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Vacina de coronavírus será testada direto em humanos

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Oficialmente, o primeiro caso de COVID-19 foi detectado na China, no dia 7 de janeiro. Desde então, pouco mais de 70 dias se passaram e o vírus se alastrou por todas as regiões do planeta. Já são mais de 215 mil casos confirmados em todos os continentes, com cerca de 9 mil mortes confirmadas.

Diante desse cenário tão assustador, as indústrias farmacêuticas e empresas de biomedicinas iniciaram o desafio de encontrar uma vacina que possa ser capaz de conter o avanço da doença. Em geral, pode levar alguns anos até que uma vacina passe por todas as fases de teste e seja autorizada a sua aplicação em seres humanos. No entanto, dada a gravidade da doença, é possível que algumas etapas sejam puladas e que os primeiros testes comecem ainda neste mês.

Vacina de coronavírus está em desenvolvimento

Muitas notícias falsas circularam na última semana com relação a uma possível “cura” para o coronavírus. Na prática, infelizmente, nenhum país ou laboratório conseguiu desenvolver uma vacina que seja capaz de barrar os avanços do vírus. Porém, isso não significa que nesse período os testes não tenham avançado de forma considerável.

Diversos laboratórios iniciaram projetos para tentar produzir a primeira vacina contra o coronavírus. Entre eles está a empresa norte-americana Moderna Therapeutics, que em tempo recorde conseguiu sintetizar uma possível vacina. Em um protocolo tradicional, os primeiros testes seriam realizados em animais.

Entretanto, dada a gravidade da situação, o laboratório já busca voluntários saudáveis, com idade entre 18 e 55 anos, para se submeterem aos testes. Cada pessoa receberá duas doses da vacina, com intervalo de um mês entre elas. Para isso, os voluntários receberão cerca de US$ 100 por visita ao laboratório (estima-se que durante todo o estudo serão necessárias cerca de 10 visitas por paciente). Os experimentos estão sendo conduzidos pelo Instituto de Pesquisas em Saúde de Seattle, nos Estados Unidos e os primeiros testes estão previstos para abril.

Os riscos e as expectativas da vacina contra o coronavírus

Não há consenso na comunidade científica sobre a forma como os testes da vacina estão sendo conduzidos. Muitos especialistas são contra a aceleração do processo, pois erros podem colocar em risco a vida dos voluntários. Além disso, há que se considerar que o mecanismo da imunização desenvolvido pela empresa é inédito, ou seja, não há nenhum registro de uso da mesma técnica, o que aumenta os riscos.

Para que você possa entender melhor, é preciso compreender primeiro como funcionam as vacinas. Elas podem ser de dois tipos: as que utilizam o próprio micróbio morto ou quimicamente atenuado ou as que utilizam uma proteína do micróbio. Ambos os mecanismos têm o mesmo objetivo: “ensinar” o corpo como reagir diante da infecção pelo vírus em questão.

Já no caso da vacina concebida em 42 dias pela Moderna Therapeutics, o que ocorre é uma injeção de RNAm sintético, que induz o corpo a produzir proteínas idênticas às do coronavírus. Em outras palavras, o que ela faz é dar munição para as células fabricarem proteínas virais ao mesmo tempo em que o sistema imunológico reconhece os corpos estranhos e produz anticorpos. A empresa ressalta ainda que não foi possível fazer esse tipo de teste em ratos pelo fato de eles terem uma estrutura celular que se comporta diferente da nossa quando atacada.

Todos contra o Covid-19: outras vacinas em desenvolvimento

Além do método desenvolvido pela Moderna Therapeutics, que parece ser o que está em estágio mais avançado até o momento, outros grupos de pesquisadores têm buscado alternativas para conter a pandemia do Covid-19. Há pelo menos oito iniciativas catalogadas e mais estruturadas em busca de uma resposta, porém sabemos poucos detalhes sobre elas.

A Johnson & Johnson está estudando uma alternativa que se baseia no vírus amenizado, enquanto a Clover Biopharmaceuticals, em parceria com a Universidade de Queensland, da Austrália, optou por utilizar a proteína do vírus na concepção de uma vacina. Os dois métodos são os mais tradicionais no desenvolvimento de vacinas, mas pode levar mais tempo até que todos os testes sejam realizados.

Outras iniciativas buscam encontrar tratamentos que funcionem com os pacientes infectados utilizando medicamentos já existentes no mercado. A ideia é que explorar eventuais falhas na ação dos vírus. Contudo, os resultados são completamente incertos, pois os testes se baseiam em uma espécie de “tentativa e erro”, na expectativa de que o vírus seja vencido de alguma forma que ainda não sabemos qual é.

Prevenção é o melhor caminho

Ao que tudo indica, ainda que os resultados dos testes realizados sejam bem-sucedidos, ainda vai demorar um bom tempo até que vacinas do coronavírus cheguem ao mercado em escala comercial. Por essa razão, qualquer especulação sobre uma possível “cura” do vírus deve ser tratada com extrema cautela. De certo mesmo, o que se sabe é que a prevenção é o melhor caminho.

O coronavírus (COVID-19) é um tipo de vírus que pode causar infecções respiratórias que vão desde um simples resfriado até síndromes mais severas. Ele é transmitido por gotículas de saliva, espirro, tosse ou catarro, que podem ser repassadas em apertos de mão e no toque em objetos ou superfícies contaminadas.

Para evitar o contágio você deve:

  • Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal;
  • Lavar as mãos frequentemente, por pelo menos 20 segundos, com água e sabão;
  • Usar antisséptico de mãos (álcool gel), sempre que lavar as mãos não for possível;
  • Evitar contato com pessoas doentes;
  • Ficar em casa se apresentar sintomas leves de resfriado.

Os principais sintomas do COVID-19 são febre, cansaço e tosse seca. Alguns pacientes pode ainda podem apresentar dores, congestão nasal, coriza, tosse ou diarreia. A recomendação dos especialistas é procurar o serviço médico somente se o quadro de infecção respiratória se agravar, com sintomas como falta de ar, por exemplo.

Pessoas idosas ou com doenças crônicas (como diabetes, pressão alta e doenças cardiovasculares) são mais vulneráveis ao vírus, que pode levar à morte. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a taxa de letalidade é entre 2% e 3% dos casos confirmados.

24/02/2022   •   há 2 anos


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