Câncer de próstata: o que é, quais os sintomas e qual o tratamento?
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens. Apesar de a doença se desenvolver lentamente na maior parte dos casos, ela pode se espalhar para outros órgãos e levar 1 em cada 4 pacientes à morte.
Saiba mais sobre o que é o câncer de próstata, quais são seus sintomas e quais são as principais formas de tratamento e prevenção.
O QUE É CÂNCER DE PRÓSTATA?
Câncer de próstata é a multiplicação descontrolada das células da próstata, dando origem a um tumor maligno. Trata-se do segundo tipo de câncer mais frequente entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma (menos agressivo).
A próstata é uma glândula pertencente ao sistema reprodutor masculino; em consequência, esse tipo de câncer afeta somente os homens – mais especificamente os indivíduos com mais de 50 anos.
Essa glândula está localizada na região inferior do abdômen, logo abaixo da bexiga e à frente do reto (a porção final do intestino grosso). Ela envolve a porção inicial da uretra, o canal que leva a urina da bexiga até o orifício de saída do pênis.
Em homens jovens, a próstata tem o tamanho parecido com o de uma ameixa, mas ela aumenta de tamanho com o envelhecimento. Sua função é produzir uma parte do líquido que forma o sêmen ou esperma, o fluido que protege e fornece nutrientes aos espermatozoides.
NÚMEROS DO CÂNCER DE PRÓSTATA
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 75% dos casos de câncer de próstata no mundo todo acontecem em homens a partir dos 65 anos, o que faz desse tipo de tumor uma doença essencialmente da terceira idade.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de próstata é o quarto mais comum considerando ambos os sexos, atrás dos cânceres de pulmão, de mama e colorretal.
Para cada ano do biênio 2018/2019, o Inca estima 68.220 novos diagnósticos desse tipo de neoplasia no Brasil, o que representa quase 32% de todos os casos de câncer em homens (excluindo-se o câncer de pele não melanoma).
A doença corresponde à segunda principal causa de morte por câncer entre homens no país, atrás apenas do câncer de pulmão, e leva mais de 14 mil pacientes a óbito todos os anos conforme os dados do Ministério da Saúde.
CAUSAS DO CÂNCER DE PRÓSTATA
Todos os tipos de câncer surgem quando os menores componentes do corpo, chamados células, começam a se multiplicar descontroladamente.
Enquanto as células normais são programadas para morrer quando envelhecem ou apresentam algum dano, as células cancerosas não obedecem a esse mecanismo, tomando o lugar das células saudáveis.
O câncer de próstata também ocorre dessa maneira. Em quase todos os casos, a causa da doença é uma alteração nas células que formam estruturas glandulares chamadas ácinos, responsáveis pela produção de uma parte do líquido que compõe o sêmen.
Conhecidas como mutações, essas alterações afetam os genes, uma espécie de código que define o funcionamento das células e também pode ser chamado de DNA ou material genético.
Quando as mutações afetam os genes que controlam os processos de crescimento, multiplicação, reparação de danos e morte das células, elas passam a se proliferar de forma anormal, dando origem ao câncer.
No câncer de próstata, as células dos ácinos crescem de maneira tão descontrolada que começam a invadir outras regiões da glândula. Em casos mais avançados, as células cancerosas da próstata podem viajar pelo corpo e se instalar em outros órgãos, formando novos tumores conhecidos como metástases.
Os motivos por trás dessas das mutações genéticas ainda não estão completamente elucidados. Contudo, sabe-se que elas podem ter causas hereditárias ou adquiridas.
Causas hereditárias do câncer de próstata
Algumas mutações genéticas capazes de causar o câncer de próstata são transmitidas de pai para filho, recebendo assim o nome de “hereditárias”. Elas são responsáveis por cerca de 10% dos casos dessa doença.
Os principais genes envolvidos no câncer de próstata e suas respectivas funções prejudicadas pelas mutações genéticas são:
- BRCA1 e BRCA2: atuam no reparo de danos no DNA celular e são mais conhecidos por originar câncer de mama e ovário em mulheres;
- CHEK2, ATM, PAMB2 e RAD51D: também atuam no reparo de danos no DNA celular;
- MSH2, MSH6, MLH1 e PMS2: corrigem erros no processo de cópia do DNA quando a célula vai se dividir;
- RNASEL: promove a morte celular quando ela apresenta defeitos;
- HOXB13: atua no desenvolvimento da próstata.
