10 fatores de risco (causas) para diabetes
Revisado pelo(a) Dra. Lara Abrão Sachetti, CRM/PR 42604 , Clínico Geral / Clínica Médica - RQE 32244 e Endocrinologia e Metabologia Não possui RQE para Endocrinologia e Metabologia
Diabetes é uma doença silenciosa e, muitas vezes, insidiosa, que afeta o metabolismo da glicose e é causada pela ausência ou dificuldade de ação de insulina.
A ausência desse hormônio interfere diretamente na metabolização do açúcar, de modo a impactar na sua transformação e absorção.
O número de diabéticos ao redor do mundo continua crescendo progressivamente.
Segundo os dados da IDF (International Diabetes Federation), no ano 2000, cerca de 151 milhões de pessoas eram diabéticas.
Em 2020, ou seja, 20 anos depois, este número saltou para 463 milhões de pessoas.
Grande parte deste crescimento é impulsionado por questões demográficas, ambientais e também genéticas.
Inclusive, há um número crescente de casos de obesidade e de pessoas sedentárias, uma condição conhecida atualmente como “diabesidade” (diabetes e obesidade).
Conhecer 10 fatores de risco (causas) para diabetes e as suas principais características é uma das formas de buscar ajuda quando for necessário. Saiba mais sobre o assunto a seguir!
O que é diabetes?
Antes de conhecer as causas da diabetes, é importante entender mais sobre a doença.
A diabetes é uma doença causada pela ausência ou dificuldade de ação de insulina, hormônio responsável pela regulação da glicose e que garante energia para o organismo.
Caso não seja diagnosticada e tratada precocemente, a diabetes pode contribuir para o surgimento de diversos problemas de saúde, como:
- doença renal;
- doença da retina;
- doença dos nervos periféricos;
- infarto;
- AVE (acidente vascular encefálico).
A diabetes pode se manifestar de diversas formas, com diferenças relacionadas às suas causas.
Tipos de diabetes
Existem alguns tipos diferentes de diabetes, sendo os mais comuns:
- tipo I;
- tipo II;
- diabetes gestacional.
A diabetes do tipo I abrange cerca de 10% do total de todos os casos diagnosticados. Trata-se de uma doença crônica, onde o próprio sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina.
Ela requer administração diária de insulina para regular os níveis de açúcar no sangue.
A diabetes do tipo II é a forma mais comum de diabetes. É uma condição metabólica onde o corpo não consegue usar de forma efetiva a insulina que produz ou não produz o hormônio em quantidades suficientes.
Geralmente, é associada ao estilo de vida e à genética, ou seja, é adquirida.
Fatores como excesso de peso, má alimentação e sedentarismo aumentam o risco de diabetes do tipo II.
Já a diabetes gestacional é o tipo que ocorre durante a gravidez. Muitas mulheres apresentam taxas de açúcar acima do normal neste período devido aos hormônios dessa fase da vida.
Vale lembrar que é indispensável que toda gestante faça o exame de diabetes durante o pré-natal.
10 fatores de risco para diabetes
1. Estilo de vida sedentário
Uma vida sem exercícios físicos pode contribuir para o surgimento da diabetes do tipo II, além de desencadear outras doenças.
Os exercícios ajudam o corpo a utilizar a insulina de forma mais eficaz, regulando com mais facilidade os níveis de glicose no sangue.
Em contrapartida, um estilo de vida sedentário causa o efeito contrário. Ele leva a uma resistência à insulina, aumentando assim o risco de ter diabetes.
2. Obesidade e excesso de peso
O tecido adiposo em excesso pode levar a uma maior resistência à insulina, levando ao desequilíbrio nos níveis de glicose no sangue.
A obesidade pode afetar a saúde física como um todo, além da mental, sendo um fator de risco para diversas outras doenças.
3. Fatores genéticos ou hereditários
Estudos descrevem que uma predisposição genética pode aumentar o risco de desenvolver diabetes, ou seja, determinados tipos de genes podem influenciar a maneira como o corpo produz a insulina.
Assim, se já existe algum histórico diabético na família, as chances de desenvolver diabetes do tipo I e II são muito maiores.
