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9 sintomas do TOC (transtorno obsessivo-compulsivo)

Revisado pelo(a) Dra. Isabela Messias Rocha, CRM/MG 96131 , Psiquiatria Não possui RQE para Psiquiatria

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O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) pode fazer o indivíduo se sentir prisioneiro de suas preocupações e rituais. Mas você sabia que há tratamento para esse problema de saúde mental?

Saiba neste post mais informações sobre os 9 sintomas do TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) e as opções de tratamento disponíveis. Acompanhe!

O que é TOC (transtorno obsessivo-compulsivo)?

O TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) é uma doença que cria um mecanismo de compulsão no pensamento do indivíduo com obsessões imaginárias ou impulsos intrusivos.

Assim, pode desencadear atos e pensamentos repetitivos, muitas vezes sem nenhum sentido, em resposta a esta obsessão.

Em geral, muitos indivíduos com TOC reconhecem que suas ações não são consideradas normais ou autônomas, mesmo surgindo de forma persistente e repetitiva.

Isso pode levar a sentimentos de isolamento e até mesmo a um ciclo de depressão, onde o medo de julgamento alheio frequentemente leva o indivíduo a esconder os sintomas, dificultando a busca por assistência médica especializada.

As obsessões da pessoa podem repetir-se constantemente em sua cabeça, gerando ansiedade e desconforto, sempre acompanhados de sentimentos de culpa, angústia, tristeza e outros.

Para aliviar essa ansiedade, o indivíduo recorre a rituais compulsivos, seguindo regras e etapas rigorosas que temporariamente aliviam o desconforto, mas que tendem a agravar com o tempo se a condição não for tratada.

Popularmente, o transtorno obsessivo-compulsivo é associado a sintomas de excesso de limpeza, métodos e organização.

O tempo do diagnóstico e tratamento do TOC, tal como qualquer outra doença psiquiátrica, é variável, podendo alterar de acordo com a gravidade dos sintomas, acesso à saúde, atendimento de profissionais qualificados e, principalmente, o interesse do próprio indivíduo na melhora.

Sintomas do TOC (transtorno obsessivo-compulsivo)

As preocupações excessivas presentes no TOC podem ter um impacto significativo na vida cotidiana, principalmente, devido a atos e rotinas em bases infundadas (geralmente vistos com estranheza), interferindo principalmente no relacionamento interpessoal.

Por isso, é muito importante conhecer os sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo para buscar ajuda especializada de psicólogos e psiquiatras e amenizar os seus efeitos.

A abordagem de tratamento dependerá das necessidades individuais do paciente e da gravidade dos sintomas. Veja alguns deles a seguir.

1. Busca pela perfeição

A busca incessante pela perfeição é uma característica marcante do TOC.

Indivíduos com esse sintoma podem se ater a regras, detalhes triviais, procedimentos e cronogramas, muitas vezes prejudicando sua flexibilidade e capacidade de adaptação ao meio.

O tratamento psicológico para esse sintoma geralmente envolve a abordagem da terapia cognitivo-comportamental (TCC), que atua ajudando a pessoa a desafiar padrões de pensamento rígidos e a desenvolver estratégias para lidar com a incerteza.

2. Higienização excessiva

A higienização excessiva não se restringe à preocupação com a limpeza.

Pessoas com esse sintoma podem lavar as mãos repetidamente, tomar banhos prolongados ou evitar tocar em objetos (por medo de contaminação, por exemplo).

A abordagem da terapia de exposição e prevenção de resposta (ERP) é frequentemente usada no tratamento desse sintoma, expondo gradualmente o indivíduo a situações temidas e ajudando a reduzir a intensidade da ansiedade a cada exercício, mitigando essa compulsão.

3. Contagem compulsiva

A contagem compulsiva, caracterizada pela necessidade de contar objetos repetidamente, é um sintoma marcante do TOC.

Essa compulsão pode variar desde contar passos ao caminhar até contabilizar itens em uma prateleira.

Aparentemente inofensiva, esta ação pode evoluir para um ciclo ansioso caso a pessoa não consiga completar o ato de contabilizar os itens aleatórios propostos em sua mente.

Quem convive com o transtorno pode manter esse ciclo repetidas vezes, mesmo sabendo que isso não faz sentido lógico, o que consome tempo e energia, além de reduzir a qualidade de vida e a integração social.

Neste caso, usa-se a abordagem da terapia cognitivo-comportamental (TCC), onde o terapeuta trabalha com o indivíduo para desafiar as crenças irracionais que sustentam a necessidade de contar.

Essa abordagem pode ou não envolver a exposição gradual a situações que desencadeiam a compulsão, o que permite que a pessoa experimente a ansiedade associada e, com o tempo, desenvolva uma tolerância a ela.

Em alguns casos, a combinação de TCC com medicação, como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), pode ser recomendada por um profissional de saúde mental (como o psiquiatra).

4. Organização precisa

A obsessão por organização precisa é outro sintoma comum do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

As pessoas afetadas por essa característica sentem uma necessidade avassaladora de organizar perfeitamente objetos, espaços e tarefas de maneira extremamente precisa e simétrica.

A abordagem com terapia cognitivo-comportamental (TCC), juntamente com técnicas de gerenciamento do tempo e prioridades, desempenha um papel importante no tratamento da obsessão por organização precisa.

