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Fobia Social

5 sintomas da fobia social

Revisado pelo(a) João Carlos Camolez, CRP/PR 21360 , Psicologia

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A fobia social, também chamada de ansiedade social, supera o nervosismo momentâneo vivenciado em cenários sociais e pode causar prejuízos para a qualidade de vida do indivíduo. É um transtorno de ansiedade altamente prevalente, que, na ausência de tratamento, apresenta curso crônico e incapacitante, com altas taxas de comorbidade.

Essa condição é um transtorno de ansiedade que vai além da timidez comum.

Quando impacta profundamente na vida das pessoas, interfere em diversos aspectos importantes, como relacionamentos, trabalho e bem-estar emocional.

Os quadros de fobia social são categorizados em dois subtipos:

    1. fobia social circunscrita ou restrita - limitada a uma ou duas situações sociais específicas;
    1. fobia social generalizada - condição em que aparecem temor, ansiedade e evitação na maioria das situações sociais.

A definição atual da fobia social é a de um medo marcante e persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho, em que a pessoa se sente exposta a desconhecidos e a um possível escrutínio (julgamento constante) ou avaliação dos outros.

Conheça a seguir os 5 sintomas da fobia social, suas causas e as opções de tratamento disponíveis para ajudar aqueles que sofrem com esse problema de saúde mental.

Principais sintomas da fobia social

Conhecer os sintomas da doença é essencial para buscar ajuda profissional adequada e evitar o agravamento do quadro de saúde.

Veja a seguir alguns dos principais sinais que o corpo e a mente demonstram quando a fobia social já está em desenvolvimento.

1. Medo excessivo de interação social

Uma característica central da fobia social é o medo intenso e excessivo de situações sociais.

O indivíduo pode sentir medo de falar em público, interagir com estranhos, conhecer pessoas novas ou ser o centro das atenções.

As pessoas com fobia social, muitas vezes, evitam essas situações ou as confrontam com extrema ansiedade, podendo experimentar sintomas físicos como:

  • tremores;
  • batimento cardíaco acelerado;
  • sudorese excessiva;
  • náuseas;
  • boca seca;
  • rubor facial;
  • espasmos musculares.

Entre as formas de tratar esse sintoma, está a terapia cognitivo-comportamental (TCC), no qual o indivíduo é exposto de forma gradual a situações sociais temidas.

Essa abordagem terapêutica pode ajudar o paciente a diminuir a ansiedade e a lidar com essas situações de maneira menos desconfortável.

2. Preocupação com o julgamento e ansiedade social

A preocupação constante com o que outras pessoas pensam sobre si e o medo de serem julgados (avaliação negativas em situações sociais imaginadas ou reais) são aspectos centrais da fobia social.

Isso pode levar a uma vigilância constante sobre o próprio comportamento e um sentimento de inadequação.

A ansiedade social pode ser tão intensa que interfere na capacidade da pessoa de se comunicar e se conectar com os outros.

Quando aplicada nesse caso, a TCC pode ajudar a identificar esses padrões de pensamento distorcidos e substituí-los por pensamentos mais realistas e positivos.

Estratégias de autoafirmação e técnicas de enfrentamento também podem ser ensinadas para reduzir a ansiedade social.

3. Evitação e restrição de atividades sociais

Uma característica marcante da fobia social é a tendência das pessoas que lidam com esse tipo de ansiedade em evitar situações sociais ou enfrentá-las com um desconforto intenso.

O medo persistente de situações de desempenho social, interação verbal ou situações de potencial avaliação por outras pessoas é a característica que identifica e diferencia a fobia social dos demais transtornos mentais e de ansiedade.

Essa evitação frequente pode manter um ciclo de comportamento destrutivo, que impacta diversas áreas da vida do indivíduo, incluindo trabalho, educação e relacionamentos pessoais.

À medida que essa evitação se intensifica, agravam-se os sintomas e as limitações impostas pela fobia.

Esse sintoma pode ter um impacto profundo na vida profissional, já que entrevistas, reuniões e apresentações com colegas de trabalho podem se tornar angustiantes, por exemplo.

Isso frequentemente resulta em perda de oportunidades de crescimento profissional, pois o indivíduo pode se ver incapacitado e não buscar posições mais promissoras que exigem exposição social.

Na esfera educacional, a fobia social pode prejudicar o desempenho escolar.

A participação em aulas, apresentações e colaborações em grupo pode ser evitada devido ao medo do julgamento e da exposição pública.

Essa evitação compromete a aprendizagem e a interação com colegas, afetando a experiência acadêmica.

Para o tratamento desse e de outros sintomas, é preciso uma abordagem multifacetada.

Na terapia cognitivo-comportamental (TCC), os indivíduos aprendem a identificar e desafiar padrões de pensamento negativo (crenças negativas de avaliação) e distorcidos associados a situações sociais.

Assim, estratégias podem ser desenvolvidas para enfrentar gradualmente as situações temidas, promovendo a adaptação.

O suporte psicológico e o desenvolvimento de habilidades sociais também são componentes importantes do tratamento, auxiliando na reconstrução da confiança e da autoestima.

O tratamento medicamentoso pode ser considerado em alguns casos, especialmente quando os sintomas são graves.

Como doença crônica, a fobia social exige farmacoterapia por longos períodos e atenção especial à adesão do paciente ao tratamento.

Medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos podem ser prescritos por um psiquiatra para auxiliar no controle da ansiedade e promover uma resposta mais eficaz à terapia.

