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6 sintomas de úlcera gástrica

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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A úlcera é uma ferida que pode aparecer em qualquer local do organismo, incluindo pele e também no estômago. Neste último, surge devido à ação de ácidos estomacais nas paredes do órgão, causando feridas e sintomas que comprometem a qualidade de vida do indivíduo.

Conhecida como úlcera gástrica, as causas para o seu aparecimento são inúmeras. A mais comum, que abrange grande parte dos diagnósticos, é a infecção pela Helicobacter pylori.

A doença debilita a mucosa protetora do estômago, permitindo que o ácido estomacal danifique o tecido do órgão.

Saiba mais sobre os 6 sintomas de úlcera gástrica a seguir.

6 sintomas de úlcera gástrica

Os sintomas da úlcera gástrica costumam ser bastante desagradáveis e desconfortáveis.

A intensidade da dor, assim como a gravidade, são proporcionais ao tamanho da úlcera. Por essa razão, é fundamental buscar ajuda médica, como a de um gastroenterologista, assim que os sintomas se manifestarem.

1. Azia e indigestão

A azia é uma sensação de queimação que tem origem na parte superior do abdômen, subindo em direção ao peito e à garganta. Pode estar ligada também à indigestão de alguns alimentos.

Em quadros de úlcera gástrica, ocorre, principalmente, após as refeições (devido à ação do suco gástrico) e pode ser aliviada de forma momentânea com a ingestão de líquidos.

2. Dores abdominais

As dores abdominais são um sintoma central de um quadro de úlcera gástrica. Geralmente, a dor localiza-se na região superior do abdômen, logo abaixo do osso esterno.

Essa dor costuma variar muito em intensidade, podendo ser desde uma pequena sensação de queimação, até uma dor mais intensa e latejante.

Além disso, piora quando o estômago está vazio ou no intervalo entre as refeições.

Nestas situações, o ácido estomacal entra em contato direto com a úlcera gástrica, causando este desconforto.

3. Perda de peso sem motivo aparente

Entre os vários danos que a úlcera gástrica causa no organismo, o que mais se destaca é o potencial de afetar o apetite e a capacidade de absorção de nutrientes.

Dessa forma, o paciente perde peso sem explicação aparente, especialmente quando não busca ajuda médica ou quando os sintomas persistem.

4. Náuseas e/ou vômitos

As náuseas costumam estar presentes em quadros de úlcera gástrica. Seu aparecimento está ligado ao aumento de produção de ácido clorídrico no estômago.

Como consequência, ocorre uma irritação adicional no revestimento do órgão, levando a náuseas.

Esses sintomas ainda podem vir acompanhados de vômitos, ocorrendo principalmente após as refeições.

5. Hemorragia

Embora não seja tão comum quanto os sintomas descritos anteriormente, a úlcera gástrica pode levar a hemorragias internas no estômago. Isto resulta em fezes mais escuras ou vômitos acompanhados de sangue.

Trata-se de um sintoma grave e requer atenção médica imediata.

6. Inchaço abdominal

O inchaço abdominal costuma aparecer mesmo após o indivíduo consumir pequenas quantidades de alimentos.

Isto ocorre pelo fato da úlcera gástrica afetar a capacidade do estômago de se esvaziar naturalmente.

Este processo é conhecido como desaceleração do esvaziamento gástrico e pode levar a desconfortos e náuseas após as refeições.

Afinal, o que é úlcera gástrica?

O estômago é revestido naturalmente por um muco espesso que protege o órgão contra os ácidos produzidos na digestão dos alimentos.

A úlcera gástrica ocorre quando esta proteção apresenta falhas, seja devido a uma quantidade elevada de produção de ácido estomacal ou à quantidade de muco reduzida.

Assim, o órgão torna-se vulnerável, havendo a formação de feridas ou lesões agudas que se desenvolvem na camada mais superficial da mucosa estomacal.

A úlcera gástrica é uma doença crônica, podendo afetar de 5% a 10% da população mundial.

Tipos de úlcera

Existem, atualmente, três tipos de úlceras que afetam o sistema digestivo: a úlcera gástrica, a úlcera esofágica e a úlcera duodenal.

A úlcera gástrica é aquela que ocorre dentro do estômago. Sua principal causa é a infecção por Helicobacter pylori, que danifica a camada protetora do órgão. Este dano permite que o ácido gástrico cause erosão nas paredes do estômago.

A úlcera esofágica se desenvolve na mucosa do esôfago (tubo que conecta a garganta ao estômago). Geralmente, está ligada ao consumo excessivo de álcool, além de tabagismo e condições autoimunes.

Já a úlcera duodenal é aquela formada na mucosa do duodeno. Assim com a úlcera gástrica, tem como principal agente causador a infecção por Helicobacter pylori. Condições emocionais como o estresse também contribuem para o seu desenvolvimento.

Causas

As causas para a úlcera gástrica envolvem, basicamente, três situações:

  • infecção por H. pylori;
  • uso contínuo de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs);
  • tabagismo e/ou álcool.

