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Depressão pós-parto: o que é, sintomas e como superar

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O intervalo entre a descoberta de uma gravidez e a chegada do bebê costuma ser um período de muitas alegrias. Contudo, para algumas mulheres, os primeiros dias após o parto costumam ser de tristeza e muito sofrimento.

Mulheres de diferentes perfis podem estar suscetíveis ao desenvolvimento da depressão pós-parto, inclusive mães que já passaram por outras gestações.

Infelizmente essa condição afeta uma em cada quatro mulheres, e quando não diagnosticada e tratada, pode prejudicar a saúde da mãe e do bebê.

Há uma série de fatores que contribuem para o surgimento da depressão pós-parto, que comumente é diagnosticada tardiamente, trazendo consequências que perduram por anos, principalmente no vínculo materno.

A conscientização sobre o assunto é fundamental para que o puerpério seja um período saudável para toda a família. Saiba mais lendo esse post até o final!

O que é depressão pós-parto?

A depressão materna pós-parto (DPP) costuma ser mais comum do que se pode imaginar.

Essa condição é um transtorno do humor que geralmente se inicia nas primeiras semanas após o parto, e comumente está relacionada ao desequilíbrio de hormônios reprodutivos nesse período.

Tipos de depressão pós-parto

A depressão pós-parto é marcada principalmente pela melancolia e anedonia (desinteresse pela vida), sendo um quadro agudo que pode durar anos. Porém, além da DPP, também há outras condições de saúde que surgem nesse período. Entre elas, estão:

  • Tristeza materna (baby blues) - temporária e menos intensa que a DPP, causa sintomas como mudanças bruscas de humor, choros frequentes e sem razão aparente, insegurança, irritabilidade e fragilidade;
  • Psicose pós-parto - é marcada por sintomas como a mudança na percepção sobre a realidade, confusão mental, presença de alucinações (como as visuais e auditivas) e até mesmo o desejo de prejudicar o bebê.

A tristeza materna não necessariamente depende de acompanhamento psicológico, mas tanto a depressão pós-parto quanto a psicose pós-parto necessitam de diagnóstico e tratamento profissional.

É preciso estar atento à duração, intensidade e impactos dos sintomas para identificar a necessidade de cuidados médicos, uma vez que alguns desses sinais podem estar presentes em diferentes condições de saúde.

Por que ocorre o baby blues e a depressão pós-parto?

Além dos aspectos hormonais e fatores de risco que contribuem para o surgimento de ambas as condições, há uma grande mudança emocional durante o período gestacional.

Desde o descobrimento da gravidez até o puerpério (intervalo entre o parto e a recuperação física completa), surgem diversos desafios, como início do pré-natal, preparo para o parto, amamentação e cuidados com o bebê.

A mudança do corpo somada aos cuidados redobrados com o feto traz uma grande sobrecarga para a gestante. Além disso, após dar à luz, muitas mulheres enfrentam o receio da responsabilidade de ser mãe.

Mesmo mulheres que já tiveram outros filhos estão suscetíveis a ter baby blues ou depressão pós-parto, principalmente quando há uma gestação de risco ou perda do bebê.

É essencial que a família ofereça suporte para a mãe durante todo o período e ajude a identificar possíveis anormalidades no seu comportamento. Terapias e tratamentos medicamentosos podem auxiliar na redução dos sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida de toda a família.

A conscientização também é fundamental para que a mãe não se sinta culpada e não tenha receio de buscar ajuda.

Fatores de risco da depressão pós-parto

A depressão pós-parto pode ocorrer com mulheres de diferentes perfis e idades, já que o período gestacional é marcado por uma grande mudança física e psicológica.

Porém, há fatores de risco que podem aumentar as chances de desenvolvimento desse problema. Entre eles, estão:

  • Desequilíbrio hormonal;
  • Instabilidade emocional;
  • Estilo de vida estressante e não saudável;
  • Presença de outras doenças ou transtornos psicológicos;
  • Má qualidade do sono;
  • Ausência de rede apoio familiar;
  • Consumo de álcool em excesso ou frequentemente.

É importante lembrar que ter o suporte psicológico antes, durante e após a gravidez ajuda a prevenir a depressão pós-parto, controlar alguns fatores de risco e fornecer os tratamentos necessários, em caso de necessidade.

Sintomas da depressão pós-parto

Muitas mães que têm depressão pós-parto se sentem culpadas pelas sensações de tristeza e medo após a chegada do bebê.