Causas adquiridas do câncer de próstata
As causas do câncer de próstata consideradas adquiridas são as mutações genéticas que acontecem no decorrer da vida. Elas são resultado de erros que ocorrem no processo de divisão celular, mais especificamente quando a célula produz uma cópia do seu DNA.
Ainda não está totalmente claro quando esses erros ocorrem espontaneamente e quando eles surgem devido a outro fator. Porém, as pesquisas indicam que as principais causas adquiridas do câncer de próstata são:
- Elevação dos níveis de hormônios masculinos, principalmente a testosterona;
- Aumento das taxas do IGF-1 ou fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1,que ocorre em resposta ao hormônio do crescimento ou GH;
- Inflamações na próstata, como a prostatite;
- Exposição a agentes que aumentam o risco de câncer em geral, como o tabaco, alimentos gordurosos e substâncias utilizadas na produção industrial.
TIPOS DE CÂNCER DE PRÓSTATA
Mais de 95% dos casos de câncer de próstata são do tipo adenocarninoma. Eles surgem devido à proliferação descontrolada das células que formam estruturas glandulares conhecidas como ácinos, que produzem o líquido que faz parte do sêmen.
Os demais tipos de câncer de próstata são muito raros. Eles têm origem em outras células e podem ser classificados como carcinoma de pequenas células, sarcoma ou linfoma.
O câncer de próstata também pode variar de acordo com a velocidade com que se desenvolve. Alguns tipos crescem de forma muito rápida e se espalham para outras regiões do corpo (metástase), levando à morte em pouco tempo.
Entretanto, felizmente a maioria deles é de crescimento lento e não se mostra tão agressiva. Em média, esses tumores levam 15 anos para atingir 1 cm³ e muitas vezes não causam sintomas nem prejudicam a vida da pessoa.
FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA
Fatores de risco são características ou comportamentos que aumentam as chances de desenvolver uma doença. Os fatores de risco para o câncer de próstata que já foram comprovados cientificamente são:
- Idade: é o principal fator de risco para o câncer de próstata. A doença raramente acontece antes dos 40 anos, mas a incidência e a mortalidade aumentam rapidamente a partir dos 50;
- Etnia: homens negros têm mais risco de desenvolver a doença, e ela costuma aparecer mais cedo nesses indivíduos;
- Histórico familiar: muitos casos de câncer de próstata na família podem indicar a presença de mutações hereditárias. O risco aumenta principalmente quando o pai ou o irmão tiveram a doença antes dos 60 anos.
Além disso, existem outros fatores de risco que provavelmente estão relacionados ao câncer de próstata, mas ainda demandam mais estudos, incluindo:
-
Alimentação: o consumo excessivo de carne vermelha e laticínios gordurosos e a baixa ingestão de frutas e legumes parecem aumentar o risco de diversos tipos de câncer, como o câncer de próstata;
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Peso corporal: a obesidade e o sobrepeso podem elevar as chances de desenvolver a doença, principalmente nas formas mais agressivas;
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Tabagismo: embora o tabagismo não esteja diretamente relacionado ao câncer de próstata, há evidências de que ele aumente o risco de morte pela doença;
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Inflamação da próstata: alguns estudos apontam uma relação entre a prostatite (inflamação da próstata) e o câncer dessa região;
-
Doenças sexualmente transmissíveis: algumas DSTs, como a gonorreia e a clamídia, parecem elevar os riscos desse tumor por causar uma inflamação na glândula.
SINAIS E SINTOMAS DO CÂNCER DE PRÓSTATA
A maioria dos casos de câncer de próstata cresce de forma muito lenta e raramente provoca sintomas na fase inicial. Quando isso acontece, as manifestações são semelhantes às do crescimento normal da próstata que ocorre com o avanço da idade, incluindo:
- Aumento da necessidade de urinar, principalmente durante a noite;
- Dificuldade ou demora em começar a urinar;
- Interrupção involuntária do jato de urina;
- Dor ou ardência ao urinar;
- Jato de urina mais fraco ou com menos pressão;
- Sensação de que a bexiga não foi esvaziada completamente depois de urinar;
- Urina ou esperma com sangue.
