4 tratamentos para transtorno depressivo maior (TDM)
Revisado pelo(a) Dra. Bárbara Serafini Breda, CRM/RS 57350 , Médico Generalista Não possui RQE para Médico Generalista
O tratamento para o transtorno depressivo maior (TDM) geralmente envolve uma abordagem multifacetada que pode incluir terapia, medicamentos e mudanças no estilo de vida.
Essa condição pode reduzir significativamente a qualidade de vida, além de aumentar o risco de hospitalizações, ideação suicida e recorrência de episódios depressivos.
Quer saber mais sobre o assunto? Conheça 4 tratamentos para transtorno depressivo maior (TDM) a seguir!
Principais tratamentos para transtorno depressivo maior (TDM)
1. Psicoterapia
A psicoterapia desempenha um papel fundamental no tratamento do transtorno depressivo maior, proporcionando suporte emocional, estratégias de enfrentamento e um espaço seguro para explorar os desafios emocionais e psicológicos associados à depressão.
Este tipo de terapia é frequentemente referido como a principal abordagem psicológica no tratamento da depressão clínica.
Veja abaixo as principais terapias realizadas no tratamento para transtorno depressivo maior.
Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem amplamente utilizada no tratamento do transtorno depressivo maior e realizada pelo psicólogo.
Ela se concentra em identificar e modificar os padrões de pensamento negativos e distorcidos que frequentemente caracterizam a depressão.
Os terapeutas de TCC ajudam os pacientes a reconhecer esses pensamentos disfuncionais e a substituí-los por pensamentos mais realistas e saudáveis.
Além disso, a TCC envolve o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento, ajudando os pacientes a lidar com situações desafiadoras de maneira mais eficaz.
A terapia cognitivo-comportamental tem demonstrado eficácia não apenas no tratamento da depressão, mas também na prevenção de recaídas, especialmente em adolescentes, tornando-a uma abordagem valiosa na gestão desse transtorno.
Psicoterapia psicodinâmica
A psicoterapia psicodinâmica é uma abordagem que busca explorar os aspectos inconscientes dos sentimentos e comportamentos dos pacientes.
Ela procura compreender as raízes mais profundas da depressão, muitas vezes relacionadas a experiências passadas e traumas não resolvidos.
Embora seja menos comum do que a TCC, a psicoterapia psicodinâmica pode ser benéfica para pessoas cuja depressão está intimamente ligada a questões mais profundas e complexas.
Ao explorar o inconsciente, os pacientes podem ganhar uma compreensão mais profunda de si mesmos e dos fatores que contribuem para sua doença.
Psicoterapia interpessoal
A psicoterapia interpessoal (TIP) é uma abordagem que se concentra nas relações interpessoais dos pacientes e como essas relações podem afetar sua depressão.
Ela ajuda na melhora das habilidades de comunicação, resolução de conflitos e construção de relacionamentos saudáveis.
A TIP é particularmente útil quando a depressão está ligada a problemas de relacionamento, como lutos, transições de vida, conflitos familiares ou dificuldades no ambiente de trabalho.
Ao abordar esses problemas de forma terapêutica, a TIP pode ajudar os pacientes a melhorar seus relacionamentos e, consequentemente, aliviar os sintomas depressivos.
2. Eletroconvulsoterapia (ECT)
Outra opção de tratamento para casos graves e refratários de depressão é a eletroconvulsoterapia (ECT).
A eletroconvulsoterapia é um tratamento médico psiquiátrico que envolve a indução de convulsões elétricas sob anestesia geral.
A principal indicação para a ECT é em casos de depressão grave com risco de vida, ideação suicida, desnutrição grave ou depressão com sintomas psicóticos ou catatônicos.
No entanto, a ECT não está isenta de efeitos colaterais, como confusão mental aguda, amnésia anterógrada e retrógrada.
Portanto, é essencial que a decisão de utilizar a eletroconvulsoterapia seja baseada em uma avaliação cuidadosa de riscos e benefícios.
3. Medicamentos antidepressivos
Antidepressivos são medicamentos usados no tratamento da depressão. Existem várias classes de antidepressivos, cada uma com seus próprios mecanismos de ação e efeitos colaterais.
Antidepressivos tricíclicos (ADT)
Antidepressivos tricíclicos são medicamentos como amitriptilina, clomipramina e outros que ajudam a aumentar a disponibilidade de substâncias químicas no cérebro que afetam o humor.
Inibidores da monoamina oxidase (IMAO)
Medicamentos como selegilina e tranilcipromina, inibidores da monoamina oxidase, funcionam impedindo a quebra de substâncias químicas no cérebro que afetam o humor.
No entanto, eles requerem uma dieta restritiva para evitar efeitos colaterais, como pressão alta. Outros efeitos colaterais incluem tontura.
Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS)
Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRS), como venlafaxina e duloxetina, afetam tanto a serotonina quanto a noradrenalina.
Eles podem causar náusea, insônia e tontura. A venlafaxina pode aumentar temporariamente a pressão arterial.
Outros antidepressivos
Além dessas classes, há outros antidepressivos, como:
- Mirtazapina - estimula a atividade da norepinefrina e serotonina, mas pode causar boca seca, aumento do apetite e ganho de peso;
- Bupropiona - age na dopamina e noradrenalina, não afetando a função sexual;
- Trazodona - atua na serotonina e tem efeito sedativo, mas pode causar queda de pressão, náusea e, raramente, priapismo (uma ereção dolorosa e prolongada).
Lembre-se de que o uso de antidepressivos deve ser sempre supervisionado por um médico como o psiquiatra, pois a escolha do medicamento e a dosagem dependem das necessidades individuais de cada paciente.
