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Transtorno de Personalidade Histriônica

Transtorno de personalidade histriônica: o que é e sintomas

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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A busca constante pela atenção, emotividade excessiva e o desconforto quando não se está no centro das atenções são características que podem afetar a qualidade de vida de algumas pessoas.

Esses traços podem definir o transtorno de personalidade histriônica (TPH), um distúrbio psicológico que se manifesta no início da idade adulta e requer atenção profissional para compreensão e tratamento.

Neste artigo, saiba mais sobre o transtorno de personalidade histriônica: o que é, sintomas, possíveis causas, diagnóstico e opções de tratamento. Acompanhe!

O que é transtorno de personalidade histriônica?

O transtorno de personalidade histriônica (TPH) é um distúrbio psicológico que se caracteriza pela busca constante de atenção e uma afetividade exagerada.

As pessoas afetadas por esse transtorno têm uma necessidade intensa de chamar a atenção e frequentemente utilizam apelos como os sexuais para alcançar esse objetivo.

Além disso, esses indivíduos dão grande ênfase à sua aparência física, muitas vezes vestindo-se de forma provocativa ou sedutora.

Esse transtorno pode causar sofrimento significativo para aqueles que o vivenciam, uma vez que eles podem se tornar emocionalmente dependentes dos outros e recorrer a estratégias de manipulação para manter a atenção constante.

Os comportamentos sedutores não se restringem apenas a relações amorosas, mas também se manifestam em contextos inadequados, como no ambiente de trabalho e em atividades ocupacionais.

Sintomas do transtorno de personalidade histriônica

O transtorno de personalidade histriônica (TPH) é uma condição que se manifesta por meio de uma série de sintomas notáveis. Segundo o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), esses sintomas são:

1. Necessidade de ser o centro das atenções

As pessoas com TPH anseiam constantemente pelo holofote e se sentem desconfortáveis quando não conseguem atender ao seu objetivo.

A ânsia por ser o centro das atenções é uma característica marcante desse transtorno. Elas frequentemente se esforçam para atrair olhares e podem adotar comportamentos extravagantes e chamativos.

2. Comportamento inadequado nas interações sociais

Indivíduos com TPH frequentemente exibem comportamentos inadequados nas interações sociais.

Isso pode incluir abordagens sexuais provocantes e sedutoras, mesmo em situações inapropriadas. Sua busca por atenção muitas vezes leva a comportamentos impulsivos e arriscados.

3. Expressão superficial e emoções efêmeras

A expressão emocional das pessoas com TPH tende a ser superficial e efêmera. Elas podem alternar rapidamente entre diferentes emoções, ou seja, de forma súbita.

Isso pode tornar suas relações interpessoais instáveis, já que pessoas que fazem parte da sua convivência podem ter dificuldade em entender as verdadeiras emoções de quem tem o transtorno.

A pessoa com TPH pode parecer extremamente alegre em um momento e, em seguida, adotar uma expressão intensamente triste ou zangada, muitas vezes sem uma razão aparente.

4. Utilização da aparência física para chamar a atenção

Pessoas com transtorno de personalidade histriônica (TPH) muitas vezes fazem da sua aparência física uma ferramenta poderosa para capturar os olhares e a atenção dos outros. Essa estratégia pode envolver:

  • Vestimentas provocantes e sedutoras - a escolha de roupas muitas vezes recai sobre peças provocantes, sensuais e sedutoras. Elas preferem roupas que enfatizem sua figura e atraiam olhares. O objetivo é se destacar e se sentir desejável;

  • Maquiagem exagerada - a maquiagem é usada de forma acentuada para realçar traços faciais e destacá-los;

  • Cuidados excessivos com o corpo - a busca incessante por uma aparência física impecável pode levar a cuidados excessivos com o corpo. Isso pode incluir dietas rigorosas, exercícios intensos e procedimentos estéticos para garantir que estejam sempre em sua melhor forma;

  • Acessórios chamativos - acessórios chamativos e/ou em excesso, joias e outros ornamentos, são frequentemente incorporados em suas vestimentas. Isso adiciona um elemento adicional de brilho e atração à sua aparência.

