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Quais são as principais doenças sexualmente transmissíveis e como se prevenir?

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Junto com as primeiras peças publicitárias anunciando a chegada do carnaval, surgem também as campanhas incentivando o uso do preservativo. Porém, para que as pessoas realmente compreendam a importância desse cuidado, é preciso conhecer as principais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e as suas consequências.

De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2016, existem mais de 30 tipos de microrganismos causadores de doenças que podem ser transmitidos pelo contato sexual. Além disso, estima-se que todos os dias surge 1 milhão de novos casos de DSTs, com uma tendência ascendente na frequência de infecções no mundo todo.

A situação não é diferente no Brasil: segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, o número de casos de sífilis cresceu 603% em seis anos. Ainda, conforme o Ministério da Saúde, quase metade dos jovens na faixa de 15 a 24 anos afirma não utilizar o preservativo em relações casuais, mesmo com o risco de contrair uma DST.

Conheça as principais doenças sexualmente transmissíveis

Apenas os casos de HIV e de sífilis em gestantes e bebês devem ser obrigatoriamente notificados ao Ministério da Saúde, o que dificulta o estabelecimento de um ranking preciso com as DSTs mais frequentes no país.

Apesar disso, considerando-se os números referentes aos exames e tratamentos realizados pelas secretarias de saúde municipais, é possível ter uma ideia de quais são as principais doenças sexualmente transmissíveis no Brasil. Saiba mais sobre elas:

1. AIDS

Uma das mais conhecidas DSTs, a síndrome da imunodeficiência adquirida é causada pelo vírus HIV e ainda não tem cura, embora seja possível obter uma boa qualidade de vida com o uso do “coquetel”.

  • Formas de transmissão: relação sexual desprotegida, compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas, transmissão de mãe para filho na gestação (vertical) e transfusão de sangue (muito rara);
  • Sintomas: semanas ou meses depois da contaminação, podem surgir sintomas parecidos com os da gripe, como febre, dor de cabeça e dor de garganta, além de diarreia, aumento dos gânglios (ínguas), do fígado e do baço, perda de peso abrupta e vermelhidão na pele;
  • Complicações: como o vírus HIV ataca as células de defesa, a pessoa fica mais vulnerável às chamadas infecções oportunistas, que podem levar à morte;
  • Tratamento: não há nenhum medicamento disponível que destrua o HIV, mas costuma-se recomendar o uso do “coquetel” para prevenir a multiplicação do vírus.

2. Cancro mole

Conhecido popularmente como “cavalo”, o cancro mole é causado pela bactéria Haemophilus ducreyi, mais frequente em regiões tropicais. Seu diagnóstico é clínico e pode ser feito no consultório médico.

  • Formas de transmissão: exclusivamente pela via sexual (vaginal, anal e oral), com risco de transmissão de 80% nas relações desprotegidas com parceiros infectados;
  • Sintomas: geralmente aparecem de 2 a 5 dias depois do contágio, consistindo no surgimento de pequenas feridas purulentas na região genital, as quais aumentam de tamanho e se tornam muito dolorosas;
  • Complicações: duas semanas depois dos primeiros sintomas, pode se formar uma íngua (caroço) avermelhada e dolorosa na virilha, capaz de impedir a pessoa de andar. Pode haver a secreção de pus espesso, esverdeado e sanguinolento;
  • Tratamento: é feito com antibióticos e sabonetes e loções especiais para a higienização.

3. Candidíase

A candidíase é causada por fungos do gênero Candida e é mais frequente em mulheres, principalmente nas gestantes, embora também possa acometer os homens. É importante lembrar que a candidíase não é considerada exclusivamente uma DST, pois mesmo pessoas em abstinência ou que ainda não iniciaram sua vida sexual podem desenvolvê-la.

  • Formas de transmissão: relações sexuais desprotegidas e contaminação a partir do sistema gastrointestinal;
  • Sintomas: vermelhidão e coceira intensa na região genital, corrimento esbranquiçado e grumoso, ardência ao urinar e dor durante a relação sexual;
  • Complicações: pode se tornar uma infecção reincidente e causar complicações em órgãos como rins e pulmões, com possibilidade de levar a óbito;
  • Tratamento: costuma ser feito com o uso de medicamentos antifúngicos locais (pomadas) e por via oral.

