5 causas da dependência emocional
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
Medo de ficar sozinho, da rejeição e do abandono são apenas alguns dos aspectos relacionados à dependência emocional, condição multifatorial que leva à dificuldade de confiar nas próprias decisões.
O dependente emocional é aquele que não confia em si mesmo. Como resposta a este problema, ele busca conforto em outras pessoas por meio de um apego afetivo exagerado, mascarado, muitas vezes, como amor.
A dependência emocional não está presente apenas em relacionamentos amorosos; ela atinge também relações familiares ou de amizade.
Saiba mais sobre as 5 causas da dependência emocional a seguir.
O que é dependência emocional?
Também conhecida como codependência, a dependência emocional é uma condição psicológica e emocional na qual o indivíduo apresenta um comportamento de intensa necessidade de apego em relação a outra pessoa.
Ele necessita da constante aprovação de terceiros para conseguir realizar qualquer tipo de atividade.
Além disso, o dependente quer ser sempre o centro das atenções, sufocando o próximo com suas demandas, medos e inseguranças.
Principais causas da dependência emocional
Reconhecer e compreender as causas da dependência emocional é o primeiro passo para sua superação.
1. Traumas e experiências passadas
Traumas emocionais, como abuso físico, emocional ou mesmo sexual, podem deixar feridas emocionais profundas, uma vez que levam a uma sensação de desamparo e insegurança.
Diante disso, o indivíduo passa a buscar refúgio emocional em outras pessoas, tornando-se, em grande parte das vezes, emocionalmente dependente.
2. Insegurança e baixa autoestima
A insegurança e a baixa autoestima podem alimentar a dependência emocional.
Pessoas com baixa autoestima, por exemplo, duvidam sempre do próprio valor. Assim, buscam de forma constante uma validação externa para se sentirem bem consigo mesmas.
Isso ocorre pois são incapazes de encontrar satisfação emocional em si mesmos.
3. Padrões de relacionamento problemáticos
Padrões de relacionamento prejudiciais na infância refletem diretamente na vida adulta.
Crianças, por exemplo, que cresceram em ambientes problemáticos tendem a ser dependentes emocionalmente.
Isso pode impactar em relacionamentos futuros, nos quais há uma grande chance de ter dependência emocional.
4. Idealização romântica
A idealização é um tipo de processo mental no qual o indivíduo percebe ou retrata algo (pessoa, objeto, etc.) como perfeito, sem falhas ou defeitos.
Sob o contexto de relacionamentos amorosos, ela é muito comum nos primeiros meses de relacionamento.
Nesse estágio, a pessoa passa a idealizar seu parceiro, vendo-o como uma pessoa perfeita, e não reconhece suas imperfeições.
Contudo, em casos de dependência emocional, esta idealização ultrapassa os limites, se estendendo durante todo o relacionamento.
Ela leva a uma ligação emocional excessiva, além da incapacidade de lidar com a realidade do relacionamento.
5. Medo do abandono e solidão
O medo do abandono e da solidão é uma das causas mais comuns quando se trata de quadros de dependência emocional.
Muitas vezes, o medo de ficar sozinho faz com que a pessoa tolere comportamentos abusivos e negligentes em vez de encerrar a relação.
Dependência emocional em relações amorosas
A dependência emocional pode se manifestar de diversas formas dentro de relacionamentos amorosos.
Ela pode surgir mediante diversos fatores, incluindo, por exemplo, experiências passadas ruins até padrões de relacionamento tóxicos.
Em grande parte dos casos, o problema está enraizado na infância. É nela que as percepções e expectativas são moldadas; principalmente quando o assunto é o relacionamento com outras pessoas.
Crianças que crescem, por exemplo, em ambientes com pouco afeto, podem se desenvolver necessitando de uma intensa validação, o que acaba se manifestando na relação com outras pessoas à medida que envelhecem.
Essas carências se manifestam fortemente na vida adulta, levando à dependência emocional e, até, à idealização romântica.
Dependência emocional da família
Outro tipo comum de dependência emocional é aquela ligada à família.
Trata-se de um fenômeno complexo que se desenvolve dentro do seio familiar, tornando o indivíduo excessivamente ligado aos membros da família. Ela se desenvolve, principalmente, em famílias com problemas estruturais.
Estes são ambientes familiares nos quais existe falta de comunicação, poucos limites, abuso emocional ou negligência.
O indivíduo acaba se sentindo incapaz de se separar emocionalmente dos pais ou de outros membros, buscando sua avaliação constante.
Por vezes, os filhos também são educados de forma superprotetora, com um medo excessivo do mundo em si.
Assim, qualquer problema é tratado como uma ameaça, sendo resolvido apenas pelos pais.
Como consequência, a pessoa se sente impotente para enfrentar grandes desafios, recorrendo repetidas vezes aos pais.
Terapia para se livrar da dependência emocional
A terapia é um dos tratamentos mais utilizados e mais eficientes para superar a dependência emocional.
Ela inclui diversas abordagens terapêuticas. Entre as mais comuns estão a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a terapia interpessoal (TI).
Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Amplamente utilizada para diversas questões de ordem psicológica, a terapia cognitiva-comportamental também pode ser eficaz em quadros de dependência emocional.
Ela trabalha na premissa de que todos os pensamentos e emoções estão conectados, fazendo uma ponte com padrões de pensamentos que contribuem para os problemas emocionais.
Considerando o contexto da dependência emocional, o terapeuta trabalha e aborda as crenças e comportamentos que sustentam esse padrão de comportamento, ajudando o paciente a identificar os pensamentos distorcidos.
Além desta abordagem, a TCC pode ainda incorporar técnicas de exposição, em que os pacientes são expostos a situações que provocam ansiedade ou dependência, permitindo encontrar ferramentas para superar os problemas de forma controlada e gradual.
Para o tratamento de dependência emocional, o principal objetivo é a autonomia emocional, que permite ao indivíduo reconhecer o seu valor.
O paciente necessita sempre praticar as atividades fora da terapia, demonstrando seus progressos e desafios enfrentados.
Terapia interpessoal (TI)
Trata-se de uma abordagem terapêutica focada na resolução de problemas interpessoais e no tratamento de transtornos e dificuldades associadas.
Inicialmente usada para tratar a depressão, a terapia interpessoal mostrou-se eficiente também para casos de dependência emocional.
Ela se concentra em dinâmicas e padrões de relacionamento que contribuem para os quadros de dependência emocional, identificando quais interações são problemáticas e quais podem contribuir para o problema.
Além disso, ela enfatiza o desenvolvimento de habilidades de comunicação eficazes, levando a pessoa a expressar seus sentimentos de maneira clara e assertiva, além de praticar a escuta e a empatia (essencial para um relacionamento saudável).
Assim, o indivíduo passa a trabalhar melhor a autoconfiança e a autoaceitação, reduzindo a necessidade constante de validação externa.
Ao longo do processo terapêutico, o terapeuta trabalha em estreita colaboração com o paciente para identificar metas terapêuticas específicas e desenvolver estratégias para alcançá-las.
Conclusão
Como visto neste post "5 causas da dependência emocional", a dependência emocional apresenta causas profundamente enraizadas, afetando diretamente o modo como as pessoas se enxergam e se relacionam emocionalmente.
As causas vão desde traumas emocionais não resolvidos e padrões relacionais disfuncionais até a busca incessante por aprovação externa e o medo do abandono.
O primeiro passo para superar o problema é reconhecer que ele existe. Assim, por meio do autoconhecimento, do desenvolvimento da autonomia emocional e do trabalho terapêutico, é possível superar os padrões de conduta emocional.
23/06/2025 • há 16 horas