Medprev
Transtorno bipolar

Transtorno bipolar tipo 1 e 2: diferença, sintomas e como tratar

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

transtorno-bipolar-tipo-1-e-2-diferenca-sintomas-e-como-tratar

O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) classifica os transtornos bipolares e os sintomas relacionados de forma detalhada.

Essa classificação separa os transtornos bipolares dos transtornos depressivos, classificando a importância das nuances sintomáticas, histórico familiar e fatores genéticos.

Os tipos de transtorno bipolar descritos no DSM-5 são tipo 1 e tipo 2, que se diferenciam pelo grau de intensidade e por critérios qualitativos.

Saiba mais sobre o transtorno bipolar tipo 1 e 2: diferença, sintomas e como tratar a seguir.

Transtorno bipolar tipo 1

O transtorno bipolar tipo 1 é caracterizado por oscilações entre os dois polos, indo de um extremo (depressão) a outro (mania).

É uma das formas mais graves desse transtorno. Além disso, caracteriza-se por episódios de mania, nos quais o paciente vivencia um estado de euforia, hiperatividade, impulsividade e pensamentos acelerados.

Episódios do transtorno bipolar tipo 1

Episódio depressivo

No episódio depressivo do transtorno bipolar tipo 1, os critérios e sintomas são semelhantes aos de uma depressão unipolar "clássica" (transtorno depressivo maior), conforme descrito no DSM-5.

Entre os principais sintomas de um episódio depressivo estão:

  • humor deprimido na maior parte do dia;
  • diminuição do interesse nas atividades diárias;
  • alterações significativas no peso corporal;
  • insônia ou excesso de sono;
  • agitação ou lentificação motora;
  • fadiga e falta de energia;
  • sentimento de inutilidade e culpa excessiva;
  • dificuldade de concentração e de tomada de decisões;
  • pensamentos recorrentes de morte.

Para receber o diagnóstico do episódio depressivo, a pessoa precisa apresentar cinco ou mais desses nove critérios durante pelo menos duas semanas, e na maior parte do tempo.

Episódio maníaco

O episódio maníaco do transtorno bipolar tipo 1 é caracterizado por:

  • aumento de energia, humor elevado e irritabilidade aumentada;
  • autoestima inflada ou grandiosidade;
  • redução significativa na necessidade de sono;
  • fala mais rápida e maior comunicação;
  • pensamentos acelerados e fuga de ideias;
  • dificuldade de concentração;
  • aumento nas atividades sociais, profissionais, acadêmicas e sexuais, inclusive psicomotoras;
  • comportamentos impulsivos, como gastos excessivos, comportamento sexual indiscreto e investimentos financeiros insensatos.

Esse período precisa persistir por pelo menos uma semana e estar presente na maior parte do dia, quase todos os dias, ou levar à hospitalização devido a sintomas psicóticos.

O episódio maníaco é grave o suficiente para causar prejuízos acentuados no funcionamento social e, às vezes, requer hospitalização.

Diagnóstico do transtorno bipolar tipo 1

O diagnóstico do transtorno bipolar tipo 1 exige a presença de pelo menos um episódio de mania completo que tenha prejudicado significativamente o funcionamento social ou ocupacional do paciente, levando à necessidade de hospitalização para evitar danos a si mesmo ou a outros.

É essencial que os profissionais de saúde mental avaliem cuidadosamente os pacientes que apresentam sintomas de mania para determinar se eles se enquadram nessa categoria.

Impacto do transtorno bipolar tipo 1 na vida dos pacientes

O transtorno bipolar tipo 1 pode ser altamente debilitante e levar a prejuízos causados no funcionamento social e profissional.

Os pacientes em episódios de mania completa podem se tornar incansáveis e impulsivos, envolvendo-se em atividades de alto risco, como gastos excessivos, comportamento sexual promíscuo e investimentos financeiros ilógicos.

Esses comportamentos têm consequências negativas graves, incluindo prejuízos financeiros irreparáveis, que podem gerar conflitos interpessoais.

Transtorno bipolar tipo 2

O transtorno bipolar tipo 2 é menos grave do que o tipo 1, mas ainda pode causar prejuízos na vida do indivíduo.

É comum que os pacientes com transtorno bipolar tipo 2 sejam inicialmente diagnosticados com depressão unipolar, o que pode atrasar o tratamento adequado.

Esse tipo de transtorno não inclui episódios de mania, apenas episódios de hipomania e depressão.

Os sintomas da hipomania são menos intensos do que os da mania e não causam prejuízos significativos na vida social ou profissional.

Geralmente se manifesta em torno dos 25 anos, um pouco mais tarde do que o tipo 1, embora possa ocorrer em qualquer idade.

Episódio hipomaníaco

Os critérios e sintomas de um episódio hipomaníaco incluem:

  • aumento de energia, humor elevado e irritabilidade aumentada;
  • autoestima inflada ou grandiosidade;
  • redução na necessidade de sono;
  • fala mais acelerada;
  • pensamentos acelerados;
  • dificuldade de concentração;
  • aumento nas atividades sociais, profissionais, acadêmicas e sexuais;
  • comportamentos impulsivos, como gastos excessivos, comportamento sexual indiscreto e investimentos financeiros insensatos.

