Dia Mundial da Conscientização do Autismo: o que preciso saber sobre esse transtorno?
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A ideia do órgão é chamar a atenção para essa condição de saúde caracterizada por déficits de comunicação social e comportamento.
É importante destacar que essa condição não é considerada uma doença, mas sim um transtorno: o nome técnico oficial é transtorno do espectro do autismo (TEA).
Utiliza-se o termo espectro” devido à abrangência dos níveis de comprometimento percebidos.
Muitos autistas, inclusive, passam a vida sem obter um diagnóstico do transtorno.
Saiba mais a seguir sobre o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e o que é preciso saber sobre esse transtorno!
O que é transtorno do espectro do autismo (TEA)?
Conforme os parâmetros definidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), déficit de comunicação social, padrões restritivos e repetitivos de comportamento e hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais estão entre as principais características percebidas no transtorno do espectro do autismo (TEA).
O autismo é um transtorno relacionada ao neurodesenvolvimento, no qual há impactos em aspectos específicos, como a comunicação e na interação com outras pessoas, além da presença de comportamentos que se repetem continuamente.
Esses sintomas podem se manifestar de forma distinta para cada pessoa e em níveis (graus) diferentes.
O Dia Mundial da Conscientização do Autismo convida a pensar sobre o tema e buscar meios de tornar a sociedade mais inclusiva e empática.
Os estudos realizados até hoje não foram suficientes para que os especialistas pudessem determinar as causas do TEA.
A predisposição genética é vista como um dos fatores mais predominantes, mas há estudos que evidenciam que aspecto ambientais durante a gravidez também podem ter impacto no aparecimento desse tipo de condição.
Em geral, o diagnóstico de TEA ocorre em bebês com idades entre 1 e 2 anos, mas atrasos de desenvolvimento podem ser indícios para que essa condição se manifeste de forma mais clara depois dessa idade.
Como as características podem se manifestar em diversos graus de intensidade, o diagnóstico requer a avaliação de um médico, como um neuropediatra ou um psiquiatra pediátrico.
Tratamento e importância da família
É muito importante enfatizar que o autismo não é uma doença, mas sim um transtorno.
Como se trata de uma condição inerente ao indivíduo, isso significa que não há um processo de cura. O que existe são tratamentos que podem atenuar alguns sintomas.
Muitas vezes, o autismo é desconsiderado como uma possibilidade, pois seus sintomas possuem níveis diferentes de intensidade e podem ser confundidos com outras condições.
Em alguns casos, o desenvolvimento da criança pode ser mais lento se comparado com o da maioria dos colegas da mesma faixa etária.
Porém, isso não significa incapacidade ou limitação, mas sim que abordagens diferenciadas devem ser priorizadas como forma de estímulo.
Por ser um transtorno que se manifesta de múltiplas formas, é indicado que a criança receba um tratamento multidisciplinar.
O trabalho pode envolver profissionais de pedagogia, de psicologia, de fonoaudiologia e de terapia ocupacional.
Eventualmente, as crianças podem manifestar sintomas de condições associadas ao autismo, como insônia, hiperatividade, ansiedade ou depressão.
Nesses casos, o uso de medicamentos pode ser necessário para inibir ou amenizar possíveis problemas de saúde.
Por fim, os pais também precisam ter suporte especializado para aprender a lidar com situações e necessidades relacionadas ao transtorno.
Quando devidamente capacitados pelos profissionais que acompanham o desenvolvimento da criança, os pais podem auxiliar no aprendizado, adaptação e inclusão dos filhos.
A saúde mental dos pais também é outro aspecto que deve ser trabalhado.
Abril Azul: conscientização é a palavra-chave
De acordo com dados divulgados pela ONU, estima-se que no mundo, uma em cada 68 crianças apresenta algum nível de transtorno do espectro do autismo.
O transtorno se manifesta de forma mais frequente em meninos do que em meninas e quanto antes for realizado o diagnóstico, melhor para a adaptação e o desenvolvimento ao longo da vida.
A conscientização sobre as características do transtorno é fundamental para o entendimento dessa condição, principalmente para que pais, familiares e pessoas do círculo social da pessoa autista aprendam a lidar com os aspectos relacionados à condição.
Por exemplo, utilizar palavras simples e curtas ao conversar e buscar falar sobre assuntos agradáveis a elas, de maneira paciente e interessada, é uma das formas de facilitar a sua compreensão.
Ter cuidado com o tom de voz utilizado e, quando for necessário quebrar a rotina, ser claro ao explicar as razões envolvidas, também ajuda a tornar a transição mais natural.
A pessoa autista não deve ser separada das demais, mas sim ter a sua sociabilização estimulada.
É recomendado estabelecer contato com outros pais que também tenham filhos com essa condição.
A troca de informações e a reflexão sobre o tema são fundamentais para que haja maior compreensão sobre o transtorno e, assim, os familiares podem se adaptar melhor às necessidades da criança, facilitando o desenvolvimento ao longo de toda a vida.
10/04/2024 • há 7 meses