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Gastrite

6 tipos de gastrite

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Sentir desconfortos na região do estômago, principalmente após o consumo de determinados alimentos, é muito comum. Porém, quando os sintomas surgem de forma prolongada e aumentam de intensidade ao longo do tempo, precisam de atenção.

Para saber mais sobre os 6 tipos de gastrite e como a inflamação se desenvolve no estômago, confira o post até o final!

O que é gastrite?

O estômago faz parte do sistema digestivo, armazenando uma quantidade de comida durante um período de tempo determinado antes de enviá-la para o intestino.

Esse órgão é revestido pela mucosa gástrica, que protege o estômago através do muco alcalino. Assim, impede que as enzimas da digestão e o ácido clorídrico (responsável por produzir o suco gástrico) danifiquem a parede do órgão.

A gastrite é uma condição no qual a mucosa gástrica do estômago sofre com uma inflamação devido a diversos fatores, como:

  • infecção;
  • excesso do consumo de bebidas alcoólicas;
  • estresse.

Existem gastrites de vários tipos, níveis de gravidade e características, além de serem resultado de causas específicas.

Entendendo melhor suas diferenças, é possível obter suporte médico adequado para diagnóstico e tratamento.

Independente do tipo de gastrite, é importante entender que o tratamento engloba a análise do histórico de saúde do paciente e a realização de exames (como endoscopia digestiva alta).

Para quem suspeita de um possível desenvolvimento da doença, é indicado buscar profissionais como clínico geral ou gastroenterologista.

Quais são os tipos de gastrite?

Independente da gastrite, há alguns sintomas que são comuns, como:

  • dor no estômago;
  • má digestão;
  • sensação de estômago cheio;
  • náuseas;
  • vômitos.

1. Gastrite aguda

A gastrite aguda é uma forma temporária de inflamação da mucosa gástrica e que surge repentinamente.

Suas causas podem englobar:

  • uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs);
  • infecções bacterianas (H. pylori);
  • estresse severo;
  • lesões físicas no estômago;
  • consumo excessivo de álcool.

Os sintomas da gastrite aguda variam de leves a moderados, podendo incluir:

  • azia;
  • queimação estomacal;
  • sangramento gastrointestinal;
  • dores abdominais.

Seu diagnóstico é feito por um médico gastroenterologista, que baseia-se nos sintomas do paciente e também na análise dos exames complementares.

O tratamento visa aliviar os sintomas e erradicar o problema, permitindo assim que a mucosa do estômago se recupere.

Entre as principais frentes de tratamento, destacam-se:

  • Mudanças na dieta do paciente - recomenda-se evitar alimentos que possam, de alguma forma, irritar o estômago, incluindo alimentos muito gordurosos, café, refrigerantes e álcool. Além disso, é importante fracionar as refeições como forma de não sobrecarregar o estômago;
  • Medicamentoso - nessa forma de tratamento, podem ser incluídos medicamentos que visam diminuir a produção de ácido no estômago, além de antibióticos (caso for detectada a presença da bactéria H.pylori no organismo).

Com o tratamento adequado, a gastrite aguda pode ser curada em um curto período de tempo. É essencial enfatizar que tanto a mudança de alimentação quanto o cuidado medicamentoso precisam de orientação profissional e acompanhamento médico, já que cada pessoa possui suas próprias características.

2. Gastrite crônica

A gastrite crônica trata-se de uma condição de longa duração, podendo durar meses, ou até anos. Dentro dessa categoria, existem dois subtipos: gastrite crônica superficial e gastrite crônica atrófica.

Gastrite crônica superficial

A gastrite crônica superficial afeta as camadas mais superficiais da mucosa gástrica. Os seus sintomas podem ser leves ou ausentes, mas incluem:

  • consumo excessivo de álcool;
  • náuseas;
  • perda de apetite.

Suas causas são comuns a todos os outros tipos de gastrite.

Gastrite crônica atrófica

A gastrite atrófica é um tipo de inflamação mais grave que não afeta apenas as camadas superficiais, mas também as camadas mais profundas da mucosa gástrica.

Suas causas estão ligadas a uma resposta autoimune no qual o corpo ataca as células saudáveis do estômago.

Assim, essa condição pode levar à destruição das células produtoras de ácido clorídrico, substância necessária para a digestão adequada e absorção da vitamina B12.

Os sintomas da gastrite atrófica são parecidos com a gastrite aguda e incluem:

  • fadiga;
  • anemia;
  • fraqueza.

3. Gastrite erosiva

A gastrite erosiva é caracterizada pela formação de erosões ou úlceras superficiais na mucosa gástrica.

Existem diversas causas para o seu aparecimento, sendo a mais comum o uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios.

Os sintomas da gastrite erosiva podem variar, mas geralmente incluem:

  • perda de apetite;
  • vômitos;
  • náuseas;
  • sangramento gastrointestinal (menos comum).

