7 sintomas da síndrome do intestino irritável (SII)

A síndrome de intestino irritável (SII), também conhecida como síndrome do cólon irritável, é um distúrbio gastrointestinal crônico, que afeta toda a motilidade (funcionamento) do intestino.

Seus sintomas variam de moderados a graves e manifestam-se de formas diferentes em cada indivíduo, afetando diretamente a qualidade de vida e bem-estar. Além disso, também podem ser incapacitantes em alguns casos.

Descubra mais sobre 7 sintomas da síndrome do intestino irritável (SII), diagnóstico e formas de tratamento a seguir!

7 principais sintomas de síndrome de intestino irritável

Os sintomas da síndrome de intestino irritável variam de leves a graves, tendo impactos distintos em cada pessoa.

Assim como a gastrite nervosa, o estresse e situações de tensão costumam agravar ainda mais os quadros do distúrbio.

1. Dores abdominais

Muito comum em diversas doenças e condições que afetam o intestino, as dores abdominais também estão presentes na síndrome de intestino irritável.

Geralmente, essas dores são descritas como cólicas ou desconfortos que surgem em vários locais do abdômen.

Em grande parte dos casos, elas somem ou melhoram depois da evacuação.

Algumas das causas para as dores abdominais são, principalmente, as alterações no hábito intestinal, incluindo a diarreia e a constipação.

2. Sensação de evacuação incompleta

Apesar de não ser um sintoma comum a todas as pessoas, a sensação de evacuação incompleta pode estar presente em muitos pacientes.

Mesmo após ir ao banheiro, o paciente sente o intestino inchado, como se não tivesse sido completamente esvaziado.

Essa sensação pode estar relacionada a espasmos musculares ou contrações irregulares nos músculos intestinais, que alteram sua motilidade.

3. Gases excessivos

A produção de gases no intestino é algo normal, uma função biológica do corpo.

Contudo, em pessoas com a síndrome do intestino irritável, o próprio intestino é mais sensível à produção de gases, levando ao inchaço ou ao aumento da flatulência.

Essa sensibilidade está ligada à fermentação de certos alimentos pelas bactérias presentes no trato intestinal, além da sensibilidade visceral.

Como forma de evitar os gases excessivos, existem algumas estratégias úteis, que incluem:

• dividir as refeições;
• monitorar a dieta;
  -medicamentos probióticos que auxiliam na regulação da flora intestinal;
• hidratação adequada;
• alimentação equilibrada.

4. Presença de muco nas fezes

A presença de muco nas fezes pode indicar um problema bastante preocupante.

O muco é uma substância viscosa e transparente, que é produzida pelas células intestinais, estando presente de forma natural no trato gastrointestinal.

Porém, quando sua presença ocorre em grande quantidade, principalmente nas fezes, ele pode ser indicativo de alguma doença ou condição relacionada ao intestino.

Na síndrome do intestino irritável, grande parte dos pacientes experimentam um aumento na quantidade de muco, paralelamente a outros sintomas, como inchaço e desconforto abdominal.

Uma das explicações aceitas para este aumento é a tentativa do corpo em proteger o revestimento intestinal de substâncias irritantes ou inflamatórias.

5. Urgência para evacuar

A urgência em evacuar é um dos sintomas mais comuns da SII.

Essa urgência se refere à necessidade repentina e intensa de evacuar imediatamente, geralmente acompanhada da sensação de que o organismo não será capaz de conter a evacuação.

Muitas vezes, a urgência para evacuar também acontece devido a fatores emocionais, como a ansiedade e o estresse.

Ambos causam alterações no trânsito intestinal, contribuindo diretamente para a sensação de urgência.

6. Distensão abdominal

A distensão abdominal se caracteriza pelo aumento ou inchaço da região do abdômen, descrita diversas vezes como a sensação de se sentir cheio o tempo todo.

Vale salientar que a distensão não é uma condição, mas um sintoma presente em grande parte dos distúrbios e doenças gastrointestinais, incluindo a síndrome do intestino irritável.

Ela é resultado de uma combinação de fatores que inclui gases, movimentos irregulares do intestino, alimentação desbalanceada, além de fatores emocionais.

7. Alteração no padrão das fezes

Juntamente com a sensação de evacuação incompleta, a alteração no padrão das fezes não é um sintoma comum a todas as pessoas com a síndrome do intestino irritável.

Essa alteração no padrão é referente a mudanças na cor, consistência e frequência das fezes.

Elas podem apresentar-se mais moles ou mais duras do que o normal, por exemplo.

O que é a Síndrome do intestino irritável?

A síndrome do intestino irritável (SII) abrange um conjunto de sintomas ou distúrbios gastrointestinais provocados pelo mau funcionamento do intestino.

Atualmente, esta doença atinge aproximadamente 15% a 20% da população ocidental.

Um detalhe interessante é que grande parte dos indivíduos não procura ajuda médica diante dos sintomas da SII, pois muitas vezes acreditam que os desconfortos causados por ela são normais.

Em relação às pessoas acometidas pela SII, comumente são mulheres entre os 30 e 50 anos.

A condição não causa danos na estrutura do intestino; por isso, é conhecida como uma doença funcional.

