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Pangastrite: o que é, sintomas e causas

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Muito se fala sobre a gastrite, mas poucas pessoas conhecem a pangastrite. Entre um dos diferenciais dessa inflamação está a região afetada, que envolve não apenas partes do estômago, mas toda a sua extensão.

Quer saber mais sobre pangastrite, o que é, sintomas e causas? Confira esse post até o final!

O que é pangastrite?

A pangastrite, comumente chamada de gastrite enantematosa, é um tipo de inflamação que pode acometer o estômago por completo, o que a torna uma forma mais grave de gastrite.

A doença pode ter diversas causas, entre elas a infecção pela H. pylori. Esta bactéria pode se alojar no corpo do hospedeiro e causar inflamação crônica, levando à pangastrite.

Essa inflamação pode ter diferentes classificações, que variam de acordo com o número de lesões e ferimentos encontrados no corpo do paciente:

  • Severa, provocando sintomas e sinais muito agressivos;
  • Branda, causando menor dano ao estômago;
  • Grau moderado.

A partir das características das lesões, a pangastrite pode ainda receber classificações adicionais, como gastrite enantematosa de cárdia (atinge a parte inicial do estômago), gastrite enantematosa de fundo (ponta superior do estômago), gastrite enantematosa de corpo (parte principal e maior do estômago) e gastrite enantematosa de antro (atinge a porção final do estômago).

Sintomas

Grande parte dos sintomas da pangastrite costumam aparecer depois da realização das refeições, sendo sua intensidade variável de acordo com a gravidade da inflamação. Estômagos mais alterados tendem a doer mais.

Veja alguns dos sinais que podem indicar o desenvolvimento da pangastrite:

  • Dores estomacais fortes: trata-se de um sintoma comum e sentido ao redor do estômago, logo abaixo das costelas;
  • Sensação de queimação: grande parte dos pacientes com pangastrite relatam sentir forte queimação na região do estômago. Essa sensação pode se estender desde o estômago até o peito e costuma piorar após as refeições;
  • Perda de apetite: com a redução da ingestão de alimentos por conta das dores, a pangastrite pode levar à perda de apetite;
  • Saciedade precoce: alguns pacientes apresentam saciedade após comer pouca quantidade de comida. A inflamação do estômago afeta toda a capacidade do órgão em se expandir corretamente para acomodar os alimentos. Essa também é uma forma do corpo agir para evitar maiores dores;
  • Refluxo ácido e azia: a sensação de queimação pode estar ligada ao refluxo ácido, que retorna do estômago para o esôfago. Dessa forma, o paciente tem episódios de regurgitação ácida e gosto amargo na boca;
  • Dores de cabeça e vômitos: o quadro de pangastrite pode levar o indivíduo a ter dores de cabeça persistentes e, em alguns casos, também vômito. Estas dores variam de leves a intensas e podem vir acompanhadas da saciedade precoce citada anteriormente.

Um ponto que deve ser considerado é o fato de que muitas pessoas com pangastrite podem não apresentar sintomas. Além disso, estes sintomas podem sobrepor outros distúrbios gastrointestinais, tornando o diagnóstico preciso fundamental.

A investigação do quadro de saúde pode ser realizada por um gastroenterologista, que baseia-se no histórico médico e resultados de exames para realizar o diagnóstico.

Causas

Há uma série de causas para a pangastrite. Entre alguns dos fatores mais comuns, estão:

  • Uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios: o uso prolongado de medicamentos não esteróides podem levar à irritação do revestimento do estômago e causar inflamação. Estes tipos de substâncias afetam a produção de substâncias que protegem o estômago, levando ao desenvolvimento da pangastrite;
  • Consumo excessivo de álcool: o consumo de álcool traz diversos problemas ao organismo do ser humano. Seu consumo excessivo também irrita o revestimento do estômago, levando à inflamação. Além disso, a substância pode causar danos às células estomacais e interferir no sistema de defesa natural do estômago;
  • Infecção por H. pylori: trata-se de uma das principais causas da pangastrite. Esta bactéria se aloja no revestimento do estômago, levando a inflamações crônicas. Entre algumas das formas de transmissão da bactéria, estão o contato com fezes, saliva ou vômito de pessoas infectadas;
  • Doenças autoimunes: doenças autoimunes, como a doença de Crohn ou a gastrite autoimune, levam a uma inflamação generalizada no trato gastrointestinal. Quando há a presença dessas enfermidades, as células do próprio organismo são atacadas pelo sistema imunológico, levando a inflamações crônicas;
  • Refluxo gastroesofágico: o refluxo gastroesofágico se dá quando o ácido estomacal e o conteúdo do estômago retornam ao esôfago devido ao mau funcionamento da válvula entre os dois órgãos. Este retorno também causa inflamação, levando à pangastrite;
  • Estresse constante (crônico): o estresse não causa a pangastrite diretamente, porém pode desempenhar um papel crucial para o aparecimento da condição. Um indivíduo exposto a altas cargas diárias de estresse pode ter seu sistema imunológico afetado, aumentando assim a suscetibilidade a uma produção maior de ácido estomacal e infecção por H. pylori.

