Gestação: Preparação, pré-natal, parto e pós-parto
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
Ser mãe é o sonho de muitas mulheres de diferentes idades. Mas gerar uma nova vida é lidar com grandes transformações, principalmente biológicas.
Para viver o sonho da gestação e da maternidade de forma saudável, é preciso preparar o corpo para receber esse momento tão especial.
Por isso, é válido lembrar que os cuidados iniciados no pré-natal são tão importantes quanto a preparação antes da concepção, o período gestacional e o pós-parto.
Para ajudar no processo desde o planejamento da gravidez até o pós-parto, criamos esse material de apoio que traz cuidados importantes para cada etapa.
"Ser mãe é ver o coração correndo pela casa".
1. CUIDADOS ANTES DE ENGRAVIDAR
Seja esperada ou não, a gestação é um dos períodos mais especiais e delicados na vida de uma mulher.
Contudo, nem sempre as futuras mamães sabem que é preciso começar a preparar o corpo e o organismo antes mesmo do início da tão desejada gravidez.
Para que o bebê seja gerado e nasça saudável, é preciso começar o planejamento pelo menos seis meses antes da mulher engravidar.
Acompanhe nesse guia da gestação, alguns cuidados necessários para quem deseja realizar o sonho de ser mãe.
1.1 Mudanças de Hábitos
Para viver de forma saudável, adotar bons hábitos é fundamental. E quando falamos de uma pré-gestação, isso não é diferente.
Adequar a alimentação
Os cuidados com a alimentação devem começar já no período pré-gestacional, pois a saúde e o bom desenvolvimento do embrião dependem diretamente da condição nutricional materna nesse momento.
É muito importante ter o acompanhamento de um nutricionista para que tanto a mãe quanto o bebê tenham uma alimentação equilibrada e mais saudável.
Realização de suplementação
A ingestão adequada de nutrientes pela mãe é fundamental quando se planeja engravidar. Além de melhorar a fertilidade, o uso de suplementos antes da gestação traz diversos outros benefícios, desde que seja indicado por um especialista.
Por exemplo:
- Previne doenças e melhora a saúde durante a gravidez;
- Proporciona um desenvolvimento cognitivo adequado da criança;
- Previne doenças no feto.
Buscar acompanhamento profissional precocemente faz toda a diferença na gestação. Cada organismo possui suas próprias particularidades e necessidades, o que exige uma avaliação médica individual para evitar problemas de saúde.
Evitar exposição a substâncias tóxicas
Outro ponto importante durante uma pré-gestação, é evitar a exposição excessiva a substâncias tóxicas, como pesticidas e inseticidas.
Além de atrapalhar o desenvolvimento dos folículos ovarianos, esse tipo de composto é um gatilho para o aparecimento de miomas uterinos e da síndrome dos ovários policísticos, condições que podem prejudicar a gravidez.
Praticar atividades físicas
Assim como acontece na saúde em geral, uma atividade física praticada com regularidade traz diversos benefícios também no período pré-gestacional.
Além de melhorar o funcionamento do sistema cardiovascular e respiratório, um dos principais benefícios (segundo estudos), é o aumento da fertilidade.
Mas atenção: antes de iniciar a prática de qualquer tipo de atividade física, é indicado consultar-se com um clínico geral ou cardiologista e realizar um check-up completo.
1.2 Exames pré-concepcionais
Fazer uma avaliação da saúde e cuidar do corpo é essencial para o sucesso de uma gestação. Nessa caminhada, os exames pré-gestacionais são peças fundamentais.
Através deles, é possível diagnosticar e prevenir alterações pré-existentes que possam causar pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, partos prematuros e outros possíveis problemas.
Por exemplo:
- Papanicolau - essencial para detectar possíveis alterações no colo do útero, prevenindo a evolução de doenças precocemente;
- Ultrassonografia transvaginal;
- Tipagem sanguínea e Fator Rh;
- Hemograma completo;
- Análise hormonal completa;
- Verificação dos níveis de vitaminas, minerais e também do funcionamento metabólico para diagnosticar possível resistência insulínica ou síndrome dos ovários policísticos (S.O.P.).
Alguns exames de imagem também podem ser realizados com a finalidade de mostrar a condição do útero e detectar precocemente alterações.