4. Estilo de vida e autogestão
Além do tratamento com terapia e medicamentos, o estilo de vida e a autogestão desempenham um papel fundamental no enfrentamento da depressão.
Veja a seguir algumas práticas que podem ajudar a melhorar o bem-estar mental.
Exercício regular
Incorporar atividades físicas regulares na rotina pode ser altamente benéfico para pessoas com depressão.
O exercício libera endorfinas, substâncias químicas que melhoram o humor, reduzem o estresse e aumentam a sensação de bem-estar. Atividades como caminhadas, corridas, ioga e dança podem ser ótimas opções.
Alimentação saudável
Uma dieta equilibrada que inclua uma variedade de nutrientes pode afetar positivamente o estado de ânimo e a energia.
Alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3, antioxidantes e vitaminas do complexo B, como peixes, frutas, legumes e grãos integrais, podem contribuir para o bem-estar mental.
Sono adequado
Ter um padrão de sono saudável é essencial para o gerenciamento da depressão. A insônia ou o excesso de sono podem agravar os sintomas depressivos.
Estabelecer uma rotina de sono regular e criar um ambiente propício ao descanso pode ajudar a melhorar a qualidade do sono.
Evitar álcool e drogas
O uso de substâncias como álcool e drogas pode exacerbar os sintomas da depressão e dificultar o processo de recuperação.
Reduzir ou eliminar o consumo dessas substâncias é fundamental para o tratamento eficaz da depressão.
Rede de apoio
O apoio de amigos e familiares desempenha um papel crucial no processo de recuperação.
Conversar com pessoas de confiança sobre seus sentimentos e desafios é uma forma de ter suporte emocional.
Além disso, participar de grupos de apoio ou buscar aconselhamento profissional pode ser útil para lidar com a depressão.
O que é o transtorno depressivo maior (TDM)?
O transtorno depressivo maior (TDM) é uma condição de saúde mental caracterizada por uma tristeza profunda, constante e debilitante.
A depressão é reconhecida como uma doença de base multifatorial envolvendo aspectos biológicos, psicológicos e sociais, e pode se manifestar de maneiras diversas em cada pessoa.
O reconhecimento precoce do transtorno depressivo maior é fundamental para buscar tratamento adequado.
No entanto, muitas pessoas com depressão não procuram ajuda ou não detectam seus próprios sintomas.
Para auxiliar na identificação do TDM, o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-5) da American Psychiatric Association (APA) oferece diretrizes para diagnóstico.
Sintomas do transtorno depressivo maior (TDM)
Conheça alguns dos principais sintomas e sinais do TDM abaixo.
1. Presença de humor deprimido
Entre os sinais do humor deprimido, estão:
- sensação de tristeza profunda sem motivo aparente;
- falta de esperança em relação a futuros projetos ou desejos;
- sentimento de vazio constante;
- empatia excessiva, absorvendo a tristeza dos outros;
- irritabilidade, especialmente em crianças e adolescentes.
2. Perda de prazer e interesse
Entre os sinais de prazer e interesse, estão:
- diminuição do interesse ou prazer em atividades anteriormente apreciadas;
- isolamento e redução de participação na vida cotidiana.
3. Perda ou ganho significativo de peso
Alterações no peso, geralmente causadas por distúrbios alimentares relacionados à depressão.
4. Distúrbios do sono
Entre os sinais de distúrbios de sono, estão:
- insônia ou hipersonia frequente;
- o uso prolongado e sem supervisão de medicamentos para dormir (pode agravar os sintomas depressivos ou causar dependência. Sempre use com orientação médica).
5. Agitação ou retardo psicomotor
Entre os sinais de agitação ou retardo psicomotor, estão:
- inquietação ou lentidão perceptíveis;
- comportamentos como andar de um lado para o outro, falar muito rápido ou devagar e dificuldade em realizar tarefas simples.
6. Fadiga ou perda de energia
Entre os sinais de fadiga ou perda de energia, estão:
- as tarefas cotidianas tornam-se exaustivas e monótonas;
- falta de motivação para cuidados pessoais, como tomar banho ou se vestir.
7. Sentimento de culpa e inutilidade constante
Entre os sinais de sentimento de culpa e inutilidade constante, estão:
- autocrítica intensa, frequentemente relacionada a erros do passado;
- recusa-se a buscar ajuda, mesmo quando o paciente monitora sua depressão.
8. Indecisão constante
Entre os sinais da indecisão constante, estão:
- dificuldade em tomar decisões, tanto na vida profissional quanto pessoal;
- deterioração da concentração.
9. Pensamentos recorrentes de morte
A ideação suicida, em casos graves, pode ser um sintoma do TDM. Reconhecer os sintomas do transtorno depressivo maior e buscar ajuda é crucial para prevenir casos de suicídio.
Conclusão
Como mostrado neste post "4 tratamentos para transtorno depressivo maior (TDM)", esta é uma condição debilitante que afeta a qualidade de vida de muitas pessoas.
No entanto, há vários tratamentos disponíveis para ajudar a aliviar os sintomas e a melhorar o bem-estar emocional.
Os medicamentos antidepressivos são uma opção comum, mas é importante que o tratamento seja adequado às necessidades individuais de cada paciente e monitorado de perto por profissionais de saúde.
Além disso, outras abordagens terapêuticas, como terapia cognitivo-comportamental e terapia de grupo, além de mudanças no estilo de vida, também podem ser úteis no tratamento do transtorno depressivo maior.
O importante é procurar ajuda e apoio quando necessário, pois a depressão é uma condição tratável e a recuperação é possível.
18/07/2025 • há um mês