Já em fases mais avançadas, quando o câncer invade estruturas vizinhas, como os linfonodos ou gânglios linfáticos, podem surgir sintomas como:
- Dor na região pélvica;
- Dor e sangramento no reto, especialmente ao evacuar;
- Inchaço das pernas.
Caso o tumor se espalhe pelo corpo e atinja outras regiões (metástases), os sintomas mais frequentes incluem:
- Perda do apetite;
- Perda de peso;
- Fadiga;
- Anemia;
- Dor nos ossos (metástase óssea);
- Pele amarelada, náuseas e vômitos (metástase no fígado);
- Tosse e falta de ar (metástase no pulmão).
COMPLICAÇÕES DO CÂNCER DE PRÓSTATA
Embora tenha uma evolução bastante lenta na maioria dos casos, o câncer de próstata em estágio avançado e o próprio tratamento podem trazer complicações. Conheça as principais:
- Incontinência urinária: pode surgir como complicação do próprio câncer ou do tratamento com radioterapia ou cirurgia. Em geral, a incontinência desaparece alguns meses depois do tratamento;
- Disfunção erétil: assim como a incontinência, a perda da ereção pode ser consequência da doença ou do tratamento. Na maioria dos casos, é possível revertê-la;
- Metástase: alguns tipos de câncer de próstata mais agressivos podem se espalhar para outros órgãos, como ossos, fígado e pulmão, originando as metástases;
- Morte: o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer que mais leva homens brasileiros à morte.
DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE PRÓSTATA
Apesar dos avanços da medicina na detecção e no tratamento do câncer de próstata, estima-se que 20% dos homens afetados são diagnosticados em estágios avançados, quando as medidas terapêuticas não são mais tão eficazes, e que 25% dos pacientes morrem em função da doença.
Por isso, a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que os homens procurem o médico urologista a partir dos 50 anos para avaliar a necessidade de realizar exames de rastreamento para o câncer de próstata. No caso de homens de etnia negra ou cujos familiares de primeiro grau tenham a doença, a recomendação se inicia aos 45 anos.
Exames de rastreamento para o câncer de próstata
O rastreamento tem como maior benefício a detecção da doença em fase inicial, aumentando as chances de sucesso do tratamento e reduzindo a mortalidade. Os principais exames para o rastreamento e o diagnóstico precoce do câncer de próstata são:
Exame de toque retal
Também conhecido como exame de próstata, trata-se do exame no qual o médico, utilizando luvas e lubrificante, insere o dedo indicador no ânus do paciente para avaliar a glândula em busca de alterações, como nódulos (caroços), partes endurecidas ou aumento de tamanho.
Apesar de ainda gerar muito receio e preconceito, o exame de toque retal é um procedimento rápido, simples, indolor e que pode salvar vidas.
Exame de PSA (antígeno prostático específico)
PSA é a sigla para antígeno prostático específico, uma proteína produzida normalmente pela próstata. Quando a glândula apresenta algum problema, como o câncer ou um crescimento benigno, uma quantidade maior de PSA atinge a corrente sanguínea e pode ser detectada por um exame de sangue.
Em geral, a dosagem de PSA indica o seguinte:
- Até 4 ng/mL: na maioria dos casos, indica ausência de câncer de próstata. Porém, isso não é uma garantia, já que 15% dos homens com PSA abaixo desse valor serão diagnosticados com câncer se fizerem uma biópsia;
- De 4 a 10 ng/mL: indica 25% de chance de ter a doença;
- Acima de 10 ng/mL: indica 50% de chance de ter a doença.
O exame de PSA não substitui o exame de toque retal, pois eles são exames que se complementam e devem ser interpretados em conjunto, oferecendo informações valiosas na investigação da doença.
Biópsia: exame para o diagnóstico de câncer de próstata
Apesar de serem muito úteis para investigar alterações indicativas de câncer de próstata, o exame de toque real e o exame de PSA não são suficientes para confirmar o tumor. Dessa forma, caso esses procedimentos mostrem alterações suspeitas, o médico solicitará uma biópsia para confirmar ou refutar o diagnóstico.