2. CUIDADOS DURANTE A GESTAÇÃO
2.1 Períodos Gestacionais
O período gestacional de uma mulher, comumente dura aproximadamente 40 semanas, ou seja, 9 meses.
Dividido em três trimestres, com suas características físicas e emocionais, cada estágio pode ser um desafio e deve ser acompanhado com atenção.
Primeiro trimestre
O primeiro trimestre corresponde aos três primeiros meses da gestação. Por ser um período delicado e onde o risco de um aborto é maior, muitos casais preferem aguardar o seu término antes de compartilhar as novidades com familiares, amigos e colegas.
Alterações corporais e emocionais
Acontecem muitas mudanças hormonais e comportamentais durante o primeiro trimestre, sendo um período em que as emoções estão mais intensas.
O organismo da futura mamãe passa por muitas adaptações para manter e nutrir a nova vida que está sendo gerada. É um intervalo marcado por sintomas, como:
- Enjoos;
- Ganho de peso;
- Aumento da barriga e dos seios;
- Hipersonia, ou seja, a mulher se sente mais sonolenta e tende a dormir mais.
Normalmente, é um período vivenciado com cautela pela maioria das mulheres.
Desenvolvimento do bebê
Os três primeiros meses da gestação são marcados pela formação de praticamente todos os órgãos do bebê, como:
- Coração;
- Pulmão;
- Fígado;
- Intestino;
- Rins;
- Medula.
O feto começa a ganhar forma e o corpo da futura mamãe começa a mudar totalmente.
Exames importantes
Após a suspeita da gravidez, é hora de iniciar os primeiros exames. Entre os principais, estão:
- Dosagem sanguínea do Beta-hCG quantitativo para confirmar a gestação;
- Ultrassonografia obstétrica do primeiro trimestre, conhecido como transvaginal;
- Exame ginecológico;
- Exames laboratoriais.
Segundo trimestre
O segundo trimestre corresponde ao período entre o quarto e o sexto mês da gestação. Geralmente, é uma fase mais tranquila pelo risco de um aborto natural já ter passado.
Alterações corporais e emocionais
O segundo trimestre de uma gestação é a fase onde as mudanças no corpo são mais nítidas: a barriga torna-se saliente e as roupas geralmente deixam de servir.
Além do aumento de peso, surgimento de inchaços e desconforto para andar e dormir, a libido pode reduzir drasticamente. Porém, os sintomas tendem a melhorar ao longo dos meses.
Desenvolvimento do bebê
É durante o segundo trimestre da gestação que é possível descobrir o sexo do bebê.
Neste período, o bebê ganha identidade e a mãe começa a sentir seus movimentos na barriga devido ao desenvolvimento do sistema nervoso. Durante essa etapa o bebê começa a treinar deglutição, sucção e respiração.
Exames importantes
No segundo trimestre da gestação, os exames de pré-natal têm como objetivo avaliar o desenvolvimento do bebê e a saúde da gestante.
Além da repetição de exames já realizados durante o primeiro trimestre, outros exames importantes também são realizados. Entre eles, podemos citar:
- Ultrassom morfológico;
- Altura uterina;
- Exame de toxoplasmose;
- Exame de VDRL - teste de identificação de sífilis, que causa a malformação do bebê ou o aborto.
Terceiro trimestre
O terceiro e último trimestre corresponde ao período entre o sétimo e o nono mês da gestação. Nesse período, é necessário se preparar para o encaminhamento da mãe para a maternidade e a finalização dos últimos itens do enxoval.
Alterações corporais e emocionais
No terceiro trimestre da gestação, tanto a mãe quanto a família lidam com uma grande ansiedade pelo nascimento do bebê.
Por causa do aumento do volume de sangue no organismo, o coração da mulher trabalha mais do que o normal, deixando-a mais cansada e, muitas vezes, com falta de ar.
Desenvolvimento do bebê
O terceiro trimestre é um período onde o bebê ganha peso rapidamente, além de ser uma fase marcada pela finalização da formação de unhas, cabelo e do restante dos órgãos que estavam em desenvolvimento.
Exames importantes
A reta final da gestação é o período no qual é preciso redobrar os cuidados com a mãe e o bebê, além de também seguir o pré-natal à risca.
