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Transtorno dismórfico

Transtorno dismórfico corporal: o que é, sintomas e causas

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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O transtorno dismórfico corporal (TDC) é uma condição psicológica complexa, caracterizada por preocupações persistentes, intensas e descontroladas em relação à aparência física.

Este transtorno vai além da estética, abrangendo uma visão distorcida e obsessiva da própria imagem corporal, que pode impactar em diversas esferas da vida.

Saiba mais sobre o transtorno dismórfico corporal: o que é, sintomas e causas a seguir.

O que é transtorno dismórfico corporal?

O transtorno dismórfico corporal (TDC) é um problema psiquiátrico em que a pessoa apresenta uma preocupação excessiva com alguma parte específica de sua aparência, muitas vezes sem qualquer causa visível.

Esse transtorno é caracterizado pela distorção da autoimagem, tornando difícil para a pessoa se enxergar de maneira realista e aceitar a própria imagem.

Presente no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) desde 1987, estima-se que este transtorno afete de 1,7% a 2,4% da população.

Sintomas do transtorno dismórfico corporal

O TDC é caracterizado pela preocupação excessiva e angustiante com aspectos da aparência física. Entre os sintomas do TDC mais comuns, estão:

  • frequente análise da própria aparência em espelhos;
  • comparação com outras pessoas;
  • evitação de fotos;
  • isolamento social;
  • timidez excessiva;
  • ansiedade e/ou depressão;
  • higiene excessiva;
  • comportamentos compulsivos;
  • uso de roupas, produtos ou objetos para esconder imperfeições.

O rosto e a cabeça são os principais alvos, mas o transtorno pode se manifestar em qualquer parte, desde cicatrizes até o formato do nariz.

A maioria dos indivíduos com TDC realiza comportamentos repetitivos, como se olhar constantemente no espelho, se arrumar excessivamente e buscar validação dos outros sobre sua aparência.

Muitos não reconhecem que suas preocupações são infundadas, acreditando que aquilo que consideram defeitos deve, de fato, ser mudado.

Pessoas com TDC buscam por procedimentos, como cirurgia plástica, para melhorar a autoimagem. No entanto, essa busca pode se tornar uma obsessão, levando a comportamentos compulsivos e insatisfação contínua.

Diagnóstico do transtorno dismórfico corporal

O diagnóstico do transtorno dismórfico corporal (TDC) pode apresentar desafios, dado o receio que muitas pessoas têm em revelar seus sintomas.

No entanto, existem critérios específicos que auxiliam os profissionais de saúde na identificação dessa condição complexa.

A pessoa com o transtorno deve manifestar uma preocupação excessiva com defeitos percebidos em sua aparência, associada a características mínimas ou até mesmo inexistentes, por exemplo.

Um critério essencial para o diagnóstico é a presença de angústia significativa ou a interferência substancial nas atividades diárias e na capacidade funcional da pessoa.

A angústia pode se manifestar como ansiedade intensa, depressão ou até mesmo ideação suicida, destacando a gravidade do impacto do TDC na saúde mental.

Vale ressaltar que o diagnóstico do TDC deve ser realizado por profissionais de saúde mental especializados, como psiquiatras em conjunto com psicólogos, que realizam uma avaliação abrangente, levando em consideração a história clínica, a observação dos sintomas e a compreensão do impacto na vida diária do indivíduo.

A combinação de abordagens terapêuticas e, em alguns casos, medicação, pode proporcionar alívio significativo, melhorando a qualidade de vida e promovendo uma relação mais saudável com a própria imagem corporal.

Tratamento do transtorno dismórfico corporal

O transtorno dismórfico corporal (TDC) é uma condição que requer uma combinação de cuidados para promover a recuperação.

O tratamento envolve tanto estratégias farmacológicas quanto não farmacológicas, abordando os aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais da condição.

Farmacológico

Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), como fluoxetina e sertralina, são frequentemente prescritos no tratamento do TDC.

Esses medicamentos ajudam a regular os níveis de serotonina no cérebro, contribuindo para a estabilização do humor e a redução dos sintomas relacionados à ansiedade e à depressão associados ao transtorno.

Em alguns casos, antipsicóticos podem ser indicados para tratar sintomas mais graves do TDC, como delírios relacionados à aparência.

Esses medicamentos podem ajudar a modular as percepções distorcidas e contribuir para a redução da intensidade das preocupações com a imagem corporal.

Além disso, existem outras substâncias, como estabilizadores de humor, que podem ser consideradas com base na avaliação individual do paciente.

A escolha do medicamento é personalizada, levando em consideração a gravidade dos sintomas e a resposta ao tratamento.

Não farmacológico

Entre os tratamentos não farmacológicos que podem ser indicados, estão a psicoeducação e a terapia cognitivo-comportamental (TCC).

A psicoeducação desempenha um papel fundamental no tratamento do TDC, fornecendo informações sobre a natureza da condição, seus sintomas e opções de tratamento.

Compreender o transtorno é o primeiro passo para o paciente e seus familiares lidarem de maneira mais eficaz com os desafios associados.

