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Esquizofrenia paranoide: o que é, sintomas e tratamento

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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A esquizofrenia paranoide é o tipo mais comum desse transtorno psicológico e é caracterizada por sintomas como delírios, alucinações, mudanças no discurso e alterações de comportamento.

Essa doença é complexa e afeta a capacidade do paciente de compreender a realidade e distinguir entre o que é real e o que faz parte apenas de sua imaginação.

Neste artigo, saiba mais sobre a esquizofrenia: o que é, sintomas, tratamento e possíveis causas!

O que é esquizofrenia paranoide?

A esquizofrenia paranoide é uma variante da esquizofrenia e afeta aproximadamente 1% da população mundial.

Esse transtorno é caracterizado por sintomas como:

  • perda de contato com a realidade (psicose);
  • alucinações (é comum ouvir vozes);
  • falsas convicções (delírios);
  • pensamento e comportamento anormal;
  • redução das projeções de emoções;
  • prejuízo da motivação;
  • piora da função mental (cognição);
  • problemas no desempenho diário, incluindo no âmbito profissional, social, relacionamentos e autocuidado.

Os pacientes com esquizofrenia paranoide muitas vezes têm uma percepção distorcida da realidade, o que os leva a se desconectar de suas atividades cotidianas e a exibir emoções desproporcionais aos acontecimentos de suas vidas.

Além disso, a esquizofrenia não apresenta predileção de gênero, afetando tanto homens quanto mulheres.

O uso excessivo de substâncias, como álcool e nicotina, é comum entre pessoas com esquizofrenia, o que pode agravar os sintomas.

Os sintomas da esquizofrenia paranoide podem variar em intensidade e frequência, mas em geral, interferem significativamente na qualidade de vida dos afetados.

Acredita-se que um desequilíbrio na produção do neurotransmissor dopamina desempenha um papel importante no desenvolvimento desta condição.

Sintomas de esquizofrenia paranoide

Os sintomas da esquizofrenia paranoide são característicos e os pacientes podem apresentar:

1. Alucinações

As alucinações ocorrem quando há percepções (seja na visão ou audição, por exemplo) que ocorrem na ausência de estímulos reais.

Pacientes com esquizofrenia paranoide podem ouvir vozes, ver imagens ou sentir sensações táteis que não estão presentes para outras pessoas.

Essas alucinações podem ser extremamente perturbadoras e confundir a realidade do paciente.

2. Delírios

Os delírios são supostamente irracionais e infundados, mas os pacientes podem acreditar em sua existência firmemente, mesmo quando não há evidências para apoiá-las.

Na esquizofrenia paranoide, os delírios frequentemente estão relacionados a temas como perseguição, conspirações ou grandiosidade.

Os pacientes acreditam que estão sendo observados, perseguidos ou que têm um papel especial em eventos importantes.

3. Sensação de perseguição

A sensação de perseguição é um sintoma comum na esquizofrenia paranoide.

Os pacientes sentem que são constantemente vigiados, ameaçados ou alvo de conspirações.

Isso pode levá-los a se isolar socialmente e adotar comportamentos defensivos.

4. Pensamentos sobre conspirações

Os pacientes com esquizofrenia paranoide comumente acreditam em teorias de conspiração e veem conexões ocultas entre eventos e pessoas criadas pelos pacientes.

Esses pensamentos conspiratórios podem ser intensos e dominar a mente do paciente.

5. Mudanças no comportamento

Além dos sintomas cognitivos, os pacientes podem experimentar mudanças no comportamento, como retraimento social, dificuldade em manter atividades diárias e alterações no humor.

Outros sintomas que podem surgir são: pensamentos suicidas e falta de concentração.

Inicialmente os sintomas são leves, e esse período, conhecido como pródromo, pode ser marcado por um comportamento que pode variar entre desorganização, desconfiança, além de afastamento de pessoas ou situações.

Causas de Esquizofrenia

A causa exata da esquizofrenia ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que seja multifatorial. Entre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença são:

  • Genética - as pessoas que têm um progenitor ou um irmão com esquizofrenia têm um risco de cerca de 10% de desenvolver o transtorno em comparação com um risco de 1% entre o resto da população. Um irmão cujo irmão gêmeo tenha esquizofrenia tem um risco de 50% de desenvolver a doença, por exemplo;
  • Fatores ambientais - exposição a eventos traumáticos na infância como abuso sexual, infecções virais durante a gravidez e complicações durante o parto são fatores ambientais que podem aumentar o risco do indivíduo apresentar esquizofrenia;
  • Desequilíbrios químicos - alterações nos neurotransmissores do cérebro, como a dopamina e a serotonina, diabetes gestacional, problemas no desenvolvimento cerebral antes do nascimento e o uso de substâncias podem ajudar a desencadear a esquizofrenia.

