Medprev
Refluxo

Refluxo gastroesofágico: o que é, sintomas e tratamento

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

refluxo-gastroesofagico-o-que-e-sintomas-e-tratamento.png

O refluxo gastroesofágico, conhecido popularmente como refluxo, é uma condição que afeta cerca de 20% de toda a população brasileira. Em números, são aproximadamente 25 milhões de pessoas afetadas.

Devido às múltiplas causas da doença, é preciso realizar uma análise detalhada para identificar a origem do problema, uma vez que o quadro de saúde pode evoluir para uma gravidade maior quando não tratado.

Você sabia que o refluxo gastroesofágico se manifesta com mais frequência em adultos? Entre os sintomas mais comuns desse refluxo, destacam-se a azia (queimação que se origina na boca do estômago e que pode atingir a garganta), tosse seca e regurgitação (sensação de retorno do conteúdo estomacal).

Nas crianças, os episódios da condição são caracterizados por regurgitação e arrotos frequentes, podendo desaparecer por volta dos 18 meses de vida.

Para a realização do diagnóstico do refluxo, são analisados, primeiramente, o histórico médico do paciente, além dos sintomas. Caso seja necessário, são realizados exames mais complexos, como a PHmetria esofágica.

Se você quer saber mais sobre o refluxo gastroesofágico: o que é, sintomas e tratamento, acompanhe esse post até o final.

O que é refluxo gastroesofágico?

O refluxo gastroesofágico é o retorno involuntário do conteúdo do estômago para o esôfago.

Este conteúdo inclui gases, líquidos e também sólidos. Vale salientar que ele pode ocorrer em qualquer momento do dia; e pode ou não indicar a forma mais grave da doença, conhecida como DRGE (Doença do Refluxo Gastroesofágico).

O retorno deste conteúdo causa inflamação na parede do esôfago, resultando em sintomas característicos.

Para entender melhor como surge o refluxo, é preciso conhecer a esfíncter, uma válvula contrátil, geralmente em forma de anel, que regula a entrada e saída de um fluxo.

O corpo humano possui, pelo menos, 43 esfíncteres, e no caso do aparelho digestivo, essa estrutura (esfíncter esofágico inferior) fica localizada entre o estômago e o esôfago.

Essa válvula se abre e se fecha automaticamente assim que o alimento pré digerido passa, para impedir que o suco gástrico do estômago entre no esôfago. Quando ela não funciona corretamente, o conteúdo acaba retornando.

Adultos que estão acima do peso ou que possuem uma alimentação rica em gordura e bebidas alcoólicas têm mais probabilidade de desenvolver a condição.

Sintomas do refluxo gastroesofágico

Os sintomas mais comuns do refluxo gastroesofágico são a sensação de queimação no peito (azia) e a regurgitação (retorno de alimentos na boca). Porém, a condição não se limita apenas a estes sintomas.

Entre os outros sinais que podem surgir, estão:

  • Vômitos intensos;
  • Dificuldade de ganho de peso e estatura na infância;
  • Pneumonia;
  • Dores fortes no peito: muitas pessoas confundem essas dores com dores cardíacas. Porém, a dor no peito associada ao refluxo geralmente é descrita como a sensação de aperto e dor;
  • Disfagia (dificuldade de engolir): caracterizada pela sensação de obstrução ou mesmo a percepção do alimento “arranhar” ou ficar preso na passagem da garganta.

Além destes, alguns pacientes podem apresentar náuseas, mau hálito e dor de garganta crônica.

Vale salientar que cada pessoa manifesta sintomas específicos que variam de acordo com a intensidade e duração.

Causas do refluxo gastroesofágico

Existem diversas causas associadas ao refluxo gastroesofágico, já que essa doença possui diversas causas associadas. Entre algumas que podem ser citadas, estão:

  • Alimentação inadequada - se trata, na verdade, de uma das principais causas do refluxo. O consumo excessivo de alimentos ricos em gordura, alimentos picantes, café, álcool e bebidas contribuem diretamente para o aparecimento da condição. Esses itens podem ainda relaxar o músculo da esfíncter, aumentando assim o risco de refluxo;
  • Sedentarismo - a falta de atividade física pode levar a um enfraquecimento dos músculos, incluindo o músculo da esfíncter. Além disso, o excesso de peso aumenta a pressão sobre o estômago, facilitando o refluxo;
  • Tabagismo - o tabagismo, além de afetar a saúde do organismo como um todo, pode causar uma redução na produção de saliva (responsável por ajudar na neutralização do ácido estomacal). Por isso, fumantes têm risco aumentado de refluxo gastroesofágico;
  • Hérnia de hiato - a hérnia de hiato é uma condição onde parte do estômago se projeta para cima através do diafragma (músculo que separa o tórax do abdômen). Como resultado, ocorre o enfraquecimento do músculo da esfíncter, facilitando o retorno do ácido para o estômago;
  • Fraqueza do músculo da esfíncter - a disfunção do EEI (Esfíncter Esofágico Inferior) ocorre devido a diversos fatores, como uso de medicamentos específicos, gravidez e envelhecimento.

