato visual. Falta a eles habilidades para usar ou compreender expressões faciais e gestos. É como se eles se pautassem pela literalidade das situações, não compreendendo contextos.

Tratamento: a importância do apoio familiar

Tecnicamente, não há cura para a Síndrome de Asperger. Porém, essa condição pode ser perfeitamente controlada com terapia ou medicamentos. Assim como ocorre com qualquer doença, quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores são as chances de recuperação e inclusão da criança no meio social.

Essa é uma condição cujo tratamento é feito de forma multidisciplinar: o psiquiatra, em conjunto com o pediatra, acompanham a criança e realizam uma série de testes para que possam chegar a essa conclusão. O papel dos familiares no entendimento dessas condições é fundamental para que a criança possa se sentir acolhida. Respeitar o tempo dela para o aprendizado, incentivar a comunicação com outras crianças e conversar com elas de maneira objetiva e visual são algumas possibilidades.

Vale lembrar que o fato de ser um portador de Síndrome de Asperger não é impeditivo algum para o desenvolvimento da criança. São muitos os exemplos de personalidades que foram diagnosticadas com essa condição. O empresário Bill Gates e o jogador Lionel Messi são apenas alguns exemplos.

12/04/2024   •   há 7 meses