Pangastrite tem cura?

Quando o assunto é a cura da pangastrite, é preciso considerar duas situações principais.

Se a pangastrite for causada pela infecção pela bactéria H. pylori, a eliminação desta bactéria do organismo comumente leva à cura da doença. Nesse caso, o tratamento envolve o uso de antibióticos em conjunto com outros medicamentos.

Porém, além da H. pylori, a pangastrite pode ser causada por fatores como o uso de remédios anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ou mesmo em condições autoimunes. Nestes casos, o foco do tratamento é o alívio dos sintomas, não a cura.

Assim, podem ser prescritos cuidados para a redução da inflamação, uso de remédios específicos para diminuir a produção de ácido estomacal e medicamentos para proteger o revestimento do estômago.

Vale a pena salientar que o paciente também precisa contribuir para a redução da inflamação através de diferentes ações. Entre elas, estão: evitar o tabaco e o uso excessivo de álcool, e reduzir as cargas de estresse.

A pangastrite crônica pode aumentar ainda mais o risco de complicações, como úlceras estomacais, sangramentos e até mesmo câncer no estômago.

Nos primeiros sinais da condição, a busca por ajuda médica deve ser imediata. Seguir as orientações do profissional de saúde é fundamental para um tratamento eficiente.

Cada pessoa é única, por isso o diagnóstico pode variar de acordo com as características da pessoa afetada.

Com um manejo adequado, a maioria das pessoas com a doença podem ter uma vida com qualidade.

Diferença entre gastrite e pangastrite

A gastrite e a pangastrite são condições que levam à inflamação do estômago.

A grande diferença entre as duas condições está na localização e extensão da inflamação.

Para entender melhor essa diferença, é preciso inicialmente identificar suas similaridades:

  • Causas: as causas de ambas as condições são iguais, como uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios, consumo excessivo de álcool, infecção de H. pylori e doenças autoimunes;
  • Sintomas: as duas condições apresentam dores abdominais, perda de apetite, sensação de saciedade precoce, dores de cabeça, sensação de queimação, etc. A diferença consiste na intensidade dos sintomas. Na pangastrite, os sintomas se manifestam de forma mais grave e intensa;
  • Localização da inflamação: A gastrite envolve a inflamação do revestimento do estômago, conhecido como mucosa gástrica. A pangastrite também envolve a inflamação desse revestimento.

Na gastrite, a inflamação pode estar presente em apenas uma parte específica do estômago. Ela possui duas classificações: gastrite aguda (inflamação repentina e de curto prazo) e gastrite crônica (inflamação persistente e de longo prazo).

Já a pangastrite atinge o órgão de forma generalizada. O estômago divide-se em três partes: fundo, corpo e antro. A pangastrite está presente nestas três partes.

Pangastrite Autoimune: causas e tratamento

A Pangastrite autoimune é uma doença hereditária que ataca as células parietais. Trata-se de um forma específica da pangastrite, que ocorre devido a uma resposta imunológica anormal.

Quando ocorre, o sistema imunológico ataca erroneamente as células saudáveis do estômago.

Sua detecção é feita por meio de exames de sangue. Se forem identificados anticorpos antiparietais, é provável que o indivíduo tenha a doença.

Acredita-se que estes anticorpos são os principais causadores da destruição das células produtoras de ácido estomacal, conhecidas como células parietais.

As causas para a pangastrite autoimune ainda são desconhecidas; porém acredita-se que esteja ligada a fatores genéticos e ambientais.

Uma característica marcante da doença é a deficiência de vitamina B12, levando à anemia, fadiga, fraqueza e também falta de ar. Além disso, as fezes costumam vir bastante escuras e o paciente pode apresentar diarreia.

Acredita-se também que certas predisposições genéticas tornam algumas pessoas mais suscetíveis a desenvolver a doença, quando submetidas a certas condições ambientais (como infecções virais ou bacterianas).

O diagnóstico da condição envolve uma combinação de ações, incluindo avaliação clínica, exames de sangue, endoscopia com biópsia e outros exames (geralmente para avaliar a função gástrica e a absorção de nutrientes).

Por fim, o tratamento visa aliviar os sintomas, prevenir possíveis complicações e corrigir todas as deficiências nutricionais possíveis.

Além disso, prioriza-se também a administração de suplementos de vitamina B12, e por último, em alguns casos, reposição do ácido estomacal através de medicamentos específicos.

Conclusão

A pangastrite e a gastrite possuem similaridades quanto às suas características e sintomas, mas possuem diferenças em relação à intensidade e áreas afetadas.

Pessoas que sofrem com a inflamação do estômago podem encontrar dificuldades para identificar os sinais relacionados, mas quando há o diagnóstico, é possível tratar a doença. Por isso, é muito importante conhecer a pangastrite, o que é, sintomas e causas.

O gastroenterologista é um dos especialistas indicados para investigar e acompanhar pacientes que lidam com doenças estomacais, entre elas a pangastrite.

É recomendado procurar ajuda médica ao notar um ou mais sintomas de pangastrite ou gastrite.

26/07/2023   •   há 9 meses