Insegurança emocional: o que é e como lidar

Sentir insegurança é natural diante de diversas situações da vida. Contudo, quando ela acontece de forma muito intensa, trazendo medo de rejeição, de julgamento e sentimentos de insuficiência, passa a ser uma condição preocupante.

Quando há uma preocupação excessiva relacionada à insegurança emocional, pode haver prejuízos na vida pessoal e/ou profissional.

Além de autossabotagem e baixa autoestima, o indivíduo inseguro pode hesitar ao tomar decisões, perder a autonomia, além de correr o risco de desenvolver diversos problemas de saúde mental ao longo do tempo.

Saiba mais sobre insegurança emocional: o que é e como lidar a seguir.

O que é a insegurança emocional?

A insegurança emocional está relacionada ao sentimento de insuficiência em um ou mais aspectos da vida.

Uma pessoa insegura tende a se achar sempre menos importante, interessante, inteligente e feliz do que os outros.

Isso pode desencadear um ciclo no qual a visão sobre si mesmo é negativa, o que pode levar a diversas consequências, como aumento da ansiedade e desenvolvimento da depressão, por exemplo.

Pessoas com insegurança tendem a se preocupar demais com a opinião dos outros e buscar agradar as pessoas ao seu redor, seja por receio de rejeição ou julgamento.

Devido à autocobrança e ao medo de cometer erros, é comum que quem lida com esse tipo de situação terceirize decisões importantes para não ter que se responsabilizar por elas.

Sem suporte profissional, pode ser um grande desafio interromper esse ciclo, uma vez que é preciso modificar padrões de pensamento e comportamento de forma consciente.

O psicólogo é o profissional que pode auxiliar nesse processo de investigação das causas relacionadas à insegurança, além de fornecer estratégias que possam ser aplicadas na prática para melhora do paciente.

Sintomas de insegurança emocional

É possível identificar que uma pessoa tem insegurança emocional quando ela manifesta os sintomas dessa condição, que podem ser (todos ou em partes):

• aflição constante diante de situações sociais;
• bloqueios para aceitar quem é;
• comportamento excessivamente dependente de outras pessoas;
• crítica interna contínua e desproporcional;
• dificuldade de demonstrar sentimentos;
• dificuldade para discordar ou dizer não;
• dificuldade para lidar com contrariedades e críticas;
• dificuldade para se posicionar e expor pensamentos;
• dificuldade recorrente para fazer escolhas;
• distorção da percepção da própria aparência;
• esconder pensamentos e emoções por receio de julgamento;
• estado de tensão ao se comunicar;
• excesso de sensibilidade emocional;
• falta de controle sobre as próprias emoções;
• foco exagerado nos aspectos negativos das situações;
• insegurança ao enfrentar situações novas;
• invalidação constante das próprias emoções;
• medo de entrar em conflitos;
• medo de falhar e não ser suficiente;
• medo de ser avaliado negativamente pelos outros;
• medo de ser rejeitado em relações interpessoais;
• necessidade recorrente de aprovação externa;
• percepção constante de não ser merecedor de reconhecimento;
• pensamentos negativos frequentes;
• resistência em aceitar elogios;
• sensação de estar aquém das expectativas;
• sentimento constante de não ser capaz;
• sentimento de inferioridade diante dos outros;
• sofrimento causado por abuso emocional vivido;
• tendência a se comparar de forma negativa com outras pessoas.

Nenhum desses desconfortos deve ser interpretado como normal e todos precisam de acompanhamento psicológico para serem abrandados.

Causas da insegurança emocional

Para entender a insegurança emocional, é preciso conhecer suas causas e os motivos pelos quais ela surge e provoca esses sentimentos negativos. Conheça algumas das principais abaixo.

Autocrítica

Quando a autocrítica não é excessiva e tem como objetivo o autodesenvolvimento, pode ser positiva e útil.

Contudo, quando ela acontece de forma exagerada e leva ao autojulgamento constante, questionamento das próprias ações e sentimento de insuficiência, é um indicativo de insegurança em sua forma mais intensa.

Distúrbios psicológicos

É possível que haja insegurança emocional devido à presença de distúrbios psicológicos.

Uma pessoa com ansiedade social ou fobia social, por exemplo, pode ter desafios em relação à socialização, principalmente devido ao medo intenso de ser julgada por terceiros. Por consequência, a sensação de insegurança permanece constante.

É importante destacar que é durante a infância que acontece grande parte do desenvolvimento da personalidade do indivíduo, por isso, o que uma criança vive pode impactar em toda a sua vida.

Se ela sofre críticas constantes, se sente rejeitada pela família, vive experiências com bullying ou outras situações que prejudiquem a saúde mental, isso pode contribuir para o desenvolvimento de aspectos como a insegurança emocional.

Perdas

Quando alguém perde uma pessoa importante, isso pode impactar na sua autoconfiança, devido à dificuldade de lidar com a dor e também à sensação de perder um apoio.

