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Vômito e diarreia: o que pode ser?

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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A combinação de vômito e diarreia é uma das queixas mais comuns em pessoas de diferentes idades.

Esses sintomas costumam indicar que algo está irritando ou agredindo o sistema digestivo, desde infecções virais e bacterianas até intoxicações alimentares ou efeitos adversos de medicamentos.

Na maioria das vezes, o quadro melhora com repouso, hidratação e alimentação leve.

No entanto, se há a persistência dos sintomas, a presença de sangue nas fezes, febre alta ou sinais de desidratação grave, é necessária avaliação médica imediata.

Compreender as possíveis causas, reconhecer os sintomas associados e saber quando procurar ajuda é essencial para garantir uma recuperação segura e evitar complicações.

Se você quer descobrir mais sobre vômito e diarreia: o que pode ser e quando se preocupar, confira o conteúdo a seguir.

Principais causas do vômito e da diarreia

A presença de vômito e diarreia pode estar relacionada a diferentes condições, geralmente ligadas a infecções do trato gastrointestinal, intoxicações alimentares ou uso de medicamentos.

Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem em poucos dias, mas as causas podem variar conforme o agente envolvido ou o histórico do paciente.

1. Infecção viral

As infecções virais são uma das causas mais comuns de vômito e diarreia agudos, especialmente em crianças e em ambientes de convívio coletivo, como escolas, creches e hospitais.

Os agentes mais frequentes incluem o rotavírus, norovírus, adenovírus e astrovírus. Esses vírus infectam o trato gastrointestinal, provocando um processo inflamatório que compromete a absorção de líquidos e nutrientes.

Os sintomas das infecções virais surgem de forma repentina, geralmente entre 12 e 48 horas após o contato com o vírus, e incluem:

A diarreia costuma ser volumosa e frequente, podendo levar à desidratação, especialmente em crianças e idosos.

A transmissão ocorre por via fecal-oral, ou seja, por meio da ingestão de alimentos e/ou água contaminados, ou ainda pelo contato direto com superfícies infectadas.

O tratamento visa evitar a desidratação, por isso, recomenda-se repouso, ingestão abundante de líquidos (como água, água de coco ou soro caseiro), dieta leve e, em casos pediátricos, o uso de soluções de reidratação oral.

Antieméticos e antitérmicos também podem ser utilizados sob orientação médica. No entanto, antibióticos não são indicados, pois os vírus não respondem a esse tipo de medicamento.

2. Intoxicação alimentar

A intoxicação alimentar é provocada pela ingestão de alimentos contaminados com toxinas produzidas por bactérias, como a Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e Clostridium perfringens.

Essas toxinas são termoestáveis, ou seja, resistem ao cozimento, e podem se formar em alimentos deixados por tempo prolongado fora da refrigeração adequada, como carnes, ovos, leite e preparações com maionese.

Os sintomas da intoxicação alimentar se iniciam rapidamente, entre 2 e 6 horas após o consumo do alimento contaminado, e incluem:

  • náuseas intensas;
  • vômitos em jato;
  • diarreia líquida;
  • dor abdominal;
  • sudorese;
  • febre leve ou ausência de febre.

O foco do tratamento está na hidratação oral intensiva, além do repouso. Em geral, não há necessidade de antibióticos, já que o problema decorre das toxinas, e não da multiplicação ativa das bactérias no intestino.

Analgésicos leves e medicamentos para náusea podem ser usados sob orientação médica. Alimentos suspeitos devem ser evitados, e o paciente deve retornar à alimentação sólida de forma gradual, priorizando refeições leves.

Casos mais severos ou persistentes podem requerer observação clínica, especialmente em pessoas vulneráveis.

3. Uso de medicamentos

Alguns medicamentos podem causar reações gastrointestinais adversas, especialmente quando utilizados por períodos prolongados ou sem orientação médica.

Antibióticos, por exemplo, podem alterar a flora intestinal e levar à diarreia. Anti-inflamatórios não esteroidais podem causar náuseas, dor epigástrica e vômitos.

Em todos os casos, o ideal é consultar o profissional de saúde ao surgirem sintomas após o início de um tratamento.

4. Infecção bacteriana

Diferente da intoxicação alimentar, que é causada pelas toxinas produzidas por bactérias, a infecção bacteriana intestinal ocorre quando o próprio microrganismo coloniza e se multiplica na mucosa do intestino, provocando inflamação ativa e comprometimento da função intestinal.

Os agentes mais comuns incluem Salmonella spp., Escherichia coli (sobretudo as cepas enterotoxigênicas e entero-hemorrágicas), Shigella spp. e Campylobacter jejuni.

A infecção bacteriana costuma gerar um quadro mais grave e prolongado do que o das viroses. Entre os sintomas que podem se manifestar, estão:

  • diarreia abundante, muitas vezes com muco ou sangue (disenteria);
  • febre alta;
  • dor abdominal intensa;
  • náuseas;
  • vômitos;
  • mal-estar generalizado.