4. Gonorreia e clamídia

A gonorreia e a clamídia são DSTs causadas por bactérias que geralmente ocorrem simultaneamente e podem atingir genitais, garganta e olhos.

  • Formas de transmissão: principalmente em relações sexuais desprotegidas, embora também possa ser transmitida na hora do parto;
  • Sintomas: de 2 a 8 dias depois do contágio, pode haver ardência e dor ao urinar, corrimento claro ou amarelado, pus e dor nos testículos no caso dos homens. A maior parte das mulheres é assintomática;
  • Complicações: transmissão para o bebê durante o parto, causando uma conjuntivite que pode levar à cegueira, doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e infertilidade;
  • Tratamento: consiste no uso de antibióticos e deve ser feito pela pessoa infectada e seus parceiros, mesmo que não haja sintomas, mantendo-se a abstinência sexual até a cura completa.

5. HPV

HPV é a sigla em inglês para o Papilomavírus Humano, presente em 54,6% dos brasileiros entre 16 e 25 anos. É possível prevenir a infecção por meio da vacina.

  • Formas de transmissão: relações sexuais desprotegidas, contato com a pele contaminada mesmo sem verrugas e compartilhamento de objetos pessoais (toalhas, roupas íntimas etc.);
  • Sintomas: a maior parte dos infectados é assintomática, mas a doença pode se manifestar quando há uma queda na imunidade, causando o surgimento de verrugas com ou sem coceira em regiões como vulva, vagina, colo do útero, ânus, pênis e testículos;
  • Complicações: algumas lesões não visíveis a olho nu apresentam alto risco para o desenvolvimento de câncer, especialmente o de colo de útero;
  • Tratamento: consiste no tratamento das verrugas por métodos químicos, substâncias estimuladoras da imunidade e cirurgia.

6. Sífilis

A sífilis é uma DST curável causada pela bactéria Treponema pallidum. A infecção apresenta quatro fases com diferentes manifestações clínicas e pode ser transmitida ao feto durante a gestação, com graves complicações.

  • Formas de transmissão: relações sexuais desprotegidas e transmissão de mãe para filho durante a gestação ou o parto (sífilis congênita);
  • Sintomas: variam conforme o estágio da doença. A primeira manifestação costuma ser uma ferida que não apresenta dor, coceira ou pus. Ela aparece entre 10 a 90 dias depois do contágio e acomete o local por onde a bactéria entrou no corpo (vulva, vagina, pênis, ânus, boca etc.);
  • Complicações: na sífilis terciária, de 2 a 40 anos depois da instalação da doença, podem surgir lesões na pele, nos ossos, no sistema cardiovascular e no sistema nervoso, com risco de levar a pessoa à morte. Outra complicação é a sífilis congênita, que pode causar parto prematuro e aborto espontâneo, além de malformações, surdez, cegueira e deficiência mental no feto;
  • Tratamento: é feito com o uso do antibiótico penicilina benzatina

Como se prevenir contra as DSTs

A principal forma de prevenção contra as DSTs é o uso do preservativo masculino ou feminino em todas as relações sexuais, independentemente da via de contato (vaginal, anal ou oral). Para que a proteção realmente funcione, a camisinha deve ser utilizada durante toda a relação, pois algumas infecções podem ser transmitidas mesmo sem o contato das mucosas.

Em conjunto com o uso do preservativo, devem-se adotar medidas de prevenção combinadas, as quais podem ter objetivos de prevenção, diagnóstico ou tratamento das DSTs, incluindo:

  • Testes para HIV, sífilis e outras DSTs;
  • Vacina contra o HPV;
  • Profilaxia pós-exposição ao HIV (uso de medicamentos para reduzir o risco de infecção);
  • Prevenção contra a transmissão de HIV, sífilis e outras DSTs de mãe para filho;
  • Tratamento de pessoas infectadas e seus parceiros.

Além de conhecer as principais doenças sexualmente transmissíveis e os métodos de prevenção, é essencial fazer consultas periódicas com médicos especialistas como o ginecologista, o urologista ou o infectologista. Agende sua consulta ou exame no MEDPREV mais próximo!

Fonte(s): World Health OrganizationFebrasgoAbril SaúdeMédico RespondeMinha Vida

06/04/2022   •   há 2 anos


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