TDAH: quais especialistas procurar?

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica, caracterizada por sintomas como desatenção, hiperatividade e impulsividade.

Neste artigo, saiba mais sobre TDAH: quais especialistas procurar.

Qual médico ou profissional faz o diagnóstico de TDAH?

O TDAH pode ter um impacto significativo na vida daqueles que convivem com ele. Para obter um diagnóstico preciso e iniciar um tratamento eficaz, é fundamental contar com a expertise de diferentes profissionais especializados. Confira alguns deles a seguir.

1) Médico clínico geral ou médico da família

O primeiro passo para obter um diagnóstico de TDAH é consultar um médico clínico geral ou médico da família.

Esses profissionais são os responsáveis por fazer uma avaliação inicial, coletar informações sobre os sintomas, histórico médico e familiar, e encaminhar o paciente para especialistas mais específicos, se necessário.

Através da avaliação profissional inicial, é possível descartar outras condições médicas que possam estar contribuindo para os sintomas apresentados, além de obter o encaminhamento para o especialista mais adequado de acordo com o perfil do paciente.

2) Psiquiatra

O psiquiatra é um profissional altamente qualificado para realizar o diagnóstico e tratamento do TDAH.
Sua formação médica permite uma avaliação abrangente dos sintomas, levando em consideração a história clínica do paciente, o desenvolvimento cognitivo e emocional, bem como quaisquer comorbidades ou condições médicas subjacentes.
No processo de diagnóstico, o psiquiatra utiliza critérios específicos estabelecidos pelo DSM-5 para identificar os sintomas do TDAH.

Essa avaliação minuciosa permite descartar outras condições médicas que possam apresentar sintomas semelhantes. O diagnóstico preciso é essencial para garantir um tratamento adequado e individualizado.
Além disso, esses profissionais são responsáveis por prescrever medicamentos que ajudam a regular a atenção, a hiperatividade e a impulsividade.

O psiquiatra também acompanha o paciente de perto, monitorando a eficácia da medicação, ajustando as doses conforme necessário e gerenciando quaisquer efeitos colaterais que possam surgir.

É importante ressaltar que o uso de medicamentos para o TDAH deve ser feito sob a orientação de um psiquiatra e em conjunto com outras abordagens terapêuticas.

3) Psicólogo

O psicólogo tem expertise na avaliação e compreensão dos aspectos emocionais, cognitivos e comportamentais do TDAH. A avaliação psicológica é uma etapa importante no diagnóstico do TDAH.

Durante essa avaliação, o psicólogo conduz entrevistas clínicas, aplica testes psicológicos e realiza observação do comportamento do paciente em diferentes contextos.

Essa abordagem abrangente permite uma compreensão mais aprofundada dos sintomas do TDAH e de como eles impactam a vida do indivíduo.

Além da avaliação, o psicólogo desempenha um papel importante no tratamento do TDAH por meio da terapia psicológica. Uma das abordagens mais utilizadas é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).

A TCC é uma forma de terapia estruturada que visa ajudar o indivíduo a identificar padrões de pensamento negativos e disfuncionais, além de desenvolver estratégias para substituí-los por pensamentos mais adaptativos e comportamentos saudáveis.

Nessa terapia, o psicólogo trabalha em conjunto com o paciente para explorar os desafios específicos do TDAH, como a desorganização, a dificuldade de concentração e a impulsividade, desenvolvendo estratégias personalizadas para lidar com esses sintomas.

O psicólogo também pode oferecer suporte emocional ao paciente e à sua família, fornecendo um espaço seguro para discutir as dificuldades emocionais relacionadas ao TDAH, além de identificar sintomas de outros problemas mentais, como o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).

4) Neurologista

O neurologista desempenha um papel importante no diagnóstico diferencial do TDAH, especialmente quando há suspeitas de possíveis alterações neurológicas que podem estar contribuindo para os sintomas apresentados.

Embora o TDAH seja considerado um transtorno psiquiátrico, é importante descartar outras condições neurológicas que possam apresentar sintomas semelhantes.

Durante a consulta, o neurologista pode realizar exames neurológicos (como avaliação da função motora, reflexos, coordenação e equilíbrio) e também complementares (como eletroencefalograma (EEG) ou ressonância magnética cerebral) para investigar possíveis alterações neurológicas.

As informações obtidas por meio da avaliação são essenciais para o planejamento do tratamento do TDAH. Elas ajudam a identificar as principais áreas de dificuldade cognitiva e a desenvolver estratégias de intervenção direcionadas para cada indivíduo.

A avaliação neuropsicológica também pode identificar outras condições que podem estar presentes em indivíduos com TDAH, como transtornos de aprendizagem ou do processamento sensorial, por exemplo.

5) Terapeuta Ocupacional

A terapia ocupacional oferece estratégias práticas para lidar com as dificuldades funcionais associadas ao transtorno. O terapeuta ocupacional é especializado em ajudar os indivíduos a desenvolver habilidades práticas que os auxiliam a enfrentar os desafios do dia a dia de maneira mais eficaz.