A dor geralmente é localizada e contínua, e o risco de desidratação é elevado, especialmente em crianças e idosos.

A transmissão ocorre por via fecal-oral, por meio do consumo de alimentos crus, água contaminada, manipulação inadequada de alimentos ou contato com pessoas infectadas.

O tratamento varia conforme a gravidade e o agente identificado. Em casos leves, hidratação oral e repouso são suficientes.

Nos quadros moderados a graves ou com presença de sangue nas fezes, pode ser necessário o uso de antibióticos específicos, sempre sob prescrição médica e, preferencialmente, após a coleta de exame de fezes.

Em alguns casos, probióticos e dieta leve ajudam na recuperação. A automedicação com antidiarreicos é contraindicada, pois pode agravar a infecção ao reter o agente patológico no intestino.

5. Parasitoses intestinais

As parasitoses intestinais são causadas por protozoários ou helmintos que se alojam no intestino, alimentando-se de nutrientes e, em alguns casos, provocando lesões inflamatórias na mucosa intestinal.

As mais frequentes são giardíase, causada pela Giardia lamblia, e amebíase, provocada pela Entamoeba histolytica, ambas comuns em regiões com saneamento básico precário, água não tratada e manipulação inadequada de alimentos.

Os sintomas surgem gradualmente, podendo incluir diarreia pastosa ou líquida, cólicas abdominais, distensão (barriga estufada), náuseas, sensação de evacuação incompleta e, eventualmente, perda de peso e fraqueza.

Em crianças, o quadro pode comprometer o crescimento e o desenvolvimento nutricional.

O diagnóstico é feito por meio do exame parasitológico de fezes, que pode identificar ovos, cistos ou antígenos parasitários.

Já o tratamento se baseia no uso de medicamentos antiparasitários, conforme o parasita envolvido.

A reposição de líquidos e uma dieta leve também são recomendadas durante o tratamento. A prevenção envolve higiene rigorosa das mãos, consumo de água potável e lavagem adequada de frutas e verduras.

6. Doenças intestinais e fatores emocionais

Nem todo episódio de vômito e diarreia tem origem infecciosa. Algumas doenças crônicas inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, também podem causar diarreia persistente, às vezes com sangue, dor abdominal recorrente, náuseas e emagrecimento, associadas a períodos de crise e remissão.

Essas doenças têm causas autoimunes e requerem diagnóstico especializado com exames laboratoriais, endoscópicos e de imagem.

Fatores emocionais como estresse, ansiedade intensa, crises de pânico ou tensão aguda podem desencadear respostas do sistema digestivo, resultando em episódios de náuseas, vômitos, diarreia, cólicas e sensação de estômago embrulhado.

Essa resposta é conhecida como síndrome do intestino irritável (SII) com predomínio de diarreia ou reação psicossomática.

O tratamento no caso das doenças inflamatórias intestinais, envolve o uso de anti-inflamatórios intestinais, imunossupressores, probióticos e, eventualmente, intervenção cirúrgica em casos complicados.

Os quadros emocionais, por sua vez, exigem uma abordagem multiprofissional, com suporte psicológico ou psiquiátrico, técnicas de manejo do estresse, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, o uso de medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos. Em ambas as situações, o acompanhamento contínuo é essencial.

O que é vômito e diarreia?

O vômito e a diarreia são sintomas que podem indicar diferentes condições que afetam o trato gastrointestinal, como infecção, intoxicação, reação a medicamentos ou até fatores emocionais.

O vômito é a expulsão do conteúdo estomacal pela boca, como resposta a estímulos irritativos, infecciosos ou tóxicos.

Ele pode ser precedido por náusea, salivação excessiva, palidez e sudorese, muitas vezes atuando como um mecanismo de defesa que tenta eliminar substâncias potencialmente perigosas do corpo.

Já a diarreia é caracterizada pelo aumento das evacuações, geralmente com fezes líquidas e volumosas.

Ela pode ser acompanhada por dor abdominal, cólicas, urgência evacuatória e, em casos mais graves, presença de muco ou sangue.

A diarreia indica um desequilíbrio na absorção de líquidos e eletrólitos no intestino, sendo causada por inflamação ou infecção da mucosa intestinal.

Ambos os sintomas, isoladamente ou combinados, podem ser passageiros e leves, mas também podem sinalizar quadros clínicos mais sérios.

Diagnóstico do que causa vômito e diarreia

O diagnóstico das causas de vômito e diarreia deve sempre começar por uma avaliação clínica, na qual o profissional de saúde investiga os sintomas associados, hábitos alimentares recentes, histórico de uso de medicamentos e possíveis contatos com fontes de contaminação (como água ou alimentos suspeitos).

Casos leves, especialmente quando há melhora em até 48 horas, raramente exigem exames complementares.

