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Depressão crônica tem cura?

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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A depressão crônica é uma condição mental séria que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. E uma das principais dúvidas sobre essa doença é se ela tem cura.

Se você convive ou conhece alguém que foi diagnosticado com o transtorno depressivo, é essencial buscar mais informações sobre o assunto, além de conhecer alguns dos seus principais tratamentos.

Descubra, a seguir, se depressão crônica tem cura e como reduzir os seus sintomas.

Depressão crônica tem cura?

A depressão, quando é uma condição crônica e recorrente, requer tratamento ao longo da vida para manter os seus sintomas sob controle.

Por esse motivo, esse tipo de depressão não pode ser curado, uma vez que pode se manifestar novamente mesmo com tratamento, necessitando de acompanhamento constante com psicólogo e psiquiatra.

Contudo, no caso da depressão pós-parto, por exemplo, a doença pode ser tratada e curada por meio de diferentes tratamentos, como terapia e medicação.

É preciso lembrar que esse tipo de depressão tem potencial para se tornar crônica, por isso, é fundamental ter orientação profissional para diagnóstico precoce.

Independente do tipo de depressão, o tratamento adequado é essencial para reduzir os sintomas e possibilitar a melhora da qualidade de vida e bem-estar.

O que é depressão crônica?

A depressão crônica, também conhecida como transtorno depressivo persistente (TDP) ou distimia, se caracteriza por um estado de humor deprimido que dura um longo período.

Enquanto na depressão maior (TDM) os sintomas podem ocorrer em episódios distintos e intercalados com períodos de humor normal, na depressão crônica os sintomas estão presentes na maior parte do tempo, podendo persistir por anos.

Isso significa que a pessoa pode manifestar uma tristeza constante, desesperança e desânimo crônicos, que afetam significativamente sua qualidade de vida e seu funcionamento diário.

Outra característica importante da depressão crônica é a sua associação com outros transtornos psiquiátricos, como:

Quando isso ocorre, o quadro clínico se torna mais complexo e requer abordagens terapêuticas mais abrangentes.

É importante ressaltar que a depressão crônica não deve ser confundida com um estado de tristeza passageiro ou reações naturais a eventos estressantes da vida.

Ela é uma condição médica que necessita de atenção profissional adequada.

Principais sintomas da depressão crônica

Os sintomas da depressão crônica são semelhantes aos da depressão maior, porém eles persistem por um período mais longo. Alguns dos sintomas comuns são:

  • Humor deprimido durante a maior parte do dia, quase todos os dias - envolve uma sensação constante de tristeza ou falta de prazer na vida, que pode durar semanas, meses ou até mesmo anos. É como se “uma nuvem escura pairasse sobre a pessoa”, afetando seu estado de espírito e sua capacidade de desfrutar do que antes trazia alegria;
  • Sentimentos de desesperança e pessimismo - a pessoa pode sentir que não há esperança para o futuro e que nada vai melhorar. Esses sentimentos podem ser debilitantes e fazer com que a pessoa perca o interesse em buscar ajuda ou se esforçar para melhorar;
  • Baixa autoestima - a depressão crônica muitas vezes está associada a uma visão negativa de si mesmo, com pensamentos persistentes de inadequação e desvalorização pessoal. A pessoa pode se sentir inútil, sem valor e incapaz de realizar tarefas simples;
  • Dificuldade de concentração - a capacidade de concentração e foco pode ficar significativamente comprometida, tornando difícil a realização de tarefas no trabalho, na escola ou em casa. Isso pode levar a dificuldades no desempenho acadêmico ou profissional e contribuir para sentimentos de incompetência;
  • Irritabilidade constante - além da tristeza persistente, muitas pessoas com depressão crônica também vivenciam irritabilidade crônica. Pequenas frustrações ou contratempos podem desencadear explosões de raiva ou irritação desproporcionais;
  • Desânimo e tristeza crônicos - a sensação de desânimo e tristeza profunda pode estar presente na maior parte do tempo, afetando o humor e a disposição da pessoa de forma contínua;
  • Predominância de pensamentos negativos - pensamentos negativos recorrentes, autocríticos e pessimistas podem dominar a mente da pessoa, dificultando a adoção de uma perspectiva mais positiva sobre si mesma e sobre o futuro;
  • Alterações no apetite e no sono - a depressão crônica pode causar distúrbios do sono, como insônia ou sonolência excessiva, além de alterações no apetite, levando ao ganho ou perda de peso significativos;
  • Falta de energia para realizar atividades - a pessoa pode sentir uma fadiga persistente e uma falta geral de energia, mesmo para realizar tarefas rotineiras. Isso pode contribuir para a sensação de desânimo e desmotivação;
  • Isolamento social - a depressão crônica, muitas vezes, leva à retirada social, fazendo com que a pessoa evite interações sociais e se isole dos amigos, familiares e de outras atividades sociais de que antes desfrutava;
  • Tendência ao uso de substâncias como forma de autotratamento - alguns indivíduos podem recorrer ao álcool, drogas ou outros comportamentos de risco como uma maneira de lidar com os sintomas da depressão crônica, o que pode agravar a sua condição.

