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O que é paralisia do sono e por que ela acontece?

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Você acordou, mas não consegue mexer. Você escuta tudo ao seu redor, mas não é possível movimentar os dedos, abrir os olhos ou avisar alguém que você está vivo. Se essa descrição já é bastante assustadora para quem sabe o que é paralisia do sono, imagine então para quem nunca ouviu falar nesse distúrbio.

A sensação é muito angustiante e pode causar alucinações, o que fez com que diversas culturas associassem essa condição a um fenômeno sobrenatural.

Na região Sudeste do Brasil, por exemplo, a paralisia do sono parece ter dado origem à lenda da Pisadeira: uma mulher muito magra com cabelos desgrenhados e aparência horripilante que pisa no peito das pessoas durante a madrugada, deixando-as sem ar e impossibilitadas de reagir.

Apesar de todos os mistérios que envolvem essa condição, ela já foi bem explicada pela Ciência. Veja como isso acontece e saiba o que fazer se você se encontrar nessa situação.

O que é paralisia do sono?

Paralisia do sono é uma condição em que o cérebro desperta enquanto os músculos continuam dormentes. Isso faz com que a pessoa tenha consciência de sua situação e do que se passa ao seu redor, embora não consiga se mexer.

Esse distúrbio costuma acontecer enquanto a pessoa está adormecendo ou acordando, durante a fase mais leve do sono (REM – sigla para “movimento rápido dos olhos” em inglês). Nessa fase, os sonhos são bastante vívidos e o nível de atividade cerebral é parecido com o de quando estamos plenamente despertos.

Essa é uma condição bastante comum e que atinge quase 8% da população em algum momento da vida. Sua incidência é maior entre estudantes e pessoas com distúrbios psiquiátricos, acometendo 28% e 32% desses grupos respectivamente.

Os episódios de paralisia do sono costumam ser autolimitados, não deixam sequelas e duram cerca de 4 minutos, embora sejam bastante assustadores e pareçam ser muito mais longos.

Como a paralisia do sono acontece

Quando dormimos, o cérebro desativa algumas de nossas funções motoras para evitar que nos movimentemos durante a noite, especialmente enquanto estamos sonhando – o que poderia resultar em ameaças a nós mesmos, como acontece com os sonâmbulos.

Dessa forma, durante o sono o corpo passa por uma ausência de tônus muscular, o que corresponde uma paralisia completamente normal dos músculos estriados (que permitem os movimentos). Apesar disso, o coração e os músculos responsáveis pela respiração continuam funcionando.

Algumas vezes, porém, as pessoas acordam (o cérebro desperta) antes da recuperação do tônus muscular, de modo que é impossível se movimentar. É neste momento que a paralisia se torna uma condição muito angustiante, pois a pessoa pode imaginar que está morrendo ou que permanecerá nessa situação eternamente.

Causas da paralisia do sono

Qualquer pessoa pode passar por um episódio de paralisia do sono ao longo da vida e nem sempre é possível esclarecer o motivo. Porém, existem alguns hábitos e condições que podem favorecer seu surgimento, por exemplo:

  • Consumo de estimulantes próximo da hora de dormir (café, chá preto, refrigerantes com cafeína, chocolate);

  • Uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos logo antes de se deitar ou na cama;

  • Horários irregulares para dormir e acordar;

  • Sedentarismo;

  • Períodos de estresse;

  • Transtornos do humor (depressão, ansiedade etc.);

  • Narcolepsia: a paralisia do sono pode ocorrer em 25% das pessoas com esse distúrbio, que é caracterizado pela sonolência excessiva ou crises de sono súbitas e incontroláveis.

O que a pessoa sente durante a paralisia do sono

A descrição mais comum inclui a percepção de estar acordado, consciente e ouvindo tudo o que se passa ao redor, mas sem conseguir se mexer. Contudo, essa condição pode ter outros sintomas, que variam bastante de pessoa para pessoa, por exemplo:

1. Alucinações sonoras ou visuais

A pessoa pode imaginar que ouvindo passos, portas batendo e sussurros ou que está vendo alguém sentado em sua cama, assombrações circulando pelo quarto, luzes estranhas etc., o que costuma ser muito assustador. Essas alucinações podem surgir porque o cérebro se confunde ao processar sons e imagens dos sonhos.

2. Presenças ameaçadoras

As alucinações podem fazer com que a pessoa sinta que não está sozinha ou que está sendo observada por um ser sobrenatural (fantasma, espírito de alguém já falecido, alienígena, demônio etc.). Novamente, isso acontece porque o cérebro não está plenamente consciente para distinguir o que é real ou não.

3. Sensação de “sair do corpo”

Algumas pessoas sentem que estão flutuando, como se sua alma tivesse se separado do corpo físico. Esse sintoma se trata de uma alucinação cinestésica, que também inclui as sensações de queda e afogamento.

4. Dificuldade para respirar

O relaxamento da musculatura das costelas pode causar uma sensação de peso no peito, como se houvesse algo fazendo pressão nessa região – provavelmente, esta é a origem da lenda da Pisadeira. Com isso, mesmo que o diafragma esteja funcionamento, a pessoa pode se sentir sufocada.

5. Medo de estar morrendo ou de ficar assim para sempre

Quando a pessoa tem os primeiros episódios de paralisia do sono e ainda não sabe o que está acontecendo, a situação é ainda mais angustiante porque ela pode imaginar que está morrendo, que será enterrada viva por não conseguir avisar que está acordada ou que ficará imobilizada para sempre.

O que fazer se você tiver uma crise de paralisia do sono

A situação pode ser tão aterrorizante que talvez você não consiga se dar conta de que está passando por um episódio desse problema. Porém, sempre que for possível identificar essa situação, experimente estas dicas:

  • Procure manter a calma: a angústia é grande, mas, quanto mais tranquilo você estiver, mais rápido a paralisia vai passar. Tente se lembrar de que não existe perigo verdadeiro e concentre-se em sua respiração;

  • Saiba que ela é temporária: a sensação é mesmo muito ruim, mas ter em mente que se trata de algo passageiro pode ajudar você a se acalmar e recuperar seus movimentos mais cedo;

  • Tente fazer movimentos discretos: é mais fácil conseguir mexer um dedo, a ponta da língua ou os olhos do que movimentar o braço ou a perna. Se você não conseguir, mude de estratégia e imagine que você está se movimentando;

  • Espere passar: caso nada disso funcione, lembre-se de que o episódio dura no máximo 4 minutos e que seus movimentos voltarão ao normal. Isso ajuda a diminuir a angústia.

Se os episódios forem frequentes e você for capaz de abrir os olhos durante eles, avise seus familiares para que o acordem ao observar que você está aparentemente dormindo de olhos abertos. Muitas vezes, um simples toque pode fazer com que os músculos despertem.

Agora que você sabe o que é paralisia do sono, procure evitar os fatores que favorecem a condição e tente se manter mais calmo durante as crises. Caso elas persistam, é importante consultar um médico psiquiatra, neurologista ou um psicólogo, profissionais que estão disponíveis no MedPrev.

Fonte(s): Frontiersin, UOL, Brasilelpais, Abril e Dicas de Mulher

Tags: Saúde, cuidado do corpo, medprev, hospital, clínicas, agendamento, parilisia do sono, dormir, sintomas, causas, tratamento

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24/02/2022   •   há 2 anos


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