No entanto, quando os sintomas persistem, se tornam mais intensos ou surgem em pacientes mais vulneráveis (como crianças, idosos e pessoas imunocomprometidas), pode ser necessário aprofundar a investigação com exames laboratoriais. Entre os mais comuns estão:

  • Exame de fezes - usado para identificar parasitas (como giárdia e ameba), sangue oculto, leucócitos ou toxinas bacterianas;
  • Hemograma completo - útil para detectar sinais de infecção ou inflamação sistêmica;
  • Exames de imagem (como ultrassom ou tomografia) - indicados em casos com dor abdominal intensa ou sinais de complicação.

É fundamental lembrar que somente um médico (como o clínico geral) pode identificar a origem real do problema e indicar o tratamento mais adequado, evitando riscos da automedicação ou da negligência em quadros mais graves.

Quando se preocupar com vômito e diarreia?

Apesar de serem sintomas comuns, o vômito e a diarreia podem se tornar sinais de alerta quando persistem por muito tempo, surgem de forma intensa ou afetam pessoas mais vulneráveis.

Nesses casos, é essencial buscar avaliação médica o quanto antes para evitar complicações, como desidratação grave ou infecções mais sérias.

É recomendada a atenção médica imediata quando o vômito se mantém por mais de 24 horas, impedindo a ingestão adequada de líquidos, ou quando a diarreia dura mais de 3 dias sem melhora aparente.

Outro sinal importante é a presença de sangue nas fezes ou no vômito, que pode indicar infecções bacterianas, lesões no trato gastrointestinal ou até disenteria, especialmente se vier acompanhada de muco ou febre.

Febre alta (acima de 38,5 °C), dores abdominais intensas e localizadas, além de sinais de desidratação severa (como boca muito seca, olhos fundos, queda de pressão, confusão mental ou ausência de urina) são indicativos de que o organismo está sob estresse e precisa de suporte clínico urgente.

Crianças pequenas, idosos e gestantes devem ser avaliados desde os primeiros sinais, mesmo em quadros leves, pois esses grupos se desidratam com maior facilidade e podem evoluir rapidamente para situações de risco.

FAQ (Perguntas Frequentes)

1. Quanto tempo duram os sintomas de vômito e diarreia?

Em quadros leves, os sintomas geralmente duram entre 1 e 3 dias. Se persistirem por mais de 48--72 horas, busque orientação médica.

2. Crianças e idosos precisam de cuidados especiais?

Sim. Esses grupos se desidratam mais rápido e podem evoluir para quadros graves em menos de 24 horas. A avaliação médica deve ser precoce.

3. Posso usar antidiarreico por conta própria?

Não é recomendado. Esses medicamentos podem piorar a infecção ao reter toxinas no organismo. Só devem ser usados com orientação médica.

4. Quais sinais indicam que devo ir ao pronto-socorro?

Febre acima de 38,5 °C, sangue nas fezes ou no vômito, vômitos persistentes, sinais de desidratação (olhos fundos, urina escura, confusão mental), dor abdominal intensa ou dificuldade para manter líquidos.

5. É possível que estresse ou ansiedade causem esses sintomas?

Sim. Distúrbios emocionais intensos podem afetar o sistema digestivo e provocar náuseas, vômitos e diarreia, especialmente em pessoas mais sensíveis.

6. O que comer durante um episódio de vômito e diarreia?

Alimentos leves e cozidos, como arroz, banana, sopa de legumes e torradas. Evite leite, frituras, vegetais crus e alimentos ricos em fibras até a melhora completa.

7. Devo continuar tomando meus remédios habituais durante o episódio?

Depende. Alguns medicamentos podem agravar os sintomas. Informe seu médico caso esteja usando antibióticos, anti-inflamatórios ou medicamentos para o coração.

8. A infecção pode passar de uma pessoa para outra?

Sim. Em casos de viroses ou de infecções bacterianas, a transmissão pode ocorrer por contato com superfícies contaminadas, mãos sujas ou alimentos mal-higienizados.

9. Existe alguma forma de prevenir vômito e diarreia?

Sim. Lavar bem as mãos, higienizar frutas e vegetais, beber água potável e evitar alimentos conservados inadequadamente são as principais medidas preventivas.

Conclusão

Como visto no post "Vômito e diarreia: o que pode ser?", embora estes sintomas geralmente sejam benignos e passageiros, servem como alertas importantes do organismo.

A perda de líquidos e eletrólitos, se não tratada rapidamente, pode levar à desidratação e comprometer o funcionamento de diversos órgãos, especialmente em pessoas mais vulneráveis.

Observar a evolução dos sintomas, identificar fatores desencadeantes (como alimentos suspeitos, medicações ou surtos virais) e buscar avaliação médica quando houver sinais de alerta são atitudes que fazem a diferença entre um quadro leve e uma complicação evitável.

Por isso, ao identificar a necessidade de suporte médico, procure um clínico geral para uma avaliação detalhada.

15/08/2025   •   há um dia


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