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Transtorno de Compulsão Alimentar

4 tratamentos para compulsão alimentar

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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A compulsão alimentar, um distúrbio que leva à ingestão descontrolada de grandes quantidades de alimentos, impacta não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional. Segundo a National Eating Disorders Association, estima-se que atinja cerca de 3,5% das mulheres, 2% dos homens e até 1,6% dos adolescentes.

O tratamento do TCA tem como objetivos: a redução ou eliminação dos episódios de compulsão alimentar, o estabelecimento de padrões alimentares regulares, o desenvolvimento de hábitos saudáveis e o cuidado de complicações físicas e comorbidades psiquiátricas.

Quer saber mais sobre o assunto? Conheça 4 tratamentos para compulsão alimentar a seguir.

Principais tratamentos para compulsão alimentar

1. Terapia cognitivo-comportamental (TCC)

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das abordagens terapêuticas que podem ser utilizadas para tratar o transtorno de compulsão alimentar (TCA).

Estudos mostram que mais de 60% das pessoas tratadas com TCC têm melhorias significativas que duram por muito tempo.

A TCC se concentra em entender e mudar padrões de pensamento e comportamento que levam à compulsão alimentar. A ideia é dar ferramentas práticas para melhorar de forma gradual.

Além de tratar os sintomas mais aparentes, essa abordagem também investiga a relação da pessoa com o seu corpo e a comida.

Durante o tratamento, o indivíduo aprende estratégias específicas para mudar pensamentos negativos e lidar de forma mais saudável com situações difíceis.

Em vez de apenas tratar os sintomas temporários, a TCC ajuda a entender o que está por trás do problema.

Os terapeutas ajustam o tratamento de acordo com as necessidades e desafios do paciente.

2. Psicoterapia junguiana

Além da terapia cognitivo-comportamental, a psicoterapia junguiana também se destaca como uma abordagem eficaz no tratamento da compulsão alimentar.

Ao focar nas relações interpessoais e na resolução de conflitos emocionais, essa forma de terapia oferece uma valiosa alternativa para quem busca superar a compulsão alimentar.

A psicoterapia abrange mais do que os padrões de pensamento e comportamento.

Ela explora as relações interpessoais, buscando entender como as dinâmicas sociais podem influenciar a relação de alguém com a comida.

Ao identificar e resolver conflitos emocionais, a psicoterapia ajuda a construir uma base sólida para lidar com o transtorno.

Dentro da psicoterapia, abordagens como o mindful eating (comer consciente) ganham destaque.

Essa prática incentiva a atenção plena durante as refeições, promovendo uma conexão mais saudável com a comida.

A ideia é estar presente no momento, saborear cada mordida e reconhecer os sinais naturais de fome e saciedade.

3. Tratamento farmacológico

Caso seja necessário, em conjunto com o tratamento terapêutico, pode ser iniciado o tratamento medicamentoso no combate à compulsão alimentar.

Esta modalidade frequentemente inclui o uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) ou lisdexanfetamina, ambos com resultados promissores.

Contudo, vale lembrar que somente um médico especializado, como o psiquiatra, pode prescrever os medicamentos e realizar o acompanhamento do paciente, avaliando os efeitos dos remédios e realizando a manutenção do tratamento, caso necessário.

Outras opções farmacológicas

Além dos ISRSs e da lisdexanfetamina, há outras opções farmacológicas que podem ser consideradas em casos específicos:

  • Topiramato - este fármaco, originalmente um anticonvulsivante, tem sido aplicado como um supressor do apetite. Em alguns casos, pode ser uma escolha relevante para o tratamento da compulsão alimentar;
  • Orlistat - medicamentos para perda de peso, como o Orlistat, também fazem parte do espectro de opções farmacológicas. Sua consideração depende das necessidades individuais do paciente, sendo uma possibilidade em determinados cenários.

Cabe salientar que a escolha por tratamento farmacológico deve ser bem avaliada em conjunto com um profissional de saúde especializado no transtorno.

A resposta a diferentes medicamentos pode variar para cada pessoa, e a supervisão médica é essencial para ajustes adequados e monitoramento contínuo.

O tratamento farmacológico, quando indicado, pode ser uma ferramenta eficaz contra a compulsão alimentar, proporcionando um apoio adicional no caminho para uma relação mais equilibrada com a comida.

4. Aconselhamento nutricional

Além das abordagens terapêuticas e farmacológicas, o aconselhamento nutricional também pode ser utilizado no tratamento da compulsão alimentar.

Esta estratégia visa fornecer orientação profissional sobre nutrição, concentrando-se em promover hábitos alimentares saudáveis e garantir a ingestão adequada de nutrientes essenciais.

Entre os principais objetivos do aconselhamento nutricional, estão:

  • Promoção de hábitos alimentares saudáveis - identificando e cultivando hábitos que contribuam para uma relação equilibrada e positiva com a comida;
  • Garantia de ingestão de nutrientes essenciais - fundamental para a recuperação e manutenção da saúde física, especialmente considerando as possíveis complicações associadas à compulsão alimentar.

Cabe salientar que o aconselhamento nutricional não deve priorizar a perda de peso até que o transtorno alimentar seja devidamente tratado.

O foco dessa estratégia está na construção de uma base nutricional sólida, proporcionando ao paciente ferramentas para tomar decisões alimentares conscientes e benéficas.

Além disso, a condução do aconselhamento nutricional deve ser realizada por profissionais, como o nutricionista, que possuam expertise específica no tratamento de transtornos alimentares.

