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10 cuidados para evitar o surgimento de micoses no verão

Revisado pelo(a) Dra. Daniela Teixeira Ribeiro, CRM/MG 93795 , Médico Generalista Não possui RQE para Médico Generalista

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A chegada do verão potencializa o surgimento de problemas de pele, entre eles, as micoses.

Essa doença afeta com maior frequência os pés, a virilha e o couro cabeludo e, devido às temperaturas mais altas e à umidade (que favorecem a proliferação de fungos), é preciso tomar alguns cuidados especiais nessa época do ano.

Ao notar os seus sintomas, é preciso buscar a orientação de um médico, como o clínico geral ou o dermatologista, para diagnóstico e tratamento adequados.

Saiba mais sobre o assunto e os 10 cuidados para evitar o surgimento de micoses no verão a seguir!

O que é micose?

As micoses incluem todas as infecções por fungos que atingem a pele, as unhas e o couro cabeludo.

Elas estão entre as doenças mais comuns do verão porque esta estação do ano oferece calor e umidade, duas condições que favorecem a reprodução desses microrganismos.

As infecções fúngicas mais frequentes nesta época do ano incluem:

  • "Pano branco” (pitiríase versicolor) - caracterizado por manchas claras, avermelhadas ou mais escuras na pele (por isso, o nome “versicolor”). Normalmente, não causa coceira e se localiza em áreas do rosto, pescoço, ombros, costas e peitoral, cobrindo a região como se fosse “um pano branco”;
  • “Frieira ou pé de atleta” (Tinea pedis) - caracterizada por machucados e fissuras entre os dedos, principalmente dos pés. Acompanhada, em alguns casos, por uma camada superficial, como uma “massa esbranquiçada”, seguida de coceira e cheiro forte, podendo acometer também a região da planta dos pés;
  • Micose de unha (onicomicoses) - caracterizada na maior parte dos casos por unhas esbranquiçadas e/ou amareladas, grossas, sem brilho e com descolamento das bordas. Em casos mais graves, pode apresentar deformidade definitiva da unha.

Outros tipos comuns de micose

Os tipos de micose podem variar, inclusive, de acordo com a área do corpo afetada. Conheça algumas abaixo.

Cândida

A cândida trata-se de um fungo que afeta principalmente as regiões: oral (de crianças e idosos) e íntima (das mulheres), especialmente em pessoas com imunidade baixa ou expostas a ambientes propícios à manifestação e proliferação do fungo (úmidos e quentes).

A cândida oral é popularmente conhecida como “sapinho” e se manifesta das seguintes formas:

  • aftas;
  • sensação de ardor;
  • placas esbranquiçadas na boca e na bochecha, podendo evoluir para a região das amígdalas, garganta e esôfago se não for tratada corretamente.

É principalmente verificada em crianças ou pessoas que tenham seu sistema imune comprometido, como em casos de gripes, doenças crônicas e pacientes HIV positivos.

Quando acomete a região íntima, por exemplo, a doença se chama candidíase.

Vale ressaltar que a cândida já é um fungo presente naturalmente na microbiota íntima das mulheres, mas quando há alguma alteração de imunidade ou da acidez na região, ela pode se proliferar, gerando como sintomas:

  • coceira intensa;
  • corrimento esbranquiçado “grumoso”, sem dor ou cheiro.

Por isso, é muito importante, ao usar trajes de banho (biquínis, maiôs ou sunga) após banhos de mar e piscina, sempre mantê-los secos, trocá-los e higienizá-los para que a umidade do tecido não torne a região propícia para o desenvolvimento do fungo.

Tinea cruris ou micose na virilha

A Tinea cruris, ou micose na virilha, é uma infecção fúngica que se manifesta na pele dos órgãos genitais, do interior das coxas ou das nádegas.

Diferente da candidíase, é externa, não causando corrimento ou coceiras na região interna dos órgãos genitais.

Essa condição ocorre mais frequentemente ao usar roupas apertadas ou que retêm a umidade e o suor.

Os principais sintomas da micose na virilha são:

  • coceiras;
  • pequenas placas arredondadas (em forma de anel) ou semelhantes a assaduras (quando em região de dobras das coxas), em grande parte avermelhadas.