Inclusive, os sangramentos podem se apresentar na forma de fezes escuras ou corrimentos (que muitas vezes são detectados apenas em exames laboratoriais).

Para o diagnóstico, são utilizados exames físicos como a endoscopia digestiva alta. Ela permite que o médico visualize o revestimento do estômago, identificando assim as lesões erosivas.

Se há suspeita de infecção pela bactéria H. pylori, podem ser realizados exames de sangue para confirmação do diagnóstico.

O tratamento inclui a utilização de antibióticos (quando a causa for infecção) e interrupção no uso de medicamentos (quando a causa está ligada ao uso contínuo de AINEs).

Além do tratamento indicado pelo médico, recomenda-se adotar uma alimentação em que alimentos que irritam o estômago sejam evitados.

4. Gastrite autoimune

A gastrite autoimune ocorre quando o sistema imunológico ataca as células que produzem ácido clorídrico no estômago, sendo do tipo crônico.

Suas causas ainda não são bem compreendidas pela medicina; porém, sabe-se que fatores imunológicos e genéticos têm papel fundamental em seu aparecimento.

Seus sintomas variam, mas incluem, principalmente:

  • anemia (por deficiência em vitamina B12);
  • perda de peso gradual;
  • fadiga;
  • fraqueza.

Para o tratamento da doença, o médico responsável pode incluir suplementos de vitamina B12 e também a administração de medicamentos para reduzir a inflamação.

Em alguns casos raros e graves, o quadro de saúde pode contribuir para o câncer de estômago, o que pode exigir intervenção cirúrgica. Contudo, isso é reservado para situações no qual o organismo não responde adequadamente ao tratamento medicamentoso.

5. Gastrite química

A gastrite química ocorre quando o revestimento do estômago é irritado ou danificado por substâncias químicas. Entre algumas das causas relacionadas a esse tipo, estão:

  • consumo excessivo de álcool;
  • uso indevidos de medicamentos (automedicação);
  • exposição a produtos químicos ou corrosivos;
  • ingestão de substâncias tóxicas.

Os sintomas deste tipo de gastrite variam de acordo com a substância envolvida, mas podem incluir:

  • dor abdominal;
  • náuseas;
  • vômitos;
  • queimação no estômago.

O tratamento da gastrite química envolve a remoção da substância irritante, além da administração de medicamentos que aliviam os sintomas e promovem a cicatrização de toda a mucosa gástrica.

6. Gastrite alérgica

Também conhecida como gastrite eosinofílica, a gastrite alérgica é uma forma rara de gastrite que ocorre devido a reações alérgicas a certos tipos de alimentos.

Em suma, nessa condição, o sistema imunológico reage exageradamente a determinados alimentos, resultando em uma resposta inflamatória estomacal. A doença costuma comumente afeta crianças, embora possa ocorrer também na fase adulta.

Entre os principais alimentos que desencadeiam a reação alérgica, estão:

  • ovos;
  • trigo;
  • leite de vaca;
  • peixes;
  • frutos do mar.

Embora alguns ingredientes comumente desencadeiem a doença, é preciso lembrar que qualquer alimento pode causar alergia.

Entre os principais sintomas da gastrite alérgica estão:

  • Dificuldade de se alimentar - as crianças podem ter aversão a alguns alimentos, recusando-se a comer e tendo como consequência a perda de peso;
  • Diarreia ou prisão de ventre - a inflamação no estômago dificulta o funcionamento de todo o sistema digestivo, por essa razão, a diarreia e a prisão de ventre podem ser muito comuns;
  • Sintomas alérgicos - podem ocorrer reações alérgicas adicionais, principalmente no caso de crianças. Entre os sinais comuns, estão as erupções cutâneas, coceira, inchaço nos lábios, dificuldade respiratória e até mesmo a anafilaxia (reação alérgica grave que necessita de intervenção médica imediata);
  • Dores abdominais fortes;
  • Refluxo gastroesofágico - no qual há a regurgitação de alimentos líquidos do estômago para o esôfago, causando sensações de queimação e azia.

Para realizar o diagnóstico da gastrite alérgica, o médico responsável pode utilizar o método da exclusão. Esse método baseia-se na remoção de prováveis agentes geradores da infecção estomacal até concluir a possível causa da doença.

Inclusive, podem ser necessários exames adicionais, como a realização da endoscopia digestiva alta ou da biópsia (para identificação de eosinófilos, células inflamatórias que são encontradas na presença da gastrite alérgica).

Conclusão

Como descrito anteriormente, existem diversos tipos de gastrite e cada uma possui suas próprias características e sintomas.

O diagnóstico preciso requer sempre uma avaliação médica adequada e pode incluir exames laboratoriais, endoscopia digestiva alta e testes específicos para identificar a presença dos agentes infecciosos.

Ao identificar sintomas com recorrência e variação de intensidade, é essencial buscar ajuda médica. O diagnóstico precoce é essencial para evitar o agravamento da doença, independente do seu tipo.

02/08/2023   •   há 9 meses