A biópsia é um exame feito com anestesia que dura de 15 a 30 minutos e consiste em coletar pequenos fragmentos da próstata para análise em microscópio. O médico utiliza uma agulha especial, guiada por uma sonda de ultrassom que também é introduzida no reto, e retira cerca de 12 a 18 amostras de tecido glandular.
Em seguida, os fragmentos são enviados para análise em laboratório, permitindo que o diagnóstico de câncer de próstata seja confirmado ou não. Em caso de resultado positivo, o tumor é classificado de acordo com a sua agressividade.
Exames complementares para o diagnóstico de câncer de próstata
A biópsia é o único exame capaz de confirmar o diagnóstico do câncer de próstata, mas alguns exames complementares podem ser úteis na tomada de decisão sobre o acompanhamento ou o tratamento do paciente. Esses exames incluem:
1- Ultrassonografia transretal
Trata-se da mesma sonda de ultrassom utilizada como guia durante a biópsia. A ultrassonografia transretal sozinha não é indicada para confirmar o diagnóstico por ter baixa sensibilidade, mas ela é útil para acompanhar o aumento do volume da próstata.
2 – Ressonância magnética
Este exame utiliza uma combinação de ondas de rádio e ímãs potentes para gerar imagens altamente detalhadas dos órgãos internos.
A ressonância magnética é especialmente útil para avaliar o estágio do câncer de próstata e definir o melhor tratamento, além de poder investigar se o tumor atingiu outros órgãos, como a bexiga e as vesículas seminais.
3 – Tomografia computadorizada
A tomografia computadorizada é um exame avançado que utiliza a tecnologia dos raios-X para produzir imagens do interior do corpo em alta definição. Geralmente, ela é feita com a injeção de um contraste radioativo e serve para investigar possíveis metástases.
4 – Cintilografia óssea
Trata-se de um exame de diagnóstico por imagem que permite visualizar o esqueleto com o auxílio de um contraste, indicando possíveis metástases ósseas (quando o câncer atinge os ossos).
5 – Radioimunocintilografia
Também conhecido como varredura ProstaScint®, esse exame serve para a pesquisa de metástases. Ele utiliza um contraste especial feito com anticorpos que se ligam às células prostáticas localizadas em outras regiões (anticorpos monoclonais) e indicam se o câncer se disseminou, especialmente para os linfonodos.
6 – TRIMprob
O TRIMprob ou sonda de ressonância do tecido interferômetro é uma espécie de escâner que emite ondas eletromagnéticas e auxilia a detecção de alterações na próstata de forma não invasiva. Pouco disponível no Brasil, ele é útil para avaliar a necessidade de fazer uma biópsia.
O CÂNCER DE PRÓSTATA TEM CURA?
Sim, o câncer de próstata tem cura, mas isso depende do estágio em que a doença foi diagnosticada. Quando o tumor é detectado em fase inicial, antes de apresentar sintomas, o tratamento oferece mais de 95% de chances de cura.
Contudo, em caso de diagnóstico tardio, quando o câncer já se disseminou para regiões distantes (metástases), a taxa de sobrevida em cinco anos é de apenas 30%.
ESTÁGIOS DO CÂNCER DE PRÓSTATA
A identificação do estágio em que o câncer de próstata se encontra, conhecida como estadiamento, é fundamental para a escolha do melhor tratamento para o paciente.
Essa classificação é feita de acordo com a dosagem de PSA, as características microscópicas das células cancerosas durante a biópsia (escore de Gleason), o tamanho do tumor, a velocidade de crescimento e as regiões atingidas por ele.
Entre os especialistas, o estadiamento costuma ser feito pelo sistema TNM, que divide o câncer de próstata em estágio T (tumor localizado), estágio N (quando atingiu os linfonodos) e estágio M (quando apresenta metástases). Além disso, cada um desses estágios apresenta subtipos de acordo com os níveis de PSA e o escore de Gleason.
