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Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI): o que é, sintomas e tratamento

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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O Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), anteriormente conhecido como Transtorno de Personalidades Múltiplas, é uma condição psiquiátrica complexa caracterizada pela presença de duas ou mais identidades distintas, também chamadas de "alter egos" ou "estados do eu".

Este transtorno é frequentemente associado à incapacidade de recordar eventos cotidianos, memórias e, principalmente, eventos traumáticos.

Essas identidades alternam o controle da pessoa afetada, levando à amnésia dissociativa, onde eventos diários, informações pessoais importantes e até mesmo eventos traumáticos são apagados da memória.

O TDI é quase sempre associado a experiências traumáticas na infância e é diagnosticado com base na história clínica do paciente.

O tratamento envolve principalmente psicoterapia em longo prazo.

Saiba mais a seguir sobre o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI): o que é, sintomas e tratamento!

O que é Transtorno Dissociativo de Identidade?

O Transtorno Dissociativo de Identidade é uma condição mental em que uma pessoa apresenta duas ou mais personalidades distintas, cada uma com suas próprias características, pensamentos, memórias e comportamentos.

Essas características podem surgir como mecanismos de defesa em resposta a eventos traumáticos, muitas vezes não superados pelo indivíduo.

As diferentes personalidades, muitas vezes chamadas de "alter egos", podem ter alterações de humor, comportamento, percepção e até mesmo falar quando estão no controle.

Amnésia lacunar é comum, o que significa que o paciente pode não se lembrar de eventos ocorridos enquanto uma personalidade alternativa estava no controle.

Isso pode representar um risco para a vida do paciente, pois essas diferentes personalidades podem realizar ações que não são lembradas pela personalidade principal, levando o indivíduo a situações perigosas
e causando sofrimento.

Como se comporta uma pessoa com Transtorno Dissociativo de Identidade?

A maneira como uma pessoa com TDI se comporta pode variar de acordo com a personalidade que está no controle no momento. As mudanças de comportamento são uma característica marcante deste transtorno.

Alguns dos comportamentos observados são:

  • Dificuldade em lembrar atividades diárias, informações pessoais e traumas passados;
  • Ansiedade constante, medo de acordar em um lugar desconhecido ou de realizar ações sem intenção;
  • Flutuações na personalidade, atitudes e preferências, dependendo da personalidade em controle.

O que é um Alter TDI?

O conceito de "alter" pode ser entendido como uma versão alternativa da personalidade principal de uma pessoa.

É semelhante ao conceito de "alter ego" na psicologia. Os "alters" são um conjunto de personalidades que uma pessoa com TDI tem operando em sua psique (ou seja, em sua mente).

Essas personalidades alternativas podem surgir em momentos específicos ou em resposta a gatilhos e cada uma delas possui suas próprias características, memórias e reações emocionais.

Compreender esses "alters" é fundamental para o tratamento do TDI, pois ajuda a desvendar as origens do transtorno e a trabalhar na integração das diferentes personalidades.

Sintomas do Transtorno Dissociativo de Identidade

O TDI apresenta uma variedade de sintomas, alguns dos quais podem ser sutis, enquanto outros são mais evidentes. Alguns dos principais são:

Identidades Múltiplas

Os pacientes com TDI exibem dois ou mais estados de personalidade distintos. Essas identidades podem se alternar e assumir o controle da pessoa, resultando em mudanças drásticas de comportamento, pensamento e memória.

Psicose

A psicose é um dos sintomas mais significativos do TDI, pois envolve uma perda de contato com a realidade. Isso se manifesta através de delírios e alucinações, onde a pessoa não consegue distinguir entre suas diferentes personalidades e realidades.

Ansiedade e depressão

O TDI pode desencadear ansiedade e depressão devido aos traumas subjacentes e ao constante estado de sofrimento emocional causado pelo transtorno.

A confusão mental resultante pode gerar angústia e desencadear crises emocionais.

Dificuldade em lembrar eventos cotidianos

É comum que pessoas com TDI experimentem amnésia dissociativa, resultando na incapacidade de lembrar eventos simples do dia a dia.

Isso pode incluir não saber como chegaram a um local desconhecido ou não se recordar de conversas ou ações recentes, o que pode levar a comportamentos inconsistentes.

Despersonalização

Algumas pessoas com TDI relatam sentir-se como observadores de suas próprias vidas, como se estivessem desconectadas de si mesmas.

Eles podem experimentar seus próprios pensamentos, emoções e ações como se fossem de outra pessoa (despersonalização).

Alucinações

Pacientes com TDI podem ter alucinações visuais, táteis, olfativas e gustativas.

Essas alucinações são distintas das observadas em transtornos psicóticos, pois os pacientes as relacionam às diferentes identidades.

Causas do Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI)

O TDI está geralmente associado a traumas infantis graves, como abuso físico, sexual ou emocional, negligência ou perda significativa.

