Anorexia: o que é, sintomas e tratamento

A anorexia nervosa é um dos transtornos psiquiátricos mais importantes e preocupantes da atualidade, afetando predominantemente as mulheres, embora sua incidência em homens venha crescendo.

Este distúrbio alimentar é caracterizado por uma preocupação excessiva com o peso corporal, levando aqueles que o enfrentam a adotar práticas extremas de controle alimentar que, por vezes, resultam em consequências físicas graves.

A pessoa com anorexia, muitas vezes, enxerga a si mesma de maneira distorcida, considerando-se acima do peso mesmo quando está extremamente magra.

Com a constante pressão da sociedade em relação aos padrões de beleza e magreza, a condição exige cada vez mais atenção.

Neste artigo, saiba mais sobre a anorexia: o que é, sintomas e tratamento!

O que é anorexia?

A anorexia nervosa é um transtorno alimentar que envolve uma preocupação obsessiva com o peso corporal e a imagem.

As pessoas que sofrem de anorexia, muitas vezes, têm uma visão distorcida de si mesmas, acreditando que estão acima do peso, mesmo que estejam substancialmente abaixo do peso saudável.

Elas têm um medo irracional de ganhar peso e fazem esforços extremos para evitar a mudança física.

Isso leva a comportamentos, como:

• evitar comer;
• praticar atividade física excessiva;
• provocar o vômito, em alguns casos.

Comumente, a anorexia é difícil de identificar, pois as pessoas que manifestam esse transtorno não conseguem perceber sua própria magreza de maneira realista.

Tipos de anorexia

A anorexia nervosa pode ser categorizada em dois tipos principais, cada um com suas próprias características:

• anorexia restritiva;
• anorexia purgativa.

1. Anorexia restritiva

No caso da anorexia restritiva, os indivíduos adotam uma abordagem extremamente rígida em relação à alimentação.

Eles reduzem significativamente a quantidade de alimentos que ingerem e evitam consumir calorias ao máximo.

Essas pessoas frequentemente seguem dietas extremamente limitadas e restritivas, eliminando grupos inteiros de alimentos de sua dieta.

O seu objetivo é alcançar uma perda de peso rápida, independentemente das consequências para a saúde.

Esse comportamento pode levar à desnutrição grave e a uma série de complicações físicas e psicológicas.

2. Anorexia purgativa

Além da restrição alimentar, as pessoas que sofrem de anorexia purgativa também se envolvem em comportamentos purgativos.

Esses comportamentos incluem vômitos autoinduzidos, uso excessivo de laxantes ou prática de exercícios físicos intensos e frequentes.

Os indivíduos com anorexia purgativa recorrem a esses métodos como uma tentativa desesperada de eliminar as calorias consumidas e por medo de ganhar peso.

Essas práticas podem levar a complicações graves, incluindo desequilíbrios eletrolíticos, lesões no esôfago e problemas no trato gastrointestinal.

Sintomas da anorexia

A anorexia nervosa apresenta uma variedade de sintomas físicos, emocionais e comportamentais.

A identificação precoce desses sintomas é crucial para o tratamento eficaz.

Sintomas emocionais e comportamentais

Os sintomas emocionais e comportamentais da anorexia podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:

• Recusa de se manter com um peso saudável - indivíduos com anorexia, frequentemente, se recusam a manter um peso considerado normal ou saudável para sua idade e altura. Em muitos casos, eles estão pelo menos 15% abaixo do peso adequado;
• Preocupação intensa com o peso e a imagem corporal - a pessoa está constantemente obcecada com a ideia de ser gorda, mesmo que esteja magra;
• Restrição alimentar extrema - as pessoas com anorexia frequentemente limitam drasticamente a quantidade de comida que ingerem. Além disso, podem adotar comportamentos compulsivos, como cortar a comida em pequenos pedaços, mover a comida no prato em vez de comê-la e evitar comer perto de outras pessoas;
• Negligência da saúde física e emocional - ignora as necessidades do corpo e da mente;
• Isolamento social - evita situações sociais que envolvam comida;
• Comportamentos purgativos - pode envolver vômitos autoinduzidos, uso excessivo de laxantes ou exercícios exagerados;
• Medo intenso de ganhar peso - as pessoas com anorexia, geralmente, têm um medo extremo de ganhar peso, independentemente de quão magras já estejam. Esse medo irracional as leva a adotar comportamentos restritivos em relação à alimentação.

