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Pedra na vesícula

O que causa pedra na vesícula (cálculo biliar)?

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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O cálculo biliar é uma condição relativamente comum, especialmente quando se trata de países ocidentais. No Brasil, cerca de 15% da população desenvolve a condição médica ao longo da vida.

A pedra na vesícula, quando não diagnosticada e tratada, pode ter complicações, como inflamações graves, infecção generalizada e também evoluir para doenças complexas, como a pancreatite.

Quer descobrir o que causa pedra na vesícula (cálculo biliar)? Confira este post até o final.

O que causa pedra na vesícula (cálculo biliar)?

Não existe uma causa específica para o aparecimento da pedra na vesícula, mas há fatores de risco conhecidos que influenciam no seu surgimento.

1. Idade

A idade é um dos fatores de risco que mais tem influência no aparecimento da pedra na vesícula. Pessoas mais idosas têm maior risco de desenvolver a condição, principalmente aquelas entre 40 e 60 anos.

2. Gênero

As mulheres têm mais probabilidade de desenvolver pedra na vesícula do que os homens. E isto se deve, principalmente, à questão hormonal.

Grávidas, por exemplo, acabam tendo problemas em relação aos hormônios. Há uma produção excessiva e exponencial nessa fase, o que provoca diversos efeitos colaterais. Além disso, o uso de contraceptivos orais também pode aumentar o risco de desenvolver a condição.

3. Obesidade e dietas ricas em gordura

O excesso de peso corporal pode levar a um desequilíbrio do colesterol e dos ácidos biliares, favorecendo assim o aparecimento de pedras. Além disso, indivíduos obesos possuem a vesícula biliar maior, que acaba não se esvaziando completamente.

Em relação à dieta, alimentos gordurosos e com baixo teor de fibras também aumentam o risco de cálculos biliares.

4. Fatores genéticos

A predisposição genética também interfere na incidência do cálculo biliar. Indivíduos que já possuem histórico na família tendem a ter mais facilidade para desenvolver a condição.

Estudos demonstram que pessoas com predisposição genética têm, em média, duas vezes mais chances de desenvolver cálculos biliares.

5. Perda de peso muito rápida

A perda de peso de forma abrupta, por meio de dietas drásticas ou procedimentos como cirurgias bariátricas, por exemplo, tem impacto direto no aparecimento dos cálculos biliares.

Isto ocorre pelo fato de a gordura ser quebrada de forma muito rápida, sobrecarregando o sistema biliar.

Seguir dietas muito pobres em gordura, ou ficar longos períodos sem comer, reduz as contrações da vesícula biliar, dificultando a drenagem da bile para o intestino. Consequentemente, a formação de pedras se dá com uma maior facilidade.

6. Diabetes

A diabetes é considerada um dos principais fatores de risco relacionados ao cálculo biliar.

A relação entre ambas as condições é extensa. As principais estão listadas abaixo.

Resistência à insulina

Indivíduos que desenvolveram diabetes do tipo 2 (combinação de mau funcionamento da insulina e de uma deficiência na sua produção pelo organismo) possuem dificuldade em usar de forma eficaz o hormônio.

Essa dificuldade pode aumentar os níveis de açúcar no sangue, afetando o metabolismo de diferentes tipos de gordura. Dessa forma, o organismo do paciente acaba ficando mais vulnerável para a formação de cálculos biliares, especialmente aqueles que são compostos por colesterol.

Inflamações e infecções

Pacientes com diabetes geralmente têm um risco aumentado de desenvolver complicações e infecções no trato biliar.

Uma das mais comuns, que acontece em grande parte dos casos, é a colecistite (inflamação da vesícula biliar). Este risco aumentado está ligado a um sistema imunológico comprometido devido à própria diabetes.

Medicamentos usados para tratar diabetes

Alguns medicamentos comuns, utilizados para o tratamento da diabetes, como as sulfonilureias, aumentam a concentração de colesterol na bile, o que pode favorecer o aparecimento de pedras na vesícula.

Níveis de glicose no sangue

Níveis altos de glicose no sangue são uma característica comum em pessoas que possuem a diabetes descontrolada.

Esta situação pode afetar o funcionamento da vesícula biliar, principalmente, em relação aos movimentos de contração do órgão (há uma diminuição dos movimentos). Assim, ocorre um efeito conhecido como estase biliar (acúmulo de bile), favorecendo as pedras na vesícula.

