5 tratamentos para depressão
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
Depressão não é tristeza. Ficar triste por um período de tempo, não necessariamente indica um quadro depressivo.
Dados da OMS mostram que a depressão no Brasil atinge cerca 15,5% da população em geral.
Neste contexto, são as mulheres que mostram uma maior prevalência durante a vida: 20% comparado a 12% nos homens.
Assim como outras doenças de origem física, a condição pode até gerar riscos para a integridade do indivíduo.
Devido aos impactos da doença na qualidade de vida e bem-estar do paciente, ao estar diante dos primeiros sintomas, é essencial a busca por tratamento profissional.
Saiba mais sobre os 5 tratamentos para depressão a seguir.
Como funciona o tratamento para depressão?
O tratamento para depressão é uma jornada multidisciplinar, que não considera apenas os sintomas, mas também os aspectos emocionais, sociais e comportamentais.
Dessa forma, o acompanhamento profissional visa capacitar o paciente a reconstruir a sua qualidade de vida e bem-estar, ou seja, não apenas combater a depressão em si.
O primeiro passo para um tratamento eficiente é oferecer ao paciente um espaço seguro para que ele expresse suas emoções e desafios.
Isto pode ocorrer através de terapias individuais ou em grupo, por exemplo.
Ao se sentir ouvido e compreendido, pode ter uma diminuição do isolamento emocional que frequentemente acompanha os quadros depressivos.
Conforme o tratamento avança, é preciso oferecer também ferramentas e estratégias para lidar com os sintomas depressivos no dia a dia, incluindo técnicas de regulação emocional, habilidades para resolução de problemas e manejo dos gatilhos de episódios depressivos.
Por fim, nesse processo é abordada a importância da saúde física, incluindo a realização de exercícios físicos, melhora do sono e da alimentação.
Estes são aspectos cruciais que podem e ajudam no equilíbrio da saúde mental do paciente.
Quando todas estas esferas trabalham em conjunto, os pacientes encontram esperança, cura e uma nova perspectiva de vida.
5 tratamentos para depressão
Grande parte dos tratamentos para a depressão pode ser feita de forma individual ou combinada, dependendo das necessidades do paciente ou da gravidade da condição.
Contudo, além da orientação profissional (que pode incluir o uso de medicamentos), é essencial que outras ações complementares sejam tomadas, como realização de exercícios físicos, de atividades ao ar livre e de terapias em grupo, por exemplo.
Atividades como esta estimulam a liberação de hormônios ligados ao prazer, que auxiliam no processo de cura.
É importante lembrar que o psicólogo e o psiquiatra são alguns dos profissionais essenciais para quem lida com a depressão, realizando o acompanhamento e orientando o tratamento de acordo com o quadro do paciente.
1. Remédios antidepressivos
Os remédios antidepressivos são uma classe de medicamentos para tratar a depressão e outras condições de saúde mental, como:
- transtorno de ansiedade (TAG);
- transtorno obsessivo-compulsivo (TOC);
- transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Eles funcionam ajustando os níveis de neurotransmissores no cérebro, como a serotonina, noradrenalina e dopamina.
Além disso, desempenham papel crucial na regulação do humor, sono, apetite e outras funções cerebrais.
Um ponto importante que deve ser salientado é que esta classe de remédios não se trata da cura final para a depressão.
Geralmente, os antidepressivos levam um certo tempo para fazer efeito e não funcionam da mesma forma para todas as pessoas.
Eles devem ser receitados em conjunto com outras práticas, como a terapia.
Existem diversas classes de antidepressivos, cada qual com seu mecanismo de ação. Os mais comuns são:
- Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) - são os mais comuns. Eles aumentam o nível de serotonina no cérebro, neurotransmissor que desempenha um papel importante na regulação do humor;
- Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN) - aumentam os níveis de serotonina e noradrenalina no cérebro, ajudando a regular o humor e principalmente a resposta ao estresse;
- Antidepressivos tricíclicos (ATC) - costumam ter mais efeitos colaterais que os anteriormente citados (causam muita sonolência, principalmente). Funcionam por meio do bloqueio e recaptação de serotonina e noradrenalina;
- Inibidores da monoamina oxidase (IMAO) - são receitados quando outros tipos de antidepressivos não surtiram efeito. Contudo, para seu uso, são necessárias diversas restrições, principalmente em relação a outros remédios.
A escolha do antidepressivo ideal pelo psiquiatra depende de vários fatores, que incluem a gravidade dos sintomas, a presença de outras condições médicas, além da resposta e comprometimento do paciente.
2. Psicoterapia
A psicoterapia é um tipo de terapia que envolve o processo colaborativo entre um terapeuta especializado e um paciente, que visa explorar problemas emocionais, comportamentais e interpessoais.
Existem diversas abordagens na psicoterapia, cada qual com suas próprias teorias e técnicas.
A abordagem mais comum para o tratamento da depressão é a terapia cognitivo-comportamental (TCC).
