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Esquistossomose: o que é, causas, tratamento e prevenção

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Dados do Ministério da Saúde estimam que 1,5 milhão de pessoas no Brasil vivem em áreas de risco para contrair a esquistossomose. Popularmente conhecida como “barriga d’água” ou “doença dos caramujos”, a doença pode provocar hemorragia e até mesmo levar à morte.

Tradicionalmente, a esquistossomose mansoni é uma doença considerada “tropical”, tendo sido registrada até hoje em 54 países, incluindo regiões da África, da América do Sul e do Caribe. No Brasil, os estados das regiões Nordeste e Sudeste são os mais afetados, especialmente nas regiões mais próximas da costa.

O que é e o que causa a esquistossomose?

A esquistossomose é uma doença parasitária causada pelo parasita Schistosoma mansoni. A infecção nos seres humanos ocorre quando eles entram em contato com locais em que existam caramujos infectados pelos vermes causadores da doença. Áreas de água doce e regiões com condições inadequadas de saneamento básico são mais propícias ao desenvolvimento da doença.

Ao entrar em contato com a água contaminada, as larvas penetram na pele e o paciente pode se infeccionar. Hábitos como nadar, tomar banho ou lavar roupa em águas infectadas aumentam as chances de contágio. A doença atinge pessoas de todas as idades e de todos os sexos de maneira indistinta.

Uma das grandes dificuldades de se diagnosticar a doença é que em estágios iniciais os portadores são assintomáticos. Porém, em fases mais agudas, a infecção pode causar sintomas como febre, dor de cabeça, calafrios, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse e diarreia. Há relatos de casos em que o fígado e o baço inflamam e aumentam de tamanho.

Tratamento: como diagnosticar e combater a esquistossomose?

Ao perceber qualquer um desses sintomas, o paciente deve imediatamente procurar auxílio médico. Em uma consulta com um Clínico Geral ele solicitará exames laboratoriais, tais como exame de fezes, teste de anticorpos ou ultrassonografia, visando identificar a presença do parasita no corpo.

Em casos mais crônicos, os pacientes podem sentir ainda tonturas, palpitações, impotência, endurecimento e aumento do fígado além de um aumento no volume do abdômen – razão pela qual a doença foi popularmente batizada de barriga d’água. É importante ressaltar que esse sintoma se aplica a casos crônicos e é perfeitamente possível o paciente estar infectado e não apresentar essa condição. Daí a importância de realizar os exames.

Em geral, a esquistossomose é considerada uma doença de fácil tratamento, mas alguns casos podem evoluir se não tiverem o acompanhamento médico adequado. Os pacientes podem ter aumento do fígado e do baço, hemorragias digestivas e hipertensão pulmonar. Situações mais graves podem levar à morte.

Na ampla maioria dos casos o tratamento pode ser feito apenas com medicamentos. Casos mais graves podem requerer internamento hospitalar e até intervenções cirúrgicas. Todavia, o diagnóstico preciso de um profissional de medicina, após a avaliação dos exames solicitados, é que determinará qual é o tipo de intervenção necessária em cada um dos casos.

Prevenção: como evitar a esquistossomose?

Como já mencionamos, a falta de saneamento básico adequado é uma das principais condições que potencializa o aparecimento desse tipo de doença. A transmissão se dá quando um indivíduo já infectado elimina os ovos do verme por meio das fezes. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam larvas que infectam os caramujos.

Depois de cerca de um mês, as larvas deixam os caramujos em forma de cercarias e ficam livres na água. É somente quando uma pessoa entra em contato com a água que tenha essas larvas que ela se infecta. Portanto, os cuidados de higiene em contato com a água, especialmente em regiões em que as condições de saneamento não são as ideias, são suficientes para prevenir esse tipo de infecção.

Por fim, embora o contágio ocorra predominantemente em áreas rurais e periféricas, não são apenas os moradores dessas regiões que devem se precaver, mas também aqueles que realizam práticas de turismo ecológico ou de esportes radicais. Antes de entrar em contato com água doce de qualquer região, é importante se informar sobre as condições de higiene do local junto às Secretarias Municipais de Saúde.

24/02/2022   •   há 3 anos