É válido citar que há pessoas que possuem maiores chances de desenvolver o refluxo gastroesofágico devido à genética, ou seja, mesmo que não apresentem fatores de risco, podem ser acometidas pela doença.

Complicações associadas ao refluxo gastroesofágico

Uma das complicações mais sérias associadas ao refluxo gastroesofágico é o esôfago de Barrett.

Essa doença pré-cancerosa afeta todo o revestimento do esôfago. Seu surgimento pode estar ligado à condição crônica do retorno do líquido ácido ao estômago, o que gera alterações nas células do esôfago.

Segundo a Medtronic, estima-se que aproximadamente 95% dos pacientes que têm o esôfago de barrett também lidam com a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) .

Além de sofrer com acidez estomacal crônica, pessoas com a condição também podem apresentar sintomas parecidos com o refluxo gastroesofágico.

Diagnóstico do refluxo gastroesofágico

O diagnóstico inicial do refluxo gastroesofágico é feito, inicialmente, com base na gravidade e frequência dos sintomas pelo gastroenterologista. Após essa etapa, há uma extensa avaliação do histórico médico e realização de exames com procedimentos específicos.

Os exames e procedimentos mais utilizados são os descritos a seguir.

Teste de PH esofágico

Trata-se, na verdade, de um exame fundamental para o diagnóstico da condição. Ele é realizado da seguinte maneira: insere-se um tubo fino através do nariz e da boca do paciente, posicionando-o no esôfago, próximo ao estômago.

O tubo tem como função medir os níveis de acidez do esôfago ao longo de 24 horas, permitindo assim a detecção dos piores episódios de refluxo. O paciente deve realizar as atividades normais do seu dia a dia, incluindo aquelas que contribuem para o aparecimento dos sintomas.

Existem poucos efeitos colaterais associados ao exame, porém pode haver, em alguns casos, leves desconfortos na parte de trás da garganta.

Anamnese e exame clínico

O médico realiza uma entrevista detalhada como forma de obter informações sobre os sintomas, a frequência e a gravidade do refluxo ácido. Além disso, são avaliados também o histórico médico e os fatores de risco associados.

Endoscopia digestiva alta

A endoscopia digestiva alta tem como finalidade permitir ao médico detectar úlceras e a presença da inflamação no estômago do paciente. Ela é realizada através da inserção de um tubo flexível pela boca, que desce pelo esôfago até o estômago.

Na ponta deste dispositivo, existe uma câmera, que permite assim visualizar diretamente o revestimento interno do esôfago e estômago, verificando a presença de inflamação, úlceras e outras lesões causadas pelo refluxo ácido.

O exame é bastante seguro. É necessário, antes de sua realização, um jejum de 8 horas. Além disso, devido à necessidade de sedação do paciente, é indispensável a presença de um acompanhante.

Impedância esofágica

A impedância esofágica mede a quantidade de refluxo ácido e não ácido no esôfago. Assim como os outros exames anteriormente citados, para a sua realização, insere-se um tubo fino no nariz do paciente, que vai até o esôfago.

Nele, existem sensores que registram a passagem do ácido e outros conteúdos do estômago para o esôfago, mesmo na ausência de sintomas típicos da condição.

Radiografia contrastada do esôfago

Também conhecida como esofagografia baritada, a radiografia contrastada do esôfago é um exame no qual são tiradas radiografias para detectar possíveis anormalidades estruturais no órgão.

Para o exame, o paciente precisa ingerir uma substância de contraste que contém bário (que reveste o esôfago e o estômago). A radiografia contrasta com a substância, permitindo a análise.

Manometria esofágica

A manometria avalia a função do estômago e a pressão dos músculos envolvidos na deglutição. Novamente, existe a inserção de um tubo pelo nariz, que se dirige até o esôfago.

Este tubo mede a pressão exercida pelas contrações musculares ao longo do esôfago, identificando anormalidade em seu funcionamento.

Tratamento para refluxo gastroesofágico

O tratamento para o refluxo gastroesofágico envolve mudanças no estilo de vida, medicamentos e, em último caso, processos cirúrgicos.

Em relação às mudanças no estilo de vida, podem ser incluídas a perda de peso (em caso de indivíduos obesos ou acima do limite saudável), evitar refeições volumosas, elevar a cabeceira da cama (diminuir o refluxo durante o sono).

O tratamento medicamentoso envolve o uso de:

  • Inibidores de bomba de prótons;
  • Medicamentos procinéticos, que melhoram o esvaziamento do estômago, - ajudando na redução do refluxo;
  • Antagonistas dos receptores H2, que reduzem a produção de ácido no estômago.

O tratamento cirúrgico é realizado em casos extremos.

Conclusão

O refluxo gastroesofágico é uma condição tratável. Na maioria dos casos, pode ser controlado através de medidas de estilo de vida adequadas e medicamentos apropriados. Buscar orientação médica é fundamental para um diagnóstico correto e um tratamento efetivo.

11/08/2023   •   há um ano


Fique por dentro das campanhas e cupons da Medprev

Declaro que li e aceito os e a

Relacionados

O que é bom para a azia?

5 chás para refluxo

8 sintomas do refluxo

Refluxo: o que fazer?

6 causas do refluxo gástrico e como evitar

Ver mais