Testosterona: como a queda desse hormônio pode impactar a sua saúde
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
A testosterona é conhecida por ser o principal hormônio masculino. Produzida pelos testículos, seus níveis aumentam a partir da puberdade, resultando no crescimento dos órgãos reprodutores e no desenvolvimento das características sexuais secundárias, como o crescimento da barba e dos pelos corporais e o aumento da massa muscular.
Além disso, esse hormônio é muito famoso por ser responsável pela libido e pela potência sexual – aspectos que são prejudicados quando suas taxas estão diminuídas. Porém, esses não são os únicos problemas causados pela testosterona baixa.
Saiba mais sobre a testosterona e como a queda desse hormônio pode impactar a saúde!
Andropausa: a “menopausa masculina”
Da mesma forma que as mulheres sofrem alterações hormonais com o avanço da idade, os homens também podem manifestar sintomas decorrentes da queda dos níveis hormonais. Esta é a chamada andropausa, uma fase da vida masculina que pode ser comparada à menopausa (interrupção da menstruação).
Contudo, enquanto todas as mulheres passam pela menopausa, nem todos os homens passam pela andropausa. Na verdade, em vez de uma interrupção propriamente dita, o que ocorre é uma queda gradual na produção de testosterona, geralmente a partir dos 40 anos; por isso, essa condição também é conhecida como deficiência androgênica do envelhecimento masculino (DAEM)
Estima-se que a DAEM ou andropausa afeta até 20% dos homens acima dos 50 anos e até 50% daqueles com mais de 80.
Não é possível determinar se um homem terá sintomas da andropausa ou não, mas existem alguns fatores que aumentam esse risco, como:
- consumo de álcool;
- tabagismo;
- sedentarismo;
- obesidade;
- estresse;
- hipertensão;
- diabetes;
- infecções.
Sintomas de testosterona baixa
Além de ser responsável pelo desenvolvimento do pênis e dos testículos, inclusive pelo desejo sexual, a testosterona exerce diversas outras funções no organismo, influenciando os níveis de energia, humor e saúde mental.
Por essa razão, a testosterona baixa pode se manifestar tanto por meio de sintomas físicos quanto psicológicos, por exemplo:
- Cansaço excessivo ou fadiga persistente;
- Redução da energia para realizar as atividades cotidianas;
- Diminuição da barba e dos pelos corporais;
- Queda de cabelo;
- Perda de massa muscular;
- Aumento da gordura corporal;
- Diminuição da agilidade, da força e da resistência física;
- Diminuição da libido (redução do desejo sexual);
- Redução da frequência de ereções espontâneas à noite ou pela manhã;
- Disfunção erétil (impotência sexual ou redução da capacidade de ereção);
- Problemas de memória;
- Raciocínio lento;
- Abatimento ou desinteresse geral;
- Depressão;
- Irritabilidade exacerbada.
Muitos dos sintomas da testosterona baixa também acontecem em diversas doenças. Dessa forma, somente o médico pode diferenciar a andropausa de outras condições. Em geral, o diagnóstico requer exames como a dosagem de testosterona livre e testosterona total, além de exames complementares como dosagem de prolactina e gonadotrofinas.
Além disso, como a testosterona é fundamental para a produção dos espermatozoides, alterações no espermograma também são úteis para o diagnóstico.
Outros efeitos da testosterona baixa no organismo
Embora a diminuição da libido e a impotência sexual sejam os efeitos mais temidos pelos homens, uma redução nos níveis de testosterona pode trazer outros prejuízos à saúde masculina, incluindo:
- Infertilidade;
- Crescimento das mamas;
- Redução da tolerância à glicose (maior tendência ao diabetes);
- Fragilidade óssea e aumento do risco de fraturas (maior tendência à osteoporose);
- Aumento do risco de doenças cardiovasculares.
Como aumentar a testosterona?
A andropausa é uma condição irreversível, mas a reposição de testosterona pode aliviar seus sintomas. No Brasil, o tratamento está disponível em forma de gel, adesivo cutâneo ou injeção, cabendo ao médico determinar qual delas é mais indicada para cada paciente.
É importante ter em mente que a reposição de testosterona só deve ser realizada quando houver diagnóstico confirmado de andropausa ou DAEM. Nesses casos, o tratamento oferece benefícios significativos e contribui para a prevenção de outros problemas decorrentes da testosterona baixa.
Contudo, a reposição de testosterona não deve ser realizada apenas para aumentar a massa muscular ou simplesmente combater o envelhecimento.
Além de não ter indicação dos especialistas para esses fins, essa prática pode causar efeitos colaterais perigosos, como infertilidade, aumento do volume do coração, trombose, aumento do risco e agravamento de câncer de próstata e de mama e morte súbita.
Em casos específicos, a reposição hormonal masculina é uma alternativa para restabelecer a saúde física e mental do homem com testosterona baixa. Para isso, é fundamental passar por uma avaliação com o médico endocrinologista, o urologista ou o andrologista.
Vale mencionar também que o tratamento medicamentoso deve ser acompanhado por um estilo de vida saudável, o que inclui medidas como:
- Ter uma alimentação saudável;
- Praticar atividades físicas regularmente;
- Não fumar;
- Evitar o álcool;
- Tomar sol para regular os níveis de vitamina D em horários adequados;
- Evitar o estresse;
- Descansar o suficiente e dormir bem.
Com acompanhamento médico profissional, é possível manter a saúde em todas as fases da vida e receber orientação especializada para as necessidades individuais.
06/11/2023 • há um ano