Na prática, porém, uma das formas mais simples de definir os estágios do câncer de próstata é a seguinte:
-
Estágio I: câncer assintomático que pode ser detectado ao acaso, como durante uma ultrassonografia transretal, ou pelo aumento do PSA. Apresenta tamanho pequeno, baixa agressividade e está restrito à próstata;
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Estágio II: também está restrito à próstata, mas é um tumor maior, causa mais sintomas e tem mais chances de se disseminar. Pode ser classificado como IIA (apenas um nódulo) ou IIB (mais de um nódulo);
-
Estágio III: câncer de próstata que atingiu tecidos vizinhos, como vesículas seminais, (IIIA), reto (IIIB) e bexiga (IIIC), mas sem afetar linfonodos e áreas distantes. Apresenta maior chance de voltar depois do tratamento (recidiva);
-
Estágio IV: tumores de próstata que se disseminaram para regiões próximas, como os linfonodos (subtipo IVA), ou regiões distantes, originando metástase em ossos, pulmão e fígado (subtipo IVB). Em geral, o câncer de próstata de estágio IV não tem cura, mas pode ser tratado para oferecer maior qualidade de vida para o paciente.
TRATAMENTOS PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA
A escolha do melhor tratamento para o câncer de próstata depende dos fatores individuais do paciente e do estágio da doença, geralmente seguindo este esquema:
| Estágio do câncer | Opções de tratamento |
| Estágio I | – Cirurgia de remoção da próstata
– Radioterapia externa e/ou interna
– Observação ativa |
| Estágio II | – Cirurgia de remoção da próstata
– Radioterapia externa e/ou interna
– Observação ativa |
| Estágio III | – Radioterapia externa e terapia hormonal
– Radioterapia externa e interna e terapia hormonal
– Cirurgia de remoção da próstata com ou sem remoção dos linfonodos, associada ou não à radioterapia e/ou terapia hormonal |
| Estágio IV | – Terapia hormonal
– Terapia hormonal e quimioterapia
– Terapia hormonal e radioterapia externa
– Quimioterapia
– Cirurgia paliativa
– Tratamento para metástases ósseas |
Saiba como funciona cada tipo de tratamento para o câncer de próstata, incluindo suas vantagens e desvantagens:
Cirurgia de remoção da próstata (prostatectomia radical)
Consiste na retirada de toda a próstata e as vesículas seminais, incluindo ou não os linfonodos. Pode ser feita com técnicas tradicionais (aberta), por vídeo (laparoscopia) ou por robô. Todos os métodos cirúrgicos oferecem taxas de cura parecidas, mas as técnicas mais modernas têm menos sangramentos no período de recuperação.
Suas principais complicações são a disfunção erétil, que acontece em 30% a 60% dos casos, principalmente em homens com mais de 65 anos, e a incontinência urinária em até 10% dos pacientes. Além disso, a cirurgia corta a comunicação entre os testículos e a uretra, impedindo a saída dos espermatozoides e a geração de filhos por meios naturais.
A dosagem de PSA pode se tornar indetectável depois da cirurgia. Se os valores aumentarem novamente, indicando uma recidiva do tumor, ela pode ser tratada com radioterapia.
A prostatectomia radical pode ser empregada em associação com radioterapia externa e/ou com terapia hormonal em casos mais avançados para aumentar as chances de cura e reduzir o risco de retorno da doença.
Radioterapia externa
Trata-se da irradiação da próstata feita externamente. Em geral, o tratamento é feito durante sete a oito semanas.
Os procedimentos mais modernos permitem direcionar os raios quase exclusivamente para a próstata. Porém, estima-se que até 15% dos pacientes apresentam inflamações no reto e na bexiga, podendo causar problemas intestinais e urinários.
A radioterapia externa ainda pode causar disfunção erétil em 25% a 50% dos casos e incontinência urinária grave em até 5%.
Radioterapia interna (braquiterapia)
É um tipo de radioterapia que consiste na colocação de pequenas fontes radioativas no interior da próstata, indicado apenas para tumores de pequeno porte, de evolução lenta e com PSA inferior a 10 ng/mL.
O procedimento para a introdução das fontes radioativas é feito com anestesia e não necessita de internamento. As complicações são menos intensas do que na radioterapia externa.
Observação ativa
Para homens mais velhos (acima de 75 anos) ou com outros problemas graves de saúde, a melhor opção pode ser não realizar nenhum tratamento imediato em caso de câncer de próstata de baixa agressividade, poupando o paciente dos efeitos colaterais.
Em vez disso, o médico pode optar pela observação ativa, observação vigilante, vigilância ativa ou conduta expectante, termos que se referem ao acompanhamento sistematizado do paciente com a realização de exames para monitorar a evolução do tumor.
