Esquizofrenia: o que é, sintomas e tratamento
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico complexo que afeta a percepção da realidade, causando alterações no comportamento, alucinações, delírios e fala desordenada.
Esta é uma doença grave que afeta aproximadamente 100 milhões de pessoas em todo o mundo, o que equivale a cerca de 1% da população global.
No Brasil, mais de 2,5 milhões de indivíduos sofrem com a doença e enfrentam transtornos mentais graves associados a ela.
Esse transtorno é considerado crônico e causa sérios distúrbios no funcionamento do cérebro, levando a comportamentos desvinculados da realidade e das emoções.
Caracterizada pela liberação excessiva de dopamina no cérebro, resulta na perda do contato com a realidade.
A frequência da doença é de 1 caso para 100 pessoas na população, afetando homens e mulheres em igual proporção.
Geralmente, a esquizofrenia emerge em pessoas jovens e está associada a estigmas negativos, frequentemente associados à violência e a distúrbios mentais.
No entanto, os avanços nos tratamentos e pesquisas estão tornando a busca por uma melhor qualidade de vida mais eficaz para aqueles que lidam com o distúrbio.
Saiba mais sobre a esquizofrenia: o que é, sintomas e tratamento a seguir!
O que é esquizofrenia?
A esquizofrenia é um distúrbio cerebral que compromete a capacidade de distinguir adequadamente a realidade.
É classificada por sintomas como alucinações, delírios, comportamento desorganizado e fala confusa.
Tipos de esquizofrenia
Essa doença pode assumir diferentes formas, incluindo os tipos simples, paranoide, desorganizada, catatônica, residual e indiferenciada.
Cada variação possui características específicas, como a mudança de personalidade (na esquizofrenia simples), os aspectos paranoicos (na paranoide) e os pensamentos desorganizados (na desorganizada), por exemplo.
Confira os subtipos de esquizofrenia:
- Esquizofrenia paranoide - caracterizada por alucinações e delírios, frequentemente de perseguição ou grandiosidade;
- Esquizofrenia hebefrênica (desorganizada) - apresenta comportamento infantil, emoções inadequadas e pensamento desorganizado;
- Esquizofrenia catatônica - envolve alterações motoras, como imobilidade prolongada e movimentos bizarros;
- Esquizofrenia simples - inclui progressiva perda de habilidades sociais e ocupacionais, sem delírios ou alucinações.
Sintomas da esquizofrenia
Os sintomas da esquizofrenia podem ser classificados como positivos ou negativos.
Este transtorno mental é caracterizado por uma variedade de sintomas que afetam a percepção, o pensamento, as emoções e o comportamento de uma pessoa.
Confira sobre os seus principais tipos de sintomas abaixo.
Sintomas positivos
Os sintomas positivos da esquizofrenia são aqueles que envolvem uma distorção das funções mentais normais.
Além dos delírios e alucinações, outros exemplos incluem pensamento desorganizado e comportamento motor excessivo.
O pensamento desorganizado pode se manifestar como uma fala incoerente, na qual as ideias não seguem uma lógica compreensível.
O comportamento motor excessivo pode envolver movimentos repetitivos e sem propósito, conhecidos como estereotipias, ou agitação motora.
Esses sintomas podem ser constrangedores para a pessoa afetada e para os outros ao seu redor, frequentemente resultando em dificuldades na comunicação e interação social.
Sintomas negativos
Os sintomas negativos da esquizofrenia estão associados a uma diminuição ou perda das funções emocionais e sociais normais.
Além dos sintomas mencionados, outras manifestações incluem alogia (pobreza de fala), embotamento afetivo (expressão emocional reduzida) e anergia (falta de energia e motivação).
A perda de interesse em atividades anteriormente prazerosas, conhecida como anedonia, é um sintoma negativo que pode contribuir para o isolamento social e a retirada da pessoa de atividades sociais e recreativas.
Desorganização
A desorganização dos pensamentos e comportamentos é uma característica marcante da esquizofrenia.
Além da fala desorganizada e do comportamento catatônico, onde a pessoa pode permanecer imóvel por longos períodos ou realizar movimentos repetitivos sem objetivo, há também a incapacidade de seguir uma linha de raciocínio coerente.
O pensamento pode se tornar desconexo, dificultando a compreensão do que a pessoa está tentando comunicar.
Essa desorganização interfere significativamente na capacidade da pessoa de se expressar e interagir de maneira compreensível.
Comprometimento cognitivo
O comprometimento cognitivo na esquizofrenia está além das perturbações de pensamento.
Ele abrange dificuldades em várias áreas cognitivas, como concentração, memória de curto prazo, organização de informações e habilidades de resolução de problemas.
Isso pode afetar a capacidade da pessoa de realizar tarefas do dia a dia, como planejar seu dia, lembrar-se de compromissos ou aprender novas informações.
O comprometimento cognitivo pode contribuir para a dificuldade em manter empregos ou se engajar em atividades educacionais.
Fatores de risco para a esquizofrenia incluem predisposição genética, problemas durante o nascimento, infecções no cérebro e uso de substâncias.
A detecção precoce e o tratamento imediato são essenciais para melhorar o prognóstico e o funcionamento a longo prazo.
É importante notar que a esquizofrenia é um transtorno complexo e que o tratamento e o manejo variam para cada pessoa.
O apoio da família, a educação sobre a doença e o envolvimento em cuidados especializados são fundamentais para uma melhor qualidade de vida.