Sintomas físicos

Os sintomas físicos da anorexia incluem:

• Magreza extrema - perda de peso acentuada, resultando em um peso corporal significativamente abaixo do normal;
• Fragilidade muscular - devido à falta de nutrientes, a pessoa pode apresentar fraqueza muscular;
• Problemas de pele e unhas - cabelo e unhas enfraquecidos, pele seca e sensível;
• Falta de menstruação (amenorreia) em mulheres - a anorexia pode causar interrupção do ciclo menstrual;
• Prisão de ventre - problemas gastrointestinais, como constipação;
• Cansaço excessivo - fadiga constante devido à falta de energia.

Causas da anorexia

Embora a causa exata da anorexia ainda não seja completamente compreendida, acredita-se que vários fatores contribuem para o desenvolvimento desse transtorno alimentar.

Esses fatores podem ser agrupados em três categorias principais:

• biológicos;
• psicológicos;
• ambientais.

Fatores biológicos

Os fatores biológicos incluem predisposição genética e influências hormonais.

Alguns estudos sugerem que a anorexia nervosa pode ser mais comum em pessoas que têm familiares com histórico de transtornos alimentares, indicando uma possível predisposição genética.

Além disso, desequilíbrios hormonais, como alterações na regulação da serotonina, também podem desempenhar um papel no desenvolvimento da anorexia.

Fatores psicológicos

Fatores psicológicos desempenham um papel significativo na anorexia. Baixa autoestima, perfeccionismo, ansiedade, depressão e insatisfação com a imagem corporal são características comuns em pessoas com anorexia.

A pressão social e os padrões de beleza idealizados pela mídia podem agravar esses fatores psicológicos, levando ao desenvolvimento do transtorno.

Fatores ambientais

O ambiente em que uma pessoa cresce e vive também pode contribuir para o desenvolvimento da anorexia.

Atitudes sociais que promovem corpos extremamente magros como ideais de beleza podem influenciar na busca descontrolada pela magreza.

Eventos estressantes, como traumas ou mudanças significativas na vida, podem desencadear a anorexia em algumas pessoas.

Diagnóstico da anorexia

O diagnóstico da anorexia nervosa geralmente é realizado por um médico (como o [clínico geral] ou o psiquiatra), que avalia os sintomas do paciente.

O psicólogo) pode identificar os sintomas e comportamentos associados à doença, contribuindo para o diagnóstico.

É importante notar que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para a recuperação.

Entre os exames mais comuns para o diagnóstico da anorexia, estão:

• Avaliação do peso - o profissional de saúde verifica se a pessoa está significativamente abaixo do peso considerado saudável para sua idade e altura;
• Exames de sangue - são realizados para verificar os níveis de eletrólitos, hemograma completo e a função de órgãos, como fígado, rins e tireoide;
• Avaliação psicológica - o psicólogo ou psiquiatra avalia os aspectos psicológicos, incluindo a relação da pessoa com a comida, sua imagem corporal e outros sintomas relacionados à anorexia.

Além disso, outros distúrbios médicos que possam causar perda de peso ou atrofia muscular, como doença de Addison, doença celíaca ou doença inflamatória intestinal, devem ser descartados por meio de exames médicos apropriados.

Essa etapa é importante para garantir que o diagnóstico seja preciso e que o tratamento adequado seja iniciado.

Tratamento da anorexia

O tratamento da anorexia é complexo, devido aos diferentes fatores relacionados ao transtorno, e tem como objetivos:

• restaurar o peso corporal adequado da pessoa, assim como sua saúde;
• conscientizar o paciente para que ele construa uma relação saudável com a comida, se afastando de dietas restritivas e de comportamentos alimentares prejudiciais;
• prevenir ou tratar complicações médicas associadas à anorexia, como problemas cardíacos, desequilíbrios eletrolíticos e desnutrição.

O tratamento bem-sucedido, geralmente, requer uma abordagem multidisciplinar que aborda os aspectos físicos, psicológicos e nutricionais da anorexia.

1. Avaliação médica e nutricional

O primeiro passo indicado é a avaliação médica e nutricional para determinar o estado de saúde geral do paciente e as necessidades nutricionais específicas.

Profissionais como o nutricionista são fundamentais durante todo o tratamento.

2. Terapia psicoterapêutica

A terapia é uma parte fundamental do tratamento da anorexia nervosa. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente usada para ajudar o paciente a entender e modificar seus pensamentos e comportamentos disfuncionais relacionados à comida, ao peso e à imagem corporal.

3. Terapia familiar

A terapia familiar é frequentemente recomendada, especialmente para adolescentes e crianças com anorexia.

