TDAH: o que é, sintomas e tratamento
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
O TDAH é um transtorno relativo ao neurodesenvolvimento que afeta crianças e adultos. Caracterizado por sinais como desatenção, hiperatividade e impulsividade, o TDAH pode impactar no funcionamento diário e interferir nas áreas acadêmica, profissional e social.
Neste artigo, veja o que é o TDAH, seus sintomas e as opções de tratamento disponíveis para auxiliar na gestão desse transtorno!
O que é o TDAH?
O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) é um transtorno que se manifesta na infância e pode persistir até a idade adulta. Entre seus principais sintomas, estão: desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Pessoas com TDAH têm dificuldade em manter a atenção em tarefas e muitas vezes agem sem pensar nas consequências.
Pesquisas indicam que o TDAH está associado a alterações neurobiológicas, como uma diminuição na quantidade de certos neurotransmissores no cérebro (incluindo dopamina e noradrenalina), que desempenham um papel crucial na regulação da atenção, do movimento e das emoções.
O TDAH pode trazer desafios, mas é importante destacar que muitas pessoas com o transtorno são criativas, enérgicas e possuem uma capacidade única de pensar de forma não convencional. No entanto, para aproveitar plenamente esses pontos fortes, é necessário um diagnóstico e tratamento adequado.
Quais são os sintomas do TDAH?
O TDAH pode se manifestar de forma diferente para cada pessoa e também pode mudar ao longo do tempo. No entanto, existem alguns sinais comuns que podem indicar a presença do transtorno. Veja alguns dos principais sintomas do TDAH a seguir.
1) Desatenção
A desatenção no TDAH pode se apresentar de maneiras diferentes. As pessoas podem ter dificuldade em manter o foco em atividades rotineiras, como conversas, leituras, trabalhos escolares ou tarefas profissionais.
Também podem se esquecer de informações importantes, cometer erros por falta de cuidado, além de ter dificuldade em organizar e seguir uma sequência de etapas para concluir uma tarefa. Inclusive, a desatenção pode levar a problemas de memória, esquecimento de compromissos e dificuldade em acompanhar prazos.
2) Hiperatividade
A hiperatividade é mais comumente observada em crianças com TDAH, embora também possa estar presente em adultos.
As crianças com TDAH podem demonstrar um nível elevado de hiperatividade, como correr ou subir em objetos, mesmo em situações em que é esperado que estejam seguras. Elas também podem parecer inquietas e ter dificuldade em se envolver em atividades que exijam concentração prolongada.
3) Impulsividade
A impulsividade do TDAH é caracterizada por uma dificuldade em controlar os impulsos e tomar decisões precipitadas.
Muitas vezes, as pessoas com esse tipo de sintoma falam antes de pensar, interrompem os outros durante as conversas e têm dificuldade em aguardar a sua vez.
Além disso, também podem se envolver em comportamentos de risco sem considerar as consequências, como gastar dinheiro impulsivamente, fazer escolhas imprudentes ou envolver-se em atividades perigosas.
É importante ressaltar que os sintomas do TDAH podem variar em intensidade e frequência de uma pessoa para outra, além de terem a possibilidade de se tornarem menos intensos na fase adulta.
Para analisar os sinais e realizar o diagnóstico, é fundamental buscar a orientação de profissionais especializados como psiquiatras e psicólogos, que podem fazer o acompanhamento do paciente e desenvolver um plano de tratamento adequado.
Vale lembrar que pessoas que lidam com o TDAH podem ter maior facilidade para apresentar sintomas de ansiedade, depressão e de outros problemas mentais.
Quais são as causas do TDAH?
As causas exatas do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ainda não são totalmente compreendidas, mas pesquisas sugerem que vários fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento.
O TDAH é considerado um transtorno neurobiológico complexo e consequência da interação entre fatores genéticos, neuroquímicos e ambientais. Veja a seguir alguns dos principais fatores que têm sido associados ao TDAH.
Fatores genéticos
Estudos têm mostrado que o TDAH tem uma base genética significativa. Pesquisas identificaram um componente hereditário relevante para o surgimento do transtorno. Ou seja, pessoas com pais biológicos que têm TDAH têm maior probabilidade de desenvolver o transtorno.