7. Doenças relacionadas ao trato gastrointestinal

Existem algumas doenças gastrointestinais, como a doença de Crohn e a síndrome do intestino irritável (SII), que causam desequilíbrio na absorção de gorduras pelo organismo, interferindo assim no processo de formação da bile.

O que é pedra na vesícula (cálculo biliar)?

Para compreender o que é a pedra na vesícula, é preciso entender antes as estruturas envolvidas nesta condição médica.

A bile é produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar, que a libera no intestino delgado para auxiliar na digestão de gorduras.

No entanto, em alguns casos, algumas pessoas desenvolvem as chamadas pedras na vesícula, que se formam dentro do próprio órgão. Elas bloqueiam a passagem da bile, levando a uma série de complicações.

A pedra na vesícula, também conhecida como cálculo biliar, é formada a partir de um desequilíbrio entre os componentes da bile. São pequenos depósitos sólidos, que se alojam na saída da vesícula, compostos por colesterol e bilirrubina.

Em alguns casos, essas pedras não causam sintomas. Porém, em outros, levam a problemas maiores, além de sintomas como dores abdominais, febres, vômitos e náuseas.

Diagnóstico para a pedra na vesícula (cálculo biliar)

O diagnóstico para as pedras na vesícula (cálculo biliar) envolve avaliação clínica, exames de imagem e também testes feitos em laboratório.

A avaliação clínica é feita por meio da revisão dos sintomas e análise do histórico médico do paciente. É importante que a pessoa relate tudo o que está sentindo no momento, como forma de auxiliar no diagnóstico.

Entre os principais sintomas da pedra na vesícula, destacam-se as náuseas, vômitos, dores abdominais intensas (especialmente após a ingestão de alimentos gordurosos) e muita indigestão.

Após o relato completo, o médico responsável pode realizar exames físicos para identificar alguma dor, principalmente no local onde a vesícula biliar está localizada (parte superior direita do abdômen).

Em relação aos testes de laboratório, o mais comum é o exame de sangue, que tem como objetivo avaliar a função hepática e verificar a presença ou não de inflamação. Níveis elevados de bilirrubina ou enzimas hepáticas são indicativos de problemas na vesícula biliar.

Os exames mais solicitados em casos de suspeita de pedra na vesícula são a ultrassonografia abdominal e a ressonância magnética. A ultrassonografia é um exame não invasivo, que utiliza ondas sonoras para gerar imagens da vesícula biliar.

Geralmente, as pedras na vesícula aparecem como pontos luminosos.

Em casos mais específicos, pode-se realizar ainda a endoscopia (inserção de um tubo pela boca do paciente, acoplado com uma câmera), acessando assim o ducto biliar.

Tratamento para a pedra na vesícula (cálculo biliar)

O tratamento depende inteiramente do tamanho e da composição dos cálculos que foram formados.

Casos mais simples

Simples mudanças de dieta (como redução da ingestão de gordura saturada, bem como a realização de refeições menores e mais frequentes) e acompanhamento médico constante pelo gastroenterologista ajudam a evitar o agravamento dos sintomas.

Casos mais complexos

Casos mais complexos costumam ser resolvidos com a realização de cirurgia e, em algumas situações, com a prescrição de remédios específicos para a destruição dos cálculos biliares.

A cirurgia para remoção dos cálculos biliares é chamada de colecistectomia. Ela pode ser realizada de forma aberta (cirurgia comum) ou por laparoscopia (cirurgia minimamente invasiva). Tudo vai depender da situação clínica do paciente e do tamanho dos cálculos.

Vale salientar que a remoção da vesícula biliar não afeta significativamente a digestão, pelo fato de a bile continuar a ser produzida pelo fígado, fluindo diretamente para o intestino delgado.

Conclusão

Como mostrado neste post "O que causa pedra na vesícula (cálculo biliar)?", esta é uma condição médica que costuma afetar pessoas na faixa dos 40 a 60 anos, trazendo sintomas diversos, além de ter impacto negativo direto na qualidade de vida e bem-estar do paciente.

Sua causa exata ainda não foi definida, contudo, existem os fatores de risco, que contribuem para o aparecimento da condição.

Os mais comuns são a diabetes, a obesidade, o gênero (costuma atingir mais as mulheres) e também as dietas ricas em gordura.

O diagnóstico inclui desde testes de laboratório a exames de imagens específicos.

O tratamento vai depender do tamanho dos cálculos e também da condição médica do paciente. A forma de tratamento mais comum é a laparoscopia.

18/06/2025   •   há 6 dias


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