Além das consultas e exames realizados nos trimestres anteriores, é indicado fazer exames complementares, como:
- Teste de intolerância à glicose, que tem como objetivo analisar o risco de diabetes gestacional;
- Ultrassom obstétrico, que é indicado para avaliar o crescimento do bebê, a quantidade de líquido amniótico e a placenta;
- Exame para infecção de estreptococos do grupo B, que tem como objetivo detectar a presença de bactérias que causam pneumonia e outras infecções no recém-nascido.
2.2 Pré-natal e a sua importância
A descoberta de uma gravidez pode gerar muitas alegrias, mas também preocupações. Assim que o resultado positivo é confirmado, o acompanhamento médico da gestante deve ser iniciado.
Durante os nove meses seguintes, através da realização de uma série de exames e de um acompanhamento médico especializado, o pré-natal vai atuar na prevenção e/ou diagnóstico precoce de doenças que possam acometer a gestante e o bebê.
O pré-natal possibilita, por exemplo:
- Diagnosticar doenças pré-existentes, como a diabetes, hipertensão e problemas da tireoide;
- Detectar problemas fetais, como más formações ou crescimento intrauterino retardado;
- Diagnosticar precocemente fatores de riscos que possam causar doenças, como a pré-eclâmpsia.
2.3 A importância da alimentação
Uma dieta equilibrada é essencial em qualquer fase da vida. Mas cuidar da alimentação durante o período gestacional é essencial para uma gestação tranquila e para diminuir as chances de desenvolver doenças como a diabetes gestacional.
Uma vez que a gestante tem acesso a um plano alimentar personalizado, ela pode ter uma base nutricional completa, além de uma ingestão calórica adequada.
Alimentos que não podem faltar no cardápio de uma gestante
- Ovos – alimento rico em colina, proteína e ferro;
- Legumes e verduras - alimentos ricos em fibras que ajudam no funcionamento do intestino;
- Frutas - fontes de vitaminas, esse tipo de alimento ajuda a manter o estoque de energia da gestante e tem um papel importante na formação de anticorpos;
- Raízes e tubérculos - além de ajudar na redução de enjoos, esse tipo de fonte nutricional contém carboidratos que são fontes de energia para a gestante e o bebê, sendo de grande importância para o desenvolvimento do sistema nervoso do feto;
- Carne - fonte de proteína, tem papel fundamental na formação da placenta.
Além de ter uma alimentação balanceada, durante os nove meses de gestação, é fundamental manter a hidratação adequada. Entre as bebidas que podem ser consumidas, estão:
- Água mineral;
- Água de coco natural;
- Sucos;
- Chás.
2.4 Fatores de risco
Primeiramente, é importante entender que toda gravidez tem riscos. Contudo, existem alguns fatores que podem aumentar o risco de problemas durante a gestação.
Idade da gestante
A idade ideal para uma gestação sem riscos é entre 20 e 30 anos, pois nessa fase da vida da mulher o aparelho reprodutor está totalmente desenvolvido e a fertilidade está no seu ápice.
Embora a gestação em mulheres com idade materna avançada esteja se tornando cada vez mais comum, após os 35 anos é mais difícil ter uma gravidez espontânea devido à diminuição do número e da qualidade dos óvulos.
Além disso, a partir dessa idade eleva-se o risco de complicações gestacionais para a mãe e o feto. Podem surgir problemas, como o aumento do risco de parto prematuro e também a pré-eclâmpsia.
Primeira menstruação
Outro grande fator para uma gestação de risco, é engravidar durante os dois primeiros anos após a primeira menstruação. Isso acontece, porque antes dos quinze anos o corpo ainda não está totalmente preparado para a gestação.
Altura e peso da gestante
Existem estudos que comprovam que a altura e o peso da mãe podem influenciar no tempo e no risco de uma gestação. Mulheres com menor estatura e peso têm maiores chances de gerar bebês prematuros.
Saúde mental
Outro fator que influencia em uma gestação de risco diz respeito à saúde mental da mulher.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), do início ao fim de uma gestação, o risco da mulher sofrer algum tipo de adoecimento psíquico aumenta em 10% nas gestantes e em 13% nas mães que acabaram de parir.
A depressão por exemplo, quando não tratada durante o período gestacional, pode levar a quadros de aborto espontâneo e comprometimento do desenvolvimento fetal.
