O que é bom para a azia?

Condição médica muito comum, a azia não é uma doença. Trata-se de uma manifestação do corpo em resposta ao retorno do ácido gástrico (responsável pela digestão de alimentos) ao esôfago.

Segundo dados da própria OMS (Organização Mundial da Saúde), a azia atinge mais de 20 milhões de brasileiros e compromete a qualidade de vida e bem-estar destas pessoas.

Quer saber mais sobre o que é bom para a azia, além de formas de tratamento eficientes para o problema? Confira o post a seguir!

O que é azia?

A azia, também conhecida como pirose, é uma condição caracterizada pela sensação de queimação na garganta e nas regiões superiores, incluindo a parte superior e média do peito e estômago.

Grande parte das pessoas já experimentou ou experimenta essa sensação durante a vida, sendo geralmente associada ao grande consumo de alimentos gordurosos ou de refeições em grande quantidade.

Comumente, a sensação de queimação aparece ao menos duas horas depois das refeições e pode piorar se a pessoa se deitar ou tentar praticar atividade física.

Existem casos onde ela se torna crônica e atrapalha a vida e bem-estar.

Em quase 95% destas situações, a origem do problema é a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).

Também conhecido como refluxo ácido, o DRGE ocorre quando o conteúdo do estômago (ácido gástrico e alimentos não digeridos) retorna ao esôfago de forma recorrente. E um dos sintomas mais comuns deste problema é a azia.

Porém, a azia pode aparecer em outras situações, como em pacientes com excesso de peso, tabagismo e também durante a gestação.

Classificação da azia

A azia pode ser classificada em três tipos.

Ela pode ser da forma episódica (aquela que acontece menos de duas vezes por semana), frequente (aquela que acontece duas ou mais vezes durante semana) e persistente (mais de uma semana com o sintoma).

Fatores de risco para a azia

Entre outros fatores de risco associados diretamente à azia, estão:

• Alimentação inadequada - certos tipos de alimentos e bebidas podem aumentar a produção de ácido estomacal ou relaxar os músculos responsáveis por evitar que o ácido estomacal retorne ao esôfago. Geralmente englobam alimentos gordurosos, picantes, cítricos e refrigerantes;

• Alguns tipos de medicamentos - alguns medicamentos, principalmente relaxantes musculares, podem contribuir diretamente para o aparecimento da azia, relaxando o músculo da esfíncter ou irritando a camada interna do esôfago;

• Estresse - apesar do estresse não ser uma causa direta para a azia, quando ele se torna crônico, pode contribuir para quadros da condição. Ele afeta principalmente os hábitos e o comportamento alimentar do indivíduo.

Afinal, o que é bom para a azia?

O controle da azia envolve hábitos simples e/ou uso de alguns tipos de medicamentos (principalmente em casos crônicos), mas sempre com acompanhamento de um gastroenterologista ou clínico geral.

Confira alguns dos hábitos diários que podem ser adotados para aliviar a azia.

1. Mudanças na alimentação

As mudanças na alimentação envolvem, além do consumo de alimentos mais saudáveis, evitar a ingestão daqueles que possam, de alguma forma, contribuir para a azia, como bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos e picantes, e refrigerantes.

Além disso, é recomendado comer com mais frequência e em porções menores em vez de grandes refeições isoladas. Isto ajuda o estômago na digestão dos alimentos.

Mastigar bem os alimentos, inclusive, pode ajudar em todo o processo.

2. Hidratação adequada

Beber a quantidade adequada de água deve ser parte da rotina, contudo, é preciso evitar o consumo do líquido durante as refeições.

Dependendo da quantidade, ela pode distender o estômago.

Por isso, é preferível a hidratação regular durante o dia, contribuindo também para a saúde em geral.

3. Elevar a cabeceira da cama

Elevar a cabeceira da cama ajuda a manter o ácido totalmente no estômago, além de reduzir o refluxo ácido enquanto o corpo descansa.

4. Roupas mais folgadas na região do estômago

É recomendado priorizar o uso de roupas mais folgadas na região do estômago.

Quando justas, podem exercer pressão adicional no estômago, contribuindo para alguns problemas na região e, consequentemente, azia.

5. Gestão do estresse

A gestão do estresse é fundamental no dia a dia, uma vez que pode contribuir para o surgimento e até intensificar a azia.

Para isso, existem diversas práticas de relaxamento, como ioga, meditação, exercícios de respiração, entre outros, que podem auxiliar na redução dessa reação do corpo a desafios e preocupações.

Quando a azia é preocupante?

Muitas vezes, práticas mais simples não aliviam a azia.

Nestes casos, é importante buscar ajuda médica, o que inclui situações em que os sintomas são leves, porém, crônicos.

