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9 sintomas da síndrome de borderline

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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A síndrome de borderline é caracterizada por mudanças rápidas de humor, medo de ser abandonado por amigos ou parceiros, além de relacionamentos instáveis e comportamentos impulsivos.

Estima-se que até 6% da população mundial sofra com esta síndrome. Não há estatísticas oficiais sobre ocorrências no Brasil, mas pesquisas sugerem a existência de 2 milhões de casos anuais, atingindo principalmente mulheres.

Geralmente, as pessoas com esse transtorno alternam entre momentos de normalidade, ansiedade, depressão e ira, que muitas vezes são confundidos com sinais de esquizofrenia ou bipolaridade.

As crises, desencadeadas por frustração ou situação inesperada, podem se estender por horas ou dias.

Além disso, a síndrome é mais comum em pessoas que possuem histórico de maus-tratos na infância e abuso de álcool ou drogas pelos pais, por exemplo.

Para buscar o diagnóstico e suporte médico adequado, é preciso conhecer as características do transtorno, além dos 9 sintomas da Síndrome de Borderline. Saiba mais a seguir!

Quais são os principais sintomas da Síndrome de Borderline?

Embora os sinais se manifestem de formas diferentes para cada pessoa e em intensidades variadas, há sintomas comuns na síndrome.

1. Mudanças súbitas de humor

As mudanças súbitas de humor são um sintoma característico do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB).

Essas alterações são intensas e podem ocorrer rapidamente, fazendo com que o paciente passe de um estado de euforia para um estado depressivo em questão de minutos.

Essa variação pode ser desencadeada por eventos aparentemente insignificantes, como um "não" recebido.

O tratamento para as mudanças súbitas de humor associadas ao TPB geralmente envolve Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ou terapia dialética comportamental.

A TCC ajuda o paciente a identificar e modificar padrões de pensamento negativos, enquanto a terapia dialética comportamental se concentra na regulação das emoções e no desenvolvimento de habilidades de enfrentamento. Em casos graves, medicamentos podem ser prescritos para ajudar a estabilizar o humor.

Além disso, as pessoas com síndrome de borderline geralmente têm medo de que as emoções fujam do seu controle, demonstrando dificuldade para lidar com situações de estresse e criando uma grande dependência de outras pessoas nestes momentos.

2. Irritabilidade

A irritabilidade é uma consequência comum das flutuações de humor intensas observadas no TPB.

Em momentos de crise, o paciente pode perder o controle e se tornar verbal ou fisicamente agressivo em relação às pessoas ao seu redor.

A terapia, especialmente a terapia dialética comportamental, pode ajudar o paciente a desenvolver estratégias para lidar com a irritabilidade e a agressividade.

A terapia de grupo também pode ser benéfica, pois proporciona um ambiente seguro para a expressão de emoções.

Além disso, o uso de medicamentos, como estabilizadores de humor ou antipsicóticos, pode ser considerado em casos de irritabilidade grave.

3. Sensação de solidão

A sensação de solidão é comum em pessoas com TPB, uma vez que elas podem se sentir extremamente isoladas e vazias, buscando atenção e validação de outras pessoas, por exemplo.

No entanto, também podem experimentar uma sensação profunda de falta de propósito.

Para tratar, indica-se a terapia individual e de grupo para explorar os sentimentos de solidão e ajudar o paciente a desenvolver relações interpessoais mais saudáveis e gratificantes.

A terapia de apoio social e a terapia ocupacional podem ser úteis para abordar a falta de propósito.

4. Medo do abandono

O medo do abandono é uma característica marcante do TPB. As pessoas com esse transtorno vivenciam um medo constante de serem abandonadas, levando a comportamentos de antecipação, como o isolamento social, antes que amigos e familiares possam supostamente abandoná-las.

A terapia, em particular a terapia dialética comportamental, ajuda a abordar o medo do abandono e a desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis.

O terapeuta trabalha com o paciente para identificar pensamentos distorcidos relacionados ao abandono e a promover a autoestima e a independência emocional.

5. Impulsividade

A impulsividade pode se manifestar de várias maneiras, como deixar um emprego estável sem motivo aparente, entrar e sair rapidamente de relacionamentos amorosos, gastos descontrolados, dependência de jogos e consumo excessivo de álcool e drogas.

A terapia de regulação emocional, como a Terapia Dialética Comportamental, é uma das abordagens mais eficazes para tratar comportamentos impulsivos no TPB.

Ela ensina o paciente a identificar e regular emoções intensas e a desenvolver habilidades de controle de impulsos.

Terapias que abordam a autocontrole, resolução de problemas e habilidades sociais também são importantes.

Além disso, a educação sobre as consequências negativas dos comportamentos impulsivos e o estabelecimento de metas de mudança podem ser parte do tratamento.