Ela se baseia na ideia de que todos os pensamentos, sentimentos e comportamentos de uma pessoa estão interligados.
Dessa forma, estimula e auxilia o paciente a identificar padrões de pensamento negativos e substituí-los por pensamentos mais realistas e construtivos.
A terapia pode, ainda, ensinar habilidades de enfrentamento para sentimentos de tristeza e desesperança, que são muito comuns em quadros depressivos. E isto inclui, por exemplo, técnicas de relaxamento, como a ioga.
Assim como o tratamento medicamentoso, a psicoterapia não é uma solução rápida. Ela pode levar tempo para produzir resultados realmente significativos.
Mesmo assim, ela é essencial para o processo de recuperação da depressão, proporcionando o suporte necessário para a melhora da qualidade de vida.
3. Estimulação magnética transcraniana (EMT)
A estimulação magnética transcraniana (EMT) é um tipo de tratamento para condições neuropsiquiátricas, incluindo a depressão.
Ela utiliza campos magnéticos para modular a atividade elétrica do cérebro em regiões específicas.
Estes campos magnéticos induzem correntes elétricas curtas e focadas, que são eficientes ao ajudar a normalizar padrões de atividade cerebral anormal, incluindo aqueles produzidos pela depressão.
Em grande parte das vezes, ela é aplicada na região do córtex pré-frontal dorsolateral, uma área do cérebro ligada ao controle emocional e à regulação do humor.
O tratamento geralmente é administrado em uma série de sessões, ao longo de várias semanas, com o objetivo de maximizar seus benefícios terapêuticos.
Existem alguns efeitos colaterais que são leves e temporários, como dor de cabeça, tontura e alterações transitórias de humor.
4. Eletroconvulsoterapia (ECT)
Também conhecida como eletrochoque, a eletroconvulsoterapia se trata de um dos procedimentos mais eficientes na psiquiatria até hoje.
Geralmente, é utilizada quando outras formas de tratamento não surtiram efeito e quando existe risco de morte (suicídio).
Durante uma sessão de ECT, o paciente é anestesiado e recebe um relaxante muscular, que previne contra qualquer tipo de dano ao corpo durante as convulsões.
Eletrodos são colocados no couro cabeludo e uma corrente elétrica é aplicada (por alguns segundos).
Os efeitos ainda não são totalmente compreendidos; porém, acredita-se que a indução da convulsão provoca mudanças (como alterações em neurotransmissores) no cérebro, que ajudam a aliviar os sintomas depressivos.
Apesar de causar dúvidas sobre os seus impactos, a ECT é segura. Muitas pessoas relatam melhorar em poucos dias após o tratamento.
Entre os possíveis efeitos colaterais estão a perda de memória temporária, confusão após o tratamento e efeitos colaterais relacionados à anestesia.
Vale salientar que, para garantir a segurança e eficácia do procedimento, a ECT deve ser realizada por profissionais treinados em um ambiente médico adequado.
5. Opções alternativas
Opções alternativas para a depressão atuam como um complemento para o tratamento médico.
Estas são estratégias que ajudam a melhorar o humor e a promover o bem-estar emocional. Entre algumas das principais, estão:
- Alimentação saudável - uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e grãos, pode fornecer os nutrientes necessários para a manutenção da saúde mental;
- Exercícios físicos regulares - a atividade física regular tem sido frequentemente associada a melhorias no estado de saúde mental. O exercício libera endorfina, neurotransmissor que ajuda a reduzir o estresse e a melhorar o humor;
- Meditação - práticas de meditação têm sido utilizadas para reduzir os sintomas depressivos e a ansiedade. São técnicas que acalmam a mente e promovem uma perspectiva mais positiva sobre a vida;
- Atividades que proporcionam prazer - engajar-se em atividades prazerosas ajuda a melhorar o humor e a aumenta a sensação de satisfação. Isto inclui hobbies, passatempos e inclusão em atividades criativas, como a pintura;
- Exposição à luz solar - passar um tempo ao ar livre, especialmente pela manhã, pode ser benéfico para pessoas que sofrem com depressão. A luz solar regula os ritmos circadianos e os níveis de serotonina no cérebro, ambos relacionados ao humor.
É importante lembrar que essas medidas não substituem a orientação profissional, somente auxiliam o paciente no processo de melhora.
Conclusão
Como visto no post "5 tratamentos para depressão", a depressão é uma condição complexa, que afeta uma quantidade significativa de brasileiros.
Apesar da complexidade, existem diversas opções de tratamentos disponíveis.
Entre as principais, estão medicamentos antidepressivos, psicoterapia, estimulação magnética intracraniana (EMI), eletroconvulsoterapia (ECT) e medidas complementares.
Com abordagens variadas, ou mesmo a combinação delas, é possível oferecer uma gama de opções personalizadas para ajudar as pessoas a enfrentar a depressão, recuperando a qualidade de vida e o bem-estar emocional.
31/03/2025 • há um dia