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Como saber se o bebê mama o suficiente?

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Uma das dúvidas mais comuns que afligem as mães que acabaram de dar à luz é como saber se o bebê mama o suficiente. Afinal, aquilo que pode parecer ser muito simples de identificar quando temos mamadeiras graduadas em mililitros não é tão perceptível assim durante o aleitamento materno.

Em consequência disso, a ansiedade e as frustrações se tornam uma constante na vida das mães, principalmente as que estão amamentando seu primeiro filho. Pensando nisso, nós elaboramos este guia para ajudar você a descobrir se o seu bebê está mamando conforme o esperado.

Conhecendo seu bebê

Ainda que não sejam nossos primeiros filhos, é normal lidar com a insegurança nos primeiros dias de vida. Nesse momento, o mais importante é ter calma, já que o tempo, a prática e a intimidade entre você e a criança tornarão esse processo bem mais tranquilo.

A sensibilidade da mãe em perceber as sutilezas e as características do seu bebê é fundamental, já que cada criança tem suas particularidades, inclusive quanto aos seus hábitos alimentares.

É importante destacar que os nenéns não choram apenas quando estão com fome. O choro pode indicar também que eles estão sentindo frio, calor ou até mesmo algum incômodo, como as temidas cólicas.

Inclusive, muitas vezes, nossos pequenos mamam mesmo não estando com fome simplesmente porque o movimento da mamada e o contato físico com a mãe acalentam e acalmam a criança.

Percepções sobre seu próprio corpo

A descida do leite normalmente ocorre em torno do 5º dia após o nascimento. Até então, o leite produzido pela mãe é chamado de colostro, um leite amarelado, rico em nutrientes e anticorpos que vão ajudar a proteger o recém-nascido.

Com a descida do leite, a mulher sente os seios mais pesados e volumosos e eles muitas vezes chegam a “vazar” quando estão cheios ou quando o horário da próxima mamada do bebê está próximo, já que é a própria amamentação que condiciona a produção materna do leite.

Após as mamadas, é possível que a mãe consiga sentir uma diferença no volume e peso dos seios, muitas vezes sendo perceptível até mesmo a olho nu.

A troca de fralda pode dizer muito

Além desses fatores, a frequência da troca de fraldas também pode ser um indicativo da eficiência da amamentação, pois o bebê recebe todos os seus nutrientes por meio do leite materno.

Tendo isso em mente, um bebê que faça pouco xixi, o que significa poucas trocas de fraldas diárias, ou faça um xixi com cheiro forte ou mais escuro provavelmente está recebendo pouco líquido, assim como um bebê que faça fezes secas ou escuras.

Considerando que a recomendação médica e a orientação do Ministério da Saúde são de se manter os bebês exclusivamente no aleitamento materno até os seis meses de vida, a ingestão de líquido deve ser sempre suprida com o oferecimento de mais leite, e não com água ou chás.

Mudanças no peso do bebê

Outro indício que ajuda quando o assunto é como saber se o bebê mama o suficiente é o próprio peso da criança. Nos primeiros dias de vida, é normal que os recém-nascidos percam cerca de 5 a 10 por cento do peso que apresentaram no parto, mas a partir da segunda semana eles já devem estar recuperando este peso perdido. Os principais sinais disso são as bochechas ficando mais arredondadas e as perninhas e bracinhos ficando mais gordinhos.

Novamente, não existe uma fórmula certa, e cada criança apresenta um crescimento diferente. Porém, a partir da curva de ganho de peso feita pelo pediatra e das características genéticas da família, é possível determinar se é necessário ter alguma atenção especial.

O mito do “leite fraco”

É muito importante deixar claro que não existe “leite materno fraco”. O leite materno é produzido naturalmente para atender as necessidades do bebê na fase em que ele se encontra, mas muitas mães ainda escutam comentários ultrapassados sobre esse assunto.

Na verdade, o que acontece é que alguns fatores podem prejudicar a amamentação e fazer com que o bebê não mame o suficiente, mas eles não se tratam de “leite fraco”. Conheça os principais:

    • a pega incorreta da criança, que pode fazer com que ela não consiga sugar leite suficiente;
    • o estresse materno, que influencia diretamente a produção de leite, podendo fazer com que ele diminua ou até mesmo cesse;
    • a alternância precoce de seio sem que a criança consiga mamar o leite mais gorduroso, que sai apenas no final da mamada e traz maior saciedade;
    • a baixa ingestão de líquidos pela mãe, bem como uma alimentação pobre em nutrientes; e
    • uma simples fase de crescimento da criança na qual ela demanda mais leite: nesse caso, saiba que a produção materna se adapta naturalmente a essa nova demanda.

Sinais de que o bebê está mamando pouco

Os médicos estimam que, em média, os bebês mamam entre 8 e 12 vezes por dia nas primeiras semanas de vida e costumam molhar no mínimo 6 fraldas diariamente. Portanto, se o seu bebê apresentar números mais baixos do que esses, é preciso investigar.

Conheça outros sinais que podem ajudar a identificar que ele está mamando de forma insuficiente:

    • O bebê não apresenta ganho de peso ou continua perdendo peso a partir da terceira semana de vida;
    • O bebê machuca os seios da mãe ou apresenta covinhas enquanto mama, indicando que ele pode estar com a pega incorreta. Isso faz com que ele engula muito ar e acabe mamando menos do que deveria;
    • O bebê ainda se mostra agitado ou irritado após as mamadas, quando o esperado seria que ele estivesse calmo e relaxado. Nesse caso, embora ele ainda possa estar fome, não descarte outros fatores como cólica e a relutância em dormir.

Caso você se identifique com essas situações, vale a pena procurar uma consultoria de amamentação para que você e seu filho enfrentam e resolvem as dificuldades juntos. Se você tiver alguma dúvida sobre como saber se o bebê mama o suficiente, não deixe também de procurar um pediatra experiente e que se mostre disposto a ouvir o seu relato. Confie em seus instintos maternos.

Fonte(s): Bebê Mamãe, Baby Center e Bebê a Bordo.

24/02/2022   •   há 2 anos