Tontura: o que pode ser?
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
A tontura é um sintoma que pode ter diversas causas, sendo caracterizado pela instabilidade, desequilíbrio ou sensação de que o ambiente ao redor está girando sem parar.
Quando se torna muito frequente, pode significar diversas outras condições médicas, graves ou não.
Por essa razão, é importante buscar ajuda médica para compreender melhor o problema.
Você quer saber mais sobre a tontura: o que pode ser e o que fazer para aliviar? Confira o conteúdo a seguir!
O que é tontura?
A tontura é um sintoma que pode se manifestar em diversas condições, sendo usada para descrever duas situações principais.
A primeira, está relacionada à sensação anterior ao desmaio, quando o corpo começa a ficar mole e a vista escurece.
A segunda está mais ligada à vertigem, quando o indivíduo sente que todo o seu entorno está girando. Ou ainda, que o corpo está se movendo aleatoriamente, quando na verdade está totalmente parado.
Dependendo das causas ligadas à tontura, pode vir acompanhado de outras reações como náuseas, vômito e dificuldade em se manter em pé ou andar em linha reta.
Os sintomas costumam desaparecer quando a pessoa deita e permanece mais parada.
Em casos de labirintite (condição na qual há a inflamação da estrutura interna do ouvido, conhecida como labirinto), por exemplo, o indivíduo, deitado, pode ter a sensação de vertigem.
Vale salientar que a tontura pode ocorrer em qualquer idade; porém, se manifesta de acordo com condições de saúde específicas e comuns para cada faixa etária.
Essa condição é considerada temporária quando dura apenas algumas horas ou minutos. Contudo, é considerada crônica quando os episódios ocorrem diversas vezes por, no mínimo, 3 meses.
O que causa tontura?
A tontura pode ter causas variadas (podendo ser graves ou não), sendo dividida em dois grandes grupos: a tontura relacionada à vertigem e a tontura relacionada à sensação de desmaio.
No caso da vertigem, as causas estão mais ligadas à inflamação do labirinto, uma estrutura presente no ouvido interno responsável pelo equilíbrio e pela audição no organismo. Entre outras causas estão:
- Neuroma acústico - tumor do nervo auditivo, que leva à perda de sensibilidade na face, perda de equilíbrio e também da audição;
- Doença de Méniere - doença do labirinto, na qual o indivíduo sente crises recorrentes de vertigem incapacitante, o que pode desencadear náuseas e vômito;
- Enxaqueca;
- Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB).
Muitas pessoas temem a tontura como a indicação de problemas neurológicos muito graves, como o AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Nestes casos, a tontura vem acompanhada de outros sintomas característicos, como a fala enrolada, falta de coordenação dos membros e visão dupla.
No caso da tontura relacionada à sensação de desmaio, as causas podem ser diferentes, incluindo, por exemplo:
- problemas e distúrbios sensoriais;
- anormalidades no ouvido interno;
- condições neurológicas;
- efeitos colaterais de medicamentos específicos;
- queda da pressão arterial;
- problemas cardíacos, como arritmias ou miocardiopatia.
4 tipos de tontura e o que pode ser
A tontura pode ser dividida em 4 tipos; que foram criados para facilitar o seu diagnóstico como um todo.
Cada uma é associada a diferentes causas e diferentes características. Elas estão descritas a seguir.
1. Tontura hemodinâmica
A tontura hemodinâmica está ligada a alterações na hemodinâmica, ou seja, no sistema circulatório.
Dessa forma, envolve problemas com o fluxo sanguíneo, pressão arterial e distribuição inadequada de sangue para os órgãos, inclusive para o cérebro.
Este tipo de tontura pode surgir a qualquer momento, com o corpo em movimento, durante um exercício, ou até mesmo, de forma ainda mais repentina, quando o indivíduo está totalmente parado.
2. Tontura do aparelho labiríntico
A tontura relacionada ao aparelho labiríntico está associada a distúrbios no ouvido interno, mais especificamente no labirinto.
Trata-se de uma estrutura complexa responsável pela audição e o equilíbrio do corpo.
Ela pode se manifestar de diversas formas, sendo a vertigem um dos seus sintomas mais comuns.
Entre outras condições específicas que levam a tonturas, associadas ao aparelho labiríntico, estão:
- Neurite vestibular - inflamação do nervo vestibular, que transmite informações sensoriais do ouvido interno ao cérebro;
- Labirintite - inflamação do labirinto, causada em sua maioria por uma infecção viral ou bacteriana;
- Doença de Meniére;
- Hipersensibilidade vestibular.