Disfunção neuroquímica
O TDAH tem sido associado a alterações nos neurotransmissores, que são responsáveis pela comunicação entre as células nervosas no cérebro.
Estudos demonstram que a dopamina e a noradrenalina (neurotransmissores envolvidos na regulação da atenção, do movimento e das emoções) podem estar em desequilíbrio em pessoas com TDAH.
Essas alterações neuroquímicas podem afetar o funcionamento das redes neurais relacionadas ao controle da atenção e do comportamento.
Fatores ambientais
Embora os fatores genéticos sejam considerados um dos mais significativos para o surgimento do TDAH, é importante lembrar que o ambiente também pode influenciar e ser uma causa.
A exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez, como o tabaco, álcool e certos poluentes ambientais, por exemplo, tem sido associada a um maior risco de desenvolvimento de TDAH.
Prematuridade, baixo peso ao nascer, complicações durante o parto e exposição a toxinas ambientais também foram relacionadas ao transtorno. No entanto, é importante ressaltar que esses fatores ambientais não são a única causa do TDAH.
Lesões cerebrais e disfunção cerebral
Lesões cerebrais traumáticas graves podem contribuir para o desenvolvimento do TDAH em algumas pessoas.
Além disso, estudos de neuroimagem têm mostrado diferenças na estrutura e funcionamento do cérebro de indivíduos com TDAH, principalmente em regiões associadas ao controle da atenção, do movimento e da regulação emocional.
É importante ressaltar que o TDAH é um transtorno multifatorial, ou seja, uma combinação de vários fatores pode influenciar o seu desenvolvimento.
Embora não seja possível prevenir completamente o TDAH, reconhecer os fatores de risco e estar ciente dos sinais precoces pode ajudar a buscar diagnóstico e reduzir os impactos do sintoma na qualidade de vida.
O tratamento do TDAH geralmente envolve uma abordagem que inclui terapia comportamental, suporte educacional, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, medicamentos específicos.
Quais são os tratamentos do TDAH?
O tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) envolve uma abordagem multidisciplinar que pode incluir terapia comportamental, suporte educacional e, em alguns casos, medicamentos.
É importante ressaltar que o tratamento deve ser individualizado, levando em consideração as necessidades específicas de cada pessoa. Veja em detalhes os diferentes aspectos do tratamento do TDAH.
1) Terapia Comportamental
A terapia comportamental desempenha um papel fundamental no tratamento do TDAH. Ela visa ajudar as pessoas com transtorno do déficit de atenção a desenvolver habilidades de gerenciamento de tempo, organização, autocuidado e controle dos sintomas.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
É uma forma de terapia que ajuda os indivíduos a identificar padrões de pensamento negativo e a desenvolver estratégias para substituí-los por pensamentos mais adaptativos. Na TCC para o TDAH, o foco pode estar na identificação e mudança de padrões de pensamento disfuncionais relacionados à atenção, organização e autorregulação
Treinamento de habilidades sociais
O TDAH pode impactar as habilidades sociais, tornando-as mais desafiadoras. O treinamento de habilidades sociais ajuda os indivíduos a desenvolver estratégias para se comunicar de forma eficaz, interpretar corretamente as emoções dos outros e lidar com situações sociais difíceis.
Terapia familiar
A terapia familiar pode gerar impactos positivos no tratamento do TDAH, pois envolve os membros da família no processo terapêutico. Ela pode ajudar a melhorar a comunicação, fornecer apoio emocional para a pessoa e desenvolver estratégias de manejo familiar para lidar com os desafios associados ao TDAH.
2) Suporte Educacional
O suporte educacional desempenha um papel importante no tratamento do TDAH, especialmente para crianças e adolescentes. As escolas podem oferecer aceitação e suporte adicional para ajudar os alunos com TDAH a terem sucesso acadêmico.
Adaptações no ambiente escolar
Adaptar o ambiente escolar pode incluir a disponibilidade de recursos visuais, uso de orientações visuais, organização do espaço físico da sala de aula e modificação no formato de apresentação do conteúdo para auxiliar o processo de aprendizagem.