Dessa maneira, ajuda a pessoa a estabelecer metas realistas de organização e a desenvolver estratégias para lidar com a ansiedade que surge quando não há uma organização no nível esperado.

5. Necessidade de verificação

A necessidade excessiva de verificar coisas simples, como trancar portas, desligar aparelhos ou fechar torneiras, é outro sintoma característico do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

Essa compulsão de verificar repetidamente pode ser uma fonte significativa de angústia e ansiedade para a pessoa afetada.

A terapia TCC também é frequentemente utilizada para enfrentar esse sintoma, auxiliando o indivíduo a reduzir gradativamente a necessidade de verificar e a lidar com a incerteza.

Além disso, técnicas de atenção plena e meditação podem ser incorporadas ao tratamento, permitindo que o indivíduo pratique o foco no momento presente e reduza a necessidade de verificar de maneira contínua.

6. Pensamentos indesejados

Pensamentos intrusivos e perturbadores são uma característica comum do TOC.

Esses pensamentos são involuntários, invasivos e, muitas vezes, envolvem temas violentos, sexuais ou moralmente inaceitáveis.

Usa-se tratamento medicamentoso e abordagem TCC para lidar com esses pensamentos, ajudando a pessoa a desenvolver estratégias para reduzir sua angústia.

A terapia de exposição e prevenção de resposta (ERP) também pode ser utilizada no tratamento dos pensamentos intrusivos, com graduais exposições a pensamentos perturbadores, permitindo que a pessoa se acostume com a ansiedade provocada sem recorrer a comportamentos compulsivos de alívio.

7. Agressividade intrusiva

Pensamentos agressivos e violentos são uma manifestação angustiante do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), no qual a pessoa experimenta imagens ou impulsos perturbadores que envolvem prejudicar a si mesma ou aos outros.

Esses pensamentos intrusivos são frequentemente inconsistentes com os valores e desejos reais da pessoa, causando um profundo sofrimento emocional e desenvolvendo ações indesejadas perante a sociedade.

A abordagem por meio da terapia de aceitação e compromisso (ACT) ajuda a pessoa a desenvolver uma relação diferente com esses pensamentos, reconhecendo que eles não definem quem ela é.

8. Reafirmação da autoimagem

A preocupação excessiva com a aparência física é um sintoma do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) que pode impactar profundamente a autoestima e o bem-estar emocional.

Indivíduos com essa característica podem se envolver em comportamentos compulsivos de verificação, como examinar-se no espelho repetidamente ou comparar-se constantemente com padrões de beleza inalcançáveis.

Por meio da abordagem TCC, a pessoa é incentivada a questionar crenças negativas e a desenvolver uma perspectiva mais realista e saudável sobre sua autoimagem.

9. Acumulação compulsiva

A acumulação compulsiva, também conhecida como colecionismo excessivo, é um sintoma característico do TOC que envolve a dificuldade em descartar objetos, mesmo que sejam inúteis ou sem valor real.

Pessoas que lidam com essa condição também podem sentir uma ligação emocional intensa com seus pertences, levando à acumulação excessiva e desorganização em suas residências ou ambientes de trabalho.

A abordagem por meio da terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode tratar a acumulação compulsiva através da identificação de padrões de pensamento que sustentam o comportamento de acumulação.

Qual a diferença entre TOC e manias?

As manias podem ser detectadas ao serem identificados rituais repetitivos baseados em superstições, aspectos culturais e sociais, que mesmo repetitivos, não ocupam muito tempo da pessoa.

Já o TOC, pode impactar diretamente no bem-estar do indivíduo, provocando angústia e ansiedade.

Contudo, quando essas manias se tornam recorrentes, constantes ou resultam em sintomas físicos e/ou psicológicos quando não são realizadas, podem estar associadas ao transtorno obsessivo-compulsivo.

É muito importante não confundir pequenas manias do dia a dia (que não interferem na vida corriqueira da pessoa) com a mania, principal sintoma do transtorno afetivo bipolar (TAB), um distúrbio crônico e recorrente, com características de sofrimento mental muito diferentes dos atos realizados seguidamente pelas pessoas com TOC.

Conclusão

Como mostrado neste post sobre 9 sintomas do TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), as manifestações dessa doença mental são intrusivas e perturbadoras.

Pensamentos obsessivos, medos irracionais e imagens indesejadas podem invadir a mente contra a vontade.

Essas obsessões desencadeiam ansiedade intensa e desconforto, levando a comportamentos compulsivos, como rituais repetitivos e evitações.

Mas é importante lembrar que, mesmo que o indivíduo esteja preso nesse ciclo angustiante, é possível encontrar formas de reconquistar o controle sobre suas vidas.

Ao entender os padrões de pensamento e comportamento que o TOC provoca, o paciente pode interromper esse ciclo.

Libertar-se do TOC é uma jornada, mas com o apoio de profissionais (como psiquiatras e psicólogos), é possível aprender e aplicar ferramentas eficazes para reduzir os sintomas e melhorar a saúde mental.

Todo tratamento de qualquer doença psiquiátrica é individual para cada paciente, baseado em diversos fatores levantados durante a consulta médica e sua devida anamnese.

O tratamento deve seguir um pilar médico-comportamental. Todas as medicações aplicadas ao TOC são antidepressivos, que pertencem ao grupo dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs).

Já as abordagens psicológicas, como visto no texto, podem ser variadas, aplicadas à realidade de cada paciente.

19/11/2024   •   há 2 meses


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