Tinea capitis ou micose do couro cabeludo

Quando a micose se manifesta no couro cabeludo, é conhecida como Tinea capitis, ou micose do couro cabeludo (capilar).

Esse tipo de fungo é mais comum em crianças e tem como sintomas:

  • coceira;
  • falhas no couro cabeludo (queda de cabelos em formatos arredondados);
  • placas secas;
  • aumento da descamação (mais conhecido como “caspa”);
  • dor discreta ou vermelhidão na região.

Em casos mais graves, pode apresentar machucados com eliminação de pus, principalmente se o paciente coçar com frequência a região (o que causa proliferação do fungo e feridas de coçadura pelas unhas, favorecendo infecções bacterianas).

O quadro pode ser revertido completamente se o tratamento for iniciado a tempo e da forma correta.

10 cuidados para evitar o surgimento de micoses no verão

Os cuidados para prevenção de micoses devem ser observados durante todo o ano, mas em períodos de temperaturas mais elevadas, a atenção precisa ser redobrada.

Confira algumas dicas que ajudam a evitar as micoses abaixo.

  • Use chinelos e calçados arejados em locais que ficam constantemente úmidos, como saunas, vestiários, áreas ao redor da piscina e duchas coletivas. Evite andar descalço;
  • Coloque uma toalha ou esteira na areia antes de se sentar ou de permitir que as crianças entrem em contato diretamente com ela;
  • Cubra superfícies (como espreguiçadeiras e bancadas de sauna) com uma canga ou toalha antes de se sentar;
  • Tome uma ducha de água limpa logo que sair do mar ou da piscina para remover parte das impurezas que se depositam na superfície da pele;
  • Tome um banho completo e troque as roupas molhadas por peças secas e limpas assim que possível;
  • Seque-se muito bem depois do banho, especialmente nas regiões de dobras de pele, como axilas, virilhas e entre os dedos dos pés. Se necessário, utilize um secador;
  • Não lave os cabelos muito próximo da hora de dormir, pois o contato do cabelo molhado com as roupas de cama pode abafar a região e favorecer o surgimento de fungos no couro cabeludo;
  • Dê preferência a calçados ventilados e confortáveis e evite passar muito tempo com modelos fechados, principalmente em dias quentes. Troque as meias todos os dias (de preferência meias de algodão), principalmente se utilizarem sapatos fechados;
  • Evite usar o mesmo calçado por dois dias seguidos. O ideal é limpar os sapatos depois de cada uso e guardá-los em local arejado;
  • Não empreste objetos de uso pessoal, como toalhas, meias, chinelos, alicates de unhas, capacetes, chapéus e bonés, pois eles podem transmitir fungos de uma pessoa para outra.

Ainda que as micoses não sejam, em sua grande maioria, graves, é importante procurar a orientação de um médico clínico ou dermatologista em caso de surgimento de algum sintoma.

Tratamento de micoses

A escolha do tratamento vai depender do local e do tipo da micose, podendo ser realizado com uso de comprimidos, pomadas, cremes, loções, esmaltes ou shampoos próprios para controle dos fungos.

A duração do tratamento pode variar de 4 semanas a 12 semanas, o que varia de acordo com o fungo.

As micoses de couro cabeludo, pés e virilha, por exemplo, têm um tempo de tratamento muito menor do que as micoses das unhas, que exigirão maior comprometimento para que possam ser solucionadas.

Desta forma, é importante que haja continuidade do tratamento, conforme orientação médica, mesmo se houver uma “sensação de melhora”.

Uma vez que o fungo pode atingir camadas mais profundas da pele, a doença pode se manifestar novamente se não houver tratamento correto.

Conclusão

Conhecer os 10 cuidados para evitar o surgimento de micoses no verão pode ajudar a prevenir os sintomas da doença, principalmente em períodos mais quentes.

Também é importante lembrar que, ao notar alterações na pele, é essencial buscar a orientação do clínico geral ou dermatologista para o tratamento adequado, uma vez que a micose exige cuidados e tratamento contínuos para uma recuperação completa.

Aproveite o verão com responsabilidade!

03/02/2025   •   há 2 meses


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