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Síndrome do pânico

Síndrome do pânico: o que é, sintomas e tratamento

Revisado pelo(a) Sr. Ari Henrique Faustino Batista, CRP/PR 0838955 , Psicologia

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A síndrome do pânico é um transtorno de ansiedade que se caracteriza por ataques de pânico inesperados e recorrentes, acompanhados por intensa sensação de medo e desconforto físico e emocional. Afeta aproximadamente 2-3% da população mundial (segundo dados da OMS de 2023), com maior prevalência em mulheres (2:1 em relação aos homens).

Esses ataques podem ser debilitantes e afetar significativamente a qualidade de vida da pessoa.

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O que é a síndrome do pânico?

A síndrome do pânico é um transtorno de ansiedade no qual a pessoa afetada experimenta episódios repentinos e intensos de medo intenso acompanhados de sintomas físicos e psicológicos. Esses episódios são conhecidos como ataques de pânico e podem ocorrer sem motivo aparente ou em situações específicas.

Sintomas da síndrome do pânico

Esse transtorno pode causar ataques de pânico espontâneos (sem gatilho óbvio) acompanhados por uma intensa sensação de medo e desconforto.

Além desses sintomas, também podem surgir sinais físicos, psicológicos e cognitivos.

Veja alguns deles a seguir.

Sintomas físicos

Entre alguns dos sintomas físicos que uma pessoa pode sentir durante a síndrome do pânico, estão:

  • Palpitações ou batimentos cardíacos acelerados - a pessoa pode sentir uma sensação de coração acelerado, como se estivesse "saindo do peito";
  • Dor ou desconforto no peito - é comum ocorrer dor ou desconforto no peito durante um ataque de pânico. Essa dor pode ser semelhante a dos problemas cardíacos, mas sem causa cardíaca, o que pode aumentar a sensação de medo e ansiedade;
  • Falta de ar ou sensação de sufocamento - muitas pessoas com síndrome do pânico relatam dificuldade em respirar ou uma sensação de sufocamento, como se não estivessem recebendo ar suficiente;
  • Tremores ou sensação de fraqueza - durante um ataque de pânico, a pessoa pode experimentar tremores nas mãos, pernas ou até mesmo no corpo todo. Também pode haver uma sensação geral de fraqueza muscular;
  • Transpiração excessiva ou calafrios - um dos sintomas físicos comuns é a transpiração excessiva, onde a pessoa pode suar intensamente, mesmo sem estar em um ambiente quente. Além disso, calafrios podem ocorrer, causando uma sensação de frio;
  • Náuseas ou desconforto abdominal - algumas pessoas podem experimentar náuseas, desconforto ou sensação de aperto no estômago. Isso pode estar relacionado à resposta do sistema digestivo ao estresse;
  • Formigamento ou dormência nas extremidades durante uma crise, é possível sentir alcalose respiratória, que é o formigamento ou dormência nas mãos, braços, pernas ou pés. Essa sensação pode ser temporária e desaparecer após o término do ataque;
  • Sensação de aperto na garganta - muitos podem sentir uma sensação de aperto na garganta, como se estivessem sendo sufocadas.

Sintomas psicológicos e cognitivos

Entre os principais sintomas emocionais e cognitivos que uma pessoa pode sentir durante a síndrome pânico, estão:

  • Medo intenso ou medo de perder o controle - durante um ataque de pânico, a pessoa pode experimentar um medo intenso, acompanhado do medo de perder o controle sobre si mesma;
  • Sensação de irrealidade ou despersonalização - pessoas com síndrome do pânico relatam sensação de estar fora do corpo ou de que o ambiente não é real. Essa sensação é chamada de despersonalização;
  • Ansiedade antecipatória - a pessoa pode sentir uma ansiedade constante, isso pode levar a uma preocupação excessiva e constante com a possibilidade de ter outro episódio;
  • Pensamentos pessimistas - durante um ataque de pânico, a pessoa pode ter pensamentos negativos, como acreditar que algo terrível está prestes a acontecer ou que não será capaz de lidar com a situação;
  • Ansiedade antecipatória - cerca de 80% das pessoas relatam medo constante de novas crises;
  • Sentimentos de desespero ou desesperança - a síndrome do pânico pode causar sentimentos de desespero, tristeza profunda e uma sensação de falta de esperança em relação ao futuro;
  • Dificuldade de concentração ou sensação de "mente em branco" - durante um episódio de pânico, a pessoa pode ter dificuldade em se concentrar em tarefas ou sentir que sua mente está vazia, incapaz de pensar claramente;
  • Irritabilidade ou nervosismo - a pessoa pode ficar facilmente irritada, impaciente ou nervosa devido à tensão e ansiedade constantes associadas à síndrome do pânico.