Contudo, grande parte desconhece o problema, dificultando o diagnóstico e tratamento adequado, o que pode gerar muitos transtornos ao longo da vida.

Muitas vezes, quem identifica os primeiros sinais do transtorno é o marido, parceiro ou familiares próximos.

Além de ansiedade e irritabilidade, uma mãe com depressão pós-parto pode apresentar outros sintomas como, por exemplo:

  1. Vontade constante de chorar;
  2. Diminuição do apetite;
  3. Dificuldade para dormir;
  4. Sensação de cansaço constante;
  5. Sensação de estranheza em relação ao bebê;
  6. Pensamentos negativos;
  7. Pensamentos suicidas.

Como é feito o diagnóstico da depressão pós-parto?

O diagnóstico desse problema de saúde pode ser realizado por meio de avaliação clínica, que inclui a anamnese (entrevista com o paciente). Quando há a presença dos sintomas da depressão pós-parto por mais de duas semanas, é preciso realizar a análise da paciente, seu histórico médico, as consequências do parto na rotina e mudanças na qualidade de vida.

Para auxiliar na procura por ajuda médica, é muito importante que além da mãe, a família também ajude na identificação dos sintomas. Manter uma rede de apoio antes e depois do parto faz toda a diferença para preservar a saúde de mãe e filho.

Qual é o tratamento para depressão pós-parto?

Esse transtorno requer tratamento médico imediato. O diagnóstico precoce possibilita que o tratamento seja realizado ainda no começo dos sintomas, possibilitando uma recuperação mais rápida.

Se não tratada, essa doença pode prejudicar significativamente a interação entre mãe e bebê, afetando a formação do vínculo afetivo.

Para tratar a depressão pós-parto, o acompanhamento psicológico é essencial. O clínico geral, obstetra, psicólogo e o psiquiatra são exemplos de especialistas que podem auxiliar a mãe durante esse período.

Em alguns casos, é preciso agregar o suporte de terapia de grupo e o tratamento psiquiátrico com antidepressivos liberados para lactantes.

Diferença entre tristeza e depressão pós-parto

É comum que a tristeza seja confundida com a depressão pós-parto devido aos seus sinais, mas saber qual é a diferença entre ambas é essencial para que haja suporte médico, se necessário.

Enquanto a tristeza, também chamada de Baby Blues, é muito comum entre as mães e ocorre nos dias seguintes ao parto, a depressão pós-parto se desenvolve ao longo de semanas, meses e até anos.

Outros aspectos que divergem estão relacionados à gravidade dos sintomas: enquanto na tristeza os sinais passam em pouco tempo e não dependem de tratamentos médicos, a depressão pós-parto pode afetar a qualidade de vida tanto da mãe quanto do bebê, sendo preciso o acompanhamento de especialistas.

Depressão pós-parto e COVID-19

A pandemia por COVID-19 gerou impactos significativos na saúde física e mental da população, inclusive afetando diretamente o bem-estar das gestantes.

De acordo com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, houve um aumento de cerca de 38,8% de casos de depressão pós-parto no período pandêmico.

Algumas causas para o crescimento de depressão pós-parto são:

  • Incerteza sobre o futuro e a integridade física, principalmente do bebê;
  • Falta da rede de apoio devido ao isolamento social;
  • Contato constante com informações sobre a pandemia;
  • Mudança drástica de rotina;
  • Sobrecarga emocional e física da mãe;
  • Conflitos familiares.

Também é importante citar que um dos fatores que influenciaram no desenvolvimento da doença foi a ausência de parentes no pós-parto, como as avós, consideradas como apoio essencial no puerpério e na adaptação aos cuidados com o recém-nascido.

Mães, bebês e avós (comumente parte da terceira idade) são alguns dos grupos de risco do coronavírus, lidando com desafios ainda maiores durante a pandemia.

De acordo com a mesma pesquisa, há uma relação direta entre o aumento dos sintomas da depressão pós-parto e o fluxo intenso de informações sobre a COVID-19. As mães que apresentaram pensamentos com tendências suicidas tiveram maior contato com as notícias em relação às outras mães.

Outro ponto a ser considerado a respeito da maternidade na pandemia, é o acúmulo de tarefas e responsabilidades, inclusive para mulheres que já eram mães. Muitas tiveram que conciliar rotina profissional e familiar, enquanto várias outras enfrentaram a perda do emprego.

Entre alguns dos principais sintomas presentes durante esse período, estão a ansiedade e pessimismo, resultando na necessidade de acompanhamento médico.

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25/05/2023   •   há 10 meses

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