Vale salientar que a genética por si só não é o único aspecto. Fatores ambientais e estilo de vida também contribuem para o problema.
4. Idade
O risco de diabetes do tipo II é maior com o aumento da idade. À medida que o corpo envelhece, o funcionamento das células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina diminui consideravelmente.
Dessa forma, os idosos tornam-se mais propensos a desenvolver resistência à produção de insulina.
5. Alimentação rica em alimentos ultraprocessados
Hábitos alimentares ricos em alimentos processados, com taxas elevadas de açúcar e gorduras saturadas, estão crescendo cada vez mais.
Essa prática acarreta em sobrecarga do sistema de regulação de produção de insulina.
6. Uso de medicamentos específicos
Determinados tipos de medicamentos, como aqueles utilizados em pessoas que passaram por um processo de transplante, por exemplo, podem aumentar os níveis de glicose no sangue.
7. Sono irregular
Estudos indicam que o sono irregular pode ter interferência na regulação hormonal do organismo, aumentando assim o risco de desenvolvimento de diabetes.
8. Estresse crônico
Quadros de estresse prolongado podem aumentar os níveis de glicose no sangue.
Em situações estressantes, o organismo libera o cortisol, que tem impacto direto na regulação geral de glicose no sangue.
9. Distúrbios hormonais
Existem alguns tipos de distúrbios hormonais, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e algumas doenças do pâncreas, que podem e têm impacto direto na produção de insulina, aumentando assim o risco de diabetes.
10. Pós infecção viral (como Covid-19)
Embora a Covid-19 não desencadeie diretamente a diabetes, estudos realizados pela Imperial College London apontaram uma possível inter-relação entre ambas as doenças.
Pacientes diabéticos, de acordo com a pesquisa, possuem a pior evolução da Covid-19.
O vírus pode acarretar diversas modificações no metabolismo da glicose, complicando ainda mais o quadro de diabetes e causando outras sequelas.
Diagnóstico e tratamento da diabetes
O diagnóstico da diabetes inclui diversos exames e testes que visam identificar a condição e determinar o tipo específico de diabetes presente.
Entre os exames que podem ser realizados estão:
- teste de glicemia em jejum;
- teste de glicemia capilar aleatória;
- hemoglobina glicada;
- teste oral de tolerância à glicose.
Tratamento da diabetes
O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar. O objetivo é controlar os níveis de glicose no sangue, prevenir qualquer tipo de complicação e melhorar a qualidade de vida do indivíduo afetado.
Entre as principais estratégias de tratamento estão:
- mudança no estilo de vida;
- monitoramento da glicose;
- uso de medicamentos específicos;
- acompanhamento médico regular.
Estilo de vida moderno e diabetes
O estilo de vida tem causado impactos importantes no aumento da incidência de diabetes adquirida, principalmente devido às mudanças nos padrões alimentares, sedentarismo e o próprio estresse cotidiano.
Alimentos tradicionais estão sendo trocados por uma alimentação mais processada e rica em açúcares e gorduras saturadas.
Extremamente pobres em proteínas, e altos em calorias, esses alimentos contribuem para um aumento constante nos índices de obesidade.
Além disso, o aumento do sedentarismo é um fator determinante para a piora da saúde e a potencialização das chances de desenvolver a diabetes, afetando também a saúde mental.
O desafio de conciliar uma rotina agitada com hábitos saudáveis, muitas vezes, resulta em dificuldades na adesão a uma alimentação equilibrada e à prática regular de exercícios, aspectos fundamentais para a prevenção e controle da diabetes.
Conclusão
Como mostrado no post “10 fatores de risco (causas) para diabetes”, entender alguns fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes é fundamental para compreender melhor essa doença, além de auxiliar na prevenção e na busca pelo atendimento de um clínico geral ou endocrinologista.
É importante que os pacientes diabéticos mantenham suas consultas e exames em dia, uma vez que elas são essenciais para monitorar a saúde geral, fazer ajustes de medicação, além de controlar fatores de risco adicionais, como a pressão arterial elevada.
11/11/2024 • há 10 dias