Além dos sintomas psicológicos, a depressão crônica pode causar danos físicos ao cérebro.

Estudos recentes mostram que ela pode levar à inflamação do cérebro, especialmente quando não tratada adequadamente.

Causas da depressão crônica

As causas exatas da depressão crônica ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos desempenha um papel importante no seu desenvolvimento.

Entre alguns dos fatores que podem contribuir para a depressão crônica, estão:

  • Fatores genéticos - estudos indicam que a predisposição genética pode contribuir para a tendência à depressão crônica. Pessoas com histórico familiar de transtornos do humor têm maior probabilidade de desenvolver a condição;
  • Desequilíbrios químicos no cérebro - alterações nos neurotransmissores, substâncias químicas responsáveis pela comunicação entre os neurônios no cérebro, têm sido associadas à depressão crônica. Baixos níveis de serotonina, noradrenalina e dopamina têm sido observados em indivíduos com a condição;
  • Mudanças biológicas no cérebro - estudos de neuroimagem mostraram diferenças estruturais e funcionais no cérebro de pessoas com depressão crônica, incluindo redução do volume de determinadas áreas cerebrais, como o hipocampo, envolvido na regulação do humor e da memória;
  • Eventos traumáticos da vida - traumas emocionais, como abuso, perda de entes queridos (luto), conflitos familiares ou eventos estressantes significativos, podem desencadear ou contribuir para o desenvolvimento da depressão crônica em algumas pessoas;
  • Fatores ambientais e estresse crônico - fatores ambientais, como condições socioeconômicas desfavoráveis, desemprego, isolamento social, sobrecarga de trabalho (burnout) e exposição a adversidades contínuas, também podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento da depressão crônica;
  • Fatores psicológicos - vulnerabilidades psicológicas, como baixa autoestima, pensamento negativo recorrente, dificuldades de enfrentamento e padrões disfuncionais de pensamento e comportamento, também podem aumentar o risco de desenvolver depressão crônica.

Diagnóstico da depressão crônica

Um dos principais desafios no tratamento da depressão crônica é o diagnóstico adequado.

Devido à natureza crônica dos seus sinais, muitas vezes, há confusão entre traços de personalidade e sintomas do transtorno.

A doença pode se manifestar em diferentes faixas etárias, desde a infância até a terceira idade.

É mais comum que surja na adolescência e há evidências de que sintomas semelhantes podem ter sido presentes desde a infância em muitos casos.

É essencial que os profissionais de saúde estejam atentos aos critérios diagnósticos estabelecidos e realizem uma avaliação abrangente para determinar se o paciente está sofrendo de distimia.

Tratamento para depressão crônica

Embora não haja uma cura definitiva para a depressão crônica, existem várias opções de tratamento disponíveis para ajudar os pacientes a gerenciar seus sintomas e melhorar sua qualidade de vida.

Psicoterapia

A terapia de conversa, também conhecida como psicoterapia, é frequentemente recomendada como tratamento para a depressão crônica.

Diferentes abordagens terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), a terapia interpessoal (TIP) e a terapia psicodinâmica, podem ajudar os pacientes a entender e lidar com seus sintomas.

Medicamentos e suplementos

Em alguns casos, o tratamento com medicamentos, como inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) e inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSNs), pode ser prescrito para ajudar a aliviar os sintomas da depressão crônica.

Além disso, alguns pacientes podem se beneficiar do uso de suplementos, embora seja importante consultar um médico antes de iniciar qualquer novo tratamento.

Estratégias de autoajuda

Estratégias de autoajuda específicas podem ser úteis para complementar o tratamento profissional da depressão crônica.

Isso inclui buscar apoio de amigos e familiares, praticar exercícios regularmente, estabelecer uma rotina de sono saudável e participar de atividades que tragam prazer e satisfação.

Desenvolver vínculos sociais

Desenvolver relacionamentos sólidos com amigos e familiares pode fornecer um apoio crucial durante os momentos difíceis.

Participar de atividades sociais e esportivas em grupo também pode ajudar a reduzir o isolamento e fortalecer os laços sociais.

Manter um diário

Manter um diário, para anotar pensamentos, sentimentos e atividades diárias, pode ajudar a pessoa a se manter conectada ao presente e a avaliar seu próprio progresso ao longo do tempo.

A importância da busca por ajuda profissional

É fundamental que as pessoas que sofrem de depressão crônica busquem ajuda profissional para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado.

Psicólogos, psiquiatras e clínicos gerais podem oferecer apoio e orientação durante todo o processo de tratamento.

Conclusão

Como mostrado no post “Depressão crônica tem cura?”, esta é uma condição que, embora não tenha uma cura definitiva, pode ter seus sintomas gerenciados e reduzidos.

Com uma abordagem integrada que combina terapia, medicamentos, autocuidado e apoio social, os pacientes podem encontrar alívio e esperança em sua jornada de recuperação.

O acompanhamento médico e psicológico é determinante para a melhora da qualidade de vida e sucesso do tratamento.

29/11/2024   •   há 11 dias


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