6. Insegurança

A insegurança muitas vezes está ligada a traumas passados e ao medo de sofrer abusos ou negligência novamente.

Nesse caso, a terapia é uma ferramenta fundamental para abordar a insegurança.

A terapia de trauma pode ajudar a paciente a processar experiências passadas e a trabalhar na construção de uma maior sensação de segurança.

Estratégias de enfrentamento e desenvolvimento de habilidades de autoestima também podem ser indicadas.

7. Pensamentos Suicidas

Em casos mais graves podem ocorrer pensamentos suicidas, automutilação e tentativas de tirar a própria vida.

A avaliação de risco de suicídio é fundamental e deve ser realizada por um profissional de saúde mental, como psicólogo e psiquiatra.

O tratamento geralmente envolve uma combinação de terapia, acompanhamento medicamentoso e, em casos graves, hospitalização.

A segurança do paciente é uma prioridade absoluta e um plano de segurança é frequentemente desenvolvido em colaboração com o paciente e o terapeuta.

8. Comportamentos de dependência

Além dos comportamentos impulsivos, as pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) podem desenvolver comportamentos de dependência em relação a várias substâncias ou atividades.

Isso pode incluir vícios em jogos, gastos descontrolados de dinheiro, consumo excessivo de comida e abuso de drogas.

O tratamento para comportamentos de dependência no TPB envolve abordagens terapêuticas específicas.

Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCC) e terapias de grupo podem ser eficazes para tratar a dependência.

O foco do suporte psicológico é identificar os gatilhos para esses comportamentos e desenvolver estratégias saudáveis de enfrentamento.

Em alguns casos, pode ser necessário encaminhar o paciente para programas de reabilitação específicos, como grupos de apoio.

9. Baixa autoestima

A baixa autoestima é uma característica comum em pessoas com TPB.

Elas frequentemente se consideram inferiores aos outros, o que pode afetar negativamente sua vida pessoal e profissional.

A terapia é fundamental para abordar a baixa autoestima. Terapeutas trabalham com os pacientes para identificar crenças autodepreciativas e distorcidas e ajudam a desenvolver uma autoimagem mais saudável.

A terapia focada na construção de autoestima e na promoção da resiliência pode ser especialmente benéfica.

Consequências da Síndrome de Borderline

Além das características clínicas associadas ao TPB, como mudanças de humor intensas, impulsividade e instabilidade emocional, essa síndrome também pode desencadear uma série de consequências que afetam várias áreas da vida de uma pessoa.

Uma das características mais marcantes da síndrome de Borderline é uma tendência a ter relações interpessoais muito instáveis.

Isso pode incluir relacionamentos com parceiros românticos, amigos e familiares.

As pessoas com TPB muitas vezes experimentam uma montanha-russa emocional em seus relacionamentos, alternando entre idealização e desvalorização de outras pessoas.

Essa instabilidade pode resultar em conflitos frequentes, rupturas de relacionamentos e sentimentos de solidão e isolamento.

Outro aspecto característico da Síndrome de Boderline é a dificuldade para manter um emprego estável.

A instabilidade emocional e a impulsividade podem levar a comportamentos no local de trabalho como conflitos com colegas e superiores, dificuldades em lidar com críticas construtivas e mudanças frequentes de emprego devido a conflitos interpessoais ou insatisfação.

Em situações de grande sofrimento emocional, as pessoas com síndrome de Borderline podem recorrer a comportamentos autodestrutivos, como autolesões.

Isso ocorre como uma forma de aliviar a dor emocional intensa que é experimentada.

Além disso, em casos mais graves, o sofrimento constante e a sensação de desespero podem levar à ideação suicida e, em alguns casos, à tentativa de suicídio.

Portanto, é fundamental que as pessoas com TPB recebam apoio profissional e familiar e tenham acesso a recursos de saúde mental como terapias, medicamentos e em casos mais graves, a hospitalização.

Síndrome de Borderline tem cura?

A síndrome de borderline não tem cura. No entanto, com tratamento adequado e o apoio de amigos e familiares, os sintomas podem ser controlados, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os pacientes.

Conclusão

A Síndrome de Borderline é um transtorno caracterizado por mudanças bruscas de humor, medo do abandono de familiares, amigos e parceiros, relacionamentos amorosos e trabalho estáveis e comportamento impulsivo que pode levar à dependência.

Como mostrado no post sobre os 9 sintomas da Síndrome de Borderline, os primeiros sinais surgem durante a adolescência e podem ser confundidos com momentos de rebeldia comuns dos jovens, mas na maioria dos casos diminuem de intensidade na vida adulta.

Buscar ajuda profissional é essencial para auxiliar os indivíduos com o transtorno a lidarem com os sintomas e melhorarem tanto a qualidade de vida quanto as relações sociais.

29/02/2024   •   há 2 meses


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