Infecção por H. pylori

A Helicobacter pylori é uma bactéria que habita o revestimento do estômago e também do intestino. Ela é capaz de sobreviver e se reproduzir em um ambiente extremamente ácido.

Sua alimentação é composta por mucosa gástrica (o que a torna responsável pelo aparecimento das úlceras gástricas), além de aminoácidos, açúcares, lipídios e proteínas.

Não se sabe ao certo como se dá a contaminação com a mesma. Contudo, estima-se que isso possa acontecer por meio de contato direto (saliva de pessoas que já tenham a bactéria no organismo) ou pela má qualidade da alimentação.

Assim, a H. pylori infecta todo o revestimento estomacal, enfraquecendo as defesas do órgão e permitindo que o ácido gástrico cause danos à mucosa.

Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides

Comumente abreviados por AINEs, os medicamentos anti-inflamatórios não esteroides são uma classe de medicamentos amplamente utilizados para o alívio da dor, redução da inflamação e controle da febre.

Basicamente, sua principal ação está em inibir uma enzima chamada COX (ciclooxigenase), que está envolvida na resposta inflamatória do organismo humano. Ao bloquear essa enzima, este medicamento reduz a inflamação e os sintomas associados.

Em relação à úlcera gástrica, os AINEs podem irritar ou diminuir a capacidade do estômago de proteger-se contra os efeitos corrosivos do ácido, facilitando assim o aparecimento da doença.

Tabagismo e álcool

O tabagismo e o álcool desempenham papéis significativos no desenvolvimento das úlceras gástricas. São hábitos não saudáveis que afetam o sistema digestivo de muitas maneiras, facilitando inclusive o aparecimento do câncer.

Em relação ao tabagismo, as interferências ocorrem da seguinte forma:

  • Produção de ácido gástrico - o tabagismo aumenta a produção de ácido clorídrico no estômago, causando irritação na mucosa gástrica;
  • Aumento de risco de infecção por H. pylori;
  • Retardo na cicatrização - fumar retarda o processo de cicatrização das úlceras gástricas, aumentando também o risco de complicações;
  • Redução do fluxo sanguíneo - o tabagismo pode ainda retardar o fluxo sanguíneo para áreas do estômago, diminuindo sua capacidade de recuperação frente a lesões.

Já em relação aos efeitos negativos do álcool, pode haver:

  • Redução na proteção da mucosa estomacal;
  • Aumento na produção de ácido - o consumo exagerado de álcool estimula a produção excessiva de ácido gástrico;
  • Irritação da mucosa - o álcool irrita diretamente o estômago, contribuindo para a formação de úlceras e agravando também as que já existem.

Diagnóstico

O diagnóstico da úlcera gástrica é baseado nos sintomas relatados pelo paciente e nos resultados de exames. Em relação aos exames, existem 3 mais comuns:

  • Endoscopia digestiva alta - através de uma sonda inserida pela boca do paciente, o médico visualiza todo o revestimento do estômago, detectando as úlceras;
  • Biópsia - caso a úlcera seja detectada, o médico pode realizar a biópsia, que é a coleta de amostra de tecido para posterior análise em laboratório;
  • Testes para H. pylori - os testes para identificar a presença desta bactéria incluem o teste de respiração, o teste de antígeno ou exames de sangue.

Tratamento

De forma geral, o tratamento para a úlcera gástrica envolve a combinação de medicamentos e mudanças no estilo de vida.

Em casos extremos, quando as abordagens não invasivas não obtiveram resultado, pode ser realizada a cirurgia.

Entre os medicamentos usados, destacam-se os antibióticos, os protetores de mucosa, os inibidores da Bomba de prótons (IBPs) e os anti-ácidos.

Em relação às mudanças de vida, recomenda-se uma dieta balanceada e a suspensão do uso de fatores desencadeantes.

Úlcera gástrica pode se tornar câncer?

A úlcera pode ser tratada. O que mais influencia o desenvolvimento do câncer gástrico (apesar da porcentagem baixa) é a infecção por H. pylori.

Contudo, vale salientar que a úlcera pode esconder células cancerosas. Ou seja, é preciso que o paciente mantenha-se atento aos sintomas, realize exames periódicos e todos os procedimentos indicados pelo médico gastroenterologista.

É importante destacar que diretamente, a úlcera não causa câncer, mas é importante manter o controle da doença para evitar o agravamento do quadro clínico.

Conclusão

Como mostrado no post "6 sintomas de úlcera gástrica", essa doença é um tipo de ferida que atinge o estômago, causando sérios danos ao órgão.

Costuma ser resultado de diversos fatores, incluindo tabagismo, álcool, uso de medicamentos e infecção por H. pylori.

Seu diagnóstico é realizado por exames de imagem, além de testes específicos, como os destinados a detectar a presença da bactéria H. pylori no organismo.

O tratamento envolve a administração de medicamentos, bem como mudanças no estilo de vida.

Apesar de não ser um fator causador de câncer, a úlcera gástrica causa dano significativo à qualidade de vida e ao bem-estar, sendo necessário a intervenção médica imediata, com um plano de tratamento individual e adequado.

23/11/2023   •   há 5 meses