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Síndrome de borderline: o que é, sintomas, causas e tratamento

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Não são poucas as pessoas que vivem sem perceber que certos tipos de comportamentos negativos podem, na verdade, ser consequência de transtornos de personalidade. A chamada Síndrome de Borderline é um deles.

Comumente confundida com outras síndromes, a Borderline é um distúrbio de personalidade que pode levar a pessoa a sofrer com episódios de raiva, depressão e ansiedade subitamente.

Para entender o que é a Síndrome de Borderline, sintomas, causas e tratamento, acompanhe este post até o final!

O que é a Síndrome de Borderline?

Do inglês, o termo “borderline” se refere a algo que é levado ao limite. Também chamada de Transtorno de Personalidade Borderline, a Síndrome de Borderline é um transtorno mental grave caracterizado por um padrão de instabilidade contínua no humor, comportamento e autoimagem.

Ou seja, em um curto espaço de tempo, pessoas com a síndrome têm momentos em que estão tranquilas e estáveis, mas que repentinamente podem apresentar surtos e comportamentos descontrolados.

Em muitos casos, esse transtorno é confundido com doenças como a esquizofrenia devido aos seus sintomas.

Contudo, a duração e a intensidade dos sinais é diferente, sendo fundamental a avaliação de um psiquiatra ou psicólogo para o correto diagnóstico e tratamento do problema.

Sinais da Síndrome de Borderline

É natural que as pessoas tenham emoções intensas ao longo da vida. Contudo, elas são suportáveis e administráveis, diferente das pessoas que sofrem com a Síndrome de Borderline.

Geralmente, os sinais da síndrome começam a aparecer na adolescência e se tornam mais frequentes no início da idade adulta. Confira alguns deles a seguir.

Medo de se sentir sozinho

O receio do abandono pode desencadear comportamentos extremos, como a quebra do vínculo antecipadamente (como forma de proteção a si mesmo) ou até ameaças de suicídio.

Relações instáveis

Com familiares e pessoas próximas, os sentimentos passam de extremo carinho à raiva em um pequeno intervalo de tempo.

Quem lida com a síndrome comumente apresenta comportamentos agressivos e violentos em relação ao cônjuge, principalmente ao acreditar que está sendo abandonado ou rejeitado.

Problemas de autoimagem

Pessoas portadoras da Síndrome de Borderline geralmente não lidam de forma saudável com seus sentimentos.

Além da baixa autoestima e sentimento de inutilidade, muitos são incapazes de definir suas preferências, valores e objetivos, pois os mesmos mudam o tempo todo.

Alteração súbita de humor

Como já mencionamos, pessoas portadoras da síndrome sofrem grandes variações de humor.

Além disso, suas emoções positivas e negativas são extremamente exageradas, ou seja, fazem com que a alegria se torne euforia, a tristeza se torne luto e a frustração se torne ódio, em questões de segundos.

Comportamentos impulsivos

Em muitos casos, a busca pelo rápido alívio de algum sentimento negativo ou por prazer, leva o portador da síndrome a consumir de maneira compulsiva substâncias como álcool, drogas e medicamentos.

Além disso, pode ocorrer também problemas com apostas e compras por impulso que prejudicam sua vida financeira, ações de imprudencia no transito ou ainda, promiscuidade e sexo desprotegido mesmo com estranhos.

Comportamentos suicidas ou autodestrutivos

Não são raros os casos de comportamentos autodestrutivos como automutilação (cortes, queimaduras, pancadas) para aliviar as dores emocionais ou como forma de autopunição.

Entre os homens, comportamentos tidos como suicidas são bem comuns.

Embora esses sejam sinais comuns entre os portadores da síndrome, é importante ressaltar que somente um psiquiatra deve realizar o diagnóstico com base nos sintomas e quadro geral do paciente podendo, a partir disso, orientar o correto tratamento.

Tipos de Borderline

Atualmente a Síndrome de Borderline não possui uma categorização bem definida de tipos, porém alguns especialistas e autores agruparam as variações de acordo com as suas características.

Segundo Randi Kreger

  • Convencional - pessoas com esse tipo de transtorno possuem uma tendência autodestrutiva, comportamentos suicidas e também de automutilação, o que em muitos casos demanda a internação do paciente;
  • Invisível - pessoas com esse tipo de transtorno levam uma vida relativamente normal, dificilmente buscando ajuda profissional devido à complexidade dos sintomas e diagnóstico. Contudo, em momentos de raiva, por exemplo, podem projetar suas emoções para terceiros.

Segundo Theodor Milton

  • Desencorajado - nesse caso, geralmente os portadores são mais isolados, esquivos e vulneráveis, com um sentimento constante de perigo ou submissão;
  • Petulante - a pessoa com a síndrome tem comportamentos passivo-agressivos, ou seja, pode ser consideradas mais teimosa, rancorosa, desafiadora, impaciente e pessimista, por exemplo;
  • Impulsivo - como o nome indica, tem como uma de suas principais características o comportamento precipitado, podendo ser, excessivamente distraídos, indecisos e não lidarem com a rejeição de forma saudável;
  • Autodestrutivo - baseia-se na raiva associada à autopunição, em que a tensão, o mau humor ou o conformismo geram comportamentos depressivos e até masoquistas.