A busca por uma aparência física que atraia atenção é uma das características principais das pessoas com TPH.

No entanto, é importante observar que esse desejo de se destacar frequentemente é motivado por uma necessidade profunda de ser validado e aprovado pelos outros.

5. Discurso impressionista e carente de detalhes

A comunicação dessas pessoas costuma ser vaga, impressionista e carente de detalhes.

Suas histórias frequentemente carecem de informações concretas, tornando-as mais teatrais do que informativas. Esse discurso, às vezes, pode incluir exageros e dramatizações para atrair a atenção.

6. Expressão exagerada e teatral das emoções

Pessoas com transtorno de personalidade histriônica (TPH) frequentemente têm muito controle da sua expressão emocional, podendo exagerá-la e torná-la teatral. Suas emoções são um palco onde encenam um drama constante.

O termo "histriônico" se refere ao ato de dramatizar e as pessoas com TPH frequentemente se encaixam nesse estereótipo.

Elas podem criar cenários teatrais em suas relações interpessoais, tornando suas emoções o foco central das interações.

Quando confrontadas com situações emocionais, essas pessoas tendem a reagir de forma dramática, amplificando suas emoções.

Pequenos desapontamentos podem se transformar em tragédias épicas, enquanto as alegrias podem se manifestar como euforia excessiva.

Essa tendência à dramatização e à expressão exagerada das emoções é uma característica central do TPH e pode afetar negativamente as suas relações e interações sociais.

7. Suscetibilidade a influências externas

Aqueles com transtorno de personalidade histriônica (TPH) são flexíveis em suas relações interpessoais e frequentemente exibem uma suscetibilidade significativa a influências externas.

Pessoas com TPH frequentemente têm uma forte necessidade de serem aceitas e amadas, o que as leva a se adaptar rapidamente às expectativas dos outros.

Elas podem assumir diferentes papéis e personalidades, dependendo da situação ou da pessoa com quem estão interagindo.

Devido à sua disposição em se adaptar, essas pessoas podem se tornar vulneráveis e serem manipuladas por outras pessoas que reconhecem essa característica. Isso pode resultar em relações abusivas e tóxicas.

Embora essa flexibilidade possa ajudar nas interações sociais, ela também pode criar um desequilíbrio nas relações e na identidade pessoal, tornando desafiador manter uma autenticidade e estabilidade emocional consistentes.

8. Relações interpessoais instáveis

As relações interpessoais para aqueles com transtorno de personalidade histriônica (TPH) muitas vezes se caracterizam por instabilidade e imprevisibilidade.

Devido à expressão efêmera das emoções, as relações podem ser marcadas por flutuações emocionais extremas.

As pessoas com TPH podem parecer muito envolvidas e afetuosas em um momento e, logo em seguida, distantes e indiferentes.

Devido a essa instabilidade, essas pessoas podem lutar para manter relacionamentos em longo prazo, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Suas oscilações emocionais podem afastar as pessoas com o tempo.

Essa instabilidade nas relações interpessoais também pode criar desafios significativos em suas vidas, tornando as interações sociais complexas e muitas vezes desgastantes.

Ter consciência desses padrões é um primeiro passo importante no gerenciamento do TPH e na busca de ajuda profissional, como um psicólogo ou psiquiatra, quando necessário.

9. Busca excessiva por aprovação

A necessidade de aprovação e validação dos outros é uma constante na vida de quem possui TPH. Eles frequentemente buscam elogios e validação como uma fonte de segurança e autoestima.

Esses sintomas costumam surgir no início da vida adulta e se tornam mais aparentes à medida que a pessoa interage com o ambiente e desenvolve relações sociais.

Reconhecer esses sintomas é o primeiro passo para buscar ajuda e tratamento adequado para o transtorno de personalidade histriônica.

O apoio de profissionais de saúde mental e terapia especializada pode ser fundamental para o gerenciamento e tratamento desse transtorno.

Causas

As causas específicas do transtorno de personalidade histriônica é uma combinação de fatores genéticos, biológicos e ambientais.