Para receber o diagnóstico de episódio hipomaníaco, quatro ou mais desses critérios precisam estar presentes por pelo menos quatro dias consecutivos.

A hipomania não causa prejuízos extremos no funcionamento como a mania, mas requer tratamento psicológico e psiquiátrico, assim como o uso regular de medicação.

Comorbidades e riscos

O transtorno bipolar pode coexistir com outros transtornos mentais, como:

Além disso, o risco de suicídio em pessoas com transtorno bipolar é quinze vezes maior do que em pessoas sem o diagnóstico.

É importante observar que, mesmo quando uma pessoa com transtorno bipolar está estável e não vivencia episódios de mania ou hipomania por muitos anos, a condição não é considerada curada, apenas estável.

Portanto, a busca por tratamento contínuo e acompanhamento profissional é essencial.

Diagnóstico do transtorno bipolar tipo 2

O diagnóstico do transtorno bipolar tipo 2 baseia-se na identificação de episódios de depressão maior, de pelo menos um episódio de hipomania e na exclusão de episódios de mania completa.

Diagnosticar o transtorno bipolar tipo 2 pode ser desafiador, uma vez que os pacientes frequentemente procuram tratamento durante os episódios depressivos e os sintomas de hipomania podem ser menos evidentes.

Impacto do transtorno bipolar tipo 2 na vida dos pacientes

Embora o transtorno bipolar tipo 2 seja consideravelmente menos impactante que o tipo 1, ainda pode causar prejuízos significativos na vida dos pacientes.

É importante observar que, muitas vezes, os pacientes com transtorno bipolar tipo 2 são inicialmente diagnosticados erroneamente com depressão unipolar, atrasando assim o tratamento adequado.

O que são transtornos bipolares?

Os transtornos bipolares, também conhecidos como transtornos de humor bipolar, são caracterizados por episódios recorrentes de mudanças extremas de humor.

Essas mudanças podem variar desde períodos de mania, marcados por euforia e hiperatividade, até episódios de depressão profunda.

As causas exatas desses transtornos ainda são desconhecidas, mas fatores genéticos, alterações nos neurotransmissores cerebrais e fatores psicossociais desempenham um papel importante em sua etiologia.

Tratamento dos transtornos bipolares

O tratamento do transtorno bipolar, seja do tipo 1 ou do tipo 2, geralmente envolve uma abordagem abrangente que inclui medicação, terapia e outras estratégias de apoio.

Avaliação diagnóstica

O primeiro passo é um diagnóstico preciso. Um profissional de saúde mental avalia os sintomas, histórico médico, história familiar e, inclusive, pode solicitar a realização de exames físicos e testes laboratoriais para descartar outras condições médicas que possam causar sintomas semelhantes.

Medicamentos estabilizadores de humor

Para a maioria das pessoas com transtorno bipolar, o medicamento é um componente fundamental do tratamento. Entre alguns dos mais usados, estão:

  • Lítio - um estabilizador de humor amplamente utilizado que ajuda a prevenir episódios maníacos;
  • Anticonvulsivantes - medicamentos frequentemente usados para estabilizar o humor (sempre sob prescrição médica);
  • Antipsicóticos atípicos - alguns antipsicóticos podem ser prescritos para tratar sintomas maníacos ou depressivos;
  • Antidepressivos - em alguns casos, os antidepressivos podem ser usados em combinação com estabilizadores de humor.

Terapia psicológica

A terapia é uma parte crucial do tratamento do transtorno bipolar. A terapia cognitivo-comportamental (TCC), a terapia interpessoal e a terapia de ritmo social podem ser úteis para ajudar os indivíduos a compreender seus padrões de pensamento, comportamento e relacionamentos.

Pessoas com transtorno bipolar tipo 1 apresentam episódios maníacos completos, que podem ser mais graves.

Portanto, o tratamento pode incluir hospitalização para controlar sintomas extremos.

Além disso, é fundamental monitorar os níveis de lítio no sangue, uma vez que este é um medicamento com uma faixa terapêutica estreita.

Já pessoas com transtorno bipolar tipo 2 experimentam hipomania, que pode ter sintomas menos acentuados do que o tipo 1.

Além do tratamento medicamentoso, terapia psicológica e estratégias de gerenciamento de estilo de vida, como padrões regulares de sono, também são fundamentais.

É importante ressaltar que o tratamento do transtorno bipolar é altamente individualizado.

O plano de tratamento específico dependerá da gravidade dos sintomas, da resposta aos medicamentos e das necessidades individuais do paciente.

Portanto, é fundamental trabalhar com um profissional de saúde mental para desenvolver um plano de tratamento adequado.

Conclusão

Como mostrado neste post "Transtorno bipolar tipo 1 e 2: diferença, sintomas e como tratar", esta é uma condição de saúde mental complexa, com diferentes tipos que variam em termos de sintomas e gravidade.

Cada tipo de transtorno bipolar apresenta características únicas e o diagnóstico preciso é fundamental para a escolha do tratamento adequado.

Ao identificar os sintomas da condição, é indicado buscar a orientação de um psiquiatra ou psicólogo para investigação do quadro de saúde mental.

09/05/2025   •   há 16 horas


Fique por dentro das campanhas e cupons da Medprev

Declaro que li e aceito os e a

Relacionados

Episódio hipomaníaco e hipomania: o que é e sintomas