DSTs
As DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) são infecções transmitidas principalmente através do contato sexual desprotegido, podendo ser causadas por:
- Bactérias;
- Vírus;
- Parasitas;
- Fungos.
Entre as DSTs mais comuns, estão:
- HIV;
- HPV;
- Gonorreia;
- Herpes;
- Clamídia;
- Sífilis;
- Cancro mole.
A maior parte das DSTs afeta tanto homens quanto mulheres, mas em muitos casos, podem trazer grandes riscos para a gestação.
Um dos exemplos está relacionado à bactéria que causa a sífilis, já que pode atravessar a placenta e contaminar o bebê. Além de causar surdez, a contaminação por sífilis também pode levar à cegueira e retardo mental.
2.5 Cuidados durante a gestação
A gestação é um momento de transição. Durante nove meses, o corpo da mulher se prepara para a chegada de uma nova vida. Nesta fase, tomar alguns cuidados é indispensável para manter o equilíbrio e uma boa saúde.
Atividades físicas
Durante a gestação, o corpo e o organismo da mulher passam por inúmeras transformações, como a variação hormonal e o ganho de peso.
Para vivenciar esse período com saúde, é essencial que a gestante pratique atividade física regularmente, respeitando suas condições.
É comprovado que a prática de atividade física faz bem não apenas para a mamãe, mas traz diversos benefícios para o bebê.
É importante lembrar que antes de iniciar a prática de qualquer atividade física durante a gestação, é preciso consultar um profissional e receber liberação médica.
Vida sexual
Na maioria dos casos, não existe contraindicação para o sexo durante uma gestação. Mesmo com a penetração, o pênis não tem como machucar o bebê.
Nos primeiros meses, é normal que sintomas como cansaço, dor nos seios e estresse inibam o desejo sexual da mulher. Contudo é preciso atenção. No ato da relação, ao perceber qualquer tipo de sangramento, o médico que acompanha o pré-natal deve ser informado.
Consumo de bebidas alcoólicas, drogas e cigarro
Independente da gestação, o consumo de álcool, drogas e cigarro é prejudicial à saúde. Mas durante a gestação, as consequências podem ser ainda mais graves e afetar diretamente o bebê:
- Álcool - pode causar microcefalia, problemas cardíacos e deficiência intelectual;
- Drogas - pode causar aborto espontâneo, anomalias no cérebro, rosto, coração, intestino, olhos e órgãos genitais do bebê;
- Cigarro - pode causar a redução do crescimento intrauterino, além de graves problemas respiratórios.
Tratamento químico para os cabelos
Embora o uso de produtos químicos seja muito comum para manter a saúde e a aparência do cabelo, é preciso tomar cuidados específicos durante a gestação. Entre eles, está evitar nesse período procedimentos que usam amônia e alguns metais pesados.
Devido a alterações na circulação sanguínea, a mulher passa a absorver componentes com mais facilidade no período gestacional, facilitando o contato dessas substâncias com a placenta. Por isso, utilizar produtos químicos pode significar um risco elevado para o bebê.
Uso de medicamentos
Se automedicar é contraindicado, já que pode causar inúmeros efeitos adversos à saúde. Mas durante uma gestação, as consequências são ainda mais graves.
Tomar medicamentos sem prescrição médica durante o período gestacional pode provocar aborto ou malformações. Em alguns casos, também pode induzir contrações uterinas antes do tempo.
Consumo de café
Se a futura mãe consome café ou bebidas ricas em cafeína frequentemente, durante a sua gestação é recomendado fazer a substituição por opções descafeinadas.
Isso é necessário, porque o feto não possui enzimas que metabolizam a cafeína, ou seja, ele não consegue eliminar essa substância. O acúmulo de cafeína no organismo do bebê pode afetar a sua formação, causando uma redução no peso ao nascer, ou em casos graves, levar ao aborto espontâneo.
Consumo de chás naturais
Durante a gravidez, a gestante deve ficar atenta ao consumo de chás, já que algumas ervas podem conter fitoquímicos prejudiciais ao desenvolvimento fetal.
Entre as opções recomendadas e que não oferecem riscos ao bebê, estão:
- Lavanda;
- Camomila;
- Melissa;
- Erva-cidreira;
- Gengibre.