Ela ajuda a abordar dinâmicas familiares disfuncionais que podem estar contribuindo para o transtorno.

4. Apoio nutricional

Um nutricionista especializado em transtornos alimentares pode ajudar o paciente a desenvolver uma relação mais saudável com a comida, planejando refeições equilibradas e estabelecendo metas de ganho de peso gradual.

5. Medicamentos

Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser considerado, principalmente para tratar sintomas coexistentes, como depressão, ansiedade ou compulsões.

O acompanhamento por um psiquiatra é fundamental para reajuste da medicação, se necessário, além da avaliação contínua da saúde.

6. Internação hospitalar

Em situações de risco de vida devido à desnutrição grave, a internação hospitalar pode ser necessária para estabilização médica e supervisão intensiva.

7. Acompanhamento contínuo

O tratamento da anorexia nervosa é geralmente um processo de longo prazo, e o acompanhamento contínuo é essencial para prevenir recaídas.

No entanto, a recuperação é possível com o tratamento adequado e o apoio da família e de profissionais de saúde.

Prevenção da anorexia

A prevenção da anorexia pode ser desafiadora, pois muitos fatores contribuem para o desenvolvimento desse transtorno alimentar.

No entanto, algumas estratégias podem ajudar a reduzir o risco de desenvolvê-la, especialmente em adolescentes e jovens:

• Promoção de atitudes saudáveis em relação ao peso - é importante encorajar atitudes realistas e saudáveis em relação ao peso. Isso pode envolver discussões abertas sobre o corpo e a promoção da aceitação de diferentes tipos corporais;
• Conversa aberta - dentro do contexto familiar, é importante manter uma comunicação aberta sobre questões relacionadas à alimentação e à autoimagem. Os pais podem desempenhar um papel fundamental na promoção de uma imagem corporal saudável e na prevenção de distúrbios alimentares;
• Atenção a sinais precoces - prestar atenção a sinais precoces de transtornos alimentares e buscar ajuda médica imediatamente pode ser fundamental na prevenção;
• Conscientização sobre mídias sociais - é preciso conscientizar jovens sobre a influência das mídias sociais na promoção de padrões de beleza irreais e sobre a importância de filtrar informações prejudiciais na internet, de forma geral;
• Promoção da autoestima e resiliência - o fortalecimento da autoestima e a resiliência emocional podem ajudar a proteger contra transtornos alimentares. Isso pode ser feito através do apoio emocional, da promoção de habilidades de enfrentamento e da educação sobre saúde mental;
• Educação e conscientização - educar jovens, familiares, educadores e profissionais de saúde sobre os riscos da anorexia e de outros transtornos alimentares é fundamental para a prevenção;
• Atenção a fatores de risco - pessoas com histórico familiar de transtornos alimentares ou aquelas que estão em profissões relacionadas à imagem corporal podem estar em maior risco. Portanto, é importante estar atento a esses fatores de risco e buscar ajuda quando necessário;
• Promoção de hábitos alimentares saudáveis - educar sobre a importância de uma alimentação equilibrada, que inclua todos os grupos alimentares necessários, é crucial. Evitar dietas extremamente restritivas ou alimentação obsessiva pode ajudar a prevenir a anorexia.

A prevenção da anorexia é um esforço contínuo que envolve educação, conscientização e apoio emocional.

É importante lembrar que os transtornos alimentares são condições sérias, e a prevenção é essencial para evitar o seu desenvolvimento.

Anorexia tem cura?

A anorexia é um transtorno grave, mas que pode ser tratado com chances de uma recuperação completa.

No entanto, é importante entender que a condição pode ser fatal e está associada a uma taxa de mortalidade significativa.

A recuperação da anorexia nervosa varia para cada pessoa. Contudo, estima-se que as mulheres que desenvolvem o transtorno em uma idade precoce têm uma melhor chance de recuperação completa.

Buscar ajuda profissional especializada e se conscientizar sobre a condição pode fazer toda a diferença no seu prognóstico.

Conclusão

Como mostrado neste post "Anorexia: o que é, sintomas e tratamento", este é um distúrbio grave que afeta tanto a saúde física quanto mental.

É importante reconhecer os sintomas precocemente e buscar ajuda profissional.

Com tratamento adequado, muitos pacientes podem se recuperar e ter uma vida saudável.

No entanto, o diagnóstico e a intervenção precoce desempenham um papel crucial na recuperação dos pacientes com anorexia.

É importante ressaltar que o seu tratamento é um processo a longo prazo, e o acompanhamento contínuo é essencial para prevenir recaídas.