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Saúde mental

8 sintomas da síndrome do impostor

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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A síndrome do impostor é um transtorno psicológico que tende a afetar indivíduos que alcançaram grandes realizações profissionais ou acadêmicas, mas que têm dificuldade em aceitar ou considerar seu próprio sucesso.

Em vez disso, essas pessoas acreditam que suas conquistas estão relacionadas à sorte ou à ajuda de terceiros.

Essa crença cria uma grande insegurança, além de iniciar um ciclo de medo constante de ser descoberto como uma fraude ou impostor.

Saiba mais sobre os 8 sintomas da síndrome de impostor e algumas das principais formas de tratamento para essa condição.

Sintomas da síndrome do impostor

Os sinais da síndrome podem se manifestar de formas diferentes para cada pessoa. Conheça alguns deles a seguir.

1. Autodepreciação

Um dos sintomas mais comuns da síndrome do impostor é a autodepreciação, ou seja, a pessoa impõe uma intolerância severa às próprias falhas, exige perfeição e busca incessantemente agradar a todos a qualquer custo.

Essa autocrítica intensa pode levar a sentimentos de inadequação e insegurança, impactando negativamente a autoestima e o bem-estar emocional.

Para tratar esse sintoma, pode ser adotada uma abordagem terapêutica que promova a reconstrução da autoestima e ajude a pessoa a estabelecer limites saudáveis para si mesma.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) auxilia na identificação e reestruturação de padrões de pensamento negativos e autocríticos.

Aprender a valorizar as próprias conquistas, mesmo que pequenas, e reconhecer que ninguém é perfeito, é um passo importante no tratamento desse sintoma.

A terapia também pode ajudar a pessoa a compreender que a busca incessante pela perfeição pode ser prejudicial e que é importante aceitar suas limitações e falhas como parte natural do processo de aprendizado e crescimento pessoal.

Desenvolver habilidades de autorregulação emocional, além de aprender a reconhecer o próprio esforço e progresso, também é essencial nesse processo terapêutico.

2. Esforço exagerado

Pessoas que lidam com a síndrome do impostor frequentemente acreditam que precisam se esforçar muito mais do que os outros para alcançar as suas conquistas.

Elas tendem a associar seu desempenho a um conhecimento inferior ou a uma suposta falta de habilidade, o que desencadeia um fluxo de perfeccionismo e sobrecarga de trabalho.

Embora possam alcançar altos níveis de realização, esse esforço exagerado acarreta em uma carga significativa de ansiedade e esgotamento emocional.

O tratamento para o sintoma do esforço exagerado na síndrome do impostor envolve várias estratégias terapêuticas.

Profissionais especializados em saúde mental podem ajudar a pessoa a reconhecer e desafiar os pensamentos distorcidos que a levam a acreditar que ela precisa se dedicar mais do que os outros para ter sucesso.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem pode ajudar a identificar e modificar os padrões de pensamento perfeccionistas.

Essa ferramenta terapêutica também auxilia na gestão da ansiedade e no desenvolvimento de estratégias saudáveis de enfrentamento.

Além disso, é importante aprender a estabelecer limites realistas no trabalho e nas metas pessoais, o que envolve reconhecer que a busca pela perfeição pode ser prejudicial à saúde mental e que o sucesso não está necessariamente vinculado ao excesso de esforço.

A promoção do equilíbrio entre vida pessoal e profissional é essencial. Práticas de autocuidado, como realizar exercícios físicos regulares com orientação profissional, técnicas de relaxamento e a criação de uma rotina de sono adequada, podem ajudar a reduzir a ansiedade e prevenir o esgotamento.

3. Procrastinação

A procrastinação é um comportamento comum entre aqueles que sofrem com a síndrome do impostor, muitas vezes devido ao medo de que seus trabalhos não estejam à altura das expectativas.

Adiar tarefas pode criar um ciclo de ansiedade, pois quanto maior o adiamento, maior se torna a pressão para entregar um trabalho perfeito.

O tratamento para esse sintoma da síndrome do impostor envolve várias estratégias para ajudar a pessoa a lidar com a procrastinação, entre elas:

  • Estabelecimento de metas realistas - é importante definir metas alcançáveis e realistas;
  • Divisão de tarefas - dividir projetos ou tarefas em etapas menores e mais gerenciáveis pode tornar o trabalho mais acessível e menos intimidante;
  • Gerenciamento de tempo - aprender a gerenciar o tempo de forma eficaz é fundamental. Isso pode incluir técnicas de organização, como o uso de listas de tarefas, calendários e lembretes;
  • Identificação de pensamentos distorcidos - terapeutas podem ajudar a identificar pensamentos negativos ou distorcidos que levam à procrastinação.

Aceitar que é normal cometer erros e que o aprendizado acontece através das tentativas e falhas é um passo importante para superar a procrastinação.

4. Autossabotagem

A autossabotagem é um comportamento comum entre aqueles que enfrentam a síndrome do impostor.