Pode surgir em qualquer idade, mas é mais comum entre 20 e 30 anos e sem tratamento, 30-40% dos casos desenvolvem agorafobia (medo de lugares públicos).

É importante ressaltar que esses sintomas podem variar em intensidade e duração em cada indivíduo.

Além disso, nem todos os sintomas mencionados podem estar presentes em todos os ataques de pânico. Se a pessoa enfrenta esses sintomas com frequência e tem dificuldades em sua vida diária, é recomendável buscar apoio médico e tratamento adequado.

Os ataques de pânico geralmente atingem o pico em poucos minutos e diminuem gradualmente, mas o indivíduo pode continuar se sentindo ansioso e apreensivo mesmo após o término do episódio.

Diagnóstico da síndrome do pânico

O diagnóstico da síndrome do pânico é realizado por profissionais de saúde (como os psiquiatras), com base na avaliação dos sintomas físicos, cognitivos e emocionais.

Geralmente, o diagnóstico é feito com base nos critérios estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), uma ferramenta amplamente utilizada pelos profissionais de saúde mental, e o apoio de escalas auxiliares como Escala de Severidade de Pânico (PSS) e Inventário de Pânico de Beck.

Tratamento da síndrome do pânico

Após o diagnóstico, a estratégia de tratamento mais adequada é definida com base no alinhamento entre especialista e paciente.

A síndrome do pânico é uma condição tratável e existem diversas opções terapêuticas disponíveis para ajudar as pessoas a lidar com os sintomas.

Os principais métodos de tratamento são:

  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC) - realizada em conjunto com o psicólogo, a TCC é um tipo de terapia que se concentra em identificar e modificar padrões de pensamento negativos e comportamentos associados à síndrome do pânico. A TCC ensina estratégias para lidar com os sintomas, como técnicas de relaxamento, reestruturação cognitiva de pensamentos catastróficos, exposição interoceptiva e exposição gradual aos desencadeadores de ansiedade;
  • Terapia medicamentosa - em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser recomendado para ajudar a controlar os sintomas da síndrome do pânico. Os medicamentos prescritos comumente utilizados são antidepressivos, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) ou inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (IRSN);
  • Terapia de exposição - a terapia de exposição é frequentemente usada como parte da terapia cognitivo-comportamental (TCC). Ela envolve a exposição gradual e controlada às situações ou objetos que desencadeiam os ataques de pânico para ajudar a reduzir a ansiedade associada a esses estímulos;
  • Técnicas de relaxamento - aprender e praticar técnicas de relaxamento, como respiração profunda, meditação, ioga ou relaxamento muscular progressivo, pode ajudar a diminuir a intensidade dos ataques de pânico e promover uma sensação de calma;
  • Suporte psicossocial - participar de grupos de apoio ou buscar aconselhamento individual pode ser benéfico para pessoas com síndrome do pânico. Compartilhar experiências, receber apoio emocional e obter informações sobre estratégias de enfrentamento pode ajudar na recuperação.

É importante ressaltar que cada pessoa é única, e o tratamento adequado pode variar. Por isso é fundamental buscar a orientação de um profissional de saúde mental qualificado para avaliar e determinar o plano de tratamento mais adequado para cada caso.

Conclusão

Como mostrado no post "Síndrome do pânico: o que é, sintomas e tratamento", este é um transtorno de ansiedade que pode ser desafiador e debilitante para aqueles que a vivenciam.

Os ataques de pânico intensos e recorrentes podem causar medo intenso, desconforto físico e emocional, levando a uma diminuição da qualidade de vida e limitações nas atividades diárias.

Quem lida com esse transtorno de saúde mental pode ter dificuldade em lidar com situações diárias comuns no trabalho, em casa com familiares e até mesmo no meio social.

No entanto, é importante destacar que a síndrome do pânico é tratável, e o tratamento precoce evita complicações (como por exemplo, a agorafobia).

A terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, tem sido amplamente utilizada, pois ajuda as pessoas a identificar e modificar padrões de pensamento negativos. Além disso, fornece estratégias para lidar com os sintomas e enfrentar os desencadeadores de ansiedade.

Em alguns casos, o uso de medicamentos, como os antidepressivos, pode ser recomendado para ajudar a controlar os sintomas da síndrome.
Em conjunto com o tratamento profissional, buscar suporte psicossocial também pode trazer muitos benefícios.

Participar de grupos de apoio ou receber aconselhamento individual possibilita a criação de um ambiente de suporte, permitindo que as pessoas compartilhem experiências, recebam apoio emocional e aprendam estratégias de enfrentamento.

Cada indivíduo é único, e o tratamento ideal pode variar de pessoa para pessoa. Mas além da busca por ajuda profissional, ter o apoio familiar pode ser um grande aliado na recuperação do paciente.

10/06/2025   •   há 17 horas


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