Além disso, pode haver uma associação entre o TPH e outros transtornos mentais, como o transtorno depressivo maior, transtorno depressivo persistente e transtorno de conversão.

Entre os possíveis fatores que podem desencadear o TPH, destacam-se:

  • Vulnerabilidade biológica - pode haver uma predisposição genética ou neurobiológica que torna alguns indivíduos mais propensos ao desenvolvimento desse transtorno;

  • Fatores ambientais - histórico de trauma e abuso na infância, assim como influências familiares e ambientais, podem desempenhar um papel importante no surgimento do TPH;

  • Comorbidades - o TPH é frequentemente associado a outros transtornos de personalidade, como a síndrome de borderline, transtorno de personalidade antissocial, narcisista e dependente.

Diagnóstico

O diagnóstico do transtorno de personalidade histriônica é baseado em critérios clínicos estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).

Para receber o diagnóstico de TPH, um indivíduo deve apresentar um padrão generalizado de excessiva emocionalidade e busca de atenção, que é caracterizado por pelo menos cinco dos sintomas apresentados na seção anterior.

Além disso, esses sintomas devem estar presentes desde o início da idade adulta.

No entanto, é importante distinguir o transtorno de personalidade histriônica de outros distúrbios de personalidade, como o transtorno de personalidade narcisista, o transtorno de personalidade limítrofe e o transtorno de personalidade dependente.

Cada um desses transtornos tem características distintas que podem ajudar a diferenciá-los do TPH.

Tratamento

O tratamento do TPH geralmente envolve psicoterapia, com foco na psicoterapia psicodinâmica.

Neste tipo de terapia, o psicólogo trabalha com o paciente para identificar os conflitos que contribuem para os sintomas do TPH.

A terapia pode incluir estratégias para ajudar o paciente a substituir comportamentos dramáticos por comunicação mais eficaz e saudável, melhorando a compreensão de si mesmo e de seus relacionamentos.

Em casos em que o TPH coexiste com ansiedade ou depressão, pode ser necessário um tratamento farmacológico.

Nesse cenário, um psiquiatra prescreve medicamentos para tratar esses sintomas.

Geralmente, as pessoas com transtorno de personalidade histriônica não buscam tratamento, a menos que enfrentem consequências significativas em suas vidas, como depressão resultante dos desafios de relacionamento.

Diferença entre transtorno de personalidade histriônica e Narcisismo

É importante destacar a diferença entre o transtorno de personalidade histriônica e o transtorno de personalidade narcisista.

Enquanto as pessoas com TPH buscam constantemente ser o centro das atenções, independentemente de serem admiradas ou criticadas, os indivíduos com transtorno de personalidade narcisista necessitam de admiração constante.

No entanto, é importante notar que uma pessoa com TPH pode também apresentar características narcisistas, o que é conhecido como comorbidade, ou seja, a presença de mais de um transtorno de personalidade ao mesmo tempo.

Conclusão

Como mostrado no post "Transtorno de personalidade histriônica: o que é e sintomas, este é um distúrbio complexo que afeta a maneira como uma pessoa se relaciona com os outros na busca atenção de maneira excessiva.

Os sintomas desse transtorno podem ser debilitantes e interferir na qualidade de vida do indivíduo.

No entanto, com o diagnóstico correto e o tratamento adequado, muitas pessoas com TPH podem aprender a lidar com seus sintomas e desenvolver relacionamentos mais saudáveis.

A psicoterapia psicodinâmica é uma abordagem que pode ser usada para o tratamento do TPH, ajudando os pacientes a entender suas motivações e comportamentos, além de promover mudanças positivas em suas vidas.

É importante lembrar que o apoio de amigos e familiares desempenha um papel crucial no auxílio a pessoas que enfrentam esse transtorno. A compreensão e o encorajamento podem fazer uma grande diferença no processo de tratamento e recuperação.

Fontes: Instituto de Psiquiatria do Paraná, Manual MSD, Drauzio Varella, Tua Saúde.

24/01/2024   •   há 10 meses


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