4. Ansiedade extrema

A ansiedade intensa é uma das principais características da fobia social.

O medo exagerado e a antecipação constante de situações sociais podem desencadear uma preocupação extrema.

A pessoa que lida com a fobia social, muitas vezes, se encontra imersa em preocupações incessantes sobre como será avaliada pelos outros, podendo desencadear uma série de sintomas físicos e emocionais.

Além disso, a antecipação exagerada de situações sociais pode resultar em um ciclo de ansiedade.

A pessoa pode começar a se preocupar com uma situação por dias ou semanas antes que ela ocorra (o que é conhecido como “medo do medo”).

Essa preocupação constante pode estar acompanhada por vários sintomas físicos, como:

  • taquicardia (batimento cardíaco acelerado);
  • sudorese excessiva;
  • tremores;
  • sensação de aperto no peito;
  • náuseas;
  • tonturas.

O tratamento da ansiedade extrema na fobia social requer uma abordagem cuidadosa, podendo ser usada a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para auxiliar na mudança de comportamentos e pensamentos (crenças negativas).

5. Dificuldade com contato visual

A dificuldade em manter contato visual com outras pessoas é um sinal distintivo da fobia social.

Evitar o contato visual é uma estratégia que a pessoa emprega inconscientemente para aliviar o desconforto associado às emoções sociais.

Esse sintoma também pode ser tratado através de terapias como a TCC.

O que é fobia social?

A fobia social, conhecida também como transtorno de ansiedade social, é uma perturbação psicológica caracterizada por um medo intenso e persistente de situações sociais.

Uma característica central da fobia social é a crença persistente de que os outros estão constantemente avaliando e julgando o comportamento do indivíduo.

Isso pode levar a um ciclo de ansiedade, onde a antecipação de ser criticado ou rejeitado causa uma ansiedade extrema.

Essa ansiedade, por sua vez, pode interferir na capacidade da pessoa de se expressar e realizar atividades que exigem exposição a um público, por exemplo.

Esse é um transtorno tratável, no qual a terapia é uma abordagem fundamental para superar essa condição.

Para os casos crônicos, aconselha-se acompanhamento psiquiátrico medicamentoso, somado à TCC, para efeitos mais eficientes e eficazes.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das opções de tratamento que pode ser usada para minimizar os efeitos da fobia social.

O tratamento da fobia social também envolve o desenvolvimento do autoconhecimento e da autocompaixão.

Aprender a reconhecer os padrões de pensamento negativo e substituí-los por perspectivas mais realistas pode fazer uma diferença significativa no processo de recuperação.

Qual a diferença entre fobia social e timidez?

A fobia social e a timidez são dois conceitos que frequentemente são confundidos, mas que possuem características completamente distintas.

Embora ambos envolvam algum grau de desconforto em situações sociais, são estados emocionais distintos.

A fobia social é um transtorno de ansiedade caracterizado por um medo intenso e persistente de situações sociais, sendo preciso tratamento (psicoterápico e/ou medicamentoso, por exemplo) para amenizar os sintomas.

Essa condição pode causar uma grande ansiedade e impacto significativo na vida pessoal, social e profissional.

Além disso, as pessoas com fobia social podem apresentar sintomas físicos e emocionais intensos, como sudorese, taquicardia, tremores, rubor facial e ansiedade generalizada.

Já a timidez é uma sensação de desconforto em situações sociais, mas que não atinge o nível de ansiedade debilitante associado à fobia social.

Por exemplo, uma pessoa tímida pode sentir um certo nervosismo ao interagir com outras pessoas desconhecidas, mas essa timidez não necessariamente interfere em sua capacidade de se envolver em atividades sociais e profissionais.

Inclusive, diferente da fobia social, a timidez pode se manifestar de forma temporária e sem causar prejuízos ou impactos significativos no bem-estar do indivíduo.

Como lidar com a fobia social?

Caso um indivíduo esteja apresentando sintomas de fobia social, é fundamental buscar ajuda profissional para lidar com essa condição desafiadora.

Um psicólogo ou psiquiatra especializado pode realizar avaliação clínica, diagnóstico e orientação adequada para o tratamento, além do acompanhamento contínuo.

Também é importante lembrar que a rede de apoio pode impactar positivamente a pessoa que lida com o transtorno.

Amigos e familiares podem ter um papel positivo ao fornecer encorajamento e compreensão durante o processo de tratamento.

Participar de grupos de apoio também pode ser benéfico, pois compartilhar experiências com pessoas que estão passando pelo mesmo pode ajudar a ter motivação para tratar o problema.

Conclusão

Como visto no post 5 sintomas da fobia social, essa doença pode ser debilitante e impedir que o indivíduo socialize, mas existem opções de tratamento que podem reduzir significativamente seus impactos na vida da pessoa.

Terapias (como a terapia cognitivo-comportamental) podem oferecer resultados positivos para o tratamento da doença, por meio do desenvolvimento de estratégias que ajudam a lidar com situações que desencadeiam os sintomas.

Se o indivíduo apresentar alguns desses sinais, é fundamental procurar orientação profissional de um psicólogo e/ou psiquiatra para lidar com o transtorno e recuperar a qualidade de vida.

Fonte (s): Picon, P. e Penido, M. A. Terapia cognitivo-comportamental do transtorno de ansiedade social. In Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria / Bernard Rangé (et al.). - 2 ed. - Porto Alegre: Artmed, 2011.

12/06/2024   •   há um mês


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