Como saber se tenho TDAH?
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica comum que afeta crianças, adolescentes e adultos.
Caracteriza-se por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade que podem causar dificuldades significativas no desempenho acadêmico, profissional e nos relacionamentos interpessoais.
Você já se perguntou "como saber se tenho TDAH"? Descubra a seguir os principais sintomas do transtorno, características e quais profissionais procurar para o diagnóstico e tratamento.
O que é o TDAH?
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a capacidade de prestar atenção, controlar impulsos e regular o comportamento.
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição que afeta de 5% a 8% da população mundial.
No entanto, a complexidade do TDAH vai além dos sintomas principais, pois estudos apontam que a maioria das crianças diagnosticadas com o transtorno apresenta também outras comorbidades.
Estima-se que cerca de 70% das crianças com TDAH apresentam pelo menos uma comorbidade, enquanto pelo menos 10% delas têm três ou mais comorbidades associadas.
As comorbidades são condições de saúde mental que ocorrem em conjunto com o TDAH, podendo agravar os sintomas e a dificuldade de funcionamento da pessoa afetada.
Esse transtorno é caracterizado por sintomas persistentes e debilitantes de desatenção, hiperatividade e impulsividade, que estão presentes em diferentes contextos, como em casa, na escola e no trabalho.
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico que afeta pessoas de todas as idades.
Fatores de risco do TDAH
O TDAH não é causado por um único fator, mas sim por uma combinação de elementos genéticos, neurobiológicos e ambientais.
Fatores Genéticos
O TDAH tem uma forte influência genética. Pessoas com parentes de primeiro grau com TDAH têm um risco maior de desenvolver o transtorno.
Pesquisas sugerem que genes relacionados ao funcionamento dos neurotransmissores, como dopamina e noradrenalina, podem estar envolvidos no desenvolvimento do TDAH.
Desequilíbrio Neurotransmissor
O TDAH está associado a um desequilíbrio dos neurotransmissores, que são substâncias químicas responsáveis pela comunicação entre as células nervosas do cérebro.
Alterações nos níveis de dopamina e noradrenalina têm sido observadas em pessoas com TDAH. Essas alterações podem afetar o sistema de recompensa e motivação, a regulação do humor e o controle cognitivo.
Disfunção Executiva
A disfunção executiva consiste em ter dificuldades no controle e regulação das funções cognitivas superiores, como o planejamento, a organização, a memória de trabalho e a autorregulação emocional.
Estudos indicam que o TDAH está associado a déficits nessas habilidades, o que pode resultar em dificuldades no foco, na atenção e no controle de impulsos.
Fatores Ambientais
Embora a influência genética seja significativa, fatores ambientais também desempenham um papel importante no desenvolvimento do TDAH.
Exposição pré-natal ao tabaco, álcool e drogas, além de complicações durante a gravidez e parto, têm sido associadas a um maior risco de desenvolver TDAH.
O ambiente familiar, incluindo níveis de estresse, dinâmica familiar e estilo de criação, também podem influenciar no desenvolvimento e na manifestação dos sintomas do TDAH.
É importante ressaltar que o TDAH é um transtorno complexo e que a combinação desses fatores pode variar em cada indivíduo.
Além disso, é possível que haja uma interação entre fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais, o que torna o diagnóstico e o tratamento do TDAH um desafio.
Embora as causas exatas do TDAH ainda não sejam completamente compreendidas, o conhecimento sobre os fatores contribuintes tem auxiliado no desenvolvimento de abordagens terapêuticas e intervenções adequadas.
Sintomas do TDAH
Os sintomas podem variar de uma pessoa para a outra e a condição pode se manifestar de maneira diferente em crianças, adolescentes e adultos. A seguir, veja os principais sintomas do TDAH:
Sintomas de desatenção
Os sintomas de desatenção são caracterizados por dificuldades em manter o foco, prestar atenção aos detalhes, seguir instruções e organizar tarefas. Alguns sinais comuns de desatenção são:
- dificuldade em prestar atenção em detalhes;
- cometer erros por descuido;
- dificuldade se concentrar em tarefas ou atividades;
- desorganização e dificuldade em gerenciar o tempo;
- esquecimento frequente de compromissos ou tarefas;
- dificuldade em seguir instruções ou em concluir tarefas;
- distração fácil por estímulos externos;
- perda frequente de objetos pessoais;
- evitar tarefas que exijam esforço mental prolongado.
Sintomas de hiperatividade
Os sintomas de hiperatividade são caracterizados por um excesso de energia e inquietude motora. Entre os principais sinais de hiperatividade estão:
- inquietude constante e dificuldade em permanecer sentado;
- agitação das mãos e pés;
- dificuldade em se envolver em atividades tranquilas;
- falar excessivamente e de forma impulsiva;
- dificuldade em esperar a sua vez, seja para falar ou realizar uma atividade.