A TCC é considerada o pilar do tratamento não farmacológico do TDC. Essa abordagem terapêutica modifica padrões de pensamento disfuncionais e comportamentos compulsivos associados à preocupação excessiva com a aparência.

A TCC oferece ferramentas práticas para desafiar distorções cognitivas e promover uma relação mais realista e saudável com a imagem corporal.

É importante enfatizar que a rede de apoio também ajuda na jornada de recuperação. O envolvimento de familiares, amigos e grupos de apoio pode proporcionar um ambiente de compreensão e encorajamento, contribuindo para a melhora do indivíduo.

Causas do transtorno dismórfico corporal

As origens do transtorno dismórfico corporal (TDC) podem ser atribuídas a uma interação de fatores genéticos, ambientais e sociais.

Compreender essas causas é essencial não apenas para identificar a condição, mas também para desenvolver estratégias de tratamento e apoio.

Fatores genéticos

A predisposição genética atua no desenvolvimento do TDC. Pesquisas sugerem que a condição pode ter uma base com certas variantes genéticas, aumentando a probabilidade de sua ocorrência.

Influência ambiental

O ambiente em que uma pessoa cresce e se desenvolve é fundamental para entender o TDC. Experiências traumáticas, eventos estressantes ou relações familiares disfuncionais podem contribuir para o surgimento da condição.

Um ambiente que não valoriza ou compreende as necessidades emocionais da pessoa pode criar um contexto propício para o desenvolvimento do transtorno dismórfico corporal.

Conexão com outros transtornos

O TDC, muitas vezes, compartilha uma relação com outros transtornos mentais, como:

Indivíduos que já enfrentam esses desafios têm uma maior propensão ao desenvolvimento do transtorno dismórfico corporal, destacando a complexidade das interações entre diferentes condições mentais.

Características de personalidade susceptíveis

Certas características de personalidade, como ansiedade, perfeccionismo, tristeza, insegurança, baixa autoestima, tendência à solidão, introspecção e obsessão, foram associadas a uma maior suscetibilidade ao TDC.

A compreensão desses traços é fundamental para identificar os fatores de risco e adaptar abordagens terapêuticas de maneira mais precisa.

Impacto das redes sociais

É essencial observar o impacto das redes sociais no desenvolvimento e agravamento do transtorno dismórfico corporal (TDC).

A constante exposição a padrões estéticos inatingíveis, promovidos muitas vezes de forma idealizada nessas plataformas, pode intensificar a pressão social por aceitação e beleza conforme definidos pelas normas culturais e sociais.

A natureza seletiva das postagens nas redes sociais, muitas vezes, cria uma percepção distorcida da realidade, levando os indivíduos a compararem suas próprias aparências com imagens cuidadosamente editadas e filtradas.

A frustração decorrente da comparação constante com outros usuários das redes sociais também pode acentuar a insatisfação com a própria imagem e reforçar as preocupações percebidas em relação à aparência.

Com a conscientização sobre os efeitos potenciais das redes sociais na saúde mental, é possível criar intervenções preventivas e terapêuticas mais eficazes no tratamento do TDC.

Impactos do transtorno dismórfico corporal

O TDC pode ter impactos significativos na vida diária, levando ao isolamento social, faltas no trabalho ou na escola, e evitação de atividades sociais.

Cerca de 80% das pessoas com TDC relatam ideação suicida em algum momento, e entre 25% e 30% chegam a fazer tentativas.

O transtorno também está frequentemente associado a outros problemas de saúde mental, como depressão e transtornos de ansiedade.

Dismorfia corporal e transtornos alimentares

A dismorfia corporal e os transtornos alimentares representam desafios significativos para a saúde mental, sendo condições complexas que muitas vezes se entrelaçam de maneiras sutis e profundas.

Quando combinada com os transtornos alimentares, como a anorexia nervosa, a preocupação excessiva com a aparência física pode se manifestar de maneira intensificada, resultando em comportamentos alimentares restritivos e autocríticos.

A anorexia nervosa, caracterizada pela restrição extrema da ingestão de alimentos e uma busca incessante pela magreza, muitas vezes está enraizada em uma insatisfação profunda com a própria imagem corporal.

Nesse contexto, a dismorfia corporal pode contribuir para a manutenção desse padrão alimentar restritivo, uma vez que a pessoa afetada pode acreditar de forma errônea que seu corpo está fora de proporção ou apresenta defeitos significativos.

Conclusão

Como mostrado neste post "Transtorno dismórfico corporal: o que é, sintomas e causas", esta é uma condição psicológica complexa que envolve preocupações intensas e persistentes em relação à aparência física, ultrapassando os padrões estéticos convencionais.

O TDC pode gerar impactos significativos, levando ao isolamento social, faltas no trabalho ou escola, e até mesmo tentativas de suicídio.

Os sintomas do TDC incluem análise constante da própria aparência, comparação com outros, isolamento social e comportamentos compulsivos.

É importante realizar uma avaliação por profissionais de saúde mental qualificados para obter diagnóstico e tratamentos adequados, o que é essencial para a recuperação da saúde e da qualidade de vida.

22/05/2025   •   há 6 horas


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