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Qual a diferença entre raio-X, tomografia, ressonância e ultrassom?

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Raio-X, tomografia, ressonância e ultrassom são exames de diagnóstico por imagem, isto é, técnicas que permitem a visualização do interior do corpo para a detecção ou avaliação de uma anormalidade sem a necessidade de cortes e cirurgias.

Embora esses quatro métodos tenham o mesmo objetivo final, eles se distinguem pela forma como funcionam e por suas indicações. Saiba mais sobre eles para entender a diferença entre raio-X, tomografia, ressonância e ultrassom:

1. Raio-X

Também chamado de radiografia, o raio-X é o exame de imagem mais antigo. Ele consiste na aplicação de uma radiação ionizante, capaz de atravessar alguns tecidos do corpo e de ser absorvida por outros, para gerar “fotografias”.

Para fazer esse exame, o paciente é posicionado de forma que a região a ser estudada fique na direção do feixe de raios-X emitido por uma máquina. A porção desses raios que não for absorvida pelo corpo chega até um detector digital ou filme fotográfico, onde ela dá origem a imagens em duas dimensões.

Como tecidos mais densos (ossos e dentes) absorvem a radiação e bloqueiam sua passagem, eles aparecem nas imagens em um tom bem claro e brilhante. Assim, se houver algum tipo de alteração, como uma fratura, ela poderá ser visualizada porque deixará uma marca escura na “fotografia”.

Para que serve o raio-X?

Os principais usos do raio-X são:

  • Dentes: detecção de cáries, infecções, quebras e má oclusão;
  • Ossos e articulações: diagnóstico de inflamações, infecções, fraturas e câncer;
  • Pulmão: investigação de pneumonia, tuberculose e tumores.

2. Tomografia

Também chamada de tomografia computadorizada, a tomografia é uma espécie de “evolução” dos raios-X, que são combinados com softwares de computador para produzir imagens tridimensionais e altamente detalhadas.

Durante o exame, o paciente se deita em uma maca que desliza para dentro do tomógrafo, uma máquina em formato de anel que contém uma fonte de raios-X e um detector. Esse anel gira ao redor do paciente para que a radiação incida em diferentes ângulos, dando origem a cerca de 600 imagens em duas dimensões.

Em seguida, essas “fotografias” são combinadas com o auxílio do computador, formando imagens tridimensionais de alta resolução, muito mais detalhadas do que as radiografias simples. Na maior parte dos exames, utiliza-se um contraste para dar mais nitidez às imagens.

Para que serve a tomografia?

A tomografia permite a detecção de uma infinidade de alterações em praticamente todas as regiões do corpo. Alguns de seus principais usos são:

  • Crânio: identificação de infecções, sangramentos, traumatismo craniano e câncer de cérebro;
  • Face: estudo de alterações das cavidades nasais e seios da face, como a sinusite;
  • Abdômen: detecção de inflamações e infecções em todos os órgãos (apendicite, pancreatite, diverticulite etc.), cirrose, gordura no fígado, pedra no rim e câncer e metástase em diversos órgãos;
  • Tórax: diagnóstico de pneumonia, tuberculose, enfisema pulmonar e câncer de pulmão;
  • Coluna: visualização de desvios, hérnia de disco, ruptura discal, fraturas e tumores.

3. Ressonância

Assim como a tomografia, a ressonância ou ressonância magnética é um exame muito avançado que permite a investigação de uma série de anormalidades por meio de imagens tridimensionais com um alto nível de detalhamento.

Porém, diferente da tomografia e da radiografia, a ressonância não utiliza raios-X para formar as imagens, mas sim um campo magnético e ondas de radiofrequência. Quando o paciente entra na máquina em formato de tubo, essas tecnologias provocam uma reação dos átomos de hidrogênio dos tecidos, os quais emitem sinais que variam conforme sua natureza.

Esses sinais são convertidos em centenas de “fotografias” em duas dimensões, e elas são então combinadas para formar imagens tridimensionais de alta resolução. A maior parte das ressonâncias faz uso de contraste para conferir mais nitidez às imagens.

Para que serve a ressonância?

Da mesma forma que a tomografia, a ressonância magnética é útil na investigação de diversos tipos de anormalidades em praticamente todo o corpo. Conheça suas principais possibilidades de diagnóstico:

  • Alterações vasculares: aneurisma, aneurisma roto, AVC (derrame), infarto, hemorragia, coágulos e trombose;
  • Distúrbios neurológicos: esclerose múltipla, epilepsia, toxoplasmose, mal de Alzheimer;
  • Alterações nos órgãos do abdômen: apendicite, pedra na vesícula, perfuração de vísceras, pancreatite, pedra nos rins, malformação renal e câncer;
  • Pelve feminina: infecção de bexiga, endometriose, mioma uterino, câncer de útero e de ovário;
  • Pelve masculina: infecção urinária e câncer de próstata;
  • Lesões ortopédicas: tendinite, bursite, hérnia de disco, rompimentos e fraturas.

4. Ultrassom

Ultrassom é o exame que utiliza ondas sonoras de altíssima frequência para obter imagens do interior do corpo. Ele difere do raio-X, da tomografia e da ressonância por ser seguro para embriões e fetos; por isso, um de seus principais usos é o acompanhamento da gestação.

Também conhecido como ultrassonografia ou ecografia, este exame é realizado com uma ponteira que desliza pela pele com o auxílio de um gel. Essa ponteira emite as ondas de ultrassom, as quais atravessam a pele e são refletidas pelas diferentes estruturas internas, gerando um eco que é convertido em imagens.

Como esse eco muda de acordo com a densidade e a natureza de cada tecido, as imagens apresentam várias intensidades de cinza, permitindo a diferenciação das estruturas.

Para que serve o ultrassom?

O ultrassom permite a observação do funcionamento de um órgão em tempo real e a identificação de anormalidades e lesões, incluindo inflamações, infecções, cistos, nódulos, obstruções e tumores. Assim, alguns de seus principais usos são:

  • Saúde reprodutiva feminina: avaliação do útero, ovários e tubas uterinas, estudo da ovulação, auxílio em tratamentos de fertilização, pesquisa de miomas e tumores;
  • Saúde reprodutiva masculina: estudos dos órgãos reprodutores para a detecção de inflamações, hematomas, sangramentos, hérnias, varicocele e tumores;
  • Gestação: confirmação da gestação, cálculo da idade gestacional, monitoramento do desenvolvimento do embrião e do feto, avaliação dos órgãos do bebê e identificação do sexo (ultrassom morfológico), detecção do nível de líquido amniótico e condições da placenta;
  • Órgãos abdominais: investigação de dores, detecção de alterações em órgãos como fígado, vesícula biliar, pâncreas, baço, apêndice, rins e bexiga, pesquisa de tumores;
  • Lesões ortopédicas em tecidos moles: pesquisa de lesões em ligamentos e cartilagens de articulações como ombro, cotovelo, punho, quadril, joelho, tornozelo etc.;
  • Glândulas: estudo de órgãos como tireoide e próstata para detecção de nódulos, avaliação de tamanho, identificação de tumores e outras causas de distúrbios hormonais.

Como saber de qual exame você precisa?

A escolha entre os exames de raio-X, tomografia, ressonância e ultrassom depende das características do paciente e dos sinais e sintomas percebidos na avaliação clínica. Por isso, somente o médico pode decidir qual dessas técnicas pode oferecer mais detalhes para o estabelecimento do diagnóstico.

Fonte(s): Hospital Albert EinsteinBaby Center e Abril Saúde

18/06/2024   •   há 5 meses