No caso do TDAH, a terapia ocupacional é benéfica no aprimoramento de habilidades fundamentais para o seu desenvolvimento. O terapeuta ocupacional trabalha em conjunto com o paciente e familiares para identificar áreas de dificuldade e criar estratégias adaptativas.

É importante ressaltar que a terapia ocupacional é um componente complementar ao tratamento do TDAH, sendo necessário integrá-la a outras abordagens terapêuticas, como:

• psicoterapia;
• terapia comportamental;
• uso de medicamentos (quando necessário).

A colaboração entre diferentes profissionais de saúde é fundamental para garantir uma abordagem abrangente e individualizada no tratamento do TDAH.

Outros especialistas que podem contribuir no tratamento do TDAH

Em alguns casos, além dos especialistas mencionados anteriormente, outros profissionais podem ser incluídos em uma abordagem multidisciplinar no tratamento do TDAH.

Esses profissionais desempenham papéis específicos na abordagem das necessidades individuais do paciente e podem contribuir de maneira significativa para o sucesso do tratamento.

Fonoaudiólogos

Os fonoaudiólogos podem trabalhar em conjunto com a equipe para avaliar e intervir nas dificuldades de linguagem, comunicação e processamento auditivo que podem estar associadas ao TDAH. Eles também podem auxiliar no desenvolvimento de estratégias para melhorar a atenção auditiva e a compreensão verbal.

Pedagogos

Os pedagogos têm expertise na área da educação e podem contribuir com estratégias pedagógicas específicas para atender às necessidades das crianças com TDAH em ambientes escolares. Eles podem auxiliar na adaptação do currículo, fornecer suporte para professores e sugerir estratégias de ensino que facilitem a aprendizagem.

Educadores físicos

O envolvimento de educadores físicos pode ser benéfico para crianças com TDAH, pois a atividade física regular pode ajudar a canalizar a energia excessiva, melhorar a concentração e promover o bem-estar geral. Os educadores físicos podem desenvolver programas de exercícios adequados e adaptados às necessidades individuais do paciente.

Assistentes sociais

Os assistentes sociais podem fornecer suporte emocional e social para os indivíduos com TDAH e suas famílias.

Esses profissionais podem auxiliar na identificação de recursos comunitários, fornecer orientações sobre direitos e benefícios, além de oferecer suporte para questões emocionais e sociais relacionadas ao transtorno.

Como é feito o diagnóstico de TDAH?

O diagnóstico do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é realizado por profissionais de saúde capacitados, como médicos psiquiatras e psicólogos.

Não existe um exame específico para o diagnóstico do TDAH, portanto, a avaliação é baseada na análise dos sintomas e sinais apresentados pelo paciente.

Durante o processo de diagnóstico, o profissional de saúde realiza uma avaliação clínica completa, que envolve a coleta de informações por meio de entrevistas com o paciente e seus familiares, observação do comportamento e análise do histórico médico e psicossocial.

Através dessa avaliação, o profissional busca identificar a presença dos principais sintomas do TDAH e sua gravidade.

Os sintomas do TDAH podem ser divididos em duas categorias principais: desatenção e hiperatividade (ou impulsividade).

Os sintomas de desatenção incluem:

• dificuldade em manter o foco;
• esquecimento frequente;
• dificuldade de organização;
• distração fácil;
• dificuldade em seguir instruções diversas.

Já os sintomas de hiperatividade (ou impulsividade) englobam:

• inquietação física;
• dificuldade em ficar parado;
• interromper conversas;
• dificuldade em esperar uma vez.

Além das informações fornecidas pelo paciente e seus familiares, o profissional pode solicitar informações adicionais de professores, especialmente no caso de crianças em idade escolar, a fim de obter uma visão mais abrangente do comportamento e desempenho do indivíduo em diferentes contextos.

Questionários validados cientificamente também são utilizados como uma ferramenta complementar para auxiliar no diagnóstico.

As perguntas são preenchidas pelo paciente, familiares e/ou professores, e fornecem informações objetivas sobre os sintomas e sua frequência, permitindo uma avaliação mais precisa.

O diagnóstico precoce e preciso do TDAH permite que o indivíduo receba o suporte necessário para lidar com os desafios associados ao transtorno e melhore sua qualidade de vida.

Conclusão

Como mostrado no post TDAH: quais especialistas procurar?, o diagnóstico e o tratamento adequados do TDAH envolvem a colaboração de diversos especialistas, já que o transtorno afeta diferentes aspectos da vida do paciente.

O médico clínico geral ou médico de família é o ponto de partida para a avaliação inicial, que pode levar ao encaminhamento para especialistas mais específicos.

A abordagem multidisciplinar é essencial para garantir um diagnóstico preciso, um tratamento individualizado e o apoio necessário para o paciente com TDAH.