8 sintomas do refluxo
Revisado pelo(a) Dra. Laize Ribas Turok, CRM/PR 50029 , Médico Generalista Não possui RQE para Médico Generalista
O refluxo, conhecido popularmente como refluxo gastroesofágico, é uma condição no qual o conteúdo do estômago (incluindo material sólido, líquido ou mesmo gasoso) retorna para o esôfago.
Aprender sobre suas principais características, causas e sintomas é essencial para buscar a ajuda de um médico, quando necessário, e evitar o desenvolvimento de um quadro de saúde mais grave.
Conheça 8 sintomas do refluxo a seguir!
O QUE É REFLUXO?
A regulação da passagem do conteúdo que é ingerido ocorre através do esfíncter esofágico inferior, um músculo que funciona como válvula e se fecha após a passagem dos alimentos.
No entanto, ele pode não se fechar de forma adequada e com isso o ácido estomacal e os sucos digestivos retornam para o esôfago, o que é chamado de refluxo gastroesofágico.
Como resultado dessa condição, o paciente pode manifestar:
- azias constantes;
- regurgitação;
- tosse crônica;
- rouquidão;
- dor de garganta.
Em alguns casos, também pode ocorrer o desenvolvimento da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), que é a forma mais grave do refluxo.
As causas para o aparecimento da condição variam, mas existem alguns fatores que podem contribuir para o quadro. Entre eles, estão:
- fraqueza do músculo do esfíncter associado à obesidade;
- gravidez;
- hérnia de hiato;
- tabagismo;
- consumo de álcool;
- resposta a alguns tipos de medicamentos.
Para o diagnóstico, é necessário que o médico (clínico geral ou gastroenterologista) avalie os sintomas descritos pelo paciente.
Porém, em algumas situações, podem ser necessários exames adicionais, como a endoscopia digestiva alta, a manometria esofágica e também a pHmetria esofágica ambulatorial.
QUAIS SÃO OS 8 PRINCIPAIS SINTOMAS ASSOCIADOS AO REFLUXO?
Antes de listar os principais sintomas, é preciso salientar a importância da consulta com o gastroenterologista assim que surgirem os primeiros sinais do refluxo.
Este médico pode confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado de acordo com o quadro de saúde do paciente.
De forma geral, o tratamento envolve mudanças no estilo de vida, medicamentos e, em alguns casos mais graves, processos cirúrgicos.
1. AZIA
A azia é um sintoma comum e que pode surgir em pessoas de diferentes idades ao longo da vida.
Ela se caracteriza pela sensação de queimação ou desconforto na região do peito, geralmente após as refeições.
Durante a alimentação, os alimentos passam pela boca e descem pela garganta, chegando ao estômago.
Este processo ocorre devido a uma série de contrações musculares coordenadas.
Na parte final do esôfago, existe um anel muscular que se abre (esfíncter esofágico inferior) para permitir que alimentos passem para o estômago. Logo em seguida, ele se fecha.
Contudo, em algumas situações, este músculo pode estar enfraquecido ou relaxar de forma inadequada, permitindo que o ácido estomacal (que serve para digerir os alimentos), passe pelo anel e volte para o esôfago.
Quando este ácido entra em contato com o revestimento do esôfago, ele causa irritação e inflamação, resultando na sensação de queimação, característica principal da azia.
Em algumas pessoas, essa sensação é sentida de forma mais intensa e se estende desde a parte inferior do peito até a garganta.
2. REGURGITAÇÃO ÁCIDA
Assim como a azia, a regurgitação ácida figura entre os principais sintomas do refluxo.
Ela pode ocorrer em qualquer momento, mas surge com mais facilidade geralmente após as refeições.
Além disso, a azia pode se manifestar quando o indivíduo deita ou inclina-se para frente.
Estes tipos de posições corporais podem aumentar a pressão sobre o estômago, facilitando o refluxo ácido.
O indivíduo experimenta a sensação de gosto ácido na boca, podendo vir acompanhada de algum material sólido ou não.
As causas para estes sintomas são iguais às causas da azia: tabagismo, obesidade, certos hábitos de estilo de vida, entre outros.
Existem alguns medicamentos que ajudam no combate à regurgitação ácida.
Eles neutralizam o ácido estomacal e também são responsáveis por reduzir a produção de ácido pelo estômago.
3. TOSSE CRÔNICA
O retorno do ácido estomacal ao esôfago pode levar também à tosse crônica, resultado da irritação e inflamação da mucosa da garganta.
Essa condição pode desencadear uma tosse persistente, que também é chamada de tosse ácida.
Esse tipo de tosse ocorre quando o ácido do estômago retorna e chega à ponta da garganta e aos pulmões, ativando os receptores nessas áreas, estimulando a região e levando à irritação contínua.
Como consequência, há ataques de tosse persistentes, seguidos geralmente pela azia e regurgitação ácida.