Dessa forma, evitam-se todos os efeitos colaterais dos demais tratamentos ao mesmo tempo em que ainda será possível intervir precocemente se necessário.
A observação continuada não é uma opção para tumores de crescimento rápido ou que já se espalharam e não costuma ser considerada no caso de homens jovens com expectativa de vida de mais 20 ou 30 anos e sem outros problemas de saúde significativos.
Terapia hormonal (hormonioterapia)
Consiste no uso de medicamentos orais e injetáveis para reduzir os níveis e/ou os efeitos dos hormônios masculinos testosterona e di-hidrotestosterona, que aceleram o crescimento do tumor.
A terapia hormonal sozinha não cura o câncer de próstata, mas é capaz de paralisar seu crescimento e reduzir o tamanho do tumor, aumentando a eficácia da radioterapia e da cirurgia em casos mais avançados e quando o câncer se espalhou.
Devido ao bloqueio da ação da testosterona, a hormonioterapia provoca efeitos colaterais como redução da libido, impotência sexual, perda da massa muscular, crescimento das mamas, ondas de calor, ganho de peso e depressão.
Quimioterapia
Trata-se da administração de medicamentos orais ou injetáveis para combater as células cancerosas, geralmente indicada quando o câncer de próstata apresenta metástase.
Até pouco tempo atrás, a quimioterapia era utilizada quando o tumor era resistente à terapia hormonal.
Mais recentemente, porém, constatou-se que o uso simultâneo dos dois tratamentos oferece maior qualidade de vida e redução da dor para pacientes com câncer de próstata em estágio avançado com metástases nos ossos, pulmões ou fígado.
As desvantagens da quimioterapia incluem efeitos colaterais como perda do cabelo, feridas na boca, náuseas, vômitos, diarreia, fadiga extrema e queda da imunidade.
Tratamento para metástases ósseas
É o tratamento específico para quando o câncer de próstata atinge os ossos. Pode utilizar radiofármacos, medicamentos bifosfonados e radioterapia externa.
PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA
A prevenção do câncer de próstata consiste em minimizar os fatores de risco para essa doença. Não é possível eliminar fatores como idade, etnia e influência genética, mas existem algumas medidas relacionadas ao estilo de vida que podem reduzir as chances de desenvolver esse tumor, incluindo:
- Tenha uma alimentação saudável: evite produtos ultraprocessados e dê preferência a frutas, legumes, verduras, cereais integrais e leguminosas como o feijão, reduzindo o consumo de carne vermelha. Sabe-se que o tomate e o molho de tomate são especialmente benéficos para prevenir o câncer de próstata;
- Pratique atividades físicas: movimentar o corpo regularmente melhora todo o seu funcionamento, ajudando a prevenir o câncer de próstata e outras doenças. Recomenda-se fazer pelo menos 30 minutos de exercícios todos os dias;
- Controle o peso: a alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos são essenciais para a manutenção de um peso saudável. Homens acima do peso têm mais chance de desenvolver a doença;
- Não fume: o tabagismo costuma ser associado ao câncer de pulmão, mas ele aumenta as chances de desenvolver diversos outros tipos de câncer e eleva o risco de morte pelo câncer de próstata;
- Evite o álcool: não existem níveis considerados seguros para o consumo de bebidas alcoólicas. O álcool está relacionado a um aumento no risco de câncer de próstata, principalmente quando associado ao cigarro.
Além disso, é essencial estar em dia com as consultas e exames de rotina. Embora os exames de rastreamento do câncer de próstata, como o exame de toque retal e a dosagem de PSA, não sejam uma medida de prevenção direta, sua realização periódica é a única maneira de detectar a doença em estágio inicial.
Os homens devem adotar o hábito de ir ao médico com frequência, mesmo sem apresentar sintomas, pois o câncer de próstata diagnosticado de forma precoce necessita de tratamentos menos agressivos e oferece mais chances de cura.
Dessa forma, recomenda-se procurar o urologista para avaliar a necessidade de fazer exames específicos para o câncer de próstata a partir dos 50 anos no caso de homens sem fatores de risco e a partir dos 45 anos para homens negros, obesos ou com histórico familiar da doença.
Fonte(s): Instituto Vencer Câncer [1] e [2] ,American Cancer Society, National Cancer Institute, SBOC e SBU.
18/06/2024 • há 4 meses