Além de saborosos, eles auxiliam na diminuição de enjoos, distensão abdominal e gases, sintomas comuns durante esse período.
3. Parto vaginal ou cesárea?
O momento do parto é único. Saber mais sobre os tipos de parto é fundamental para que a mãe entenda sobre as opções disponíveis e em quais casos cada uma é indicada.
O parto pode ser:
- Vaginal - nesse tipo, o nascimento do bebê ocorre pela vagina e sem intervenção cirúrgica. Esse parto possui variações, podendo ser normal, natural e/ou humanizado, por exemplo;
- Cesárea - é uma cirurgia e é indicado quando o parto vaginal não é possível, em casos de riscos à vida da mãe e do bebê, ou por opção da gestante.
3.1 O parto vaginal
O parto vaginal ocorre de forma natural e possibilita uma recuperação mais rápida quando comparado à cesárea, além de oferecer baixo risco de complicações e de aparecimento de doenças respiratórias no recém-nascido.
Sinais como bolsa estourando, contrações e dores são comuns antes do parto vaginal. Para ser realizado, é necessário que a mãe tenha a dilatação mínima para a passagem do bebê.
3.2 A cesárea
Na cesariana ou cesária, o nascimento ocorre através de uma incisão na parede abdominal e uterina, ou seja, é uma cirurgia bastante invasiva.
Embora seja possível planejar o dia do nascimento do bebê e minimizar o desconforto das dores do parto, a cesárea tem um pós-operatório mais longo e aumenta significativamente os riscos de complicações, como infecções.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o recomendado é que as cesarianas sejam realizadas apenas em casos em que exista comprovação de riscos.
4. O PÓS-PARTO
Uma informação que muitas mulheres não sabem, é que o pós-parto depende diretamente dos cuidados durante a gestação.
Priorizar os cuidados durante a gravidez é uma das melhores formas de garantir um pós-parto tranquilo. Por essa razão, manter o acompanhamento médico desde o começo é muito importante.
4.1 O puerpério
O chamado puerpério é o período pós-parto, ou seja, fase em que o corpo da mulher se recupera do parto, podendo se estender ao longo dos próximos 45 a 60 dias seguintes.
Durante este período, há transformações físicas, mudanças emocionais e hormonais (a queda nos níveis hormonais é uma delas), além de cansaço excessivo (independente do tipo de parto) e sangramento vaginal.
Cuidados com a mãe
Após o parto e principalmente nas primeiras semanas após ter tido o bebê, a mamãe deve tomar alguns cuidados com a sua saúde, como:
- Ficar atenta ao sangramento vaginal para ter certeza que ele está dentro da normalidade;
- Fazer leves caminhadas para para prevenir tromboses e melhorar a constipação intestinal;
- No caso da cesárea, higienizar a cicatriz com água e sabonete específico;
- Manter uma dieta saudável, evitando alimentos gordurosos e ricos em açúcar;
- Se manter sempre bem hidratada;
- Aguardar um período saudável para retornar às atividades sexuais (cerca de seis semanas, ou seja, o período do puerpério).
Sinais de alerta na mãe
Para evitar problemas de saúde e ajudar a diagnosticar doenças precocemente, é preciso observar os sinais do organismo. Entre os cuidados que precisam ser tomados, estão:
- Prestar atenção na frequência e intensidade do sangramento vaginal;
- Procurar orientação médica em caso de ardência constante ao urinar;
- Ficar atenta a possíveis alterações nas mamas, como dor, vermelhidão e endurecimento;
- Identificar o aumento significativo de desânimo e cansaço;
- Procurar orientação médica em caso de falta de ar ou dor no peito;
- Procurar orientação médica em caso de dor, inchaço e vermelhidão nas pernas (pode indicar risco de trombose).
4.2 Primeiros cuidados com o bebê
A chegada de um novo membro na família é sempre motivo de muita alegria. Mas nos primeiros dias de vida, os cuidados devem ser redobrados.
Alimentação do bebê
O leite materno deve ser o único alimento da criança durante, pelo menos, os seis primeiros meses de vida. Amamentar é o melhor alimento que um bebê pode receber no início da vida, já que o leite materno oferece todos os nutrientes necessários durante esse período.
Como referência, é recomendado que um bebê saudável mame, pelo menos, de 8 a 12 vezes por dia.