Planos de intervenção individualizados
Os planos de intervenção individualizados são administrados em conjunto com os profissionais de educação e os pais para identificar as necessidades específicas do aluno e fornecer estratégias personalizadas para auxiliar no aprendizado e no gerenciamento dos médicos do TDAH.
Tempo extra para realizar tarefas e estimativas
É comum que os alunos com TDAH precisem de mais tempo para concluir as tarefas e realizar estimativas de desempenho. A concessão de tempo extra pode ajudar a reduzir o estresse e fornecer uma oportunidade para o aluno demonstrar seu conhecimento de acordo com suas habilidades e características.
Suporte individualizado
Professores e profissionais da área educacional podem fornecer suporte individualizado aos alunos com TDAH, oferecendo orientação, monitoramento e feedback positivo para auxiliar na organização, planejamento e execução das tarefas escolares.
3) Medicamentos
Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser recomendado para ajudar a controlar os sintomas do TDAH.
Esses medicamentos funcionam estimulando o sistema nervoso central, aumentando a disponibilidade de neurotransmissores responsáveis pelo controle da atenção e do movimento.
Além dos estimulantes, existem também medicamentos não estimulantes, como a atomoxetina, que também podem ser prescritos para o tratamento do TDAH.
Esses medicamentos funcionam de maneira diferente dos estimulantes, ajudando a regular a atividade dos neurotransmissores no cérebro.
4) Abordagens complementares
Além dos tratamentos mencionados acima, algumas pessoas com TDAH podem se beneficiar de abordagens complementares, como:
- Exercício físico de autorregulação como técnicas de alongamento e mindfulness;
- Dieta balanceada (é indicado ter a orientação de um nutricionista para um plano alimentar adequado);
- É importante ressaltar que o tratamento do TDAH é individualizado, por isso é preciso uma avaliação e acompanhamento individualizado.
5) Apoio psicossocial
Além das terapias comportamentais e do suporte educacional, o apoio psicossocial desempenha um papel significativo no tratamento do TDAH.
Esse tipo de suporte envolve o fornecimento de recursos e estratégias para ajudar as pessoas com TDAH a enfrentar os desafios diários e a desenvolver habilidades de autogerenciamento.
Grupos de apoio
Participar de grupos de apoio, nos quais as pessoas com TDAH compartilham experiências, desafios e estratégias de enfrentamento, pode ser altamente benéfico. Esses grupos fornecem um ambiente de suporte e compreensão, permitindo que os indivíduos se sintam menos isolados e mais capacitados.
Educação e conscientização
A educação ajuda a aumentar a conscientização sobre o TDAH e a capacitar os indivíduos e suas famílias. Assim, é possível identificar os sintomas e oferecer o suporte necessário.
Aconselhamento individual
Um terapeuta especializado pode fornecer apoio emocional, orientação e estratégias personalizadas para ajudar o indivíduo a gerenciar o TDAH de maneira eficaz.
Monitoramento e ajustes
O tratamento do TDAH é um processo contínuo e é importante realizar um monitoramento regular dos sintomas e do progresso.
O profissional de saúde envolvido no tratamento faz ajustes necessários nas abordagens terapêuticas, no suporte educacional e, se necessário, nos medicamentos com base nas necessidades individuais em diferentes momentos da vida.
O envolvimento da família, escola e outros membros da equipe de suporte é crucial para um tratamento eficaz do TDAH. A comunicação aberta e colaborativa entre essas partes ajuda a garantir uma abordagem integrada e coerente, maximizando os benefícios do tratamento.
Conclusão
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurodesenvolvimental que afeta crianças e adultos, caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Esses sintomas podem ter um impacto significativo no funcionamento diário e interferir nas áreas acadêmicas, profissionais e sociais.
O tratamento do TDAH envolve uma abordagem multidisciplinar, com opções como terapia comportamental, suporte educacional, medicamentos e abordagens complementares.
É fundamental que o tratamento do TDAH seja individualizado, levando em consideração as necessidades específicas de cada pessoa.
O envolvimento da família, escola e equipe de suporte também é crucial para um tratamento eficaz. Assim, é possível melhorar a qualidade de vida e reduzir os efeitos do transtorno no dia.
11/08/2023 • há um ano