Términos de relacionamento

Terminar um relacionamento pode causar um grande impacto emocional, além de gerar instabilidade e questionamentos recorrentes que provocam insegurança emocional.

Além disso, quando o término aconteceu devido a uma traição, por exemplo, a pessoa traída pode ter sua autoestima abalada, perdendo a confiança em si mesma.

Traumas

Os traumas podem acontecer a qualquer momento da vida e estão relacionados a situações muito difíceis, dolorosas e marcantes, que abalam profundamente a segurança.

Ser exposto a abusos ou violência, por exemplo, pode desencadear uma sensação constante de vulnerabilidade.

Qual é a relação entre insegurança emocional e transtornos mentais?

A insegurança emocional pode estar diretamente relacionada ao desenvolvimento ou agravamento de transtornos mentais, afetando a forma como a pessoa se vê, age e interage.

Entre alguns exemplos de condições psicológicas que podem ser intensificadas devido à insegurança, estão:

• Burnout - a autocrítica constante e a busca por aprovação no meio profissional podem levar ao esgotamento físico e mental, característico da síndrome de burnout;
• Depressão - sentimentos de inferioridade, incapacidade, desvalorização pessoal e insegurança emocional são comuns em quadros depressivos
• Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) - a preocupação excessiva com julgamentos e a antecipação de rejeições alimentam a ansiedade, prejudicando o bem-estar e a tranquilidade;
• Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) - o medo de errar e a necessidade de controle podem se manifestar em comportamentos repetitivos e obsessivos, como forma de aliviar a insegurança interna;
• Transtornos alimentares - a distorção da autoimagem e o sentimento de não ser suficiente podem influenciar diretamente na relação com o corpo e a alimentação, desencadeando ou intensificando esses transtornos.

Como trabalhar a insegurança?

Entender o que é insegurança emocional e as suas causas é o primeiro passo para tratá-la.

Isso pode (e deve) ser feito mediante acompanhamento profissional, uma vez que os psicólogos podem compartilhar com os pacientes estratégias eficientes para a mudança de pensamentos e comportamentos.

Além disso, a pessoa pode adotar ações que estimulem sua autonomia e autoestima, como:

• avaliar as próprias crenças limitantes, buscando entender de onde elas vêm e como elas influenciam no comportamento atual;
• começar a dizer não para o que não se quer fazer, colocando-se como prioridade em vez do outro;
• praticar meditação, para acalmar a ansiedade;
• realizar atividades fora da zona de conforto, que desafiem a insegurança emocional;
• reduzir as comparações com outras pessoas;
• utilizar os erros como ferramentas de aprendizado;
• valorizar cada pequeno passo dado, mesmo que o processo tenha altos e baixos.

FAQ (Perguntas Frequentes)

A seguir, estão algumas das perguntas mais frequentes que pessoas interessadas em saber mais sobre insegurança emocional fazem. Confira!

O que causa insegurança emocional?

A insegurança emocional costuma se desenvolver a partir de vivências marcadas por críticas excessivas, traumas, perdas significativas, términos dolorosos e experiências negativas na infância, além de distúrbios psicológicos, como transtornos de ansiedade.

Como é a mente de uma pessoa insegura?

Ela tende a funcionar sob constante autossabotagem, dúvida e comparação.

Pensamentos negativos são frequentes, existe dificuldade em confiar nas próprias decisões e uma necessidade intensa de aceitação e aprovação externas.

Quais são os tipos de insegurança?

A insegurança pode se manifestar em diferentes áreas, como emocional, afetiva, social, profissional e até corporal. Cada uma delas está ligada à sensação de não ser suficiente.

Como "se curar" da insegurança?

Superar a insegurança emocional exige um processo de autoconhecimento e ressignificação de experiências passadas.

Esse caminho pode ser facilitado com o auxílio de profissionais da psicologia, além da adoção de atitudes que favoreçam a autonomia, como estabelecer limites e desafiar padrões mentais limitantes.

Quais são os sinais de insegurança?

Os sinais podem incluir medo de críticas ou rejeição, dificuldade de se expressar, excesso de autocrítica, necessidade de validação constante, sentimentos de inferioridade, comparação com os outros e evitar desafios por receio de fracassar.

Conclusão

Como mostrado neste post "Insegurança emocional: o que é e como lidar", a insegurança emocional possui sintomas que possibilitam a sua identificação.

É importante reconhecer se esse sentimento é passageiro ou recorrente, além de avaliar a necessidade de suporte profissional para superá-lo.

O psicólogo é o profissional mais indicado para lidar com aspectos relacionados à insegurança, uma vez que está capacitado a oferecer ferramentas para que o paciente altere seus pensamentos e comportamentos.

Com tratamento psicológico individualizado, é possível reduzir os impactos desse aspecto na vida e restaurar a autoconfiança.