As doenças funcionais são aquelas que não causam alterações anatômicas, mas estão ligadas ao eixo cérebro-trato gastrointestinal.

Apesar de não causar danos, leva a sintomas desconfortáveis, interferindo na qualidade de vida do indivíduo afetado.

Causas

A causa exata para o aparecimento da SII ainda não foi descoberta.

Contudo, sabe-se que existem diversos fatores que contribuem para sua manifestação. E isto inclui:

• Sensibilidade visceral - intestino e vísceras tornam-se sensíveis, causando sensações dolorosas e desconfortáveis;
• Disfunções motoras no intestino - movimentos irregulares ou anormais do intestino;
• Alterações na microbiota intestinal - desequilíbrios na flora bacteriana têm influência direta na aparição dos sintomas da SII;
• Fatores psicológicos - fatores emocionais como ansiedade e estresse desempenham papel primordial na manifestação e intensidade dos sintomas da SII.

Diagnóstico

O diagnóstico da síndrome de intestino irritável baseia-se, principalmente, nos sintomas relatados pelo paciente durante as consultas.

Não existe, atualmente, um teste específico para diagnosticar a SII. Assim, grande parte dos médicos usa as diretrizes estabelecidas pelos critérios de ROMA (conjunto de critérios que auxilia na classificação de desordens gastrointestinais), para realizar o diagnóstico.

O documento traz os seguintes aspectos para o diagnóstico da SII:

• Devem ocorrer episódios frequentes de dor abdominal, pelo menos um dia por semana no últimos 3 meses associados ao alívio na defecação, mudanças na frequência das fezes e/ou mudanças na forma das fezes;
• Os sintomas devem ter começado há pelo menos 6 meses antes do diagnóstico.

Além disso, o médico deve realizar uma avaliação completa do paciente para descartar outras possíveis doenças, como a doença celíaca.

Vale ressaltar que o critério de Roma é uma ferramenta clínica para auxiliar no diagnóstico. Não é, necessariamente, uma decisão final.

O acompanhamento médico, assim como o desenvolvimento de um plano de tratamento personalizado, são essenciais para a melhora dos sintomas.

Tratamento

O tratamento da SII tem como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Por isso, pode incluir:

• Medicamentos específicos - envolve medicamentos específicos para sintomas da condição, como os laxantes suaves, medicamentos para diarreia e os antiespasmódicos;
• Mudanças na dieta - as mudanças na alimentação, podem significar, entre outras alterações, evitar certos alimentos que desencadeiam os sintomas;
• Estilo de vida mais saudável - a prática regular de exercícios físicos, boas noites de sono e gerenciamento do estresse estão entre as principais formas de combater os sintomas da SII.

A SII pode levar ao câncer do intestino?

Não. A síndrome do intestino irritável não causa nenhum dano ou tipo de lesão ao intestino.

Dessa forma, ela não evolui para o câncer do intestino. Porém, tem um impacto negativo muito grande na qualidade de vida e bem-estar do indivíduo.

A SII tem cura?

Não. O que existe é uma abordagem de tratamento que visa controlar e prevenir os sintomas. Assim, a maioria dos pacientes faz mudanças na alimentação e também no estilo de vida.

Alguns pacientes fazem uso de remédios, em situações de muito desconforto.

A síndrome de intestino irritável pode não se manifestar por longos anos e aparecer de forma repentina, devido a fatores emocionais ou outros distúrbios gastrointestinais.

Dicas para lidar com a SII

É preciso salientar a importância de uma boa alimentação em casos de síndrome do intestino irritável.

É indicado que indivíduos com essa condição prefiram consumir alimentos com pouca gordura e muitas fibras, incluindo:

• Carnes magras (peixe, frango);
• Grãos integrais (arroz integral, quinoa, aveia);
• Gorduras saudáveis (azeite de oliva, abacate, nozes);
• Alimentos fermentados com moderação (iogurtes e kefir).

Também é indicado evitar ingerir bebidas alcoólicas e aquelas que contém muita cafeína, além de alimentos que podem aumentar a produção de gases, como o repolho, a couve-flor, o feijão, entre outros.

Para uma alimentação adequada e de acordo com as necessidades e restrições relacionadas à SII, orienta-se a consulta com uma nutricionista.

Conclusão

Como mostrado no post sobre as 7 sintomas da síndrome do intestino irritável (SII), esta é uma condição bastante comum e considerada um distúrbio funcional.

A síndrome sintomas comuns a outros distúrbios gastrointestinais, o que dificulta seu diagnóstico.

Apesar disso, não causa lesão ou dano ao intestino. Seus sintomas, de forma geral, variam de leves a moderados e incluem:

• dores abdominais;
• alterações no padrão das fezes;
• distensão abdominal;
• gases excessivos;
• muco nas fezes, entre outros.

Seu tratamento inclui mudanças no estilo de vida. Em casos extremos, no qual a qualidade de vida do paciente é muito afetada, o médico gastroenterologista pode receitar remédios específicos para controle dos sintomas.

Com diagnóstico correto e acompanhamento médico, é possível reduzir os sintomas e recuperar a qualidade de vida.