Estratégias para lidar com a compulsão alimentar

Descubra como lidar com a compulsão alimentar com algumas estratégias.

1. Evite dietas restritivas

É recomendado evitar dietas extremamente restritivas, pois aumentam os episódios de compulsão alimentar.

Restrições alimentares desequilibram a dieta, aumentam a fome e podem resultar em comportamentos alimentares descontrolados.

A organização e o planejamento de refeições saudáveis contribuem para o controle de porções e evitam episódios impulsivos de compulsão alimentar.

Registrar a alimentação diária é eficaz para controlar a qualidade dos alimentos ingeridos e identificar gatilhos emocionais relacionados à compulsão alimentar.

2. Não pule refeições

Estabelecer horários regulares para as refeições é essencial. Pular refeições aumenta o risco de excessos, sendo importante manter três refeições principais e lanches intermediários.

3. Beba bastante água

A hidratação adequada auxilia na diferenciação entre fome real e vontade de comer impulsiva, além de reduzir a sensação de vazio associada à compulsão alimentar.

4. Consuma mais fibras

Alimentos ricos em fibras (como frutas, legumes e grãos integrais) aumentam a saciedade, auxiliando na redução do desejo por consumir outros tipos de alimentos, como aqueles que comumente fazem parte dos episódios compulsivos.

5. Pratique atividade física

A realização de atividade física regular não apenas contribui para o controle da compulsão alimentar, mas também auxilia na perda de peso, uma vez que proporciona sensação de prazer e bem-estar.

6. Durma bem

A qualidade do sono influencia os hábitos alimentares. Poucas horas de sono podem aumentar a fome e diminuir a saciedade, contribuindo para episódios de compulsão alimentar.

7. Coma devagar

Mastigar os alimentos devagar promove saciedade, reduz o consumo impulsivo e melhora a percepção de quando parar de comer.

O que é compulsão alimentar?

O transtorno da compulsão alimentar é caracterizado por episódios recorrentes, nos quais uma pessoa consome grandes quantidades de alimentos em curtos períodos, independente da sensação de fome.

Essa condição, apesar de estar relacionada à alimentação, possui raízes psicológicas profundas, sendo reconhecida como um transtorno psiquiátrico.

Durante os episódios, a sensação de perda de controle é comum, seguida por sentimentos intensos de vergonha, nojo e culpa.

O distúrbio também está associado a fatores emocionais, como estresse, traumas emocionais e baixa autoestima.

Durante episódios compulsivos, as pessoas com o transtorno consomem quantidades maiores de alimentos do que o esperado para o período e circunstâncias. Esses episódios são seguidos por uma sensação de perda de controle e, comumente, de culpa.

Diferente de outros distúrbios alimentares, a compulsão alimentar não envolve purgação, exercício excessivo ou jejum. A condição é episódica, não envolvendo excessos constantes.

Ao contrário de outros transtornos alimentares, não há comportamentos compensatórios inadequados, como vômitos ou abuso de laxantes.

Este distúrbio afeta cerca de 3,5% das mulheres e 2% dos homens ao longo de suas vidas, sendo mais comum em pessoas obesas.

Causas da compulsão alimentar

Embora as causas exatas ainda sejam objeto de estudo, fatores psicológicos, genéticos, ambientais e neurobiológicos desempenham papéis significativos no surgimento do transtorno.

Diversos fatores podem contribuir para a compulsão alimentar. Dietas rígidas, frequentemente seguidas para perder peso, podem resultar em desânimo e impulsos alimentares, por exemplo.

Diagnóstico da compulsão alimentar

O transtorno da compulsão alimentar periódica foi classificado como diagnóstico no DSM-5, em 2013.

Antes, estava listado no apêndice como um "Transtorno Alimentar Sem Outra Especificação" (EDNOS).

O diagnóstico do transtorno pelo psiquiatra e/ou psicólogo é fundamental para iniciar o tratamento adequado. Os critérios clínicos são:

  • compulsão alimentar ocorrer pelo menos 1 vez/semana por 3 meses;
  • sensação de falta de controle em relação à alimentação.

Além disso, é necessária a presença de três ou mais dos seguintes sintomas da compulsão alimentar para o diagnóstico:

  • comer muito mais rápido do que o normal;
  • alimentar-se até se sentir desconfortavelmente cheio;
  • ingerir grandes quantidades de alimento mesmo quando não sente fome;
  • comer sozinho por vergonha;
  • sentir-se nauseado, deprimido ou culpado após comer excessivamente.

A avaliação psiquiátrica, o estado médico geral e o estado nutricional são elementos essenciais.

Compreender a relação do indivíduo com o corpo e a influência nos relacionamentos e na qualidade de vida é parte integrante desse processo.

A avaliação médica, que pode incluir exames laboratoriais, é essencial para compreender a saúde geral do paciente e identificar possíveis transtornos mentais associados.

Conclusão

Como mostrado neste post sobre 4 tratamentos para compulsão alimentar, este é um desafio que pode ser superado com estratégias eficazes e o apoio profissional adequado.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC), a psicoterapia interpessoal e o tratamento farmacológico são algumas das opções que podem ser aplicadas para auxiliar na recuperação do paciente.

Além disso, evitar dietas extremas, manter uma rotina alimentar consistente, praticar atividade física e buscar tratamento especializado são passos fundamentais para superar esse transtorno.

Buscar ajuda profissional é o primeiro passo rumo à recuperação.

10/07/2025   •   há um dia


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