7 sintomas do transtorno de personalidade antissocial
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
O transtorno de personalidade antissocial, anteriormente (e erroneamente) conhecido como sociopatia, é uma condição que afeta a maneira como uma pessoa pensa, sente e se relaciona com os outros.
Ela se caracteriza por padrões persistentes de descaso pelos direitos dos outros e por comportamentos impulsivos. Saber mais sobre essa condição mental é fundamental para buscar ajuda profissional, quando necessário.
Conheça 7 sintomas do transtorno de personalidade antissocial e os principais tratamentos disponíveis a seguir.
Principais sintomas do transtorno de personalidade antissocial
1. Insensibilidade em relação aos sentimentos e necessidades dos outros
Uma característica importante do transtorno de personalidade antissocial é não conseguir entender ou se importar com os sentimentos e necessidades das outras pessoas.
Isso significa que quem tem esse transtorno, muitas vezes, age de forma egoísta e pode prejudicar os outros sem se sentir mal por isso.
Elas podem ignorar as regras sociais e não se preocupar com como suas ações afetam terceiros.
Como lidar com a insensibilidade aos sentimentos alheios
A psicoterapia em grupo pode ser útil para tratar o transtorno de personalidade antissocial.
Em grupos, os pacientes podem aprender a se relacionar melhor com outras pessoas e a entender as emoções deles. Isso pode ajudá-los a desenvolver compreensão, o que pode melhorar seus relacionamentos e reduzir comportamentos prejudiciais.
2. Impulsividade
Pessoas com transtorno de personalidade antissocial geralmente agem sem pensar, sendo impulsivas e incapazes de planejar suas ações com antecedência.
Isso significa que elas podem tomar decisões precipitadas e arriscadas, como dirigir perigosamente ou entrar em brigas, sem considerar as consequências para si mesmas ou para os outros.
Como lidar com impulsividade
Para lidar com a impulsividade, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos para ajudar a controlar o humor e a reduzir a impulsividade.
Alguns medicamentos, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs), podem ser úteis nesse aspecto, ajudando a estabilizar as emoções e a promover uma tomada de decisão mais ponderada.
Além disso, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ensinar habilidades de autocontrole e ajudar a pessoa a desenvolver estratégias para lidar com impulsos prejudiciais.
3. Manipulação
Pessoas com transtorno de personalidade antissocial frequentemente recorrem à manipulação e ao engano para alcançar seus objetivos. Elas podem mentir, fraudar e explorar os outros sem sentir remorso ou culpa.
Como lidar com a manipulação
O controle de contingências é uma forma de terapia comportamental que se baseia em recompensar comportamentos positivos e desencorajar comportamentos negativos. Essa abordagem pode ajudar os pacientes a aprenderem a importância de agir de forma ética e responsável.
Além disso, psicoterapia de grupo pode ser uma ferramenta no tratamento do transtorno de personalidade antissocial, pois permite que os pacientes interajam com outros indivíduos e pratiquem habilidades sociais e emocionais saudáveis. Contudo, é necessária mediação de um profissional especializado para evitar que sintomas comportamentais aconteçam.
4. Mentiras constantes
Pessoas com transtorno de personalidade antissocial frequentemente têm o costume de contar mentiras e distorcer a verdade para alcançar o que desejam.
Elas podem inventar histórias ou falsificar informações sem se importar com as consequências ou com o impacto que isso possa ter.
Como lidar com mentiras constantes
O tratamento para lidar com as mentiras constantes pode envolver terapia psicológica, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC).
Este tipo de abordagem ajuda a pessoa a identificar e desafiar padrões de pensamento prejudiciais, além de desenvolver habilidades para lidar com situações de forma mais honesta e transparente.
Além disso, a terapia pode ajudar a pessoa a entender as razões por trás de seu comportamento e a desenvolver estratégias alternativas para alcançar seus objetivos de maneira ética e saudável.
Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para tratar condições como transtornos de humor, que podem contribuir para o comportamento de mentir compulsivamente.
5. Violência
Pessoas com transtorno de personalidade antissocial podem usar a violência física ou verbal como uma maneira de controlar os outros ou lidar com conflitos.
Isso pode se manifestar em agressões físicas, como brigas, ou em comportamentos verbalmente intimidadores e ameaçadores.
Como lidar com a violência
O tratamento para lidar com a violência associada ao transtorno de personalidade antissocial pode envolver terapia comportamental ou terapia cognitivo-comportamental.
Essas formas de terapia ajudam a pessoa a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento agressivos, promovendo alternativas mais construtivas para lidar com situações de conflito.
Além disso, a terapia pode abordar questões como raiva não controlada ou trauma emocional, que podem contribuir para o comportamento violento. Em alguns casos, a terapia pode ser combinada com o uso de medicamentos para tratar sintomas associados, como transtornos de humor ou impulsividade.