3. Tontura relacionada a estruturas neurológicas
A tontura relacionada a estruturas neurológicas baseia-se nas alterações no sistema nervoso central que podem causar sensações de desequilíbrio, vertigem ou instabilidade geral.
Diferente do tipo de tontura citado anteriormente (do aparelho labiríntico), aqui, as causas estão mais ligadas ao cérebro e às suas conexões.
Entre as principais causas que podem estar ligadas a este tipo de tontura, estão:
- AVC (acidente vascular cerebral);
- tumores cerebrais;
- enxaqueca vestibular;
- doença de Parkinson;
- ataxia cerebelar;
- neuropatia periférica.
Nestes casos, a tontura costuma ser constante e é piorada em casos de consumo de álcool ou drogas, além de medicamentos específicos.
4. Tontura emocional
A tontura emocional se refere a sensações de desequilíbrio que se manifestam mediante estados emocionais, incluindo, por exemplo, o estresse, a ansiedade e os ataques de pânico.
Este tipo de tontura tem uma relação direta com a saúde mental e emocional.
Cada situação possui alguns pontos-chave, descritos abaixo:
- Ataques de pânico - episódios de ansiedade intensa, acompanhados por sensações de perigo iminente, além de tontura;
- Ansiedade e estresse - são condições frequentemente associadas à tontura emocional. São situações que podem desencadear reações físicas, incluindo tontura;
- Causas psicossomáticas - a tontura emocional, muitas vezes, é considerada um sintoma psicossomático, o que significa que está relacionada à interação entre fatores emocionais e físicos.
Quando procurar um médico?
O primeiro passo é identificar se as crises de tontura são recorrentes. Em grande parte dos casos, a tontura surge como uma sensação leve, simples e breve, resultando em pouca preocupação.
Assim, caso seja identificada uma situação recorrente, o segundo passo é descobrir sua causa e tratá-la.
Para isso, existem diversas frentes que podem ser trabalhadas. Entre as mais comuns, estão:
- suspensão ou prescrição de medicamentos (depende de cada caso);
- prescrição de dietas específicas;
- sessões de fisioterapia direcionadas para a causa da tontura, entre outros.
Formas de aliviar a tontura
Em casos onde a tontura aparece de forma casual, existem formas simples que podem aliviar sua ação.
Elas incluem medidas diante de uma crise de tontura e exercícios que podem aliviar essas crises. As mais comuns estão descritas a seguir.
Durante uma crise
Deitar-se em uma posição confortável
Deitar-se em uma posição confortável em um ambiente calmo e silencioso ajuda a diminuir as crises de tontura.
De preferência, deve-se deitar de lado, pois algumas condições podem causar vômitos (como a labirintite).
Evitar qualquer tipo de movimento brusco
Movimentos bruscos costumam piorar ainda mais a tontura e a vertigem.
Dessa forma, recomenda-se que, após o indivíduo se levantar da posição deitada, ele faça tudo da forma mais lenta possível para não piorar o quadro.
Sentar-se imediatamente
Aos primeiros sinais de tontura, é importante se sentar logo de maneira confortável, evitando movimentos bruscos.
Tonturas levam a desequilíbrios, aumentando muito o risco de quedas, fraturas e outros tipos de lesões associadas.
Evitar luzes fortes
Todo tipo de luz forte deve ser evitado em episódios de tontura. Isso inclui a luz de televisão, smartphone, computador e tablet.
Evitar bebidas alcoólicas
Deve-se evitar o consumo de bebidas alcoólicas ao se sentir tonto, pois elas pioram ainda mais o sintoma e podem aumentar os riscos de queda.
Conclusão
Como visto neste post “Tontura: o que pode ser?”, a tontura pode ser causada por diversos fatores.
Este trata-se de um sintoma complexo que pode indicar condições mais sérias. A identificação da sua causa é essencial para um tratamento eficaz.
A avaliação médica determina a causa específica e elabora um plano de tratamento adequado, que pode incluir medicamentos, terapias físicas, intervenções cirúrgicas e até abordagens psicológicas.
Tonturas causadas por inflamações no ouvido interno apresentam desafios específicos, exigindo tratamento de acordo com o quadro clínico do paciente.
Já as tonturas que têm origem neurológica requerem uma investigação mais minuciosa, e o tratamento pode envolver terapias específicas para cada caso.
Consultar um médico, como clínico geral ou otorrinolaringologista, é crucial para um diagnóstico preciso e para estabelecer um plano de tratamento adaptado às necessidades individuais.
04/02/2025 • há um dia