Além disso, a automedicação pode piorar ainda mais o quadro.

Confira a seguir, algumas situações em que é necessária a ajuda médica.

Azia crônica

Considera-se azia crônica aquela que se manifesta, por pelo menos, mais de duas vezes por semana, durante várias semanas e até meses.

Ela pode ser resultado de outros problemas médicos mais sérios.

É preciso estar atento, também, em casos de azia de início súbito em pacientes com mais de 60 anos de idade, pois pode representar um risco maior de doenças que necessitam de tratamento específico.

Azia acompanhada de outros sintomas

Existem casos em que a azia vem acompanhada de outros sintomas mais graves, como:

• vômito;
• dificuldades para engolir;
• fezes escuras;
• perda de peso não intencional.

Estes sintomas podem indicar outros problemas mais complexos, que precisam de uma avaliação médica minuciosa.

Dessa forma, deve-se procurar imediatamente um médico gastroenterologista para investigar o problema.

Azia durante a noite

Quando a azia ocorre mais frequentemente durante a noite, pode ser um sinal de DRGE.

Nesses casos, pode ser necessária a realização de exames mais invasivos como a endoscopia digestiva alta, para avaliação, estratificação de risco e tratamento adequado.

Além de atrapalhar o sono, ela aumenta o risco de complicações.

Portanto, aos primeiros sinais desta condição, a ajuda médica precisa ser buscada.

HISTÓRICO DE DOENÇAS RELACIONADAS AO TRATO GASTROINTESTINAL

Pessoas com histórico de doenças, diferenças anatômicas ou problemas mais simples relacionados ao trato gastrointestinal devem ficar atentas e monitorar sintomas como a azia.

Por essa razão, ao consultar-se, é importante sempre informar o médico sobre o histórico dos sintomas e problemas gastrointestinais.

FAQ (Perguntas Frequentes)

1. Quais são os sintomas mais comuns da azia?

Os sintomas (na verdade, características) mais comuns da azia incluem, principalmente, a sensação de queimação no peito (que pode se estender até a garganta) e também a regurgitação ácida (retorno involuntário do conteúdo do estômago para a boca).

Além destes dois principais, o paciente pode experimentar tosse crônica, rouquidão, dor de garganta, dores no peito, produção aumentada de saliva e dificuldade para engolir.

2. O que causa a azia?

A azia é mais frequentemente causada pelo DRGE (doença do refluxo gastroesofágico), que ocorre quando o conteúdo ácido do estômago para o esôfago.

Existem diversos fatores que podem contribuir para o aparecimento do DRGE, incluindo obesidade, alimentação desequilibrada e estilo de vida sedentário.

3. Como prevenir a azia?

Existem diversas formas de prevenir a azia. Uma das mais comuns é evitar o consumo de alimentos desencadeantes, como refrigerantes e opções muito gordurosas.

Além disso, comer refeições menores ao longo do dia, evitar tabagismo e consumo de álcool, além de não deitar imediatamente após as refeições, são práticas que também ajudam.

4. Existe alguma complicação se a azia não for tratada?

Sim. A azia, quando não é tratada adequadamente, ou é ignorada, pode levar a complicações como esofagite (inflamação do esôfago), estreitamento do esôfago e contribuir para o desenvolvimento do câncer do esôfago em casos mais graves.

5. Medicamentos antiácidos são eficientes para o tratamento da azia?

Os medicamentos antiácidos podem proporcionar alívio temporário dos sintomas, neutralizando o ácido estomacal.

No entanto, é uma medicação sintomática e atua apenas gerando maior conforto ao paciente.

O tratamento da azia vai depender de sua causa, podendo variar de medicações de uso diário até correção cirúrgica de anomalias ou doenças mais graves.

6. A azia pode ser um sinal claro de câncer de esôfago?

Casos isolados de azia não significam um sinal claro de câncer no esôfago.

Contudo, a azia crônica e persistente pode aumentar o risco da doença. Dessa forma, é fundamental a busca por orientação médica em casos crônicos.

Conclusão

Como visto no post "O que é bom para a azia?", este é um sintoma comum e que afeta muitas pessoas.

Em grande parte dos casos, seu aparecimento está ligado à DRGE (doença do refluxo gastroesofágico), que consiste no retorno do conteúdo do estômago para o esôfago.

O paciente sente queimação na região do peito ou na garganta.

Quando ela se torna crônica, acaba interferindo diretamente na qualidade de vida e no bem-estar do indivíduo.

Quando temporária, a azia pode desaparecer naturalmente. Porém, em casos em que ela se torna crônica ou mesmo vem acompanhada de outros sintomas como vômitos, é importante consultar um médico.