Muitas vezes, pessoas que manifestam esse sintoma veem o fracasso como uma conclusão inevitável e podem desmerecem suas próprias conquistas devido à ansiedade e ao medo da exposição.

Esse sintoma pode se apresentar de várias formas, como recusar oportunidades de carreira, procrastinar ou ter autocrítica constante.

O tratamento para o sintoma de autossabotagem na síndrome do impostor envolve estratégias destinadas a aumentar a autoconfiança e a autocompaixão.

Inclusive, é importante entender que a autossabotagem muitas vezes é resultado de crenças negativas profundamente enraizadas sobre o próprio valor e habilidades.

Superar esse comportamento requer tempo, esforço e, muitas vezes, a orientação de um profissional de saúde mental.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem que pode contribuir para a modificação desses padrões de pensamento.

5. Medo de exposição

Pessoas que enfrentam essa síndrome tendem a evitar situações em que possam ser avaliadas, julgadas e criticadas. Suas escolhas de carreira e tarefas muitas vezes são baseadas na minimização da visibilidade, buscando evitar qualquer forma de avaliação.

A terapia de exposição gradual, muitas vezes, é indicada para tratar o medo de exposição, uma vez que baseia-se na exposição controlada e progressiva a situações que geram ansiedade.

Isso ajuda a pessoa a se acostumar com a ideia de ser avaliada e a lidar com os sentimentos de vulnerabilidade.

Superar o medo de exposição é um processo gradual e a orientação de um profissional de saúde mental pode ser valiosa nesse caminho.

Com o tempo e o apoio adequado, é possível enfrentar situações que desencadeiam insegurança com mais confiança e, eventualmente, buscar oportunidades que permitam o crescimento pessoal e profissional.

6. Ingratidão

A ingratidão é outro sintoma comum da síndrome do impostor. Indivíduos que enfrentam essa síndrome frequentemente têm dificuldade em aceitar elogios, reconhecimento e feedback positivo.

Ao invés de receber elogios de maneira construtiva, eles tendem a contrapor ou minimizar os elogios, acreditando que não merecem reconhecimento.

Isso pode resultar em desconforto tanto para eles quanto para aqueles que estão tentando expressar seu apreço.

Abordar a ingratidão na síndrome do impostor requer um trabalho contínuo na mudança de perspectiva e na promoção de atitudes mais positivas.

7. Insatisfação constante

A insatisfação constante com os resultados é um sintoma comum dessa síndrome.

Pessoas que enfrentam essa condição psicológica tendem a buscar constantemente a perfeição e podem ficar desapontadas consigo mesmas, mesmo após alcançarem objetivos significativos.

Para lidar com esse sintoma, é importante que a pessoa seja gentil consigo mesma e reconheça que todos cometem erros e têm áreas de melhoria.

Praticar a autocompaixão também pode ajudar a aliviar a pressão relacionada ao perfeccionismo.

Estabelecer metas realistas e alcançáveis é fundamental para reduzir a insatisfação. Celebrar pequenas conquistas ao longo do caminho pode ajudar a construir a sensação de realização.

8. Esgotamento mental ou burnout

O esforço excessivo e o medo constante de ser exposto podem levar à exaustão mental, conhecida como burnout.

Tratar esse sintoma é crucial para preservar a saúde mental, além de definir limites claros no trabalho e na vida pessoal para evitar o esgotamento (o que pode incluir evitar horas extras da jornada laboral, por exemplo).

Quando o esgotamento mental compromete aspectos importantes da vida, como a saúde e as relações familiares, buscar apoio profissional é fundamental.

Um terapeuta especializado em saúde mental pode ajudar a pessoa a lidar com o estresse, a ansiedade e os sintomas de burnout.

Diagnóstico

O diagnóstico da síndrome do impostor é realizado por um psicólogo ou psiquiatra, que observa os sinais e sintomas apresentados pela pessoa, fazendo perguntas sobre sua vida diária e histórico pessoal, familiar e de saúde.

Além disso, testes como a Escala do Fenômeno Impostor de Clance (EFIC), a Escala do Fenômeno Impostor de Harvey (EFIH) ou a Escala do Fenômeno Impostor de Leary (EFIL) podem ser usados para confirmar o diagnóstico.

Conclusão

Como visto no post sobre os 8 sintomas da Síndrome do Impostor, essa condição é um desafio psicológico que afeta muitos profissionais.

Identificar seus sintomas e buscar tratamento é essencial para superá-la.

A terapia, o apoio de colegas e líderes, e o desenvolvimento de habilidades de autoestima e autocompaixão são passos importantes no caminho para vencer essa síndrome.

Lembre-se de que todos os momentos de dúvida têm, mas a capacidade de reflexão e enfrentar a Síndrome do Impostor pode levar uma vida mais gratificante e produtiva.

Fonte: Tua Saúde, Gupy.

04/01/2024   •   há um ano