Quais são os tipos de candidíase e como tratar?
Quando se fala em candidíase, muitas pessoas associam essa doença às mulheres e a infecções na região genital. Embora essa seja mesmo uma das manifestações mais comuns, ela não é a única possível. Homens também podem ser acometidos pelos muitos tipos de candidíase existentes.
Nesse artigo, explicaremos o que é a candidíase, quais são as principais causas e quais são as formas mais comuns de manifestação da doença. Conhecer mais detalhes sobre ela é fundamental para evitar julgamentos pré-concebidos e buscar auxílio médico ainda no início da manifestação dos primeiros sintomas.
O que é a candidíase?
A candidíase é uma infecção causada por um fungo que frequentemente afeta a vagina, mas também pode aparecer em locais como boca (o popular “sapinho”), garganta, pênis, pele, unhas e até mesmo o sangue. Ou seja, diferentemente do que muitos imaginam, não se trata de uma doença exclusivamente feminina.
A Candida albicans, espécie de fungo que causa essa infecção, existe naturalmente em nosso corpo sem causar prejuízos. Porém, há algumas situações que favorecem o desenvolvimento excessivo desse microrganismo, levando ao surgimento da candidíase. Uma delas está ligada às temperaturas mais altas.
Quedas na imunidade (como em gestantes e diabéticos), uso de antibióticos (que alteram o pH e a flora), estresse e longos períodos utilizando roupas íntimas úmidas e que impedem a ventilação estão entre as causas mais recorrentes.
Quais as consequências da candidíase para o organismo?
Ainda que frequentemente seja associada às doenças sexualmente transmissíveis (DST), a candidíase não está exclusivamente ligada à prática sexual. Mesmo pessoas em abstinência ou que ainda não iniciaram a vida sexual, como crianças e adolescentes, podem desenvolver essa condição. Uma vez desenvolvida, a transmissão se dá de duas formas: relações sexuais desprotegidas e contaminação a partir do sistema gastrointestinal.
Os principais sintomas são vermelhidão e coceira intensa na região genital, corrimento esbranquiçado e grumoso, ardência ao urinar e dor durante a relação sexual. Caso não seja identificada e tratada em estágio inicial, pode se tornar uma infecção reincidente e causar complicações em órgãos como rins e pulmões, com possibilidade de levar a óbito.
Quais são os principais tipos de candidíase?
Quando se trata de candidíase, podemos listar pelo menos oito possibilidades distintas. A partir dos primeiros sintomas o paciente deve agendar uma consulta com um clínico geral ou com um especialista para identificação do problema, realização de exames laboratoriais e início do tratamento – que varia de caso a caso. As principais formas de candidíase são as seguintes:
Candidíase vaginal: estima-se que ao longo da vida cerca de 75% das mulheres desenvolverão algum episódio de candidíase vaginal. Ela é mais comum em mulheres em idade fértil e seu sintoma característico é a coceira na região genital. Sensações de ardência ou queimação na área ao redor da vulva também são frequentes.
Candidíase no pênis: embora seja menos comum, os homens também podem desenvolver candidíase, em especial quando a higiene do local não é feita de maneira correta. Inchaço, vermelhidão e dor na glande são os sintomas mais perceptíveis e as lesões podem causar coceira.
Candidíase oral: essa forma de candidíase é um sinal de alerta para distúrbios na flora de germes. Diabetes e doenças que causam diminuição da salivação potencializam essa condição. Lesões brancas de aspecto cremoso aparecem na língua, na parede interna das bochechas e no palato.
Candidíase de esôfago: quando essa manifestação da doença ocorre é sinal de que há algo de errado com o sistema imunológico. A infecção pelo HIV é uma das principais causas de esofagite por Candida, que causa dor ao engolir, além de dores no peito.
Candidíase na pele (intertrigo): as sobras cutâneas são os locais mais acometidos pela candidíase na pele. Virilha, axilas, bolsa escrotal, embaixo das mamas e a região entre os dedos são os locais mais comuns onde a doença se manifesta. O intertrigo candidiásico é caracterizado por placas avermelhadas na pele, que podem coçar ou doer.
Candidíase no trato urinário: pacientes hospitalizados são mais suscetíveis a apresentarem candidíase no trato urinário. A cistite por Candida também é assintomática, sendo percebida apenas em alterações nas análises de urina. Outra possibilidade é a manifestação sintomática, com sintomas semelhantes aos da cistite bacteriana, como dor para urinar e micção frequente.
Endoftalmite por Candida: trata-se de inflamação no globo ocular causada por Candida, e que pode se desenvolver após trauma ou cirurgia ocular. O principal sintoma é diminuição da acuidade visual e alguns pacientes podem apresentar também dor nos olhos.
Candidíase disseminada: por fim, pacientes com sistema imunológico debilitado podem ver a Candida albicans se multiplificar de forma descontrolada, afetando o sangue e os órgãos vitais. A candidíase invasiva é um quadro grave, não só pela invasão dos órgãos, mas porque o paciente costuma estar imunossuprimido.
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Ao perceber qualquer um dos sintomas acima, agende uma consulta imediatamente e realize os exames laboratoriais indicados pelo médico. Embora o tratamento seja simples na maioria dos casos, é fundamental entender as causas do problema para evitar a reinfecção.
24/02/2022 • há 4 meses