Causas da esquizofrenia
As causas da esquizofrenia são complexas e envolvem a interação de vários fatores que afetam o funcionamento cerebral e a saúde mental.
Além do desequilíbrio na neurotransmissão cerebral, especialmente relacionado à dopamina, outros aspectos desempenham um papel crucial no desenvolvimento dessa doença mental.
Fatores genéticos e história familiar
Estudos têm demonstrado uma maior incidência da doença entre parentes de primeiro grau de indivíduos afetados.
Vários genes foram implicados e, embora nenhum gene específico seja responsável pela esquizofrenia, a combinação de múltiplos genes e variações genéticas parece aumentar o risco.
No entanto, nem todas as pessoas com predisposição genética desenvolvem a doença, indicando a presença de fatores ambientais que também são essenciais.
Desnutrição pré-natal e fatores ambientais
A desnutrição durante a gestação, a exposição a infecções virais ou as complicações durante o parto podem contribuir para o aumento do risco de desenvolvimento da esquizofrenia.
Esses fatores ambientais podem afetar o desenvolvimento cerebral do feto e aumentar a vulnerabilidade para a doença.
Além disso, eventos estressantes na infância ou experiências traumáticas podem desencadear ou agravar os sintomas em indivíduos geneticamente suscetíveis.
Uso de substâncias e abuso de drogas
O uso de substâncias psicoativas, como a cannabis (maconha) e outras drogas, tem sido associado a um maior risco de desenvolvimento de esquizofrenia, especialmente em pessoas predispostas geneticamente.
A influência dessas substâncias pode afetar a função cerebral e exacerbar os sintomas.
Além disso, o abuso de álcool e outras drogas também pode complicar o tratamento e a gestão da doença em pessoas já diagnosticadas com o transtorno.
Aspectos biopsicossociais
A abordagem biopsicossocial baseia-se no reconhecimento da interação complexa entre fatores biológicos, psicológicos e sociais na manifestação da esquizofrenia.
Fatores sociais, como isolamento social, estigma, falta de apoio familiar e dificuldades socioeconômicas, podem influenciar na progressão da doença e na adesão ao tratamento.
Componentes psicológicos, como estresse crônico, dificuldades emocionais e traumas, também desempenham um papel na manifestação.
Diagnóstico da esquizofrenia
O diagnóstico da esquizofrenia é clínico e baseia-se na avaliação de sintomas pelo psiquiatra, além da análise do histórico familiar e de saúde do paciente.
Tratamento da esquizofrenia
O tratamento da esquizofrenia envolve medicação antipsicótica, acompanhamento psiquiátrico, psicoterapia e terapias criativas, como a arteterapia.
É importante ressaltar que a adesão ao tratamento é crucial para prevenir recaídas e reduzir os sintomas.
Embora não seja possível garantir a prevenção completa da esquizofrenia, manter a saúde mental, evitar o uso de substâncias prejudiciais e buscar ajuda precocemente são medidas importantes para reduzir os seus riscos.
Medicamentos antipsicóticos
Os medicamentos antipsicóticos desempenham um papel crucial no tratamento da esquizofrenia.
Eles funcionam alterando os níveis de neurotransmissores no cérebro, especialmente a dopamina.
É importante ressaltar que esses medicamentos podem ter efeitos colaterais, como ganho de peso, sonolência e tremores.
A escolha do medicamento e a dosagem adequada são determinadas pelo médico, levando em consideração os riscos e benefícios para cada paciente.
Psicoterapia
A psicoterapia atua de forma complementar no tratamento da esquizofrenia, ajudando o paciente na compreensão de sua condição, lidar com os sintomas, desenvolver estratégias para enfrentar desafios e melhorar a qualidade de vida.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente utilizada para ajudar a pessoa a identificar padrões de pensamento distorcidos e a desenvolver habilidades para enfrentar situações estressantes.
A terapia de apoio também pode ser benéfica para fornecer um espaço seguro para expressar emoções e preocupações.
Terapia ocupacional
A terapia ocupacional é projetada para ajudar a pessoa a desenvolver habilidades práticas para a vida diária. Isso inclui atividades como gerenciamento do tempo, organização, habilidades sociais e autocuidado.
A terapia ocupacional visa melhorar a independência e a funcionalidade, permitindo que a pessoa alcance seus objetivos e participe ativamente da comunidade.
Ela pode ajudar a pessoa a recuperar ou melhorar as habilidades necessárias para realizar tarefas cotidianas, como cozinhar, cuidar da higiene pessoal e administrar finanças.
Programas de reabilitação e apoio comunitário
Além da terapia ocupacional, os programas de reabilitação e apoio comunitário são essenciais para ajudar as pessoas com esquizofrenia a se reintegrarem na sociedade.
A compreensão e o apoio da família e de amigos também são essenciais para ajudar o paciente a conviver com a esquizofrenia e os seus desafios.
Em última análise, a conscientização sobre o transtorno e o cuidado com a saúde mental são fundamentais para lidar com essa condição complexa durante a vida.
Conclusão
Como mostrado no post “Esquizofrenia: o que é, sintomas e tratamento”, este transtorno é uma condição mental complexa que afeta profundamente a vida daqueles que a vivenciam.
Com compreensão, tratamento adequado e apoio contínuo de profissionais qualificados, as pessoas com a doença podem encontrar maneiras de gerenciar seus sintomas e levar uma vida mais plena e produtiva.
31/12/2024 • há um mês