Diagnóstico e tratamento da Esquizofrenia

O diagnóstico da esquizofrenia paranoide é feito por um psiquiatra, que avalia os sinais e sintomas apresentados pela pessoa, bem como o histórico de saúde familiar e histórico de vida do paciente para identificar possíveis traumas.

Exames como tomografia computadorizada, exame de urina ou de sangue e encefalograma podem ser recomendados para excluir outras condições, como tumor ou demência.

Embora a esquizofrenia paranoide não tenha cura, o tratamento visa controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Veja algumas opções de tratamento a seguir.

1) Intervenção medicamentosa

O tratamento com medicamentos antipsicóticos é uma parte fundamental do tratamento da esquizofrenia paranoide.

O uso de medicamentos ajuda a controlar os sintomas. Além disso, alguns ansiolíticos também podem ser indicados para controlar alterações comportamentais.

Esses medicamentos ajudam a controlar os sintomas, incluindo alucinações, delírios e pensamentos conspiratórios.

É essencial que esses medicamentos sejam prescritos e monitorados por um médico psiquiatra, pois podem ter efeitos colaterais significativos.

2) Psicoterapia

A psicoterapia desempenha um papel fundamental no tratamento da esquizofrenia paranoide.

Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCC) e de apoio podem ser componentes valiosos no plano de tratamento realizado por um psicólogo.

Essas terapias visam ajudar os pacientes a compreender e gerenciar seus sintomas, desenvolver estratégias para lidar com o estresse e melhorar as habilidades sociais.

Além disso, a psicoterapia pode ser um espaço seguro para os pacientes expressarem seus pensamentos e preocupações, auxiliando na construção de uma relação terapêutica de confiança com o profissional de saúde mental.

3) Hospitalização

Em casos graves de esquizofrenia paranoide, a hospitalização pode ser necessária para garantir a segurança do paciente, para as pessoas ao seu entorno e fornecer um ambiente controlado para ajustar a medicação e estabilizar os sintomas.

A internação pode ser indicada em situações de crise, quando o paciente apresenta risco para si mesmo ou para os outros, por exemplo.

A hospitalização também pode ser útil para monitorar de perto a resposta do paciente à medicação e fazer ajustes conforme necessário.

Durante a hospitalização, uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde mental, incluindo psiquiatras, psicólogos e enfermeiros, trabalha em conjunto para fornecer cuidados abrangentes e individualizados.

4) Suporte da família

O apoio da família desempenha um papel fundamental no processo de recuperação da esquizofrenia paranoide.

É importante que os familiares recebam educação sobre a condição e compreendam os desafios enfrentados pelo paciente.

Isso inclui aprender sobre os sintomas da esquizofrenia, as opções de tratamento e como lidar com pessoas em crise.

O envolvimento ativo da família na gestão dos cuidados do paciente pode ser fundamental para promover a estabilidade e a aderência ao tratamento.

Isso pode envolver ajudar o paciente a lembrar-se de tomar a medicação, fornecer apoio emocional e criar um ambiente de suporte em casa.

O estabelecimento de expectativas realistas e a comunicação aberta também são importantes para manter um relacionamento saudável com o paciente.

Além disso, as famílias podem buscar grupos de apoio ou recursos educacionais para obter orientação e apoio adicional ao lidar com a esquizofrenia paranoide.

O trabalho em conjunto entre a equipe de tratamento, o paciente e a família é essencial para otimizar os resultados do tratamento e promover o bem-estar geral do paciente.

Conclusão

Como mostrado no post "Esquizofrenia paranoide: o que é, sintomas e tratamento", essa doença é uma forma complexa e desafiadora de esquizofrenia, caracterizada por alucinações, delírios, sensação de perseguição e pensamentos conspiratórios.

Embora a causa exata dessa condição ainda não seja completamente compreendida, o acompanhamento profissional especializado, em conjunto com o suporte de família e amigos, pode auxiliar o paciente a ter uma qualidade de vida melhor.

O tratamento da esquizofrenia paranoide envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo medicamentos, psicoterapia e inclusive hospitalização, quando necessário.

Procurar ajuda de um médico especializado em saúde mental ao primeiro sinal de sintomas relacionados à esquizofrenia paranoide é fundamental para diagnóstico e tratamento adequados.

11/12/2023   •   há 5 meses


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