Crianças expostas a traumas desse tipo podem desenvolver múltiplas identidades como uma forma de lidar com o sofrimento e a dissonância cognitiva. A falta de apoio e resolução adequada dos traumas contribui para a persistência do TDI na vida adulta.

É importante notar que, se as diferentes identidades não forem tratadas adequadamente, elas podem representar um potencial perigo para o indivíduo, pois podem manifestar comportamentos agressivos, egoístas ou mesmo depressivos.

As diferentes personalidades que surgem no Transtorno Dissociativo de Identidade muitas vezes têm valores e princípios distintos, o que pode levar a conflitos internos significativos.

Além disso, uma das personalidades pode tentar assumir o controle das outras, mesmo que não seja a personalidade principal.

Esse conflito interno pode resultar em sintomas como depressão, obsessões e um alto potencial de abuso de substâncias.

Esses conflitos são uma manifestação direta do TDI e indicam a necessidade de intervenção médica e psicoterapêutica para promover a saúde mental e física do paciente.

Diagnóstico e tratamento do Transtorno Dissociativo de Identidade

O diagnóstico do TDI é baseado em critérios clínicos, conforme estabelecido pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5):

  • Pelo menos duas identidades distintas, com uma descontinuidade substancial na percepção do seu eu e no controle das ações;
  • Amnésia dissociativa para eventos diários, informações pessoais importantes ou eventos traumáticos;
  • Sintomas que causam sofrimento significativo ou prejudicam o funcionamento social ou ocupacional;
  • Exclusão de outros transtornos e causas possíveis.

O diagnóstico do Transtorno Dissociativo de Identidade pode ser desafiador, pois requer conhecimento em transtornos psicológicos, especialmente aqueles relacionados à dissociação. Algumas abordagens para o diagnóstico são:

  • Entrevista prolongada - uma entrevista detalhada com um psiquiatra pode ajudar a identificar os sintomas e padrões de comportamento associados ao TDI;

  • Registro diário - pedir ao paciente que mantenha um registro diário de suas experiências e mudanças de personalidade entre as consultas pode ser uma ferramenta útil para o diagnóstico.

O tratamento do Transtorno Dissociativo de Identidade é um processo complexo e multidisciplinar que visa ajudar o paciente a compreender suas diferentes personalidades, explorar as origens do transtorno e superar os traumas subjacentes.

Conheça alguns dos tratamentos mais comuns a seguir.

1. Psicoterapia

É por meio da psicoterapia que os pacientes têm a oportunidade de explorar personalidades diferentes, de forma que o paciente explore e compreenda suas diferentes identidades, frequentemente chamadas de "alter egos" ou "alterações".

Isso envolve identificar as características únicas de cada identidade e
como elas podem ter se formado como mecanismo de enfrentamento.

Muitos casos de TDI estão associados a experiências traumáticas no passado.

A terapia ajuda o paciente a processar esses eventos traumáticos de maneira segura ao longo do tratamento.

2. Medicamentos

Em alguns casos, os medicamentos podem ser prescritos para tratar sintomas específicos associados ao TDI, como depressão, ansiedade ou psicose.

No entanto, é importante destacar que os medicamentos não tratam o transtorno em si, mas podem ser úteis para aliviar sintomas que prejudicam a qualidade de vida do paciente. Entre eles, estão:

  • Antidepressivos - podem ser prescritos para tratar sintomas de depressão que podem acompanhar o TDI;

  • Ansiolíticos - são usados ​​para reduzir a ansiedade excessiva que pode estar presente;

  • Antipsicóticos - em casos raros em que ocorrem episódios de psicose, os antipsicóticos podem ser considerados no tratamento.

3. Internação

Em situações graves e potencialmente perigosas, como quando o paciente com TDI apresenta alto risco de autolesão, suicídio ou perigo para outros, a internação pode ser necessária.

A internação oferece monitoramento intensivo, uma vez que os pacientes são supervisionados de perto por profissionais de saúde mental para garantir sua segurança e estabilidade.

Conclusão

Como mostrado no post "Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI): o que é, sintomas e tratamento", essa doença é uma condição mental complexa que envolve a manifestação de múltiplas personalidades em um único indivíduo.

É uma condição desafiadora de diagnosticar e tratar devido à natureza multifacetada das personalidades envolvidas e aos traumas relacionados.

A compreensão dos sintomas, causas e opções de tratamento é fundamental para apoiar aqueles que vivem com o TDI.

O diagnóstico correto, a educação, a terapia e, em alguns casos, a internação, podem desempenhar papéis cruciais na recuperação e no gerenciamento dessa condição.

É importante lembrar que, com o apoio adequado, muitos indivíduos com TDI podem aprender a viver de maneira mais integrada e saudável, sendo fundamental para isso o acompanhamento do psicólogo e do psiquiatra.

15/02/2024   •   há 2 meses


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