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Misturar remédios com álcool faz mal à saúde?

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Você tem uma super festa para ir no fim de semana, mas está tomando algum medicamento? Nesse caso, antes de sair bebendo todas, é melhor se perguntar se misturar remédios com álcool faz mal à saúde.

Vamos ser sinceros: há casos em que o consumo moderado e ocasional de bebidas alcoólicas não altera o efeito do medicamento. Contudo, em algumas situações, o uso está contraindicado e pode sim prejudicar sua saúde – algo que vai além do simples “cortar o efeito” e pode até levar a óbito.

Como o álcool age no organismo e modifica a ação dos medicamentos

Para esclarecer se misturar remédios com álcool faz mal à saúde, é preciso antes entender como o medicamento funciona no organismo.

Para que o medicamento faça o efeito desejado, é preciso que ele seja absorvido para a corrente sanguínea e cheguem ao local em que o seu efeito é esperado. Em seguida, ele deve ser metabolizado pelo fígado e então eliminado pela urina e pelas fezes. Essas etapas precisam ocorrer de maneira adequada para que o tratamento seja efetivo e seguro. O álcool, no entanto, pode interferir em alguns desses processos.

Quando ingerimos bebida alcoólica, a velocidade do esvaziamento do estômago se altera. Com isso, também vai haver uma alteração na velocidade de absorção do medicamento, modificando sua chegada à corrente sanguínea, o que pode diminuir o efeito sobre a doença e aumentar as reações adversas.

O álcool pode também sobrecarregar o fígado, pois a bebida é processada pelas mesmas enzimas que metabolizam os medicamentos. Assim, quando ocorre um consumo simultâneo, existem menos enzimas “livres” para metabolizar o remédio, de forma que ele fica agindo por mais tempo. Isso, porém, não significa que o efeito será mais duradouro, mas sim que há um risco maior de intoxicações.

E, por último, por ter um efeito diurético, o álcool aumenta a quantidade de sangue que é filtrada pelos rins, alterando a etapa de eliminação de medicamento. Essa modificação faz com que o medicamento fique menos tempo no organismo do que o necessário, diminuindo seu efeito.

Os riscos de misturar remédios e álcool nem sempre são iguais

Essas alterações na metabolização e na eliminação dos remédios causadas pelas bebidas alcoólicas podem variar de acordo com as condições individuais de saúde, o tipo do medicamento e a quantidade ingerida de álcool.

Assim se o uso é feito de vez em quando e em pequenas doses, de maneira geral pode não haver grandes efeitos adversos com a maior parte dos medicamentos. Entretanto, a situação é diferente quando se consome uma quantidade muito grande de bebida alcoólica uma única vez.

Misturar remédios com álcool faz mal também quando o uso da bebida é feito de maneira sistemática, como nos casos de alcoolismo. Outro fator a ser considerado são grupos especiais de pessoas, como gestantes, idosos, pessoas com doenças no fígado e nos rins e imunidade baixa. Nessas situações, há ainda mais riscos de intoxicação e lesões no fígado.

Os efeitos de misturar bebidas alcoólicas com diferentes remédios

Tomar uma latinha de cerveja ou uma taça de vinho provavelmente não vai “cortar o efeito” do medicamento nem causar um mal maior – desde que a pessoa não tenha problemas graves de saúde.

Porém, consumir uma quantidade de bebida maior do que essa pode dar origem a diferentes efeitos colaterais dependendo do tipo do remédio. Veja algumas combinações e os riscos que elas apresentam:

1. Álcool + analgésicos e anti-inflamatórios

A mistura de paracetamol e mais de duas doses de bebidas alcoólicas deve ser evitada não porque “corta o efeito”, mas sim porque pode causar danos no fígado – já que essa glândula é responsável pela metabolização das duas substâncias e pode ficar sobrecarregada.

No caso da aspirina e dos anti-inflamatórios não esteróides (ibuprofeno, nimesulida, piroxicam etc.), o uso simultâneo poder causar irritação no estômago, sangramento gástrico e úlceras.

2. Álcool + antibióticos

Desta vez, aquela história de “cortar o efeito” é verdadeira: um copo de cerveja pode não trazer grandes prejuízos, mas um consumo mais significativo de álcool pode acelerar a eliminação do antibiótico e prejudicar sua ação, favorecendo a resistência bacteriana.

Além disso, vale lembrar que a mistura é bastante desaconselhada quando o paciente está fazendo um tratamento com metronidazol, tinidazol e sulfametoxazol + trimetropina, por exemplo. As reações adversas incluem cólicas abdominais, náuseas, vômitos, dores de cabeça, queda de pressão e desmaio.

3. Álcool + anti-histamínicos

Os anti-histamínicos de primeira geração (hidroxizina, clemastina e difenidramina, entre outros), utilizados no tratamento de alergias, apresentam a sonolência como um de seus efeitos colaterais mais conhecidos.

Essa reação adversa pode piorar se o paciente tomar bebidas alcoólicas junto com o medicamento. Nesse caso, a mistura é perigosa principalmente por aumentar o risco de acidentes no trânsito e na operação de máquinas.

4. Álcool + anti-hipertensivos

A combinação de remédios para pressão alta (alfametildopa, hidralazina, reserpina etc.) com as bebidas alcoólicas pode acentuar os efeitos do medicamento e causar uma crise hipotensiva, caracterizada por pressão muito baixa, tonturas e desmaios.

5. Álcool + insulina

A mistura de álcool e insulina (usada no tratamento da diabetes) pode levar a uma crise de hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue), causando tontura, tremor, confusão mental, ansiedade, taquicardia e desmaio.

6. Álcool + antidepressivos, ansiolíticos e outros medicamentos controlados

A combinação de álcool e medicamentos para tratar a depressão, a ansiedade e o transtorno obsessivo-compulsivo, entre outros transtornos mentais, pode causar aumento da sonolência, diminuição das habilidades motoras e da memória e aumento do risco de quedas.

Os casos mais graves geralmente estão relacionados à mistura de álcool com medicamentos benzodiazepínicos (clonazepam, oxazepam, alprazolam etc.) e barbitúricos (fenobarbital), pois ela pode causar parada respiratória e levar à morte.

Depois de tudo isso, ficou mais fácil entender por que misturar remédios com álcool faz mal à saúde e vai além de apenas “cortar o efeito”, certo? Como os prejuízos variam conforme a quantidade de bebida ingerida e o tipo de medicamento, é melhor não arriscar. Em caso de dúvidas, sempre busque informações com o médico ou o farmacêutico sobre a melhor forma de fazer seu tratamento.

Fonte(s): Minhavida, Viverbem, Super Interessante e Guia do Corpo.

Tags: Saúde, cuidado do corpo, medprev, hospital, clínicas, agendamento, remédio, álcool, medicamentos,

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24/02/2022   •   há 2 anos


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