6. Irresponsabilidade
A irresponsabilidade social e financeira é outro aspecto comum do transtorno de personalidade antissocial. Se manifesta quando as pessoas com esse transtorno não conseguem cumprir com suas obrigações financeiras, manter empregos estáveis ou seguir as normas legais devido à sua falta de responsabilidade e comprometimento.
Como lidar com irresponsabilidade
Além da psicoterapia, que ajuda a desenvolver habilidades sociais e emocionais, algumas intervenções específicas podem ser úteis para lidar com a irresponsabilidade associada ao transtorno de personalidade antissocial.
A terapia de habilidades de vida pode ser benéfica, uma vez que ensina técnicas para gerenciar tarefas do dia a dia, como organização financeira, gestão de tempo e cumprimento de obrigações.
Além disso, essa terapia focada na resolução de problemas pode ajudar a identificar os desafios que levam à irresponsabilidade, além de desenvolver estratégias para enfrentá-los.
Em alguns casos, a participação em programas de reabilitação ou suporte para vícios, se aplicável, pode ser necessária para lidar com comportamentos que contribuem para a irresponsabilidade, como o abuso de substâncias.
7. Desconsideração pelo certo e errado
Uma característica marcante do transtorno de personalidade antissocial é a desconsideração pelos padrões morais e éticos da sociedade.
Indivíduos com esse transtorno podem cometer atos ilegais, como roubo e fraude, sem sentir remorso ou culpa.
Elas tendem a justificar suas ações, culpando as vítimas ou acreditando que têm o direito de fazer o que quiserem.
Como lidar com desconsideração pelo certo e errado
Além da terapia cognitivo-comportamental (TCC), outras abordagens terapêuticas podem ser úteis para lidar com a desconsideração pelos padrões morais e éticos.
A terapia de aceitação e compromisso (ACT), por exemplo, pode ajudar os pacientes a reconhecer e aceitar seus pensamentos e sentimentos, ao mesmo tempo em que os incentiva a agir de acordo com seus valores pessoais e sociais.
Além disso, a terapia centrada na ética pode explorar as crenças e valores que contribuem para a falta de consideração pelo certo e errado, ajudando os pacientes a desenvolver uma maior consciência de suas ações e a considerar as consequências de seus comportamentos não apenas para si mesmos, mas também para os outros e para a comunidade em geral.
O que é transtorno de personalidade antissocial?
O transtorno de personalidade antissocial é uma condição psicológica na qual os indivíduos tendem a ignorar as normas sociais e muitas vezes agem de forma impulsiva e irresponsável.
Essas pessoas podem mostrar uma falta de empatia pelos outros e têm dificuldade em se conectar emocionalmente com as pessoas ao seu redor. Os primeiros sinais desse transtorno geralmente se manifestam na adolescência ou início da idade adulta e tendem a persistir ao longo da vida.
Esta condição é caracterizada por um padrão persistente de comportamentos desviados, atitudes que violam os direitos alheios e desafiam as expectativas sociais.
Esses indivíduos, comumente, têm dificuldade em manter relacionamentos saudáveis e estáveis, podendo enfrentar problemas legais devido ao seu comportamento impulsivo e negligente.
A falta de remorso ou culpa por suas ações prejudiciais é uma característica desse transtorno, tornando desafiadora a participação dos pacientes em terapia e a busca por mudança.
No entanto, com intervenção precoce e tratamento adequado, é possível melhorar a qualidade de vida e promover uma adaptação mais saudável ao longo do tempo.
Diagnóstico do transtorno de personalidade antissocial
O diagnóstico do transtorno de personalidade antissocial é baseado em uma avaliação dos sintomas e comportamentos do indivíduo.
Para receber esse diagnóstico, a pessoa deve ter mais de 18 anos e atender aos critérios estabelecidos pelos profissionais de saúde mental, como demonstrar evidências de transtorno de conduta antes dos 15 anos.
Estes critérios geralmente são uma constatação consistente de comportamentos desviantes e atitudes que desrespeitam os direitos dos outros e desafiam as normas sociais.
O processo diagnóstico frequentemente envolve uma entrevista clínica detalhada, na qual o profissional de saúde mental busca informações sobre o histórico médico e psicossocial do paciente, assim como a observação do comportamento.
Além disso, em alguns casos, podem ser utilizados questionários padronizados para avaliar a gravidade e a extensão dos sintomas do transtorno.
A obtenção de um diagnóstico preciso é fundamental para o desenvolvimento de um plano de tratamento e a implementação de intervenções específicas que visem reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do indivíduo afetado.
Conclusão
Como visto no post "7 sintomas do transtorno de personalidade antissocial", este transtorno é uma condição que afeta a forma como o indivíduo se sente, pensa e se relaciona com os outros.
Sintomas, como desconsideração pelos direitos de terceiros, impulsividade e violência, podem se manifestar de várias formas, tornando essencial o reconhecimento e a busca por ajuda profissional.
Contar com o apoio de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, é essencial para gerenciar os sintomas e buscar uma vida mais saudável e funcional.
28/05/2025 • há 3 dias