Um dos grandes desafios do diagnóstico desse problema de saúde é identificar e associar essa tosse ao refluxo, pois os sintomas respiratórios nem sempre estão acompanhados por sintomas digestivos.
Dessa forma, é fundamental realizar avaliações médicas para destacar outras possíveis causas para a tosse crônica.
Para tratar a tosse crônica associada ao refluxo, podem ser utilizados tratamentos variados.
Contudo, mudanças no estilo de vida ainda são uma das principais formas de combater o problema.
Além disso, evitar refeições pesadas antes de dormir também contribui para a diminuição das ocorrências do sintoma.
4. DIFICULDADE PARA ENGOLIR (DISFAGIA)
A disfagia é um sintoma do refluxo onde o paciente sente dificuldade ou desconforto ao engolir alimentos líquidos.
Quando o refluxo se torna crônico, ele pode levar a uma condição conhecida como esofagite eosinofílica, no qual ocorre um acúmulo anormal de células inflamatórias no esôfago.
Este acúmulo, por sua vez, leva a um estreitamento do esôfago (a estenose esofágica), causando a dificuldade para a passagem de alimentos.
A disfagia associada ao refluxo varia de leve a moderada, dependendo da gravidade da inflamação e também do nível
de estreitamento do esôfago.
Seus principais sintomas incluem:
- sensação de comida presa na garganta ou no peito;
- dor e desconforto ao engolir;
- sensação de obstrução ou aperto no peito durante as refeições;
- perda de peso não intencional.
O tratamento, assim como os outros sintomas anteriormente citados, envolve medicamentos e mudanças no estilo de vida.
5. SENSAÇÃO DE INCHAÇO APÓS AS REFEIÇÕES
Entre os efeitos causados pelo retorno do ácido estomacal ao esôfago, estão a sensação de inchaço e o desconforto na região abdominal superior.
O que existe, na verdade, são diversos fatores associados ao problema.
O primeiro ocorre quando o ácido irrita a mucosa do esôfago, resultando na inflamação e inchaço da área.
O segundo está relacionado à formação excessiva de gases no sistema digestivo.
Para aliviar a ocorrência do inchaço, recomenda-se mastigar bem os alimentos, evitar se deitar pelo menos 2 horas após as refeições e também usar roupas confortáveis ou folgadas.
6. ROUQUIDÃO ASSOCIADA AO REFLUXO
Como citado anteriormente, o ácido que retorna para o esôfago pode atingir a garganta.
Além dos problemas como a tosse crônica, ocorre também a irritação das cordas vocais, levando à rouquidão.
A rouquidão, também conhecida como disfonia, é uma alteração na voz que afeta principalmente pessoas que trabalham com comunicação, como professores, repórteres e comunicadores.
Este trata-se de um distúrbio que afeta a qualidade, o timbre e a intensidade da voz.
Quando a rouquidão está relacionada ao refluxo, o ácido pode causar inchaço e inflamação das cordas vocais, que são responsáveis pela produção de som durante a fala.
Essa inflamação interfere na vibração normal das cordas vocais, resultando em alterações na sua qualidade (voz áspera e “cansaço” vocal).
O tratamento para o problema envolve uma abordagem multidisciplinar. É fundamental evitar falar muito ou gritar durante as crises.
Além disso, a hidratação é essencial para manter as cordas vocais ativas.
Existe ainda, como forma de tratamento, a terapia fonoaudiológica, que pode ser benéfica para pessoas com rouquidão associada ao refluxo.
Nestes casos, o fonoaudiólogo pode fornecer exercícios vocais para fortalecer as cordas vocais, além de ensinar técnicas de cuidados com a voz para minimizar a irritação e o esforço excessivo.
7. DORES NO PEITO
Apesar de ser um sintoma menos comum, pacientes com refluxo podem experienciar dores no peito semelhantes à dor cardíaca.
Nestes casos, é fundamental a avaliação imediata por um médico para diferenciar ambas as condições.
8. DORES DE GARGANTA
Assim como a disfagia, as dores de garganta associadas ao refluxo são bastante comuns.
Além das dores, o paciente pode sentir ardor e “secura” para engolir os alimentos.
Este sintoma comumente é descrito como uma sensação de queimação ou de uma bola na garganta.
Ela costuma se agravar ao engolir alimentos e pode piorar ao falar, levando à tosse crônica.
O tratamento também envolve mudanças no estilo de vida, como evitar alimentos e comportamentos que desencadeiam o refluxo, além de medicamentos prescritos pelo médico para controlar o ácido e aliviar a inflamação.
CONCLUSÃO
Como visto no post sobre os 8 sintomas do refluxo, o diagnóstico do refluxo pode ser realizado por um gastroenterologista ou clínico geral a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente.
Podem ainda ser solicitados ainda alguns exames adicionais para confirmar o diagnóstico, detectar o nível e gravidade do refluxo ou descartar a possibilidade de outras doenças ou condições.
16/07/2024 • há 5 meses