O que causa a Síndrome de Borderline?

Segundo estudiosos da área, a Síndrome de Borderline não tem uma causa única, mas um conjunto de fatores genéticos e ambientais que podem desencadear o problema. Entre eles, estão:

  • genética - pessoas com histórico familiar com o transtorno (como pais e/ou irmãos) têm maior tendência a desenvolvê-lo. Porém também é possível que mesmo sem a herança genética, a síndrome surja e seja causada pelo ambiente familiar;
  • traumas infantis - crianças que passaram por violência doméstica, abandono ou maus tratos, têm uma maior probabilidade de desenvolver o transtorno;
  • conflitos emocionais - experiências familiares conturbadas como, por exemplo, morte, separação ou excesso de autoridade dos pais, pode ser um gatilho para o desenvolvimento do problema;
  • alterações cerebrais - o desenvolvimento do transtorno, em alguns casos, pode estar relacionado a alterações no funcionamento dos neurotransmissores;
  • desequilíbrios hormonais - pacientes portadores da síndrome costumam apresentar um aumento na produção do cortisol, que é o hormônio do estresse. No caso das mulheres, as variações do estrogênio no ciclo menstrual podem estar relacionadas às manifestações dos sintomas.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da Síndrome de Borderline foi um grande desafio por muitos anos, mas atualmente pode ser realizado com base nos padrões de comportamento do paciente e nos sintomas característicos do transtorno.

Por ser um transtorno de personalidade, o seu diagnóstico deve ser ainda mais minucioso, já que o Borderline pode ser confundido com o transtorno bipolar quando não há uma análise especializada por um psiquiatra.

Como é feito o tratamento?

O tratamento dos casos de Síndrome de Borderline é realizado com o acompanhamento de terapeutas, psicólogos e psiquiatras.

Após diagnóstico do tipo do transtorno, além do uso de fármacos, o tratamento pode ser realizado de diferentes formas.

Por exemplo:

  • psicoterapia - considerado o principal tratamento para o transtorno, a psicoterapia auxilia de forma significativa no tratamento, pois estimula o indivíduo a solucionar os problemas que surgem como resultado do transtorno, além de proporcionar mudanças positivas no seu dia a dia;
  • psicoterapia focada em transferência - durante a sessão, o terapeuta faz perguntas com o objetivo de ajudar o paciente a pensar sobre suas reações de tal modo que possa examinar suas imagens distorcidas, exageradas e irrealistas do eu;
  • terapia focada em esquema - tem como objetivo ajudar o paciente a modificar os seus padrões;
  • fármacos - administração de estabilizadores de humor e antipsicóticos para atenuar os sintomas do transtorno.

Com o trabalho em conjunto, o paciente consegue lidar melhor com as situações cotidianas tendo assim uma maior qualidade de vida.

Borderline é caso de internação?

O paciente portador da Síndrome de Borderline pode ter uma recuperação da sua qualidade de vida e redução dos efeitos dos sintomas quando é tratado de forma adequada.

Porém, é possível a necessidade de um tratamento em um hospital psiquiátrico ou clínica especializada, por exemplo.

A hospitalização geralmente é indicada em casos onde o paciente sofre do tipo do transtorno autodestrutivo, no qual há riscos para a vida do paciente.

Borderline tem cura?

A Síndrome de Borderline não tem cura, mas com diagnóstico correto e tratamento pode ser controlada.
O acompanhamento médico é fundamental para que o paciente entenda a origem de suas emoções, aprenda a lidar com os sintomas e busque ajuda sempre que necessário.

Síndrome de Borderline ou Transtorno Bipolar?

Em muitos casos, pela falta de um correto diagnóstico, pacientes portadores da Síndrome de Borderline são diagnosticados erroneamente com transtorno bipolar.

Isso ocorre porque o transtorno bipolar também tem como características as variações de humor.

Contudo, existem algumas características, que quando bem avaliadas, são cruciais no diagnóstico correto do transtorno: a velocidade das mudanças de humor e as suas motivações.

Nos casos do transtorno bipolar, o paciente pode variar do estado de euforia (durante semanas) para o estado de depressão (que pode durar meses).

Em relação às motivações das mudanças de humor e comportamento, no caso do transtorno bipolar elas ocorrem devido a fatores internos (como um desequilíbrio dos neurotransmissores), enquanto que na Síndrome de Borderline ocorrem por fatores externos (como uma rejeição).

Além disso, é possível que ambos os transtornos coexistam, o que torna o diagnóstico ainda mais difícil.

Borderline e outras comorbidades

Os transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais. Portanto, não são raros os casos onde o paciente com Borderline também desenvolve outros problemas, como:

CONCLUSÃO

As pessoas portadoras da Síndrome de Borderline enfrentam uma grande variação de humor e comportamento que podem afetar diversas camadas da vida.

Porém, quando há suporte médico e especializado, é possível reduzir os sintomas, mapear possíveis causas e recuperar a qualidade de vida.

Por isso, ao identificar os sintomas, é preciso buscar ajuda profissional para diagnóstico e tratamento adequados.

16/04/2024   •   há 6 meses


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