Sintomas de impulsividade
Os sintomas de impulsividade incluem a dificuldade em controlar os impulsos e tomar decisões precipitadas. Entre os principais sintomas de impulsividade estão:
- falar ou responder antes de pensar;
- dificuldade em esperar a vez em situações de grupo;
- tomar decisões impulsivas sem considerar as consequências;
- interrupção frequente de outras pessoas durante conversas ou atividades;
- dificuldade em controlar emoções intensas.
É importante lembrar que a presença de alguns desses sintomas não é necessariamente indicativo do TDAH, pois muitos comportamentos podem ocorrer em determinadas situações independente do transtorno.
Diagnóstico do TDAH
Ao identificar a presença dos sintomas mencionados anteriormente, que persistem por pelo menos seis meses e causam prejuízos significativos nas diferentes áreas da vida, é importante buscar uma avaliação profissional para confirmar o diagnóstico de TDAH.
O diagnóstico do TDAH deve ser feito por um profissional de saúde especializado, como o psicólogo e o psiquiatra.
Os especialistas avaliam os sintomas, histórico médico e realizam testes específicos para determinar se o indivíduo atende aos critérios diagnósticos do TDAH.
Ao reconhecer os sintomas do transtorno, é possível buscar o suporte necessário para lidar com os desafios associados à condição.
O entendimento e a conscientização sobre o TDAH são essenciais para garantir uma abordagem adequada e o bem-estar contínuo das pessoas que vivem com essa condição.
Tratamento e gerenciamento do TDAH
O tratamento do TDAH geralmente envolve uma abordagem que combina intervenções comportamentais, terapia psicossocial e, em alguns casos, medicação.
É importante ressaltar que o tratamento é individualizado, levando em consideração a idade, intensidade dos sintomas e necessidades de cada pessoa.
Terapias comportamentais
As intervenções comportamentais desempenham um papel fundamental no tratamento do TDAH.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente utilizada, ajudando a pessoa a identificar padrões de pensamento negativos e a desenvolver estratégias de autogerenciamento.
A TCC pode auxiliar no aprimoramento das habilidades sociais, no controle de impulsos e na organização das tarefas diárias.
Terapia psicossocial
A terapia psicossocial também desempenha um papel importante no tratamento do TDAH, especialmente para lidar com questões emocionais e melhorar a autoestima.
A terapia individual ou em grupo pode oferecer suporte emocional, ajudar a desenvolver habilidades de enfrentamento e melhorar os relacionamentos interpessoais.
Medicação
Em alguns casos, a medicação pode ser recomendada para controlar os sintomas do TDAH.
Os medicamentos mais comumente prescritos são os estimulantes, que atuam no sistema nervoso central para ajudar a aumentar a atenção e reduzir a hiperatividade.
Também existem opções de medicamentos não estimulantes que atuam de forma diferente, como aqueles que aumentam a disponibilidade de neurotransmissores no cérebro.
A prescrição e o acompanhamento medicamentoso devem ser feitos por um psiquiatra, levando em consideração os riscos e benefícios para cada paciente.
Estratégias de gerenciamento
Além das intervenções comportamentais e da medicação, existem outras estratégias de gerenciamento que podem ser adotadas para lidar com os desafios do TDAH. Algumas delas são:
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criar um espaço de trabalho organizado e livre de distrações pode ajudar a melhorar o foco e a concentração;
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estabelecer uma rotina consistente, o que pode ajudar a pessoa com TDAH a se organizar;
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definir metas claras e alcançáveis, o que pode ajudar a manter a motivação e o senso de realização;
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a realização de atividade física regular, o que pode ajudar a reduzir a hiperatividade, melhorar o humor e promover o bem-estar geral;
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uma dieta saudável e equilibrada (recomenda-se a orientação de um nutricionista), com a ingestão adequada de nutrientes, o que pode contribuir para a saúde mental e o funcionamento cerebral.
Além disso, contar com o apoio de familiares, amigos e profissionais de saúde pode auxiliar no enfrentamento dos desafios do TDAH, uma vez que é possível receber suporte emocional e orientações práticas, além de compartilhar experiências.
É importante destacar que o tratamento do TDAH é contínuo e pode exigir ajustes ao longo do tempo.
O acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a eficácia do tratamento, ajustar a medicação, realizar terapias de acompanhamento e fornecer suporte contínuo.
O tratamento adequado do TDAH pode trazer melhorias significativas na qualidade de vida, permitindo que a pessoa desenvolva estratégias eficazes para lidar com os sintomas, melhore o desempenho acadêmico e profissional, fortaleça os relacionamentos interpessoais e aumente a autoconfiança.
Conclusão
Como mostrado no post "Como saber se tenho TDAH?", diagnosticar o transtorno requer uma análise profissional, pois é preciso avaliar o paciente, seu histórico e os [sintomas presentes, como desatenção, hiperatividade e impulsividade, além do impacto em situações do dia a dia.
Com o tratamento adequado e o suporte necessário, é possível gerenciar os sintomas do TDAH e melhorar a qualidade de vida.
É importante lembrar que cada pessoa é única, assim como a manifestação do transtorno. Portanto, ao suspeitar do diagnóstico, é fundamental buscar ajuda profissional.
15/05/2024 • há 6 meses