Higiene do bebê
Durante as primeiras semanas de vida, a pele de um recém-nascido, além de sensível, é fina e muito frágil. Por essa razão, é preciso atentar-se aos tipos de produtos usados, já que a alta absorção pela pele pode levar à intoxicação.
Assim, na hora da higiene, é sempre bom seguir algumas recomendações, como:
- Não passar perfume;
- Não usar lenços umedecidos;
- Limpar as partes íntimas apenas com água e algodão;
- Usar apenas sabão neutro.
Visitas ao pediatra
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a quantidade de visitas ao pediatra depende da idade da criança e das necessidades específicas para cada caso:
- Recém-nascidos (entre 5 e 30 dias de vida) - duas a três consultas por mês;
- Bebês entre 2 e 6 meses de idade - uma consulta por mês;
- A partir dos 7 meses de idade - uma consulta a cada dois meses.
4.3 Amamentação
A amamentação é um dos momentos mais importantes para aumentar o laço afetivo entre mãe e filho, e proporciona grandes vantagens para ambos.
Vantagens para o bebê
O leite materno é o alimento mais completo que um bebê pode receber desde o seu nascimento, sendo recomendado até 6 meses de vida e complementado com outros alimentos até 2 anos de idade ou mais.
Além de proteger a criança contra diversas doenças, ajuda a prevenir a má formação dos dentes e problemas na fala
Vantagens para a mamãe
Não é só o bebê que se beneficia com o leite materno. A produção do alimento também traz grandes benefícios para a mãe, como:
- Diminuição do sangramento no pós-parto;
- Otimização da perda de peso;
- Ajuda na prevenção da osteoporose;
- Facilita na recuperação do útero e sua volta ao tamanho normal;
- Previne a anemia materna;
- Reduz o risco de câncer de mama, ovário e endométrio.
4.4 Depressão pós-parto
Infelizmente, a depressão pós-parto é uma condição que afeta muitas mulheres.
A depressão pós-parto é um transtorno do humor que geralmente se inicia nas primeiras semanas após o parto, e tem como principal causa o enorme desequilíbrio de hormônios reprodutivos nesse período.
Se não tratada, pode trazer importantes prejuízos na interação entre mãe e bebê e na formação do vínculo afetivo. Para tratar a depressão pós-parto, o acompanhamento psicológico é essencial.
4.5 A importância da Triagem Neonatal
A triagem neonatal é um conjunto de testes e avaliações realizados nos primeiros dias de vida do bebê para identificar alterações que possam acarretar prejuízos à sua saúde e à sua vida.
Entre os testes de triagem neonatal obrigatórios estão:
Teste da orelhinha
Também chamado de triagem auditiva neonatal, o teste da orelhinha tem como objetivo identificar alterações auditivas no bebê.
Teste da linguinha
Realizado por um fonoaudiólogo, o teste da linguinha tem como objetivo diagnosticar problemas no freio da língua dos recém-nascidos (condição popularmente conhecida como língua presa).
Esta alteração na língua pode prejudicar a amamentação ou comprometer o ato de engolir, mastigar e falar.
Teste do coraçãozinho
Feito ainda na maternidade entre 24 e 48 horas após o nascimento, o teste do coraçãozinho avalia a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos do recém-nascido. É um teste realizado com o auxílio de um oxímetro (aparelho similar a uma pulseira pequena), que é colocado no pulso e no pé do bebê.
Teste do pezinho
Realizado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, o teste do pezinho é feito a partir de gotas de sangue retiradas do calcanhar do bebê.
Esse teste importante tem como objetivo identificar doenças genéticas e metabólicas, como:
- Hipotireoidismo congênito;
- Anemia falciforme;
- Hiperplasia adrenal congênita;
- Fibrose cística;
- Deficiência de biotinidase.
Teste do olhinho
O teste do olhinho, também conhecido como teste do reflexo vermelho, é feito para detectar problemas de visão, como:
- Catarata;
- Glaucoma e estrabismo.
CONCLUSÃO
Para viver a experiência de uma gravidez saudável, os cuidados devem ser iniciados antes mesmo da concepção.
Conte com a Medprev para ter um período gestacional e um pós-parto tranquilo e saudável.
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24/10/2023 • há um ano